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N° 357 : “EM TEMPOS DE ELEIÇÃO, DOIS BRASIS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 16 de Setembro de 2018

Em 1956, um estudioso francês do Direito e das Ciências Sociais, chamado Jacques Lambert (1901-1991), publicou um artigo que, em 1957 se transformou em livro, publicado em seu país: “Os Dois Brasis”. Seu livro foi fruto de uma apurada pesquisa sobre o nosso país, e é situado no contexto da transição do governo Vargas para o governo JK.

Nesse livro, o autor retrata os contrastes que seu título sugere: um país de proporções continentais, em que uma minoria aristocrata difere de uma maioria plebéia; uma minoria que detém grandes riquezas, em face de uma maioria entre a pobreza e a sobrevivência mediana; uma minoria amplamente escolarizada, ante uma maioria semi-escolarizada; uma minoria possuidora de grandes extensões de propriedades, face uma maioria que mal conseguia possuir a própria moradia; uma minoria relativamente esclarecida quanto aos rumos da nação, contrastada com uma maioria que lhe ignora os veios e as tendências, tanto na superfície quanto no submundo.

Essa minoria, altamente corrupta e egoísta, conseguia dominar a maioria, e torna-la sua massa de manobra. Portanto, “dois brasis”: um Brasil promissor e um Brasil atrasado. Politicamente, uma maioria sempre descontente e dependente de benesses que poderiam ser traduzidos em votos, para preservar a opulência da minoria.

Nos tempos recentes, provavelmente sem qualquer inspiração em Lambert, há quem brinque ou ironize com a hipótese de que se divida o país, para satisfazer os cidadãos dos “dois brasis”: um “brasil” abrigaria os que teimam em gostar dos ídolos populistas, marxistas, bolivarianos, apoiadores de causas nefastas como a ideologia de gênero, o socialismo, o estatismo, o liberalismo ético, o espírito anti-cristão, etc… Outro “brasil” abrigaria a população que aprecia os valores opostos.

Dando corda à utópica ideia, digo que seria difícil, por exemplo, dividir como “Brasil do Sul” e “Brasil do Norte” (como ocorreu em outros países que se dividiram entre norte e sul): seria necessário deslocar grandes massas de gente, tanto para o sul quanto para o norte; a mesma coisa ocorreria se fosse “Brasil Oriental” e “Brasil Ocidental”… Em países onde isso aconteceu, até já se reuniram…

Quer saber? Constato que é melhor (e inevitável) deixar como está. Brasileiros cristãos, conservadores, que prezam por bons valores de família e de tradições morais, não marxistas, não socialistas, têm que conviver com brasileiros de posições diferentes e opostas.

Aproveito para dizer que é assim mesmo que Jesus previu quanto à convivência de cidadãos do reino dos céus e militantes do império das trevas, no mundo. A Bíblia diz: “Ele nos libertou do império das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor, no qual temos a redenção…” (Colossenses 1.13,14ª).  

E, depois disto, o que fez com cada um? Encaminhou os cidadãos do reino do Filho do Seu amor para algum lugar específico e particular do planeta? Não! Deixou-os no mesmo continente, no mesmo país, na mesma cidade (exceto quando Ele chama alguns deles para uma missão, noutro lugar).

Continuamos no mundo, vivendo no mundo, sofrendo o mundo, enfrentando o mundo – por enquanto – para vencer o mundo. “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (I João 5.4,5, ARC). E, quando tudo findar, essa vitória chegará ao seu auge.

Por esta razão, Jesus orou pelos seus redimidos, mas, na sua oração, não pediu um lugar especial e separado para eles, enquanto estando no mundo: “Eu não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal” (João 17.15, BCF).

É certo que Jesus disse, com referência aos seus: “Eles não são do mundo, assim como eu do mundo não sou” (João 17.16, ARC). Cidadãos do reino de Jesus Cristo, que é o Filho do amor de Deus, não são privilegiados com um lugar separado no planeta, enquanto no mundo. Um dia, serão privilegiados com um lugar separado e eterno, no céu. Mas, enquanto no mundo, não são e nem podem ser separados.

Se forem separados, como serão sal e luz do mundo (Mateus 5.13-16)? Como poderão produzir muito fruto, como seu Senhor espera (João 15.16)? Então, podemos aguardar aquele dia glorioso, em que seremos separados e transportados para um lugar onde há somente gozo, paz e alegria, por toda a eternidade. Enquanto esse dia não chega, estamos no mundo, convivemos com o mundo, enfrentamos o mundo, até sofremos o mundo… Vençamos o mundo!… Com a nossa fé!!!…

Finalizo com a mensagem cantada do Logos…

O FIM DA ESPERA (1984)
Paulo Cézar Gonçalves (1950-…)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

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