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O Bem e o mal a cada dia

N° 189 : “CORREDOR”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Fevereiro de 2015

Antes de contar a história do personagem, que aparentemente tem uns trinta anos de idade (ou pouco mais, talvez), conto a história do contexto. Ele mora no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo. Prá quem não sabe, Vila Nova Conceição despontou na imprensa econômica como o bairro do metro quadrado mais caro da capital paulista, de acordo com pesquisa da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. É o bairro a oeste do Ibirapuera, ‘cortado’ pela avenida Santo Amaro, onde fica o hospital São Luiz. Só por aí, dá prá imaginar o status econômico do nosso personagem. Pois bem! E onde o personagem tem sido visto recentemente? Nos corredores do segundo andar da maternidade daquele mesmo hospital; mais precisamente, no saguão em frente à UTI neo-natal, onde um punhado de mães, e um número menor de pais, avós e avôs (nesta ordem de precedência numérica) se apinha, acompanhando a saga de bebezinhos prematuros que lutam, não mais para vir à luz, mas para sair, vitoriosos, à luz natural. Como a Vitória, que nasceu de 24 semanas, com pouco mais de seiscentos gramas.

 E o nosso personagem ‘anônimo’? É um exemplar daquilo que se pode chamar de “marinheiro de primeira viagem”, por ser pai da primogênita Beatriz. A Bia, também colega de saga da minha recém nascida neta naquela UTI neo-natal, veio ‘apressada’ ao mundo: 28 semanas, apenas. O peso? Pouco mais de novecentos gramas. Há quase três semanas, a luta da pequena Beatriz (e de todo o staff hospitalar que a assiste) tem sido recompensada: já alcançou mil e trezentos gramas. Previsão? Se continuar no ritmo, em trinta ou quarenta dias terá “alta”; ‘nossa’ Giovana foi mais galardoada: depois de dez dias naquela UTI, acaba de sair. Agora, transcrevo palavras do nosso personagem anônimo, o do bairro Vila Nova Conceição (capturadas por minha esposa, que está de companhia com a nossa filha, mãe da Giovana): “Nessa hora, não adianta ter carrão, casão, dinheiro, nada! A única coisa que quero é ver minha filha saindo daqui, e bem! Nunca me imaginei num cenário desses… A gente nunca imagina tantas mães, as crianças, esta luta. Isto aqui é uma escola, um verdadeiro aprendizado!"

 E é mesmo! Por exemplo: Você, que me lê, sabe o que é “corredor”, no ‘dialeto’ específico daquele território? “Corredor” é quando médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras, e até funcionários, aqueles da rotina diária, se formam em fila pelos dois lados do corredor de saída, para aplaudir um “principezinho”, ou uma “princesinha”, que superou sua severa saga, tendo ficado pelo menos trinta dias, e está de saída, nos braços de sua mãe. Como ocorreu, nesta semana, com o pequeno Gabriel: depois de mais de dois meses de UTI, para alcançar 2,8 quilogramas, teve seu “corredor” nesta semana. Dia de festa, dia de vitória, o dia de “corredor”… E todos aplaudem! Emocionante demais!! Simplesmente indescritível!!!

 Sabe qual a pessoa mais procurada naquele lugar? Ninguém mais, ninguém menos do que Deus. É numa hora como essa que o Criador, o doador da vida é insistentemente buscado, mesmo por quem não Lhe deu lá muita importância, até então. Ademais, uma das palavras mais frequentemente ouvida é… “milagre”. Milagre, referindo-se ao nascimento, milagre referindo-se à saga, à superação, à esperança que se renova a cada dia, à sobrevivência, ao “corredor”! Agora, junte as duas palavras – Deus e milagre – e o vocabulário adquire senso (acima dos sentidos), adquire razão (acima da própria razão), toma o contorno verdadeiro da esperança e do novo horizonte. Só em Deus, só com Deus, só por Deus, ninguém mais! Reconheço: a ciência avança, e ganha em poder cada vez mais. Mas, não dá um passo sem o consentimento divino. Mais que isso, ratifico o que continuamente repetia o grande cientista teutônico Joahannes Kepler (1571-1630): “Oh, God! I am merely thinking Thy thoughts after Thee!” (tradução: “Ó Deus, eu estou meramente te seguindo em Teus pensamentos!”).

 E é também o que Deus reivindica sobre Si, em Sua palavra de revelação escrita: Pois em Ti está a fonte da vida; graças à  Tua luz, vemos a luz (Salmo 36.9, NVI)… E, como se não bastasse: Quem, pois, realizou essas coisas? Aquele que desde a origem chama as gerações à vida: eu, o Senhor, que sou o primeiro – e que estarei ainda com os últimos. (Isaías 41:4, BCF).  

 Para cada um de nós há sempre um “corredor” à vista: o corredor da vitória nos desafios, o corredor da superação nas crises, o corredor da contemplação da esperança que se vê em realidade. O “corredor” da netinha Giovana não se deu no hospital – ela não alcançou os trinta dias de UTI neo-natal (grazie a Dio). Deu-se, outrossim, em corações rendidos à sabedoria e à soberania divina; deu-se em almas inclinadas a levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo (II Coríntios 10.5, ARA). Mas, como disse o pai da Bia, que fica um grande aprendizado, fica. A lição principal é: não importa o tamanho do desafio, não importa o grau de dependência na superação: Só existe um que pode (se quiser) proporcionar o “corredor” da transformação de esperança em realidade – Deus! Andar com Ele faz toda a diferença! Reconhecer Sua grandeza e majestade é um imperativo!

Quando Stuart Hine (Stuart Wesley Keen Hine, 1899-1989) traduziu para o inglês, acrescendo duas estrofes ao poema original, o hino que já era cantado com melodia sueca, não imaginava que se tornaria a segunda maior preferência entre os hinos (perdendo só para o Preciosa Graça). A inspiração poética proveio do Salmo 8. Mesmo tendo várias versões em nosso idioma, vai aqui a interpretação de Alan Jackson.

HOW GREAT THOU ART (1885)
QUÃO GRANDE ÉS TU
Carl Gustav Boberg (1859-1940)

O Lord, my God, when I in awesome wonder
Ó Senhor, meu Deus, quando eu, impressionado e maravilhado 
Consider all the worlds Thy hands have made
Considero todos os mundos Tuas mãos criaram
I see the stars, I hear the rolling thunder
Vejo as estrelas, ouço o trovão retumbante
Thy power throughout the universe displayed…
Por todo o universo se exibe o Teu poder…

Then sings my soul, my Savior, God, to Thee:
Então canta minh'alma, meu Salvador, Deus, a Ti:
How great Thou art! How great Thou art!
Quão grande és Tu! Quão grande és Tu!
Then sings my soul, my Savior God, to Thee:
Então canta minh'alma, meu Salvador, Deus, a Ti:
How great Thou art! How great Thou art!
Quão grande és Tu! Quão grande és Tu!

When Christ shall come with shouts of acclamation
Quando Cristo vier, com alaridos de aclamação
And take me 'home', what joy shall fill my heart!
E me levar prá 'casa', que gozo há de encher meu coração
Then I shall bow in humble adoration
Logo me curvarei em humilde adoração
And there proclaim: My God, how great Thou art!
E lá proclamarei: Meu Deus, quão grande és Tu!

Um verso não cantado:
When through the woods and forest glades I wander
Quando vagueio através de bosques e florestas
And hear the birds sing sweetly in the trees
Ao ouvir pássaros cantando docemente nas árvores
When I look down from lofty mountain grandeur
Quando me deslumbro do alto de uma montanha
And hear the brook and feel the gentle breeze…
Ouvindo o ribeiro, e sentindo a fresca brisa…

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 188 : “TUDO DIFERENTE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Janeiro de 2015

“Não chores, meu filho; não chores, que a vida é luta renhida: Viver é lutar! A vida é combate, que os fracos abate, que os fortes, os bravos só pode exaltar”. Assim ‘canta’ o primeiro verso da Canção do Tamoio, de Antonio Gonçalves Dias (1823-1864). Assim é, de fato, a vida, tal como a travessia de um oceano: Há dias em que a travessia flui suavemente, com ondas baixas… Há outros em que não são poucas as vagas e as tempestades. Em cada episódio, singrar as correntes marítimas (não raro, contrárias) implica em descobrir que as circunstâncias se mostram inusitadas, ante o esperado: tudo diferente! 

É a viagem que se planeja, e que resulta diferente do planejado; é o casamento que se sonha, e que resulta diferente do sonhado; é a carreira profissional que se almeja, e que resulta diferente do almejado; é a expectação da chegada de um filho, ou de uma filha, e que resulta diferente do expectado; ou mesmo, a ansiada relação com Deus, o Criador, que resulta diferente do que deveria ter sido. Tudo pode ser diferente do que o previsto, ou do que o anelado. Quem nunca dantes o testificou? Ou mesmo o experimentou? Os ases do jogo de xadrez têm desenvolvida a habilidade de prever as próximas jogadas do adversário, para planejar as suas… Na vida, isto costuma ser meio utópico, meio debalde. O trajeto é sempre caminho novo.

Por que é assim?  Por que há tantas surpresas? Por que de modo tão freqüente, tanta coisa acaba sendo diferente do previsto, do almejado, do esperado? Há dois níveis para buscar-se a resposta. No nível mais freqüente, não há uma só resposta, senão uma variedade delas: acaso (afinal, dizem os que isto defendem, tudo ocorre sob o estigma do acaso desde o começo); sina, ou “karma” (afinal, dizem seus defensores, há uma “lei cósmica universal” fatalista, inteiramente alheia à nossa vontade e participação, que já determinou tudo o que tem de acontecer, inexoravelmente); retribuição natural (afinal, tudo quanto ocorre é sempre conseqüência de nossos atos, daquilo que plantamos, sem qualquer gestão externa, é o que se postula). Aí estão alguns exemplos de respostas extraídas do primeiro plano, o humano, filosófico, seja o especulativo ou seja o empirista.

Num segundo plano, a resposta vem de quem realmente sabe as respostas, mas não está, por direito natural (Iuri Divino) sob a obrigação de justificá-las, todas. Por isto, a travessia do oceano de que acima falo,é também um constante exercício de submissão à Sua Soberania, que é aliada da Sua Sabedoria. De fato, muito do que enfrentamos na vida é conseqüência do que plantamos: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; o que o homem semeia, isso mesmo colherá” (Gálatas 6.7, BCF). Mas, é totalmente incorreto atribuir tudo (incluindo o que de diferente ocorre, quanto ao almejado) a mera conseqüência dos atos. A Bíblia ilustra este fato com a história de Esaú e Jacó (Romanos 9). E mais: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Isaias 55. 8,9, ARC). Então, às vezes pode parecer que nos encontramos diante de um conflito: quando resulta diferente do que se pretendeu, do que se pediu a Deus, é ‘colheita’ do que se semeou, é fruto da soberania sábia de Deus, as duas coisas, ou nenhuma das duas? Pelo ensino da Escritura Divina, podemos admitir até uma das três primeiras hipóteses; nunca, porém, a última. E mais: “…o coração do sábio conhece o tempo e o modo” (Eclesiastes 8.5, ARA), porque, quem guarda a Sua Palavra não teme quando tudo resulta diferente; não se exaspera com Deus, não se exaspera com o semelhante, não se exaspera consigo próprio e, ainda por cima, “não experimenta nenhum mal” (ainda Ec 8.5); isto não significa que nada lhe ocorra diferente do previsto, do supostamente prometido, nem que não lhe ocorram desditas. Antes, significa que tudo quanto se lhe suceder ‘diferente do planejado’ tem um propósito divino para bem, e não para mal. Por outro lado, quem não guarda a Sua Palavra, e não é submisso ao Senhor, faz mito bem em ponderar nas suas veredas, para buscar o caminho mais excelente.  

A travessia do oceano resultou diferente do esperado? Há diferentes maneiras de reagir. A mais sábia e proveitosa é sempre aquela que leva na vívida lembrança “aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus!” (Salmo 46.10, ARA)

Ao fim, te convido a ouvir um hino, em apresentação feita pelo quarteto The Cathedrals em um grande auditório de Nashville.  Ignore as palmas e apupos, ao final; vale a mensagem do hino, cantado a cappela, por George Younce, Glenn Payne, Wesley Pritchard e Eernie Haase. Se preciso, aproveite a tosca tradução…

LIFE IS A RAILWAY TO HEAVEN (1890) 
A VIDA É [COMO] UMA FERROVIA PARA O CÉU
Letra: Eliza R. Snow (1804-1887) & M. E. Abbey
Música : Charles David Tillman (1861-1943)

Life is like a mountain railroad 
A vida é como uma ferrovia de montanha
With an engineer that’s brave;
Com um maquinista que é valente; 
We must make the run successful,
Somos compelidos a buscar uma jornada de sucesso
From the cradle to the grave;
Desde o berço até à tumba;  
Watch the curves, the hills and tunnels
Observe as curvas, as montanhas e os túneis
Never falter, never fail;
Nunca hesitando, nem falhando;
Keep your hand upon the throttle,
Mantenha sua mão sobre a manete, 
And your eye upon the rail. 
E seu olho sobre a estrada. 
 
        Blessed Savior, Thou will guide us
        Bendito Senhor, Tu nos guiarás  
        Till we reach that blissful shore
        Até que alcancemos aquela praia bem-aventurada
        Where the angels wait to join us
        Onde os anjos aguardam para juntar-se a nós
        In Thy praise, forevermore !
        Em louvor a Ti, para todo o sempre!
 
As you roll across the trestle,
À medida que você avança sobre os trilhos, 
Spanning Jordan’s swelling tide,
Atravessando o Jordão que transborda suas margens  
You behold the Union Depot
Você se depara com a Estação da União [uma associação de idéias com as estações da ferrovia] 
Into which your train will glide;
Para dentro do qual seu trem deslizará;
There you’ll meet the Sup’rintendent,
Lá você vai se encontrar com o Superintendente [da metafórica ferrovia]
God, the Father, God, the Son,
Deus, o Pai, Deus, o Filho
Will extend the hands will greet you
Há de estender-te as mãos com as quais vai saudar tua chegada
“Weary Pilgrim, welcome home.” 
"Peregrino fatigado, seja 'bem-vindo' em casa!"

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 187: “VALE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Janeiro de 2015

No Ocidente, os entorpecentes começaram a suplantar o álcool, como produto de consumo psicotrópico, já no século XIX. No Oriente, plantas como a maconha e o ópio são consumidas há séculos. O século XX marcou a disseminação das drogas em escala mundial astronômica; a cocaína passou a ter um comércio espantoso. Já o início do século passado ficou conhecido com sua primeira “epidemia tóxica”, algo que teve certo declínio temporário durante as grandes guerras, para depois voltar com muito maior força. E em 1971, o ex-presidente norte-americano Richard Nixon declarou que as drogas seriam o inimigo público número 1 do país. Quanto ao Brasil, o mundo o vê como um país atrasado neste setor, concentrando a frágil política em combate, com pouca ação em prevenção e instrução. Como resultado, aloja uma cultura de relativização, irrelevância e banalização do problema. No extremo oposto, há países em que o tráfico de entorpecentes é tratado como crime da mais alta gravidade, passível até de pena de morte.

É o caso da Indonésia, país asiático que está no noticiário, por causa do avião da Air Asia que está sob operação de resgate; tráfico de drogas, ali, é punido com pena de morte. Neste final de semana, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado na ilha indonésia de Nusakambangan, com pena de morte por fuzilamento. Marco era instrutor de vôo livre, e foi detido na entrada no país, após os aparelhos de RX do aeroporto detectarem 13 kg de cocaína nos tubos de sua asa delta. Familiares de Marco viveram quase o mesmo drama do brasileiro, desde que souberam já definida a data da execução: uma intensa batalha pelo livramento dele. Até o papa romano foi procurado, para interceder junto às autoridades indonésias. A presidente Dilma dirigiu apelo em vão ao colega asiático. Horas de sono das últimas noites, lá e cá, foram literalmente perdidas. O drama de Marco foi acentuado com um vídeo, tornado mundialmente público:

– Eu não mereço morrer deste jeito!, disse ele, propondo-se a lançar uma cruzada pela conscientização de jovens, contra o uso de drogas. Nada adiantou. Suas últimas horas devem ter sido uma verdadeira tortura, a menos que tenha se encontrado ‘pessoalmente’ com aquEle (o único) que faz mansa, suave e tranquila a passagem para a outra existência.

O salmista bíblico fala do “vale da sombra da morte” – “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal nenhum, porque Tu estás comigo, a Tua vara e o Teu cajado me consolam” (Salmo 23.4, ACRF). O vale da sombra é a iminência da morte, mas não significa, ainda, sua certeza. Em figura geográfica, a ladeira abaixo de Jerusalém a Jericó seria uma ilustração de lembrança constante; são apenas 24 quilômetros para descer da altitude de 760 metros a 240 metros abaixo do nível do mar. Era uma estrada perigosa, em muitos trechos escura, e constantemente sujeita a riscos e assaltos (ideal para a parábola do Bom Samaritano). Mas, quando a certeza da transição se avoluma, a “sombra” cede lugar, no vale, às trevas completas. É nessa hora que mais vale a melhor companhia: Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. (Salmo 73.23,24, ARA).

De um jeito ou de outro, o “vale” é lugar, com estrada pela qual todos temos de passar. Como na estrada entre Jericó e Jerusalém, há os que descem e há os que sobem. Os que descem, descem AO vale; os que sobem, sobem DO vale. Os primeiros, enfrentam a estrada sem a segurança retratada acima, pelo salmista; os que a têm, desfrutam da mão robusta e ao mesmo tempo terna do Salvador, a ajudar-lhes a ‘transpor o rio’. Estes não temem a morte (a propósito, vide o testemunho ocorrido num lugar próximo de onde foi o brasileiro executado, na mensagem “JOY”, de “Arautos de Vida” – https://www.efrata.net.br/mod/page/view.php?id=170). Oque ocorre é que o Divino Redentor se coloca junto (até carregando) os que andam em sua companhia, nesse momento extremo. Que certeza rica de diferencial, que segurança cheia de sólida esperança, a da transição da morte nas mãos do Eterno Filho de Deus! Só existe um jeito de aquilatar o valor: tendo-a, usufruindo-a, cultivando-a! Não importa a forma da passagem: é algo que produz o mesmo resultado. É esta a sua esperança?

Nossa mensagem musical de hoje é extremamente significativa, a propósito. Trata-se do mesmo compositor do hino "Manso e Suave, eis Jesus nos chamando", que foi um pedido especial de Dwight Lyman Moody, perto da morte, ao autor.  O autor compôs este hino ainda relativamente jovem – 32 anos de idade. Mas, também ele viveu o grande incêndio de Chicago de 1872, que tantas vidas ceifou (mais de trezentas, fora os mutilados). A expectativa da transposição do rio, do encontro com seu Mestre, falava sempre forte ao seu coração, desde então. 

LEAD ME GENTLY HOME, FATHER (1879) 
Leva-me Ternamente Prá Casa, Pai 
Will Lamartine Thompson (1847-1909)

Lead me gently home, Father, lead me gently home, Father !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa, Pai! 
Lest I fall upon Your wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!

1. Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
When life's toils are ended, and parting days have come,
Quando as labutas da vida terminarem, e os dias da partida chegarem,
Sin no more shall tempt me, ne'er from You  I'll roam,
Pecado já não mais tentar-me-á, nunca me apartarei de Ti
If You'll only lead me, Father, lead me gently home.
Se apenas me conduzires, Pai, leva-me ternamente prá casa.

2.Lead me gently home, Father, lead me gently home !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In temptations hour, Father, when so trials come…
Na hora das tentações, Pai, quando tantas provações chegarem… 
Oh! Beneath You keep me, take me as Your own
Oh! Sob Ti guarda-me, toma-me como um dos teus 
For I cannot live without You, leave me gently home!
Pois eu não posso viver sem Ti, leva-me ternamente prá casa! 

3.[Verso não cantado] Lead me gently home, Father, lead me gently home !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In life's darkest hours, Father, when life's troubles come,
Nas horas mais escuras da vida, Pai, quando os apertos da vida chegarem 
Keep my feet from wand'ring, lest from You I roam,
Guarda meus pés de vaguearem, para que não me aparte de Ti
Lest I fall upon the wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 186 : “VAI TUDO BEM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Janeiro de 2015

Numa entrevista, perguntaram ao famoso artista brasileiro:

– Já vão ficando famosas as histórias de palhaços que fazem todo mundo rir, e que, lá por trás, na vida real, carregam grandes tristezas; é verdade?
– No meu caso, não poderia ser mais verdadeiro. Tínhamos acabado e montar o circo numa cidade paulista. Minha mãe, meu irmão e eu ficamos ajudando nos trabalhos para o primeiro espetáculo; meu pai deu uma saída e sofreu um acidente fatal instantaneamente. Perguntei à minha mãe – E agora? E decidimos que tínhamos que cumprir a agenda. Eu e meu irmão éramos palhaços, naquele dia. E assim foi: enquanto, por trás da máscara de palhaço, fazíamos o público rir, quando voltávamos atrás do picadeiro estávamos lá, velando nosso pai.  

Que coisa! Um dos mais famosos palhaços brasileiros foi o Arrelia (Waldemar Seyssel, 1905-2005). Foi ele quem tornou célebre, repetindo junto ao público, em cada espetáculo, a marchinha:– Como vai, como vai, como vai? Como vai, como vai, vai, vai? – Muito bem, muito bem, muito bem! Muito bem, bererém, bem bem!  Dizem que Waldemar chegou a confidenciar a alguns quantas vezes tinha o coração dilacerado, enquanto o Arrelia, na sua pele, fazia rir.  

A nossa vida não é tão diferente. Ela pode retratar diferentes reações, diante de uma simples pergunta, como – Como vai? E, mesmo sendo uma pergunta simples, exige discernimento para ser feita: Coisa desconcertante é chegar num hospital, para uma visita, e perguntar – Como vai?…  

Nos encontros cotidianos, uma reação não muito rara é a de quem só espera uma pergunta desse tipo, para começar a derramar suas lamúrias. Nem vale a pena perguntar. Começa, se estende, como se ninguém mais sofresse. Se fazemos menção de seguir adiante, apontando que o tempo avança, ainda diz…– Espere! Não terminei ainda… A própria vida lhes é a melhor chance de murmurar…   Há uma outra reação curiosa –  a daqueles que perguntam, mas querem mesmo é uma chance de falar de si.  Quando se lhes faz a pergunta – Como vai – seja qual for a resposta, não estão muito interessados nela, porque não são bons de ouvidos; são bons de boca. Estão interessados na primeira chance que lhes for dada para interromper e começar a falar de si. 

Há, porém, uma reação incomum. Fazemos a protocolar pergunta:
– Como vai? E a resposta pode ser, ou não, também protocolar:– Tudo bem! Ou… Tudo em paz!

Se for apenas protocolar, é porque quem responde não quer conversa. Mas, se não for (e é preciso certa astúcia investigativa para discernir), trata-se, por certo, de uma virtude altaneira, virtuosa. Diante da resposta, melhor seria acrescer – Tudo em paz, como? Se houvesse tempo para parar, e dizer como realmente vão as coisas, a pessoa que pergunta ainda diria:- E você ainda diz – tudo bem – ou – tudo em paz? 

Assim foi com a mulher sunamita, que hospedou o profeta Eliseu. A história se encontra no ‘livro’ bíblico de II Reis, capítulo 4. Ela não tinha filhos; seu esposo já não era capaz de proporcionar-lhe uma gestação. O profeta quis retribuir-lhe pela fidalguia da hospedagem; sob a condução divina, prognosticou-lhe um filho para dali um ano. Mas, nascido o menino (alegria da sua mãe e do seu pai), eis que ele um dia veio a falecer subitamente. E a mulher foi em busca do “homem de Deus”, que era o profeta Eliseu, que estava no Monte Carmelo. Aparentemente, Eliseu pressentiu que algo estava mal, mas não sabia o que era (o Senhor lho encobriu). A mando de Eliseu, seu discípulo e auxiliar Geazi foi acionado, para encontrá-la, ainda no caminho: “Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com o teu filho?  Ela respondeu: tudo bem!”  (II Reis 4. 26, ARA). Sua resposta foi equivalente a – Está tudo em paz! Muito parecida com o título do hino que lastreia a mensagem Nº 140 – “Paz?… Que Paz?”, hino de autoria de Horatius Gates Spafford (1828-1888); ver em https://www.efrata.net.br/no-140-paz-que-paz/

O filho daquela mulher de fé e piedade estava morto sobre uma cama, em casa, desde poucas horas antes, e ela dizendo: Está tudo em paz! Lá por dentro, o coração de mãe bem sabia o tamanho da dor. Pois bem! Uma coisa posso dizer: é possível que, da próxima vez que eu perguntar a alguém – Vai tudo bem? A resposta não me mostre toda a verdade. Duas até, posso dizer: Talvez seja possível penetrar um pouco mais naquele mundo fechado, se eu quiser ser verdadeiramente solidário, e não meramente protocolar. Na verdade, são três coisas que posso dizer: ainda que aquele mundo me fique oculto, tal qual o mundo fechado do protagonista que se traja de palhaço, escondido atrás de sua máscara de fazer rir, não está fechado para aquEle que sonda e conhece cada coração; aquEle, em quem podemos nos refugiar a qualquer tempo; aquEle que não se limita a tratar conosco  de modo protocolar.

Se tratarmos com Ele, igualmente de modo não protocolar, experimentaremos quão valioso é o Seu braço, a Sua força, o Seu consolo! Mesmo que a nossa face, externamente, mostre o comum do dia-a-dia, escondendo o esmorecimento de espírito, ainda assim, é Ele o único refúgio! Assim o salmista se expressou: “Ao SENHOR ergo a minha voz e clamo, com a minha voz suplico ao SENHOR. Derramo perante ele a minha queixa, à Sua presença exponho a minha tribulação. Quando dentro de mim me esmorece o espírito, conheces a minha vereda. No caminho em que ando, me ocultam armadilha. Olha à minha direita e vê, pois não há quem me reconheça, nenhum lugar de refúgio, ninguém que por mim se interesse. A Ti clamo, SENHOR, e digo: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes. Atende o meu clamor, pois me vejo muito fraco. Livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu. Tira a minha alma do cárcere, para que eu dê graças ao Teu nome; os justos me rodearão, quando me fizeres esse bem” (Salmo 142, ARA).

A propósito, um depoimento adicional: “Era 01.30h, madrugada, Setembro de 1980. Era a minha vez: Mary (minha esposa) e eu nos revezávamos para cuidar do Billy (2 anos) e do Davi (apenas um mês de vida). Levantei-me, cuidei deles, e tentei voltar a dormir, mas os problemas dos dias correntes vieram-me à mente;  fugiu-me o sono.  Abri a Bíblia e parei no Salmo 142. Que conforto! Logo, me veio uma melodia… Levantei-me, plena madrugada, fui ao piano, e comecei a escrever a partitura. Além disto, harmonizei as quatro vozes, metrifiquei as estrofes. Olhei pro relógio: 7 da manhã… Com a minha voz, clamo ao Senhor… A Deus, toda a glória! ”

Ouça, aqui, o hino, sob a interpretação do Coral Vozes do Calvário (Campinas, SP), em companhia da Orquestra Filarmônica Messiah.  

Segue a letra, para o caso de ser útil… Mais abaixo, nosso Audio  Player… 

SALMO 142
(COM A MINHA VOZ CLAMO AO SENHOR, 1980)
Verner Geier  

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Quando aqui dentro de mim esmorece o meu espírito,
Tu então conheces minha vereda
Olho à mão direita e vejo: Não há quem me conheça,
Não há ninguém onde me refugiar!…

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Ó Senhor a Ti clamei, pois Tu És o meu refúgio
E o meu tesouro entre os viventes
Vem, atende ao meu clamor, estou muito abatido
Livrar-me vem do forte tentador!…

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Tira-me desta prisão e assim louvarei Teu nome
E então os justos me cercarão
Meu Senhor, eu clamo a Ti: Oh, vem livrar minh'alma
E cantarei que me fizeste bem!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 185 : “NOVO ANO, NOVOS AUMENTOS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 de Janeiro de 2015

Já virou rotina: todo Ano Novo já vem com expectativas de aumentos… No setor trabalhista, o aumento já não é mais expectativa: sobe 8,84% o Salário Mínimo nacional; no setor energético, a expectativa é muito preocupante, principalmente devido à crise de suprimento hídrico no sudeste brasileiro: os aumentos podem estarrecer consumidores, ficando entre 20% e 30%; no entanto, a crise hídrica até ajuda a construção de argumentos pelos aumentos, pois estes aconteceriam (e assustariam) com ou sem a crise. Aliás, a crise hídrica também promete aumentos significativos no fornecimento do líquido precioso, até como forma de conter o consumo; há pais que passaram a ser mais rigorosos na fiscalização da duração do banho – “máximo de seis minutos para cada banho” – decretou um que conheço. 

Ainda falando em setor energético, combustíveis prometem aumentos de 15% nas refinarias e pelo menos 10% nas bombas. Nos transportes, os aumentos são variados: 9% aqui, 13% ali, 16,5% acolá, e assim vão indo, mesmo antes dos combustíveis subirem o que subirão. No setor de saúde, os planos diversos, que tiveram aumentos de “apenas” 9,65% em 2014, esperam, por parte do governo, uma autorização de incremento mais possante em 2015. E assim vão indo, de caso em caso, as expectativas. Dizem vários especialistas que a ocorrência de ano eleitoral amplo, em 2014, acabou por restringir diversas necessárias recomposições de preços, para não prejudicar candidatos à reeleição, ‘empurrando’ tudo para 2015. Infelizmente, as expectativas que se publicam para o novo ano não são das mais animadoras.  

Entretanto, nem todo aumento que se pode prever para 2015 é de ordem negativa. Há aumentos que, vindo a ocorrer no novo ano, podem trazer benefícios imensos.  Calma! Não se trata (ainda não) de um caso de senilidade explícita o registro que você está lendo aqui… É isto mesmo que eu disse: há aumentos que se podem prever, para 2015, que podem trazer enormes benefícios, tanto pessoais quanto coletivos. E, até sou capaz de mencionar alguns exemplos. Vamos a eles, pois…

Um primeiro exemplo de aumento benéfico, para 2015, é o do exercício das virtudes! Mas, só se for das virtudes prescritas pelo Criador. Numa época em que a carência de virtudes vai se tornando tão latente, com tantos prejuízos evidentes, um ‘aumento’ de apenas 10% do exercício da virtudes já faria uma diferença enorme; que dizer, então, se o ‘aumento’ alcançar taxas maiores? ‘Taí um caso em que, quanto maior a taxa de aumento, maior o benefício. Contrariar o histórico diagnóstico de Rui Barbosa (vero, por sinal) seria de incalculável benefício para a geração de 2015. A propósito, disse o ínclito jurista: De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Pois bem! Até a Bíblia prevê esta sina indômita – “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela" (II Timóteo 3.1-5, ARC). Logo, numa época de escasseamento das virtudes, qualquer empreendimento que promova seu aumento será altamente saudável.

Outro aumento altamente benéfico para o ano que se inicia é o de ‘autarkia’. Bem! Essa palavra não existe no nosso vocabulário; existe “autarquia”, que dela deriva, mas esta tem significado ligeiramente diverso do que quero empregar. O significado que quero empregar é o de Filipenses 4.11 : “pois tenho aprendido a ser auto-suficiente seja como for” (minha tradução livre). A palavra para “auto-suficiente” (relativo a ‘autarkia’, que algumas traduções citam como contentamento) significa isto: sinto-me satisfeito (‘auto-suficiente’) com o que tenho! Não se trata do senso arrogante de não depender de ninguém; antes, significa ser grato a Deus pelo que tenho, e sentir-me sob a condição de suficiência, sem ficar continuamente ambicionando o que Deus ainda não aprouve me acrescentar. O segredo do entendimento dessa ‘autarkia’  está logo adiante: Tudo posso naquEle que me conforta” (Fp 4.13, BCF).

Outro aumento que fará muito bem, no novo ano: fé! Jesus questionou, em tom de vaticínio: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lucas 18.8, ARA). O tipo de fé de que falava o Verbo divino era específico. Fé em Deus, traduzida em fé no Seu Unigênito Filho, com lastro na certeza redentiva, construída na Sua Palavra. Os olhares humanos estão cada vez mais materialistas, cada vez mais consumistas, cada vez mais hedonistas (a característica dos que concentram interesses nos prazeres, nos entretenimentos e nas sensações). Reportagem que vi, por estes dias, mostra o universo de estudantes da faixa teen: chega o intervalo ou o fim das aulas, e os olhares estão avidamente concentrados nas telinhas dos aparelhinhos em suas mãos, que herdaram o nome de ‘celulares’, enquanto aumenta a rejeição e a indolência pelos livros. Parece que revivemos os dias de Cícero (106 a.C.-43 a.C.) – O tempora, o mores! (exclamação constante do texto Primeira Oração Contra [Lucius Sergius] Catilina, a primeira “catilinária”; a expressão significa “que tempos, que costumes!”).

O novo ano é propício: ao contrário da ‘enxurrada’ de aumentos que apontam para um ano mais difícil, e que repugnam pela sua natureza, há certos aumentos que valem a pena! Que tal que nós os agendemos para o novo ano?

Na mensagem musical de hoje, o Grupo Prisma, cujas interpretações tantas vezes se assemelharam às do grupo Heritage Singers, interpreta canção vertida do inglês; o coração devoto do autor se revela nas linhas de sua poesia, cuja mensagem, em harmoniosa melodia, conclama para cultivo de autêntico sentido para a vida.

ONLY JESUS CAN SATISFY YOUR SOUL (1965)
SOMENTE JESUS PODE SATISFAZER SUA ALMA
Lanny Wolfe (1942 – …)
   

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Boa semana, Um Novo Ano venturoso, abençoado, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

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N° 184 : “NOVO ANO! NOVA CHANCE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 28 de Dezembro de 2014

A “arca de Noé” está na Indonésia; mais precisamente, na cidade costeira de Banda Aceh. Desde 26 de setembro de 2004, está sobre o telhado de um sobrado. Bem! Que se explique melhor esta história: Banda Aceh é uma cidade à margem do Oceano Índico na Indonésia, que foi duramente castigada pelo tsunami de 26 de setembro de 2004, o mesmo que ceifou, subitamente, quase 300 mil vidas. Dez anos atrás, no vilarejo de Lampulo, Fauziah Basyariah contou a sua história, logo após o tsunami. Seu marido havia saído de moto para compras. Ela, seus cinco filhos e seus pais sentiram o terremoto; pouco depois, ao verem as águas subindo, correram. Seus pais, idosos, não conseguiram escapar; de seu marido, nunca mais teve notícia. Ela e os filhos, porém, correram até uma casa de dois andares; mas a água subia rapidamente também. Quando estavam no limite do teto, apenas com as cabeças de fora, o filho de 14 anos abriu um buraco pelo telhado; lá estava a “arca de Noé”: um barco, atracado ao telhado, onde mais de 50 pessoas já se amontoavam. Foram segundos preciosos para Fauziah e os filhos transporem o telhado, e na “arca de Noé” subirem. A visão dali era traumática: centenas de casas ruindo com pessoas dentro, sem nada se poder fazer. Mas, as 59 pessoas dentro do barco se salvaram, incluindo aquele remanescente da família Basyariah. Por isto, a embarcação (a única, de um total de 15 em posição semelhante, até hoje preservada sobre o telhado, em Lampula) é reverenciada como a “arca de Noé”. Eis como ela fala do acontecimento: “Estávamos confusos; nunca tínhamos visto algo parecido… Pensei que havia chegado o Dia do Juízo Final… Quando chegamos ao barco, só fazia orar e orar, agradecendo a Deus pelo barco que nos salvou..”. Somente em Aceh, foram 167 mil, da multidão de  vítimas do tsunami. 

História não menos emocionante é a da australiana Jillian Searle. Ela, o marido Brad e os dois filhos – Lachie, de 5, e Blake, de 2 – estavam num resort, na ilha tailandesa de Phuket. Num momento em que Brad subiu ao hotel, veio o tsunami, e Jillian lutava para tentar segurar os dois filhos à tona. O ímpeto da corrente de refluxo desprendeu-lhe os filhos, um para cada lado, e ela teve que escolher a qual socorrer; o instinto materno fez-lhe escolher o mais vulnerável, o mais novo, enquanto o marido a tudo assistia, aterrorizado, da sacada de seu andar. Baixadas as águas, Blake estava com ela e Brad; mas, Lachie certamente não teria sobrevivido. Duas horas depois, a guarda costeira o encontrou flutuando no oceano, agarrado a uma porta de madeira, apenas com a cabeça fora d’água, trazendo-o para reunir-se à família.

E assim, quantas são as histórias de um evento mundialmente marcante; umas, mais ou menos traumáticas que outras. Terceira e última história que vou contar: Naquele dia, ouviu-se um estrondo no céu, muito mais potente que o do terremoto asiático de 2004, embora se assemelhasse a muitos terremotos, nos cinco continentes e nos cinco mares, ao mesmo tempo… A impressão era de que não havia um único vulcão no planeta, ativo ou extinto, que não estivesse a vomitar… Ao contrário do que pensou a Fauziah Basyariah, julgando que as águas daquele tsunami fossem o “Dia do Juízo Final”, o fenômeno era um tanto diferente – o agente predominante era fogo. O universo atingido não correspondeu a apenas parte da população do planeta; correspondeu ao planeta inteiro. E, de lá de cima, um ser com aparência celestial, acompanhado por hostes angelicais inumeráveis, viu-se descendo ao mundo, para chamá-lo à presença de seu tribunal. Esse sim, o Dia do Juízo Final. Embora os verbos, aqui, estejam conjugados no passado, trata-se de figura retórica: o evento é [brevemente] futuro. Em todo o 2014, não poucas mensagens desta série apontaram para o evento vindouro; mas, por certo muitos não lhe dão, ainda, a devida importância. Próximo de findar-se o ano, parece iminente a conveniência de repetir o aviso em 2015. Isto, porque a vizinhança do novo ano evidencia que o evento global já profetizado parece fadado a não se cumprir no ano que finda (sei lá!)…

Uma coisa é certa: se, com todos os avisos até aqui, cá pelo Ocidente haja quem ainda não se conscientizou da dimensão, da natureza, da ocasião e do propósito do evento (não poucos), lá pelo Oriente já existe lembrança testemunhal suficiente para advertir e ilustrar. “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.   E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus. Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.” (Mateus 24. 27-30, 36-39, ARA).

Novo ano! Nova chance!

Falando em linguagem poética que se mistura com profética, termino com uma poesia que usa o recurso. Trata-se de tentativa do compositor, a seu modo, de retratar, musicalmente, o auspicioso evento que em breve se descortinará…  Para um descortinamento mais preciso, completo e seguro, recorra à sua Bíblia! A interpretação é dos Heritage Singers… Segue, abaixo, a letra, com tradução, além do nosso Audio Player online.  

THE KING IS COMING (1970)
O Rei Está Para Chegar
William James Gaither (1936-…) 

All the marketplace is empty
O mercado inteiro está vazio
No more traffic in the streets
Não há mais tráfego nas ruas
All the builder's tools are silent

Todas as ferramentas dos construtores silenciaram
No more time to harvest wheat
Não há mais tempo para colher trigo 
Busy housewives cease their labors

Donas-de-casa ocupadas cessaram seus labores
In the courtroom no debate
No tribunal não há mais debate
Work on earth is all suspended

Na terra, todo trabalho está suspenso
As the King comes through the gate!
Pois o Rei está para chegar no portal! 

Coro:
The King is coming, the King is coming
O Rei está para chegar, o Rei está para chegar
I just heard the trumpet sounding

Acabo de ouvir a trombeta soando
And now His face I see
E agora, vejo Sua face 
Oh! The King is coming, the King is coming

Oh! O Rei está para chegar, o Rei está para chegar
Praise God, He's coming for me!

Glória a Deus, Ele está para chegar para mim!
Happy faces line hallways
Rostos alegres se alinham no saguão
Those whose lives have been redeemed
Aqueles cujas vidas foram redimidas
Broken homes that He has mended

Cujas lares Ele remendou
Those from prison He has freed
Aqueles que ele libertou da prisão
Little children and the aged

Criancinhas e idosos 
Hand in hand stand all a-glow
Mãos dadas, postam-se resplandecentes
Who were crippled, broken, ruined

Os quais eram desprovidos, humilhados, arruinados
Now they’re clad in garments white as snow
Agora trajados em vestiduras brancas como neve 

I can hear the chariot's rumble
Posso ouvir o estrondo da carruagem
I can see the marching throng
Posso a ver a multidão a marchar
The fury of God's trumpets

A fúria das trombetas divinas
Spells the end of sin and wrong
Proclamam o fim do pecado e do erro 
Regal rolls are now unfolding

Rolos régios agora se abrem
Heaven's grandstands all in place
Arquibancadas celestais, cada qual no seu lugar 
Heaven's choir is now assembled

Eis que se ajunta o coral celeste
Start to sing 'Amazing Grace'!…
Começando a cantar ‘Preciosa Graça’!… 

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Boa semana, Um Novo Ano venturoso, abençoado, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

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N° 183 : “MILIONÁRIO SECRETO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 21 de Dezembro de 2014

Enquanto no Brasil os programas do tipo reality show nada mais têm a explorar do que o sensualismo explícito das relações dos participantes, no Reino Unido fez grande sucesso um outro tipo de reality show : chama-se The Secret Millionaire (O Milionário Secreto). O primeiro episódio foi ao ar oito anos atrás, numa rede pública de televisão; hoje, o modelo foi ‘copiado’ em outros países de fala inglesa. De que consiste? A produção do seriado seleciona um dos milionários do país para participar de um episódio de vida real; ele (ou ela) deixa sua mansão, sua vida regalada, se infiltra de modo incógnito no meio de um segmento pobre da comunidade, ou de uma entidade, vivendo a vida dela. Ao final de uma semana (ou mais) revela-se, doando uma significante quantia de sua fortuna para beneficiar aquela comunidade ou entidade.

Desse modo, cerca de 70 milionários britânicos já se infiltraram em instituições de idosos, em sociedade de recuperação de químico-dependentes, em grupos de voluntários para assistência comunitária, em clínicas de enfermos desenganados ou terminais, em agências de recolocação em trabalho, e assim por diante. Com isto, certa mãe de uma filha acidentada e paraplégica recebeu ajuda financeira para assistência à filha; um casal em que a esposa é cancerosa, recebeu ajuda para uma sobrevivência mais digna; uma turma de adolescentes, que se reunia algumas noites por semana para evitar as ruas, sob a condução de voluntários da sociedade, recebeu recurso para investir em suas atividades de inserção social; uma entidade de acolhimento de crianças sem pais, privada de recursos governamentais, recebeu recursos para estender sua sobrevivência; e muitos outros casos foram se sucedendo.

Só mesmo vendo a reação das pessoas, com sua incredulidade e surpresa, ao receberem cheques gordos, de milhares de Libras Esterlinas, de uma pessoa que, por sete a quatorze dias antes se passava como mero voluntário comum no seu meio, um colega de serviço voluntário… Um desses milionários não escondeu a dificuldade que teve em enfrentar o cuidado com idosos, com suas necessidades peculiares (inclusive fisiológicas, descontroladas); por exemplo, limpeza de banheiro, ou mesmo limpeza corporal de uma quantidade de idosos que nem mais consegue chegar ao banheiro. Em vários casos, protagonistas acabaram testemunhando a descoberta de um horizonte da existência que, no recôndito de seus gabinetes e mansões, nem tomava parte em suas cogitações; mas, uma ou duas semanas imergindo em um mundo diferente e carente, vivendo como um dos participantes ou assistentes, mudou suas vidas para sempre. Vários deles retornaram àquelas cidades pobres, às instituições carentes, porque suas almas ficaram para sempre ligadas com vidas dependentes, agora familiares.

São episódios muito curiosos. E eu tenho um episódio histórico, factual, ainda muito mais curioso e atraente para retratar. Muito provavelmente não conseguirei atrair uma agência de promoções e eventos, ou uma rede internacional de TV, para retratar a história. Trata-se de um voluntário, “milionário” em certo sentido da palavra (toda a prata e todo o ouro do universo lhe pertencem), que também deixou um palácio (o palácio celestial) para ‘infiltrar-se’ no meio dessa raça degenerada e miserável (a raça humana, caída, pecadora), tornando-se como um de nós; ao final de sua jornada ‘fora de casa’, acabou por deixar muito mais que um cheque gordo aos miseráveis no meio dos quais veio temporariamente viver. Ele simplesmente renunciou ao esplendor de sua glória, para assumir lugar entre nós, natureza tal como a nossa (exceto quanto ao pecado), e propiciar uma conexão definitiva de sua alma com a nossa.  E deixou um prêmio de herança, que vale uma mansão celestial, onde ninguém vai pagar aluguel, e de onde ninguém jamais vai desejar sair. E ele mesmo garante o resgate desse prêmio, ofertado por meio de sua própria vida, quando de sua estada entre nós (foi bem mais que uma semana). Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2.5-11, ARA).

Neste próximo Natal, daqui alguns dias, te encorajo a pensar nisto: Jesus Cristo, o dono de todas as riquezas eternas da divindade, deixou o lugar celestial de glória, e se ‘infiltrou’ entre nós, como um de nós, para proporcionar um bilhete de passagem para a eternidade paradisíaca do céu – o Seu presente de Natal! Enquanto muitos pensarão em presentes, “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”, pense nisto: há uma única possibilidade de tirar proveito da passagem transitória daquele “milionário secreto” singular (nem tão secreto assim, mas de procedência celestial, divina) neste mundo. E essa oportunidade só é disponível enquanto aqui estamos. Sabe de uma coisa? Sabe qual o verdadeiro significado do Natal? Pensar nos episódios dos “milionários secretos” da tevê inglesa, já trará uma interessante analogia; conhecer a verdadeira história, contada no Livro de Deus, será muito melhor; fazer da vida pessoal o lugar de sua hospedagem e moradia permanente, à semelhança das instituições que receberam o milionário voluntário, será o melhor presente de Natal!   

Majesty, 1980
Jack Williams Hayford (1934-…)

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Boa semana, Feliz Natal, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

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N° 182 : “CELEBRANDO A DOR”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Dezembro de 2014

“A dor ganhou outro significado para mim; agora, ela é celebrada”.  Foi assim que a ginasta Laís Souza se referiu, em Abril deste ano, quando teve alguns sinais deste tipo de sensibilidade. Ela se acidentou na neve, esquiando, quando se preparava para as Olimpíadas de Inverno de 2014. Como resultado, ficou tetraplégica, mesmo depois de avançados tratamentos nos Estados Unidos. Neste final de semana, porém, passou por constrangimento público; e foi em pleno dia de seu aniversário de 26 anos. Depois de, pela primeira vez, chegar ao Brasil após o acidente, compareceu ao programa de televisão de afamado apresentador. Ao falar de uma tatuagem que fez na perna, o apresentador lhe teria perguntado se doeu. “Não dói mais”, foi a sua resposta. Ainda assim, diz-se que o tratamento com células-tronco lhe tem proporcionado algum avanço, ainda que tímido. Então, de acordo com o que antes disse, sentir dor seria algo celebrado, e não deplorado.

Faz sentido! Afinal, somos criaturas com o típico senso de valorização do que perdemos, acima do que temos. Conheço gente que, depois de passar anos na vida tendo muitos recursos financeiros, além de bens, e vindo a perde-los, passou a ter um senso muito mais aguçado do valor de tudo que veio a ser perdido. É assim com a liberdade: se, em nosso país, a liberdade viesse a ser restringida, seria muito mais valorizada. É assim com um recurso natural, como a água: neste momento em quem escrevo, estou na maior capital do país; vários prédios públicos e condomínios particulares ostentam um cartaz, pedindo evitar-se o desperdício do precioso líquido, porque está em falta. Celebrar a dor, para a Laís, é reação festiva ao sinal tênue de retomada de algo muito precioso que perdeu – movimento! De fato, mesmo sem proximidade pessoal, nos alegraria vê-la celebrando também uma surpreendente recuperação de movimentos.

Há um outro plano em que esta verdade tem significado ainda mais alto (embora frequentemente menos percebido). Assim, direi: é assim também com a vida: só pode ser devidamente valorizada quando se perde. Epa! Que história é essa? Depois do meu último suspiro, acabou… Não sentirei ganho nem perda… Já era!  É assim que alguns pensam.  Mas, não é esta a verdade. A verdade é diferente.  O doador da vida, que é também o único resgatador dela, disse certa vez: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou destruir a si mesmo? Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier em Sua glória e na glória do Pai e dos santos anjos (Lucas 9:23-26, NVI).   

Qual o significado destas palavras? Poderia suscitar algumas explicações pertinentes; entretanto, vou sintetizar numa simples: No dia do acerto de contas, quando todos comparecermos perante Ele, quando a vida do além suplantar a vida do aquém, aí, sim, todos vão perceber claramente o valor da vida eterna que o “Filho do homem” (que é o Filho de Deus) pode proporcionar. Viver a vida de aqui desprezando (ou menosprezando) a eternidade é risco semelhante ao daquele que usufrui dotes, propriedades ou benefícios muito precisos, que está prestes a perder. E só depois da perda saberá quanto perdeu. Despreza-a quem, vendo diante de si a oportunidade de agarrá-la, deixa-a passar… Menospreza-a quem, já conhecendo os valores sublimes da vida porvir, vive o presente como se só o presente importasse. Nas palavras de Jesus, é de suma importância reconhecer o valor da vida, da única que vale a pena (com Ele, na eternidade) enquanto não é perdida essa chance, aqui.

A propósito: você que me lê aí, e está ‘vivinho da silva’, talvez saudável, não passa por privações ou padecimentos, já tem pensado mais e melhor na outra vida? Ou você é daqueles que, só depois de perder a vida presente perceberá quanto mais poderia ter valorizado.  

A propósito, vale a pena ouvir sob reflexão o belo hino, cantado pelo Quarteto Templo…

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N° 181 : “CADA DIA COMO SE FOSSE O ÚLTIMO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Dezembro de 2014

A ‘fibrose cística’ é uma doença tida como genética. Ataca órgãos do aparelho digestivo (especialmente pâncreas), assim como do aparelho respiratório (especialmente pulmões), além das glândulas sudoríparas. Provoca efeitos que costumam, com pouco tempo, bloquear funções vitais, levando à morte. É considerada tipicamente uma doença de fundo genético; no entanto, as variações entre exemplares humanos sugerem que surgem por mutações circunstanciais, e não por mera estatística aleatória. Por exemplo, as ocorrências em brancos são assustadoramente maiores que nos demais; em determinados países, muito mais que outros; em determinados estados de um país, mais que em outros. Em média, atinge um a cada três mil (em regiões de maior densidade) ou a cada dez mil (ou acima disto, em regiões de menor densidade).

Seu diagnóstico costuma aterrorizar: em geral, aponta encurtamento drástico da expectativa de vida. Foi o que se deu com o britânico Tim Wotton, conforme noticiaram os periódicos The Guardian e BBC. Ainda novo, o diagnóstico médico para Wotton foi de que sua vida se limitaria a 17 anos de idade. No entanto, com os tratamentos recebidos, e com a surpreendente reação do seu organismo, Tim se encontra hoje com 43 anos de idade, casado, e pai de um menino de sete. “De fato, eu vivo cada dia de vida como se fosse meu último dia na terra”, disse Tim Wotton, quando estava para completar 40. Não obstante, a expectativa de 17 anos já dobrou, e caminha para triplicar…

Escute aqui (figuradamente falando, já que ninguém aqui está escutando – apenas lendo): e se, por alguma outra razão (ou mesmo por razão idêntica), fossem os seus ouvidos a ouvir o diagnóstico, apontando que sua expectativa de vida não é para juntar-se ao time no qual jogou Oscar Niemeyer? O famoso arquiteto brasileiro só não emplacou 105 anos de idade por ‘erro de cálculo’ correspondente a 10 dias… Sim, diga-me imaginariamente: e se fosse com você o diagnóstico – você tem “x” dias para viver… Será que também viveria tais dias como se fossem os últimos? Digamos, por exemplo, que não fosse um médico, ou uma junta médica a trazer tal veredicto. Sim, porque mesmo uma junta médica pode errar em seus prognósticos. Ao Tim deram vida apenas até 17, e ele está, hoje, com 43, trabalhando, criando o filho, praticando esporte, etc… Digamos que o diagnóstico viesse daquEle cuja boca nunca falha: Deus mesmo! Houve um rei em Israel que passou por isto; seu nome era Ezequias, e você pode conhecer sua história na Bíblia, no segundo livro de Reis, capítulo vinte. Sumariamente: Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amós, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás. (II Rs 20.1, ARA) E Deus lhe dizendo algo parecido: Então: você estaria também disposto a viver cada novo dia como se fosse o último na terra?

Eu reconheço que a pergunta incomoda, e é nada simpática (nadinha, mesmo). Ela apenas põe a pensar: se a prática divina fosse assim, de avisar a cada um de nós, como fez com Ezequias, ou como os médicos britânicos fizeram com o Tim Wotton, talvez muita coisa fosse diferente. Talvez não tivéssemos “petrolão”, nem a sua CPMI; talvez não tivéssemos “estado islâmico”, nem guerras inter-raciais; talvez não tivéssemos tanta mentira, tanta hipocrisia, tanta desavença, tanta corrupção, tanta discórdia familiar, e discórdia até entre irmãos.

Mas não! Deus não está aí, a cada dia mandando um profeta, ou um email (com certificação digital celeste), ou um bilhetinho (em pergaminho recondicionado), para cada ser humano, revelando: Sabe qual a sua conta? Mais 80 anos… A outro – Sabe a sua? Mais 8 anos… A mais outro: E a sua conta, já sabe? Mais 8 dias (ou mais 8 horas…). Assim sendo, ele vai tolerando, por enquanto, a corrupção humana, a mentira, a trapaça, a sordidez, a hipocrisia, a falta de sinceridade, a discórdia, o homicídio, a difamação, e assim por diante. “Por enquanto”, disse eu. E a humanidade vai seguindo, como se a vida lhe fosse quase eterna. Sim, porque, se tivéssemos um aviso celeste, daquele tipo do Tim Wotton, certamente pensaríamos mais que duas vezes, antes de desprezar a chance de “viver a cada novo dia como se fosse o último na terra”.  

No entanto, sem a mesma precisão, Deus já tem mandado recado parecido, que vale para cada um. A vida aqui é passageira; a vida porvir é eterna. Preste atenção: Então lhes contou esta parábola: ‘A terra de certo homem rico produziu muito bem. Ele pensou consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde armazenar minha colheita’. Então disse: ‘Já sei o que vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens. E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se’. Contudo, Deus lhe disse: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou? (Lucas 12:16-20, NVI).

Perceba, por favor: à luz do que ensinou Jesus Cristo, quanto a esse homem hipotético da parábola, a qualquer um pode suceder isto, na primeira noite que lhe vier à frente. Se ocorrer a nós o que ocorreu ao Tim Wotton, teremos, talvez, duas escolhas para viver cada dia como se fosse o último: aproveitar tudo que for possível da vida, já que vai acabar; ou, assumir o preparo pessoal para o encontro individual com Deus. Eu te sugiro: se você puder ir em busca de uma Bíblia, qualquer que seja, leia o capítulo 4 do profeta Amós, e use-o como uma instrutiva analogia. Note o tom insistente, reincidente: "Contudo, não vos convertestes a mim"A certa altura, assim declara o Altíssimo: "Por isso, ainda os castigarei, ó Israel, e, porque eu farei isto com você, prepare-se para encontrar-se com o seu Deus, ó Israel." (Amós 4:12, BCF).

Viver, cada dia, como se fosse o último, sob a certeira e inolvidável expectativa de que, o momento seguinte ao último dia é o do encontro diante de Deus, é um imperativo extremamente pertinente. Desprezá-lo é pura falta de juízo e bom-senso!

Prá encerrar, lembrança: Céu, Lindo Céu, de Dick Torranz, líder do Grupo Elo na década de Setenta. 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 180 : “NINGUÉM TEM PACIÊNCIA COMIGO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 30 de Novembro de 2014

Acho que não há uma criança neste país, na faixa etária que vai dos 3 anos até 83, que tenha se incomodado de assistir na TV episódios repetidos do Chaves. Chaves é o personagem criado pelo artista mexicano Roberto Gómez Bolaños (1929-2014). Suas frases de efeito se transformaram em bordões para várias utilidades: para uma conversa descontraída, ou mesmo para recursos de uma aula. Nesta semana, Bolaños deu o último suspiro na terra. Publicaram-se diversos depoimentos de personalidades, como, por exemplo: “O Chaves foi para o céu… Bolaños, vai com Deus!”; “Garanto que Deus vai se divertir muito! Descanse em paz…”; “Que os céus te recebam com a mesma alegria que sempre nos deste (sic)”; “Uma pena que a morte não é como uma viagem para Acapulco, com passagem de ida e volta…”.

Dentre as frases de efeito de seus personagens, várias muitos sabem de cor: “Isso, isso, isso” (de que faz parte a mímica com os dedos da mão); “Não contavam com minha astúcia”; “Se aproveitam de minha nobreza”; “Que burrico; dá zero prá ele!”; “Todos os meus movimentos são friamente calculados!”… E, mais uma: “Ninguém tem paciência comigo!”. Pelo que parece, é a típica frase do personagem que, usualmente, faz coisas que não devia ter feito e é repreendido; ou, que provoca alguns desastres pitorescos.

Há pouca dúvida de que certos bordões do mundo artístico são reflexos do mundo real. Quem nunca se sentiu incompreendido? Quem nunca se sentiu valorizado bem abaixo do que esperava? Quem nunca se sentiu pouco popular, ou pouco apreciado, ou pouco aceito? Quem jamais se sentiu ressentido com pais, com familiares, com pessoas chegadas, pronto para dizer o mesmo que o personagem – ninguém tem paciência comigo…? A convivência sujeita a tal possibilidade. E há diferentes reações possíveis: uns superam mais facilmente reagindo… Outros superam de forma bem mais difícil, retraindo-se… E há, ainda, os que não superam… Isto é peculiar ao ser humano. Faz parte do que é natural no plano horizontal.

Só existe um ser que tem, em si mesmo, quantidade inesgotável de paciência com plena potencialidade de manifestar. Se existir alguma verdade no desabafo – “Ninguém tem paciência comigo!”, esta verdade tem a obrigação de deixar de fora da queixa somente um ser. Sim, somente um ser, e não é criatura – é Criador! É Deus mesmo! Dele, Ele próprio afirma: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” (II Pedro 3:9, NVI). É bem verdade que o fato de a paciência de Deus, isto é, a Sua longanimidade, estar sendo manifesta a todos, universalmente (quero dizer, a mim, a qualquer um que aqui lê, e também a qualquer outro que aqui não lê), não significa que todos serão por Ele perdoados. Para perdão, é preciso algo mais que depende também de nós.

Não obstante, para ser justo, justo de fato, com esse tipo de afirmação que se tornou bordão artístico do personagem Chaves, trazendo para a realidade, melhor seria dizer: “Ninguém tem paciência comigo, exceto Deus!”. Veja só que afirmação incontestável: “Não precisa olhar duas vezes para um homem para citá-lo em justiça consigo.” (Jó 34:23, BCF). Quem afirmou isso, como na Bíblia se encontra, o fez plenamente amparado pela autoridade divina. Por que Deus não nos lança, a todos, sob o fogo devorador de sua ira e justiça? Exatamente porque Ele é rico em paciência longânima. Afinal, a declaração adveio precisamente por conta do diagnóstico inquebrável: Não há trevas nem sombra assaz profunda, onde se escondam os que praticam a iniqüidade.” (Jó 34.22, ARA).

O fato é que Deus, sim, é paciente (e é capaz de ter paciência infinita, se a Sua justiça própria o permitisse); é longânimo (e o poderia ser indefinidamente, com condescendência interminável, se a Sua retidão e Sua santidade próprias permitissem). Sem embargo, Ele é paciente muito mais do que, dizendo a grosso modo, deveria ser; muito mais do que poderíamos jamais merecer. Deus é paciente, é benigno, é misericordioso, é longânimo – muito mais do que qualquer um poderia esperar. Mas, não é bom contar com isso para sempre, porque basta-lhe um único olhar sobre nós, e já poderíamos ser levados à presença do Seu tribunal. Se ainda não o fomos, é por causa da Sua longanimidade, da Sua paciência. Quando formos, a continuidade eterna de Sua bondade sobre nós dependerá apenas de estar Cristo Jesus, o Seu Filho, ao nosso lado. Se estiver Ele do outro lado, significará que estaremos nós do lado errado. Então, como dizia minha mãe quando eu era pequeno: “Adeus, viola!”. Porque Deus é paciente e longânimo hoje, no tempo em que Ele mesmo considera tempo de longanimidade. Portanto, ainda que pudéssemos dizer, com toda verdade – “Ninguém tem paciência comigo!”, lembre-se de Deus. Porque Ele tem tido. Mais do que poderíamos almejar… Muito, muito mais do que poderíamos pensar em merecer.

O autor do hino que hoje encerra nossa reflexão o compôs numa fase difícil. Passava ele por dupla provação. A dupla provação atingiu, a um só tempo, sua saúde e seu trabalho, o ministério. As tentações que vieram junto com as provações (sempre é assim) lhe atingiram em cheio a alma, com profundos questionamentos. Podemos quase adivinhar que tipos de questionamentos – normalmente os "por que's" interrogativos, reflexivos… Seu conforto e seu escape veio com o bálsamo oferecido pela Palavra de Deus, precisamente na epístola de Pedro. Quem canta em solo é Doug Oldham (tio de Joni Eareckson Tada), com companhia de Ben Speer e coro de Gaither Homecoming.Depois da transcrição da letra, o nosso AudioPlayer Online… 

DOES JESUS CARE? (1900)
JESUS SE IMPORTA?
Frank E. Graeff (1860-1919) & Joseph Lincoln Hall (1866-1930)

(Doug Oldham) Does, does he [Jesus] care when my heart is pained
Será que Jesus se importa, quando meu coração está dolorido
Too deeply for mirth or even a song? …
Profundamente sequioso por um pouco de alegria, ou mesmo uma canção
When the burdens press, when the cares press down and distress,
[Se importa ele] Quando as aflições oprimem, e as preocupações sobrecarregam e atormentam 
And my way grows weary and long?
Quando o caminho se torna enfadonho e longo? 

CORO (RESPOSTA PARA TODAS AS PERGUNTAS)
Oh yes, He cares, I know He cares,
Oh, sim, Ele se importa, eu sei que ele se importa
His heart is touched with my grief;
Seu coração é tangido por meus pesares
When the days are weary, the long night's dreary,
Quando os dias são fatigantes e a longa noite é sombria
I know my Savior cares.
Eu sei que o meu Salvador se importa! 

(Ben Speer) Does Jesus care when my way is dark
Será que Jesus se importa, quando meu caminho se escurece, 
With a nameless dread and fear?
Com um inominável temor e tremor?
As the daylight fades into deep night shades,
Quando a luz do dia se tolda, adentrando as negras sombras noturnas
Does He care enough to be near? 
Será que se importa o bastante para estar por perto? 

CORO
(Doug Oldham) Well, about it: Does he care when I've tried and I failed
Bem, [ainda] sobre isto: Importa-se ele quando eu sou tentado, e falho
To resist some temptations so strong?
Em resistir a algumas tentações que são tão potentes?
And when, for my deep grief, I find no relief,
E, quando, para minha profunda tristeza, parece não haver alento, 
Though my tears flow all the night long?
Ainda que minhas lágrimas fluam noite a dentro?
Here’s the good news:…
Eis a melhor notícia:… 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional