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O Bem e o mal a cada dia

N° 209 : “BASTA!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 28 de Junho de 2015

Segundo publicações da mídia, 2015 é o segundo ano consecutivo em que a cidade de São Paulo apresenta a maior parada LGBT do mundo, superando mega-eventos, como em São Francisco (EUA), Toronto (Canadá) e Amsterdam (Holanda). A décima nona parada anual paulista, que ocorreu no primeiro Domingo deste mês de Junho, ficou marcado por um acontecimento ímpar: a transexual “Viviany Beleboni”,  26 anos, trafegou na avenida Paulista sobre um veículo praticamente desnuda e ‘crucificada’, encenando a paixão de Cristo. Mostrando-se toda ensangüentada, sua cruz ostentava uma tabuleta onde se lia: “Basta de homofobia”.

A imagem chocou não só no Brasil, mas repercutiu também em todo o mundo. Protestos de toda a parte ocorreram, incluindo personagens de diversos matizes do cristianismo. De acordo com “Viviany”, não houve a intenção de afrontar ou de debochar da religião, ou de Cristo, como muitos acusaram; apenas “usei as marcas do Jesus humilhado, agredido, morto; justamente o que tem acontecido com muita gente no meio GLS. Representei a dor que sentimos”. É até possível admitir que não tenha havido intenção prévia de afrontar ou de debochar da religião, ou de Cristo. É até possível admitir que a “Viviany” (ou quem lhe supriu com a idéia) tencionasse basicamente uma analogia, uma metáfora dramatizada. No entanto, foi extremamente infeliz e inoportuna a sua forma de tentar. E, mesmo não querendo, afrontou, sim, a Deus, e ao Seu Filho Amado. Vamos a algumas comparações pertinentes…

Em primeiro lugar, Jesus foi levado à cruz por uma causa determinada, ensejada e requerida por Deus – pagar, com o preço de sua morte, os vis pecados de todos os homens, de todos os tempos, aos quais tivesse Deus deliberado destinar o favor de Sua graça salvadora… Mas, em lugar algum da Palavra de Deus há de se encontrar respaldo divino à conduta homossexual; não há amparo, na conhecida vontade de Deus, para tal tipo de conduta. Aliás, muito pelo contrário, a Palavra de Deus a condena contundentemente. Não estamos falando de repúdio às pessoas, o que se tem denominado de homofobia; estamos falando da conduta. A genuína fé cristã aprende, de Seu Mestre, discernir entre a condenável conduta e a pessoa: não se deve praticar a discriminação irresponsável, mas tampouco se acolhe a conduta homossexual como se fosse aceitável a Deus. Os pecados pelos quais Jesus morreu incluem tanto os meus (que escrevo), quanto os dos atores do cenário LGBT. Entretanto, não é automática a aplicação do benefício de sua morte remidora e substitutiva: é imprescindível reconhecimento de pecado, recorrendo-se a Deus por meio de Jesus, para busca da graça reparadora e da reconciliação com o Todo-Poderoso.

Em segundo lugar, quando Jesus foi à sua cruz, não foi fazer reivindicações, ainda que tivesse a causa jurídica mais justa do mundo. Ao contrário, foi ele cumprir uma sentença de morte que, em verdade, deveria ser cumprida por cada um de nós, humanos. De sua boca não se ouviu um só discurso ou auto-defesa: Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador; Ele não abriu a boca"(Isaías 53:7, BCF). O que foi pregado no alto de sua cruz o foi pelos romanos, que o crucificaram.

Em terceiro lugar, pensar que Jesus sofreu e foi humilhado por mera imposição judaica ou romana (“da sociedade”, trocando as palavras) é evidente desconhecimento da verdade: ELE SE DEU… Ninguém lhe impôs nada! Jesus se deu, espontaneamente, para resgate de pecadores – praticantes, ou não, da homossexualidade: “Ninguém a tira [a minha vida] de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (João 10.18, ARA). Pense nisto: Jesus deliberou, por si mesmo, em comum acordo com o Pai, ser crucificado, para cumprir o propósito da salvação dos perdidos.

Há outros contrastes possíveis entre a encenação da “Viviany” e a realidade cruel da morte de Cristo na cruz do Gólgota. A amostra acima já é suficiente para mostrar a impertinência da tentativa de mostrar semelhanças. Ninguém há que, entendendo corretamente, minimamente, a paixão de Cristo, consiga admitir alguma pertinência na apropriação indébita. É fato que qualquer forma desumana e ilegal de discriminação – seja contra o gay, seja contra o homem de cor, seja contra o pobre ou contra o mendigo, seja contra o cidadão de outra nacionalidade, seja contra a mulher, seja contra a criança, seja contra o idoso, seja contra o praticante desta ou daquela fé (inclusive a cristã) é deplorável. No entanto, não há o que se compare nas discriminações sofridas por estes exemplares da humanidade, e o que sofreu Jesus: “…sendo [Jesus] em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz (Filipenses 2.6-8, ACF).

Tomando emprestado o slogan da “Viviany”, também direi “BASTA”! Basta de ignorância quanto ao verdadeiro propósito da vinda do Filho de Deus ao mundo, e de sua morte na sangrenta cruz; basta de acomodação quanto ao pecado, que afronta o caráter de Deus, porque a acomodação quanto ao pecado leva ao inferno; basta de discriminação, seja contra quem for; mas, também, basta de  insensatez e de subestimação quanto ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, que veio para ser humilhado uma vez, mas voltará em glória e exaltação, para assumir o trono de juízo sobre a terra! 

Lá pelos idos de 1956, passados os dias de horrores da guerra, certo cristão (músico) da Flórida, nos Estados Unidos compôs um hino desafiador. Ouça a mensagem, com nosso player online… 

HOW LONG HAS IT BEEN? (1956)
QUE TEMPO JÁ FAZ?
Mosie Lister (1921-2015)

1. Que tempo já faz que falaste com Deus.
  Contando os segredos da alma?
   Que tempo já faz que oraste ao Senhor
   E de joelhos ouviste-Lhe a voz?
   Que tempo já faz que não andas com Deus,
   Deixando-O guiar tua vida?
   Teu Amigo quer ser, 
   Quer dar-te poder
   Tu precisas sentir Seu amor.
 
2. Que tempo já faz que ajoelhas-te a sós
   E oraste ao Teu Deus lá do Céu?
   Que tempo já faz que o Teu coração 
   Se apega aos pecados teus?
   Que tempo já faz que não falas de Deus,
   Pregando a mensagem do Mestre?
   Teu Amigo que ser, 
   Quer dar-te poder,
   Implantar Seu amor em Teu ser.


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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br  
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 208: “NOITES LONGAS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Junho de 2015

 Quero começar estas linhas dizendo onde eu estou, quando as escrevo: estou num ambiente chamado UDC – Unidade de Decisão Clínica, contígua à emergência do hospital da Unimed. Já passei pela avenida do Contorno, em frente a este hospital, várias vezes; entretanto, só hoje me dou conta de que há pelo menos dois estabelecimentos comerciais de serviços funerários, praticamente em frente…  Qual foi a minha imaginação? Alguém, tempos atrás, deve ter pensado quão oportuno (e, talvez, lucrativo) ter um estabelecimento deste gênero bem na porta de um hospital. Aliás, consigo lembrar-me de vários outros casos idênticos, em outros bairros, ou mesmo cidades.

Cá dentro, um “quase caos”: de um lado, tendo passado pela emergência, alguém que foi assaltado e agredido dentro de sua própria casa, com várias lesões corporais; do outro lado, alguém que estava sob monitoramento intensivo, devido a um ataque cardíaco; perto, uma idosa senhora com quadro de pneumonia e enfisema pulmonar; mais adiante, um senhor aos gritos, em nítido estado de confusão mental… Passou-se a primeira noite, noite ‘em claro’… Fiquei imaginando como deveria ser estar debaixo desta rotina, diariamente. Quase ao amanhecer o dia, depois de alternância das equipes, a acompanhante da idosa senhora comentou comigo: “Aqui as noites são longas!”

Será que alguém, alguém que se dá ao trabalho de ler estas linhas, ignora o sentido da frase da minha ‘vizinha’? Os poetas enumeram, em seus versos, várias razões para noites longas. Fernando Pessoa fala de carência e de solidão; Vinícius fala da desilusão curtida; Pina fala de insônia; Quintana fala de medo, fobias; Drummond lembra as frustrações (e a minha vizinha de espaço hospitalar falava de ânsia pelo dia, face o quadro presenciado e acompanhado)… Agora, eu, que não sou poeta, que direi? Esta pergunta, ensaio de ensaio de retórica – jamais eu negaria – carrega junto uma segunda intenção: estou praticamente a adivinhar que alguém por aí vai imaginar meu epílogo triunfal, ufanista: “um cristão, um verdadeiro cristão, não passa por longas noites… nem por carência ou solidão, nem por medo ou escuridão, nem por fobia ou frustração!” Afinal (tento eu ainda imaginar o imaginado), não é mesmo na Bíblia que encontramos a consoladora afirmação – “Apenas me deito, logo adormeço em paz, porque a segurança de meu repouso vem de vós só, Senhor” (Salmo 4.8, BCF).

Qual o que! Enganou-se redondamente… Conheço muitos bons cristãos que já passaram por não poucas noites de insônia, noites longas; afinal, estamos todos no mesmo barco, somos todos de carne e osso, passamos todos por idênticas circunstâncias. Todas aquelas razões de que falam os poetas, certamente traduzindo experiências próprias, são também pertinentes à vida de qualquer pessoa, mesmo temente a Deus. Estou certo de que até quem já tenha usado o verso bíblico acima, fosse para encorajar, fosse para desafiar, fosse para estimular (como eu já usei), também já teve suas noites ‘mais longas’, com sensação de intermináveis. E posso dizer que até os heróis da fé bíblica também as enfrentaram. Aliás, sendo mais contundente, mesmo Jesus, quando estava para enfrentar a cruz…

De modo algum estas constatações invalidam o que diz o salmista, que também era poeta. O contraste que ele pretendeu estabelecer foi que, passadas as situações específicas, que causam perda de sono por causa da agonia de alma, ele, tendo seu coração firmado no Senhor, alimentado pela esperança que Ele planta e proporciona, poderia, outra vez, experimentar o sono pronto e reparador. E, mesmo que o sono reparador não viesse de pronto, a presença do Deus que traz o repousar seguro, e que não se afasta dos que o temem, lhe era garantia incomutável. O salmista que aqui disse isto é o mesmo que disse acerca do homem que teme ao Senhor: “Não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor; o seu coração está seguro e nada temerá.” (Salmo 112. 7,8, NVI).  

Noites longas, longas noites… Quanta coisa, ainda, a aprender com Deus!… Quanta coisa, ainda, a aprender de Deus!… Quanta coisa, ainda a usufruir em Deus, até que o tempo em que há noites acabe, e venha o tempo (tempo SEM tempo) em que não haverá mais noites, nem curtas nem longas!… Será quando o dia que há de raiar já com luz de meio-dia, e que jamais vai avançar do meio-dia da mais plena luz, chegar…  Oh, que dia será, glorioso será. Enquanto não chega, uma certeza: seja de dia, seja de noite, noite  ‘curta’, ou noite “longa’, não ando só! Quer ‘ouvir’ uma das Suas promessas? “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaias 41.10, ARA).

Te deixo, ao final, com a palavra de outro poeta. Aos 65 de idade, depois de haver composto centenas de hinos, ele retrata este tipo de preocupação em sua poesia.

I Never Walk Alone (1952)
NÃO ANDO SÓ
Alfred Henry Ackley (1887-1960)

1. Não ando só, pois Cristo me acompanha 
   Por toda a parte, aonde quer que eu for; 
   Meu coração se alegra em Sua graça,
   E quantos queiram, fruem Seu amor.

CORO: Não ando só, Jesus ao lado tenho, 
      E nEle achei Amigo sem igual.
      De tal Amigo apoio e guia obtenho; 
      Não ando só, pois Ele me é real.

2. Não ando só, em meio à tempestade; 
   Mesmo que o vento esteja a me açoitar, 
   Seguro vou pois Cristo está comigo,
   E os braços Seus estão a me rodear.

3. Não ando só, se as tentações me assaltam, 
   Comigo está Jesus a me guiar,
   E quando enfim eu for ao lar eterno, 
   Ainda ali com Ele eu hei de andar.

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Abraço, bom Domingo, e uma boa semana
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 207 : “NÃO CONTAVAM COM MINHA ASTÚCIA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Junho de 2015

Quem não sabe que a frase acima se tornou popular na boca de um personagem famoso – o Chapolin Colorado? A julgar pelo uso daquele personagem trapalhão, ‘astúcia’ é uma qualidade que passaria a demandar outra definição no dicionário. E, não é só nas séries de TV: até no campo da intocável Ciência. Vejamos, por exemplo, as mais clássicas afirmações históricas sobre a época do primeiro exemplar humano: há muito tempo que os livros escolares ensinam ao universo estudantil, no mundo inteiro, que o gênero homo, ancestral direto de todos os hominídeos do planeta, surgiu por volta de 2,8 milhões de anos atrás. Afirma-se que foi este o caso do Homo habilis, e que o Homo eretus veio bem depois dele.

Entretanto, certas descobertas científicas recentemente efetuadas e publicadas trazem o nosso personagem ao cenário imaginário, como que a dizer – “não contavam com a minha astúcia!”.  Uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, a britânica Nature, acaba de publicar resultados desafiadores de descobertas arqueológicas na África. Em West Turkana, no Quênia, os arqueólogos descobriram um arsenal de ferramentas, esculpidas em pedras, de cair o queixo. Martelos, bigornas e outros artefatos de pedra foram datados como de época ‘simplesmente’ 700 mil anos mais antiga do que as que, até então, eram conhecidas. Com base nas conhecidas, até então, é que se estipulou aquele limite antigo para a origem do homem. O dilema dessa história toda é: se essas ferramentas foram produzidas por humanos, então contaram nos livros uma história errada, até agora; mas, se não foi produzida por humanos, quem as produziu, afinal? Quem teria vivido antes dos humanos, para ensinar a estes a arte de esculpir artefatos e ferramentas de pedra?

No website do projeto de pesquisa arqueológica há uma citação do eminente paleoantropologista Louis Leakey (1903-1972):“ferramentas de pedra são o comportamento humano fossilizado”. Pimba! É por isto que precisamos de alguém como o Chapolin Colorado, com devida vênia do toque humorístico que o caso enseja. Fico a imaginar os cientistas, até decidirem se publicavam ou não o que descobriram; imagino o amplo reclame: “E agora, quem poderá nos ajudar?”; ora, ora, ninguém se desespere – vem aí o nosso herói: “não contavam com a minha astúcia!” (E, tome trapalhada).  Cientistas chegam a dizer: Se o arsenal de ferramentas for, de fato, produção humana, toda a história da origem do homem terá que ser recontada! Não é fantástico, pitoresco, bizarro mesmo?    

Falando em astúcia dos sábios, que tal lembrar, mais uma vez, o registro de dois mil anos atrás, que reúne as palavras “astúcia” e “sábios” num só texto? Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles” (I Cor 3.19, ARA). Sabe o que isto quer dizer? Quer dizer que, se o Homo cientificus (não precisa procurar no dicionário: não vai achar!) quer brincar de ser astuto com assuntos de Deus, Deus já lhe deu o veredicto, nas palavras escritas pelo apóstolo Paulo. E mais: pra que gastar suor para reescrever a história da origem do homem? Ela já foi escrita, com toda a propriedade, por quem realmente entende dessa ‘ciência’: o Criador!

O que o homem precisa é de um pouco mais de humildade, e reconhecer quem é Deus, qual o Seu papel, qual o Seu interesse, qual o Seu propósito; depois disto, ficar-lhe-á bem investigar o papel do homem, e o seu propósito. E que deixe de bancar o astuto, tentando contar e recontar histórias sem o Deus da História: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. Aliás, muito antes de Paulo escrever, pelo Espírito, Elifaz, o temanita, havia dito a Jó: “Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; e o conselho dos que tramam se precipita” (Jó 5.13, ARA). E, tempos depois, Davi ecoou: “Desprezas os que se desviam dos teus decretos, porque falsidade é a astúcia deles” (Salmo 119.118, ARA).

Coisa mais inconveniente, para não dizer arriscada, é o homem teimar com Deus, entendendo-se mais sábio do que Ele. Bobagem pura, e puro dano próprio. Melhor lhe fica reconhecer que Deus é Deus! Primeiro ponto… Depois, que Ele é único, o criador, criador único! Segundo ponto… Depois, que tudo quanto foi criado, desde a menor partícula de qualquer átomo, até à mais remota e densa galáxia, dá testemunho exclusivo de Deus, como Criador! Terceiro ponto! E mais: que tudo quanto precisava ser contado, para nortear o conhecimento seguro e saudável do homem, Deus o fez na Sua Palavra! Quarto ponto… Por fim, que todo conhecimento e toda ciência, seja aquela que cuida de investigar a menor partícula de qualquer átomo, ou aquela que treina para ir ao alcance da mais remota galáxia, se legitimam de verdade tão somente quando levados cativos à obediência de Cristo Jesus (II Cor 10.5), em quem reside toda a plenitude da divindade, e de quem as Escrituras dão pleno testemunho! Ponto final…  E basta, para fins de governo do intelecto! O resto, vem em decorrência, quando, nos curvamos diante do Criador e Governador e Redentor do universo!

Nosso hino de hoje também aponta nessa direção.  Seu compositor chegou aos 104 anos de idade cantando, mesmo numa cadeira de rodas. Desde a década de 1950 esse hino tem sido uma verdadeira pregação cantada, em vários lugares do planeta, assim como nas campanhas de Billy Graham, onde o autor era oficial. 
Ouça-o, com a participação tocante de Doug Oldham (1930-2010), e coro de vozes onde o próprio compositor se encontrava. 

THE WONDER OF IT ALL (1955)
A [MAIOR] MARAVILHA DE TODAS 
George Beverly Shea (1909-2013)

There's a wonder of sunset at evening,
Há uma maravilha no pôr-do-sol ao entardecer,
The wonder as sunrise I see;
A maravilha que é o alvorecer, eu [também] vejo;
But the wonder of wonders that thrills my soul
Mas a maior de todas as maravilhas que faz vibrar minh'alma
Is the wonder that God loves me.
É a maravilha de que Deus ama a mim.

Oh, the wonder of it all! The wonder of it all!
Oh, a [maior] maravilha de todas! A [maior] maravilha de todas!
Just to think that God loves me…
Tão somente pensar que Deus ama a mim…
Oh, the wonder of it all! The wonder of it all!
Oh, a [maior] maravilha de todas! A [maior] maravilha de todas!
Just to think that God loves me!
Tão somente pensar que Deus ama a mim…

There's the wonder of springtime and harvest,
Há a maravilha da estação da primavera e a da colheita
The sky, the stars, and the sun;
O céu, as estrelas, e o sol (por que não também a lua?); 
But the wonder of wonders that thrills my soul
Mas a maior de todas as maravilhas que faz vibrar minh'alma
Is a wonder that has just begun… 
É a maravilha que apenas começou… 

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Abraços, boa semana !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 206 : “ALERTA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 31 de Maio de 2015

Reproduzo, aqui, afirmações recentes, atribuídas ao ex-presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, quando discursava a sindicalistas no auditório de um hotel em São Paulo; a transcrição é tirada de um dos mais prestigiados veículos de imprensa do país, o jornal paulista O Estadão, em matéria assinada pelos repórteres Ricardo Galhardo e Carla Araújo, dentro de um contexto que foi interpretado como sugestão aos sindicalistas para imitar o método de supostos pastores: “Os pastores evangélicos jogam a culpa em cima do diabo. Acho fantástico isso. Você está doente é o diabo, tomou um tombo é o diabo, roubaram seu carro é o diabo… Eu acho legal (culpar o diabo) porque é direto. Não tem investigação. É direto. O culpado está ali. É a teoria do domínio do fato”. Depois, afirma o jornal, ainda sugeriu a solução adotada por tais pastores: “E a solução também está ali. É Deus. Pague seu dízimo que Jesus te salvará” (sic, fontehttps://br.noticias.yahoo.com/lula-ironiza-pastores-evang%C3%A9licos-palestra-125600074.html).

Será verdade? Bem, no mínimo, a tomar-se como verídico o teor da reportagem, pode-se apontar alguns erros e equívocos flagrantes do discurso. Apenas alguns, mais notórios: Primeiro, o da generalização. Se há “pastores” que adotam tais expedientes, é correto dizer que não fazem jus ao título…  Desde os dias dos antigos profetas, o próprio Deus adverte contra os pastores insanos e indignos“Meu povo tem sido ovelhas perdidas; seus pastores as desencaminharam e as fizeram perambular pelos montes. Elas vaguearam por montanhas e colinas e se esqueceram de seu próprio curral” (Jeremias 50:6, NVI).  Por outro lado, enfaticamente admoesta contra o juízo temerário: “Não julgueis, para que não sejais julgados”(Jo 7.24,  ARA);  “portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus” (I Cor 4.5, ARA).

Segundo, o de usar a retórica num contexto em que se pretende lançar também Deus (e Jesus, Seu Filho) debaixo da pilhéria. Eis a recomendação divina: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7, ACF ). Se há uma coisa que todo ser humano deveria, enfaticamente, evitar, para o bem de sua própria saúde, é escarnecer de Deus. O Terceiro Mandamento do Decálogo bíblico já proíbe, sem meias palavras, fazer uso vão do nome de Deus; quanto mais, o uso jocoso. 

Terceiro, o da hipótese de presunção de verdade. Por exemplo: de onde alguém poderia tirar que pagar dízimo garante salvação, se a Palavra de Deus diz inteiramente o contrário? “Porque pela graça é que sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, porque é um dom de Deus. Não vem das nossas obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9, BCF).

Quarto, o da ironia inoportuna com coisas sérias. Para este ponto, é extremamente útil atentar às palavras escritas por Salomão, mas procedentes de Deus: “Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento? Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós meu espírito e vos farei saber as minhas palavras. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem desse atenção; antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa perdição e zombarei, vindo o vosso temor, vindo como assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia. Então, a mim clamarão, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, mas não me acharão. Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão” (Pv 1.23-30, ARC). É altamente recomendável, a qualquer ser humano, que não se ria das coisas de Deus, para que não se veja, depois, em constrangedora vergonha diante de Deus.

Para o leitor freqüente destas páginas eletrônicas, é fartamente sabido que não há o mínimo interesse, nestas, de se explorar temas políticos; nem, tampouco, de usar estas linhas para expor figuras públicas ao ridículo, independentemente de quem sejam. O intuito, aqui, é aproveitar o ensejo de cada episódio classificável de Bem & Mal, a Cada Dia, para alertar os leitores quanto a verdades que têm autenticação eterna, posto que autenticadas pelo Eterno. Sob este prisma, se você se der ao trabalho de reler as quatro anotações acima, dentre outras que poderiam ter sido acrescidas, certamente terá grande proveito em nelas refletir. 

Deixo o leitor com a sugestiva composição cantada pelo Grupo ELO na década de Setenta. 

FOI ASSIM (1976)
Paulo César da Silva (1950…) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 205 : “MEU TRIBUTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Maio de 2015

“Antes de tudo, queremos agradecer a Deus: foi um milagre o que aconteceu… Deus nos salvou! Nem sei como vou poder agradecer a Deus por salvar minha família; este é o dia do nosso renascimento”. Estas foram algumas das afirmações da apresentadora Angélica Ksyvickis (1973…), esposa do também apresentador Luciano Grostein Huck (1971…), após o acidente. Neste domingo, 24 de Maio, o avião em que viajavam no Mato Grosso do Sul, acompanhados dos três filhos e de duas babás, além do piloto e do co-piloto do vôo, esteve perto de esborrachar-se em solo.

O acidente parece ter sido, de fato, virtualmente um milagre: a cerca de 15 minutos da pista de Campo Grande, o comandante Osmar Frattini percebeu a pane em um dos motores; poucos minutos depois, dá-se a pane no segundo motor da aeronave. Aí, hora de decisão instantânea: a cerca de 4 mil metros de altitude, perdendo altura rapidamente, não dá muito tempo para escolher… O piloto teve que se servir do pasto de uma fazenda, próximo da rodovia MS-080. A proprietária disse que o gado tinha sido retirado daquele pasto 15 minutos antes; se ainda estivesse lá, a história seria outra… Evitando abrir os trens de pouso, para evitar maiores riscos, o hábil piloto conseguiu descer “de barriga”, ‘roçando’ o colonião. Foram segundos de terror, mas, pra quem está dentro, parece uma eternidade. Parada a aeronave, todos estavam vivos. Angélica ainda disse: “Falo que foi um milagre de Deus porque tudo quebrou, menos nós…”.

Num momento assim, não interessa se existe ou não simpatia pessoal por personagens famosos, vedetes da tevê: o sentimento comum humano nos carrega para a tentativa imaginária de estar na pele deles, e nos faz alegrar, também, pelo livramento… Significativa, aquela afirmação da Angélica: “Nem sei como vou poder agradecer a Deus por salvar minha família”.  Minha memória traz à tona outra pessoa que passou por dilema idêntico, embora em circunstâncias diferentes. Essa pessoa foi o rei Davi, conforme a letra de um dos seus salmos bíblicos: “Que darei eu em retribuição ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálix da salvação, e invocarei o Nome do Senhor; cumprirei os meus votos ao Senhor, diante de todo o seu povo!” (Salmo 116.12-14, BCF, salmo numerado como 115 nesta tradução).   Davi também teve seu momento de angústia, ao lembrar-se:“Dores de morte me cercaram, perigos do inferno se apoderaram de mim. Eu me achei em tribulação e dor” (mesmo salmo, verso 3).  Sua interrogação, parecida com a da Angélica, e da família Huck, foi: que darei ao Senhor? Depois que laços de morte, angústias do inferno se apoderaram dele, vieram em seqüência os benefícios, o livramento, a benesse divina.

No entanto, Davi já tinha a resposta à sua própria indagação. Seria esta resposta útil também à Angélica, ao Huck, aos seus filhos, às babás, aos pilotos, os quais – todos – viveram o mesmo ‘filme de terror’?  Estou convencido que sim! Seria também útil a quem lê esta mensagem? Mais uma vez, estou convencido que sim, porque já tem sido útil (utilíssima) a quem a escreve.Tomarei o cálix da salvação… Aí está uma opção sábia, sapientíssima! Invocarei o Nome do Senhor… Aí está uma decisão nobre, nobilíssima! Cumprirei os meus votos ao Senhor… Aí está uma iniciativa prudente, prudentíssima!   

Infelizmente, há pessoas que dependem de um trauma de grande envergadura (pra não dizer vergadura) para que cheguem a tais atitudes. Não me refiro ao Luciano e à Angélica: refiro-me a Davi, e a muitos de nós outros (se não todos).  Melhor seria chegar à opção sábia, à decisão nobre, à iniciativa prudente sem precisar da vergadura. Mas, vindo ela, não raro ajuda. Tomar o cálice da salvação é algo que se faz, mesmo que metaforicamente, genuflexo, aos pés de Cristo; invocar o Nome do Senhor é algo que se faz quando se chega à inevitável conclusão de que “não há salvação em nenhum outro; porque, abaixo do céu, não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12, ARA). “Cumprir votos ao Senhor” é algo sério, mas, que vale a pena, desde que sejam votos legítimos, a Ele aceitáveis. Ah! Quem me dera alguém contasse essas importantes novidades do salmista ao Huck e sua esposa. Poderiam encontrar a resposta ao desconhecido: “Nem sei como vou agradecer a Deus…”; a Palavra de Deus tem a resposta! Só ela tem!…  Meu tributo a Ele, como disse o grande Calvino (1509-1564): “meu coração a ti ofereço, Senhor, pronto e sincero”.

Pra variar, a mensagem musical de hoje leva também esse nome. Foi escrita por um dedicado servo de Jesus Cristo, em cuja poesia procurou ele retratar a aplicação das palavras de Davi à sua própria vida.

MY TRIBUTE [TO GOD BE THE GLORY]  (1971)
Meu Tributo [A Deus Seja a Glória)
Andrae Edwards Crouch (1942-2015) 

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Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 204 : “IMITADORES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Maio de 2015

Nos anos Setenta, um grande comunicador ocupava seu espaço cativo no rádio brasileiro: Hélio Ribeiro (1935-2000, cujo pseudônimo artístico escondia o verdadeiro nome: José Magnoli). Sua influência foi tão forte, que inspirou Chico Anísio na criação de um dos seus personagens – o Roberval Taylor. Seu programa, O Poder da Mensagem, era um misto de mensagens faladas e musicadas, recheadas com tiradas inteligentes do protagonista. Uma delas foi:“Quantas cópias ainda serão necessárias, até que surja um bom original?”. Fantástica; mas, para tentar interpretar o espírito do artista, uma audição fortuita era irremediavelmente insuficiente…

Essa frase que escolhi chama atenção para uma das sinas desta vida: o dualismo entre as ‘cópias’ e os ‘originais’… Não me refiro, aqui, àquelas máquinas maravilhosas que a tecnologia nos proporcionou; refiro-me à arte de ser, que oscila entre a originalidade e a imitação. A imitação pode ser ruim, mas pode também ser boa. Eu mesmo, nesta série de mensagens, tento quase em vão ser ‘algo por cento’ original, sem escapar de ser imitador. Não raro, aqui, faço-me imitador de dois Hélio’s: esse, o Ribeiro (de O Poder da Mensagem), e outro, o Schwartz Lima. Este último, hoje ainda nobre pastor na Penha, em São Paulo, décadas atrás cativava ouvintes com seu programa radiofônico em Governador Valadares – “O Bem & o Mal de Cada Dia”. Mas, confesso, sem constrangimento, que já me vi ensaiante de imitador de não raros bons exemplares, outros tantos.

Confesso mais: não teria como não sentir um certo  orgulho, caso algum dos meus ex-pupilos de muitos anos chegasse pra mim, ou  mandasse um email, ou um telefonema, dizendo de alguma boa influência imaginária que eu lhe tivesse causado… Mais do que meus pupilos, se meus próprios filhos assim dissessem… Certa feita, um dos mestres que mais profunda influência imprimiu sobre meu espírito ilustrou o fato (se é que eu venha a lembrar-me corretamente): andando ele por entre as gôndolas do supermercado, enquanto sua esposa levava as necessidades ao carrinho, inclinava-se ele, mãos para trás, olhando atentamente rótulos entre os produtos; ao virar-se para ver um dos netos que os acompanhava, que surpresa: mãos para trás, quase a mesma inclinação corporal e atitude, a olhar os rótulos das prateleiras mais baixas. Se alguém, que nasce neste mundo, disser que nunca se faz imitador, em momento algum, estará mentindo…

Por esta razão a Palavra  de Deus dá tanta importância à verificação dos modelos a imitar (ou a serem imitados). Veja, por  exemplo, esta  pequena amostra:

“Sede meus imitadores, bem como eu também o sou de Cristo” (I Coríntios 11.1, BCF).
“Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5.1, NVI).
“Irmãos, sede meus imitadores, e olhai atentamente para os que vivem segundo o exemplo que nós vos damos”  (Filipenses 3.17, ACF).

Imitar é bom, quando se imita o que é bom. Imitar a Deus, em sua plenitude, é coisa impossível; mas não existe outro referencial menor a imitar. “Sede, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celeste” (Mateus 4.48, ARA), foi o que disse Jesus.  Coisa boa e gratificante é ouvir de alguém: você teve uma influência importante em minha vida…  A vida já está tão repleta de maus exemplos!… Que tal contribuir um pouco mais intensamente para diminuir o déficit? Que tal escolher melhor os modelos a imitar?  Que tal esforçar um pouco mais para deixar melhores legados a serem imitados, ainda que subsconscientemente?   

Na mensagem musical de hoje, trago a expressão de alma de uma cristã afro-descendente que já expressava “alma” até no nome. Sua motivação partiu dos trabalhos em favor de uma instituição de tratamento de tuberculose, tão mais temível, naquela época. A Segunda Grande Guerra Mundial estava perto de acabar. Lá em Chicago, surge a composição, que talvez passasse despercebida, não fosse um britânico ouvi-la e leva-la para Londres. Ao cantá-la, ouvia-a um grande produtor musical, que se responsabilizou por adquirir seus direitos. Depois disso, afamou-se em vozes como Martin Luther King, Jr., Doris Day, George Beverly Shea, Tennessee Ernie Ford, Mahalia Jackson e o casal Roy Rogers e Dale Evans. Aqui, vai interpretada pelo  sensível Glen Payne (1926-1999).   

IF I CAN HELP SOMEBODY (1945)
SE EU PUDER AJUDAR ALGUÉM
Alma Irene Bazel Androzzo (1912-2001) 

If I can help somebody, as I pass along
Se eu puder ajudar a alguém, à medida que vou passando  
If I can cheer somebody, with a word or song
Se eu puder alegrar a alguém, com uma palavra ou com uma canção 

If I can show somebody, as he’s travelling wrong,
Se eu puder mostrar a alguém, que esteja num caminho equivocado   

Then my living shall not be in vain!
Então meu viver não terá sido em vão!

Then my living shall not be in vain,
Então meu viver não terá sido em vão!
Then, my living shall not be in vain
Então meu viver não terá sido em vão!
If I can help somebody, as I pass along,
Se eu puder ajudar alguém, à medida que vou passando
Then my living shall not be in vain!
Então meu viver não terá sido em vão!
If I can do my duty, as a good man ought
Se eu puder cumprir o meu dever, como convém a um bom homem
If I can bring back beauty to a world that’s so wrought
Se eu puder trazer beleza a um mundo que é tão forjado
If I can spread love's message, as the Master taught
Se eu puder espalhar a mensagem de amor, tal como ensinou o  Mestre 
Then my living shall not be in vain!
Então, meu viver não terá  sido em vão

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Ulisses

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N° 203 : “PRA DEUS, IMPORTA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Maio de 2015

Na fronteira entre a China e o Nepal, encontra-se o pico do Everest; com seus 8.848 metros acima do nível médio do mar, costuma ser chamado de “topo do mundo”, por ser a formação mais elevada do planeta. No último dia 25 de Abril, um terremoto de 7,8 graus, na escala Richter, balançou por minutos não só o pico, mas também o país e até a região em volta. Um ex-aluno meu, que hoje é missionário na Índia, disse-me nesta semana que o tremor foi sentido também naquele país. No Nepal, aproxima-se de 8 mil o número de vítimas fatais. A ocorrência foi tão forte, que os geólogos estimam ter havido um deslocamento tectônico da posição de Katmandu, a capital nepalesa, em alguns metros.

Um dos vídeos que correu o mundo, referente ao dia do abalo, mostra o “tsunami” que se deu numa piscina, em local de certo evento. O responsável pelo vídeo é o casal holandês Adrian e Josien Los Oktay. Cristãos, estão no Nepal desde 2008, sem contar outra permanência anterior. O casal trabalha em projetos educacionais, especialmente voltados para crianças, enquanto transmite o conhecimento de Deus. O terremoto de Abril último tinha tudo para compelir os dois a retornar ao seu país. No entanto, a decisão deles foi de ficar no Nepal: “A vida passou a ser de completo silêncio, depois do terremoto… Decidimos ficar no Nepal e ajudar escolas, pais, e especialmente as crianças”, disseram em seu website oficial. E mais: “Nós acreditamos em Deus, acreditamos que Ele tem um plano para este mundo, e que nós temos uma tarefa a desempenhar”. Quanto ao cenário no país asiático, após o terremoto, Adrian e Los Oktay afirmaram algo marcante: “Para muitas pessoas, aqui, mudou o foco: o que antes era importante, agora não é mais!”.

Isto é, não apenas marcante e surpreendente, mas também um tanto emblemático. Por que muita coisa que antes importava tanto, agora não importa mais? Certamente porque as pessoas se deram conta de que a existência é tão fugaz, ou porque as perdas foram tão sentidas, ou porque o choque emocional foi tão forte, que os valores e o foco mudam. Pode, também, ser por tudo isto junto. Não importa mais um sonho pessoal, não importa mais a soberba, não importa mais a cobiça, não importa mais a aspiração egoísta, não importa mais o existencialismo desmedido, o amor tão intenso pelo aqui & agora. Nada disto importa mais, e muito mais não importa mais…Se o que antes importava, não importa mais, o que agora importa? Muito provavelmente, agora importam o amor, a solidariedade, a compreensão, o compartilhamento generoso, o sentimento de suporte mútuo… Importa muito, muito mais, pensar na efemeridade da vida de aqui, e na eternidade da vida de além: “Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidadeNa verdade, todo homem anda qual uma sombra…” (Salmo 39.5,6, BCF).

E, importa muito, agora, pensar em quem se importa, e escolher Seus braços, Seu acolhimento. Como estão anunciando, em palavras e obras, o casal holandês no Nepal, Deus importa mais, sobre todas as coisas. Porque, sobretudo, Ele se importa: se importa com um fio de cabelo da cabeça (Mateus 10.30), com uma erva de pequena duração que brota no campo (Mateus 6.30)… Por mais incrível que possa parecer aos céticos, se importa até com Rishi Khanal, de 27 anos que, para sobreviver 82 horas sob escombros, bebeu da própria urina para hidratar-se.   

Deus não dorme, não vacila, não cochila. Pode parecer estranho que algo tão chocante quanto um terremoto, com todos os seus nefastos efeitos, esteja sob o inteiro desígnio divino, tanto quanto todo o esforço solidário que, depois dele, se desenvolve para minorar a dor. Contudo, não é por parecer estranho que se deva diminuir, por um lado, a extensão da soberania de Deus sobre todos os eventos naturais e todas as vidas; ou, por outro lado, a compaixão que Ele mesmo permite manifestar-se pelos sofredores. Deus não é sádico: Ele se importa! Tanto, tanto, que não se deteve de dar Seu próprio Filho, em favor de pecadores, como quaisquer de nós… O salmista proclama: Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, A lua e as estrelas que formaste; que é o homem, para te lembrares dele? E o filho do homem, para o visitares? Pois o fizeste pouco abaixo de Deus, de glória e de honra o coroaste.” (Salmo 8.3-5, NVI).Especialmente para aqueles que com Ele se importam, diz Deus: “De maneira alguma te deixarei, nunca, jamais, te abandonarei” (Hebreus 13.5, ARA). Ninguém consegue se importar como Deus se importa…

Em nossa mensagem cantada, Jake Hess (1927-2004), já ao final de sua vida, marca-passo-desfibrilador no peito, retrata o assunto numa de suas preferidas canções…  

IF GOD DIDN’T CARE (1953)
Se Deus Não Se Importasse
Lee Roy Abernathy (1913-1993)/ Harold Barlow (1915-1993) 

We wouldn’t have strenght to bear our sorrows
Nós não teríamos força para aguentar nossas tristezas
If God didn’t care
Se Deus não se importasse
There never would be a glad tomorrow
Nunca haveria um amanhã gratificante
If God didn’t care
Se Deus não se importasse
We wouldn’t have a hope of earning
Nós não teríamos esperança de receber
A mansion in the Sky
Uma mansão celestial
We wouldn’t expect our Lord’s returning
Nós não teríamos expectativa no retorno do Senhor
For if He came and didn’t care
Pois, se Ele viesse e não se importasse
He’d surely pass you by…
Com certeza Ele passaria ao largo de ti  

Those welcoming bells would not be ringing
Aqueles sinos de ‘boas-vindas’ não estariam tocando
If God didn’t care
Se Deus não se importasse
Those heavenly voices wouldn’t be singing
Aquelas vozes celestiais não estariam cantando
If God didn’t care
Se Deus não se importasse
He wouldn’t have said we’d be rewarded
Ele não teria dito que seríamos galardoados
And promised us joy beyond compare
E não teria prometido a nós gozo além de qualquer comparação
No, there wouldn’t be any hope of heaven
Não, não haveria qualquer esperança do céu
If God didn’t care.
Se Deus não se importasse
[Repete esta última estrofe] 

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N° 202 : “CANDLES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Maio de 2015

“O perdão é a melhor forma de vingança!” Esta afirmação eu ‘capturei’ da boca de uma mulher de 81 anos de idade, quando estava de mãos dadas com o soldado alemão Oskar Gröning. Gröning era um dos guardas nazistas da SS de Auschwitz-Birkenau quando, em 1944, os pais e as duas irmãs mais velhas de Eva Mozes Kor (1934…) foram arrancados de sua companhia, para serem assassinados no campo de extermínio. Com Eva, uma judia-romena, a autora da frase que eu capturei, ficou apenas a sua irmã gêmea, Miriam, ambas próximas de completar 11 de idade. Por que foram poupadas? Naqueles dias, comandava experiências com gêmeos em Auschwitz o oficial médico Joseph Mengele (1911-1979). Mengele (“o anjo da morte”) usava gêmeos judeus para experimentos médicos cruéis: inoculava gérmens e bactérias num dos gêmeos, transfundindo seu sangue infectado no outro(a), por exemplo. Numa dessas experiências, feita entre Eva e Miriam, Eva quase morreu. Aliás, a lista de experimentos de Mengele é digna de qualquer série de terror da TV. Chegou a injetar tinta azul nos olhos de crianças, pesquisando mutações genéticas.

Poucos dias atrás, Eva Kor foi ao encontro do ex-oficial nazista Oskar Gröning, de 93 anos de idade, estendeu-lhe a mão, abraçou-o, e declarou seu perdão em favor dele. Daí a frase destacada no início. Disse Eva que perdoou, não apenas Gröning, mas também o próprio Mengele, que veio a morrer em proscrição na praia brasileira de Bertioga, após anos evadido e vivendo na Argentina, depois no Paraguai e, depois, no Brasil. Com isso, acrescentou, perdoei a mim mesmo por ter odiado tanta gente, por tantos anos, inclusive meus pais. Eva Kor, junto com sua irmã (falecida em Israel em 1993, de câncer), criou a instituição CANDLES. Trata-se de palavra plural, em língua inglesa, para “candeia”; a candeia é uma espécie de luminária ou lamparina natural (uma vela, ou um pavio). Mas, é também o acrônimo para “Children of Auschwitz Nazi Deadly Lab Experiments Survivors” (Crianças Sobreviventes dos Experimentos Laboratoriais Letais de Auschwitz). Dos milhares de gêmeos que sofreram nas mãos do monstruoso Mengele, 122 sobreviventes foram reunidos pela instituição de Eva e Miriam. Ao mesmo tempo, o nome indica o afã que levou à criação de um organismo para lançar luz sobre um dos capítulos mais negros e esquecidos da história das pretensões ‘eugênicas’ de Hitler. 

A atitude de perdão de Eva Kor causou diferentes reações. Houve quem repudiasse sua atitude, afirmando que o Nazismo não merece nenhum perdão. Se merece ou não, é algo que as diferentes opiniões poderão debater. Mas, será muito difícil colocar em debate a opinião de alguém que nem no pós-guerra jamais esteve em Auschwitz, no mesmo nível que a de alguém como Eva Mozes Kor. Estas curtas linhas aqui são efêmeras e raquíticas para retratar tudo que ela e sua irmã ali passaram, em 9 meses, junto com outros milhares de gêmeos judeus. E ela perdoou. As mesmas linhas efêmeras e raquíticas são, também, insuficientes para retratar a compulsão interna daquela mulher, para o fazer. Mas, lembre-se: Deus também perdoou; e, perdoou ofensas muito mais graves, cruéis e ‘imperdoáveis’. Seu próprio Filho, ao sofrer a lancinante dor da crucificação, bradou aos céus: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34, BCF). De quem falava? De seus irmãos nacionais, e de seus próprios algozes, e de todos nós…

Aquele que tal atitude tomou, também determinou imitação: E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas.” (Marcos 11.25, ARA). Eva Kor foi questionada, até por alguns de seus conterrâneos; mas, quem pode questionar a autoridade de Jesus? Ninguém! Assim, o apóstolo dos gentios captura a grandeza do ensinamento e prescreve: Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou (Col 3.13, NVI). Eva Kor disse que o perdão é a melhor forma de vingança; eu digo que é muito mais que isso: é a única alternativa para quem queira assemelhar-se ao Seu Mestre, em virtudes. Eva criou a CANDEIAS (“CANDLES”); e Jesus disse: Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:15,16, ACRF).

Eu confesso: fiquei surpreso, admirado, arrepiado com o desprendimento e a virtude longânima de Eva Mozes Kor. Coisa de exemplares raros da humanidade. Confesso ainda minha admiração por sua instituição humanitária, a CANDLES.  E, acima de tudo, confesso que mais arrepiado e tocado fico pela virtude longânima no Mestre por excelência! Quantos perdoou? Quantos pecados? Quão graves, cruéis e odiosos têm sido? Sua prescrição, do Sermão do Monte imediatamente acima transcrita, é obra-prima da ética universal: Brilhe assim a vossa candeia, de tal modo que os homens vejam as vossas [autênticas, e não hipócritas] boas obras; e, na hora de glorificar alguém, glorifiquem eles, não a vós outros, mas ao vosso Pai Celestial (parafraseado por mim).

Minha oração: Senhor! Faz brilhar minha candeia! E que os que a virem brilhar dêem glórias ao Teu Nome! Só ao Teu Nome!

Nossa poetisa de hoje queria muito, quando jovem, seguir carreira em favor de Seu Salvador correndo o país; no entanto, a debilidade de saúde do seu próprio pai a reteve. Refletindo sobre o propósito de Deus diante de tal frustração, ela chegou à conclusão de que não é imprescindível grandes deslocamentos para servir ao Redentor: é possível fazer brilhar a candeia por Cristo, mesmo na esquina onde se trafega todo dia… A interpretação musical vai em português, mas acrescento a poesia original, para quem possa ter o privilégio de lê-la, em inglês. 

Brighten the Corner Where You Are (1913)
BRILHA NO MEIO DO TEU VIVER
Letra: Ina Mae Duley Ogdon (1872-1964)
Música : Charles Hutchinson Gabriel (1856-1932) 

Do not wait until some deed of greatness you may do,
Do not wait to shed your light afar,
To the many duties ever near you now be true,
Brighten the corner where you are.

Brighten the corner where you are!
Brighten the corner where you are!
Someone far from harbor you may guide across the bar;
Brighten the corner where you are!

Just above are clouded skies that you may help to clear,
Let not narrow self your way debar;
Though into one heart alone may fall your song of cheer,
Brighten the corner where you are.

Here for all your talent you may surely find a need,
Here reflect the bright and Morning Star [Jesus Christ];
Even from your humble hand the Bread of Life [Jesus Christ] may feed,
Brighten the corner where you are.

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N° 201 : “LÓGICA REVERSA

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Abril de 2015

 “Leve você também vantagem em tudo!”. Lembra-se quem redobrou sua fama, dizendo isto? Foi o jogador de futebol Gérson, da seleção brasileira tricampeã do mundo em 1970. Gérson de Oliveira Nunes (1941…) já havia ficado famoso com sua chamada “canhotinha de ouro”; em 1976, protagonizou certa campanha publicitária em favor de uma marca de cigarro, usando este bordão. Quase ninguém mais se lembra da marca de cigarro divulgada, mas já tem lugar notório na cultura brasileira o que ficou conhecido como a “Lei do Gérson”. Mais tarde, porém, o fato trouxe arrependimento ao ex-atleta, em função do desencadeamento pouco ético da associação popular daquele bordão.

Pela “Lei do Gérson” (esqueça, agora, o ex-atleta, e considere o mote, em sua acepção popularizada), esperto é aquele que leva vantagem em tudo o que faz ou fala. E hoje me chegou um dia em que pretendo ajudar a desfazer esta mística cultural, ao menos no campo mais importante da existência (e não é o do gramado entre quatro linhas brancas). Muito pelo contrário: esperto é aquele que toma atitude oposta, pela qual assume a gloriosa postura de ‘morrer’, de ‘perder’, de se ‘despojar’ e de ‘negar-se’ a si mesmo! Mas, vou logo avisando aos incautos navegantes: nenhuma palavra vou usar em favor de teses éticas reprováveis, ao contrário do que possa parecer, à primeira vista.

Os estóicos, seguidores de Zenão de Eléia (490-430 a.C), defendiam que a virtude máxima resulta de o homem dominar-se a si mesmo, resignar suas sensações; os gnósticos, seguidores de Sócrates (469-399 a.C.) e Platão (428-348 a.C), defendiam que resulta de conhecer-se a si mesmo; os epicureus, seguidores de Epicuro de Samos (341-270 a.C.), defendiam que resulta de satisfazer-se a si mesmo, aos seus sentidos. Entretanto, quando se levantou o dono da universal verdade, eis que pregou desafios admiráveis (por suas palavras próprias, ou por palavras que Ele transmitiu via apóstolos):

1.    “Se o grão de trigo não cair na terra, e não morrer, continuará ele só; mas, se morrer, produzirá muito fruto. Aquele quem ama a sua vida, a perderá; aquele, porém, que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna” (João 12.24, 25, NVI). O apóstolo explica o sentido deste ensino: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena…” (Colossenses 3.5, ARA), referindo-se ao pecado, tão próprio dessa natureza. Isto não é mera supressão de prazeres e sensações; é uma transformação espiritual, baseada em ser nova criatura, em conversão, em santificação.

2.   “Despojando-vos de toda a impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas” (Tiago 1.22, ARA).

3.   “Mas, tudo o que, para mim, eram vantagens, considerei perdas por Cristo; na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo – o conhecimento de Jesus Cristo, meu senhor” (Filipenses 3.7,8, BCF).

4.   “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Marcos 8.34, ACRF). 

No Reino do Filho de Deus é assim: você nunca consegue levar vantagem em tudo pela esperteza, pelo tirocínio, pelas qualidades pessoais, pelo que é, pelo que faz ou pelo que tem. A vantagem só existe a partir destes surpreendentes princípios: morrer, despojar-se, perder, negar-se a si mesmo. Tudo por causa do conhecimento mais sublime – o conhecimento de Jesus Cristo, o da Sua Palavra, que tem poder para salvar; só aí existe esse poder. Isto constitui, como você pode ver facilmente, uma lógica reversa: enquanto a grande maioria ainda segue a difundida lei da vantagem pessoal (chamada popularmente de “a lei do Gérson”), no Reino de Jesus Cristo o princípio é reverso: faça morrer a velha natureza, decaída em seus pecados, despojando-se das impurezas que lhe são próprias, considerando perda qualquer vantagem neste mundo, negando-se a si mesmo em favor de Cristo Jesus, de Sua cruz, e você encontrará mais, muito mais: encontrará toda a vantagem que vale a pena. Só que o seu inesgotável volume não pertence a esta vida: pertence à vindoura! Mas, vale a pena! Aliás, só vale! Acima de tudo, é a única coisa que vale a pena!

Na mensagem musical de hoje, o pastor Jessy Dixon (1938-2011) interpreta notável poesia sintonizada com este assunto. Ouça, com nosso áudio player online…

I LOST IT ALL TO FIND EVERYTHING (1976)
PERDI TUDO, PARA ENCONTRAR TUDO
William James Gaither (1936…) & Gloria Gaither (1942…)  

I have won all I could win
Eu conquistei tudo o que poderia ganhar
There was no place I hadn’t been
Não lugar onde não tenha estado
But my heart was so needy and so poor
Mas meu coração era tão carente e tão pobre
Then I heard Him gently say:
Então, ouvi-O dizer, ternamente:
“Why don’t you just lose it all and find my way”?
“Por que você apenas não perde tudo, e acha o meu caminho?”
So I gave it up, and found it all and more…
Então, eu desisti e encontrei tudo aquilo, e mais…  

I lost it all to find everything
Eu perdi tudo, para encontrar tudo
I’ve died a pauper to be born a king
Morri pobre para nascer um rei
When I learned how to lose, Oh! I found out how to win
Quando aprendi a maneira de perder, Oh! encontrei jeito de ganhar
Oh! I lost it all to find everything!
Oh! Perdi tudo, para encontrar tudo! 

I was frantic to survive
Eu era sôfrego para sobreviver
And I was racing to arrive
Corria para chegar
And I walked on any standing in my way
Percorria cada palmo do meu caminho
Then, I watched my schemes all die
Então, percebi meus esquemas todos fenecerem
And I realized that I
E reconheci que eu
Could find new life because the old
Poderia encontrar nova vida porquanto a velha
Had died that day!
Havia morrido naquele dia! 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 200 : “DOR SEM LIMITE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Abril de 2015

“Perder um filho é uma dor sem limite. Só a fé e a solidariedade dos amigos nos ajudam a suportá-la neste momento…”. O dono desta afirmação é o governador paulista Geraldo Alckmin – Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho (1952-…). A declaração se deu após retornar da missa de sétimo dia do falecimento de seu filho caçula Thomaz, que estava perto de completar 32 anos de idade. Thomaz foi sepultado em plena Sexta-feira que se costuma chamar da “Paixão”, 03 de Abril último, vítima de acidente aéreo de helicóptero. Outros quatro ocupantes do aparelho também faleceram, e o rapaz deixou esposa e duas filhas pequenas.

Eu não tenho um miligrama de dúvida sobre a veracidade hiperbólica do que afirmou o governador, ainda que jamais tenha passado, pessoalmente, por experiência idêntica. Quem estava com Alckmin, quando ele soube do sinistro, atesta que viu, em seu semblante, “um olhar de absoluto desalento”. Pais com quem já estive neste tipo de experiência – e já estive com não poucos – sempre se expressam de modo semelhante. Lembro-me do meu próprio tio, referindo-se à perda do segundo filho: “É, gente! Um filho sepultar um pai é muito dolorido; mas, um pai sepultar um filho, é dor que não tem tamanho”!  Geraldo Alckmin já havia perdido seu pai aos 45 anos de idade e, aos 11, sua mãe.  Por isto, mesmo sem ser paulista, mesmo sem jamais ter estado com o governador daquele estado brasileiro, sendo também pai, consigo solidarizar-me com essa sua dor. A minha mensuração dela é exercício de imaginação, não é empírica.

Sem óbice à dolorosa experiência da família Alckmin, pergunto eu: você acha que a ‘dor’ do Pai Celestial foi menor, na morte de Seu filho, Jesus Cristo? Nem um pingo! Nem meio, na verdade! Muitíssimo pelo contrário. Se existe uma espécie de dor que ninguém, jamais, consegue mensurar, é aquela que se deu ao contemplar Seu Unigênito Filho; lá estava ele, sem culpa alguma, expirando, mãos estendidas e cravadas contra o madeiro daquela cruz, cabeça pendente a derramar sangue por espinhos em forma de halo a cravar-lhe a fronte…

Alguns levantam intrigante objeção, lembrando que a Bíblia diz que a Deus “agradou” entregar o Seu Filho à morte – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo…(Isaias 53.10, ARA), como se houvesse deleite em Deus pela morte do Justo. Ora, se nem com a morte do injusto se produz, em Deus, deleite, quanto mais na morte do Seu Filho Amado! Diz Ele: Teria eu algum prazer na morte do ímpio? Palavra do Soberano, o Senhor. Ao contrário, acaso não me agrada vê-lo desviar-se dos seus caminhos e viver? Diga-lhes: Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o Senhor, que não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam. Voltem! Voltem-se dos seus maus caminhos! Por que o seu povo haveria de morrer, ó nação de Israel?(Ezequiel 18.23 e 33.11, NVI).

Em hipótese alguma aquela expressão de Isaías poderia ser tida como sadismo da parte de Deus. Antes, significa que o propósito que O levou a entregar Seu Filho Amado por nós, na cruz, o resultado proposto – este, sim – Lhe trouxe e Lhe traz deleite. Aliás, se há alguém a quem se poderia atribuir, verdadeiramente, “dor sem limite” pela morte do Filho, esse alguém é Deus! Porque a morte, no tocante à natureza humana de Jesus, trouxe ao Pai Celeste a mais intensa natureza, extensão e profundidade de dor que alguém poderia, jamais, sentir. Imensurável, até… Um dilema incompreensível, mesmo ao ser humano mais bem dotado de cérebro: por um lado, disposição para entregar à própria morte, segundo forma de expressar que está infinitamente acima de qualquer compreensão – “agradou moê-lo”!  Por outro lado, a inevitável dor, dor sem limite, porquanto o Seu único Filho, o Justo, estava sendo submetido à ira divina por causa dos pecados dos que foram por ele mesmo criados.

Notinha pertinente, a esta altura: já que o preço da redenção que a morte de Cristo propicia é tão alto, que atitude convém observar, em decorrência? Vale pegar resposta emprestada! Neste caso, sugiro, tome emprestada a do salmista: Mas que poderei retribuir ao Senhor por tudo o que ele me tem dado? Erguerei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor (Salmo 116.12, BCF).

Nossa mensagem musical de hoje é um poema de piedosa cristã, que compôs mais de 2000, a serviço do Seu Salvador. Sua saúde era frágil e, às vezes, necessitava descansar. Nesses descansos, tendo sempre junto um dos cinco filhos, compunha, sob a influência da Palavra de Deus. Um dia, despachou ela um pacote com poemas seus a um músico e pastor que chegou a suceder meu xará na presidência dos Estados Unidos da América; ela obteve dele a composição musical para os poemas. Entre eles, esta composição, e também o belíssimo “Face a Face Eu Hei de Vê-lo…”. Ouça, com nosso AudioPlayer online…  

There Was One Who Was Willing (1899)
Houve Alguém
Letra: Carrie Ellis Breck (1855-1934)
Música : Grant Colfax Tullar (1869-1950)

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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