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O Bem e o mal a cada dia

N° 229 : “DOCE… E MORTO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Novembro de 2015

"Aqui jaz um rio, outrora doce, e vivo!” Eu me transporto, metaforicamente, no tempo, para aqueles anos, um tanto lá atrás, em que residia bem defronte do Rio Doce: apenas a avenida separava minha casa da margem, em Governador Valadares. Bagres, lambaris e piaus eu ali pesquei… Ainda metaforicamente, tento me imaginar lá, naquela margem, onde também ‘visualizo’ essa lápide imaginária. Não é invenção minha: importantes veículos de imprensa especializada noticiaram: “É oficial: o Rio Doce está morto!”

Leio a notícia: diretora de um educandário, no sub-distrito de Bento Rodrigues (Mariana), salva 58 crianças da escola que logo seria coberta por 20 metros de onda de lama; e saúdo essa professora. No mesmo lugarejo, talvez haja corpos que jamais venham a ser localizados, debaixo da lama que endurece, transformando a topografia e o solo. Leio outra notícia: centenas de pescadores, no médio Rio Doce espiritossantense desencadeiam a “Operação Arca de Noé”, capturando do rio espécies, antes que chegue o tsunami lamacento, com o fim de repovoá-lo no futuro. Saúdo esses pescadores também. “Futuro?” Qual futuro? Vejo as imagens do presente, e me solidarizo com aquela gente, também minha gente, enfrentando o que estão a enfrentar, em vários municípios: águas turvas barrentas, carregadas de ferro e outros metais pesados, segundo se afirma; escassez para uso e consumo; peixes, e outras espécies, mortos aos milhares, exalando intensos ‘aromas’, atraentes ao olfato dos urubús; pessoas, pais de famílias, jovens, mulheres, crianças, literalmente a chorar a destruição do seu doce rio. É de chorar também à distância!… Gente que padece, à espera de um mísero quinhão de água numa enorme fila; às vezes, nem chega a receber…

Que lições se pode tirar de um episódio tão grotesco como esse? Quanto a você, que ainda se dá ao trabalho de ler-me, não sei… Só posso falar por mim; falarei, então. Sem querer estabelecer uma ordem de importância, cito…

Primeira: cada vez que se anuncia um desastre ecológico, ou um atentado terrorista, ou os efeitos insuportáveis de uma seca que ferve o nosso clima, vejo a oportunidade para o ‘dever-de-casa’ do princípio fraterno de solidariedade. Somos todos uma só espécie! A dor dos meus semelhantes é também a minha dor!… Até a água que, há poucos minutos, fui buscar em minha geladeira, me pareceu a água que Davi derramou em libação solidária (se você quer entender, leia todo o episódio em  II Sm 23.13-17). Agradeço a Deus por tê-la, condoendo-me com os que não a têm… Como eu disse no tempo do tsunami asiático de 2004: ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO! Hoje, é ali, lá ou acolá. E amanhã?

Segunda:  Deus, a cada dia que vejo as notícias que se mostram, o tempo em que estamos vivendo, aprendo mais a ter temor de Ti! Eu sei que todas as coisas estão debaixo do controle das Tuas mãos, e nada ocorre por acaso! Como eu disse no tempo do tsunami asiático de 2004: O TIMONEIRO DO BARCO NÃO É SÁDICO! Ele sabe o que faz!… E, porque faz!… Não duvide! “Ele mesmo é o que dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; por que nEle mesmo vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17. 25,28, BCF).

Terceira: Deus, ó Deus! Jamais direi como o brilhante poeta baiano: “Deus, ó Deus, onde estás, que não respondes? Em que mundo, em que estrela tu te escondes, embuçado nos céus?” (Castro Alves, 1847-1871, em Vozes d’África, 1864). Não, eu sei que Tu estás ali, aqui, sempre por perto, sempre presente, e em breve todo olho verá aquEle em quem Tu te manifestas, e que há de se manifestar no Juízo Final… “Se subo ao céu, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também…” (Salmo 139.8, ARA).

Quarta: a cada dia, repriso a lição da responsabilidade… Se há um futuro, no qual ainda devem viver meus filhos, quiçá meus netos, ou os filhos deles, preciso ser, hoje, responsável para com o chão, o ar e as águas das quais eles dependerão!… Nada disto me pertence, como também não pertenceu aos meus antepassados, e não pertencerá, tampouco, aos meus sucessores – tudo pertence a Ti, e deve glória e tributos a Ti, somente!

Quinta: pode parecer que não é hora de dizer isto, mas, como estou falando de mim, posso: cada acontecimento alarmante desses me põe, mais e mais, em estado de alerta, de que o fim está próximo. “Haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; na terra, angústia das nações… homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo… E então verão vir o   Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória… porque a vossa redenção está próxima” (Lucas 21.25-28, ACF). Como disse, ainda na minha reflexão sobre o tsunami: “OS ACIDENTES DO PERCURSO SÃO SINAIS DA CHEGADA!”  Ouço muitos dizerem: o mundo está em caos! Pois, então, é hora de reconhecer seriamente: o caos tem próximo o seu fim, porque se aproxima o fim que inicia a eternidade. Se os sinais do presente não te forem suficientes para reconhecer isto, talvez o sejam os que poderão vir, no futuro próximo…  

Também ‘choro’ o rio, outrora doce e cheio de vida. Mas, não posso me esquecer de minhas lições. Antes que venham outros lembretes… 

Use o nosso Audio Player online, e ouça mais um dos hinos do ex-piloto da Força Aérea Americana, que eu tanto aprecio…  

BREVE VIRÁ
COMING AGAIN (1957)
John Willard Peterson (1921-2006) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br 
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

N° 228 : “SEM BARREIRA LINGUÍSTICA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 8 de Novembro de 2015 

A história que vou contar é de pescador, sim! Mas, é verdadeira. De um pescador que ficou à deriva por mais de um ano, sozinho, no Oceano Pacífico, e sobreviveu… Sim, sobreviveu. Saga que dá um bom livro. Tudo começou assim: no natal de 2012, o salvadorenho José Salvador Alvarenga zarpou do sul do México, em companhia de um jovem chamado Ezequiel, para pescar no Pacífico. Seu barco tinha sete metros de extensão. Entretanto, o motor do barco ‘quebrou’ antes que pudessem voltar, e o barco começou a ser carregado pelas temíveis correntes marítimas do Pacífico. Para qual rumo? Bem que eles prefeririam que fosse para o leste – assim, chegariam de volta ao continente americano. Mas, não: as correntes do Pacífico levam para oeste, rumo à Ásia e à Oceania.

Dentro dos primeiros quatro meses, Ezequiel morreu, porque se recusou a continuar fazendo uso do ‘cardápio’ disponível (ao contrário de Alvarenga). Eles precisaram pegar aves e pescar peixes e tartarugas com as próprias mãos, bebendo-lhes até o sangue (além da própria micção), para não se desidratarem, quando não chovia. Alvarenga manteve o corpo de Ezequiel por alguns dias dentro do barco: em parte, pelo remorso de ter levado o jovem à tragédia; em parte, pelo pavor de passar noites e dias sozinho num vasto oceano, à deriva. Alvarenga continuou ‘conversando’ com o amigo por alguns dias. Depois, sendo-lhe insuportável continuar mantendo o cadáver dentro do barco, teve que se desfazer dele. Foram 13 meses, quando, finalmente, o barco, já um tanto avariado, foi dar numa pequena ilha. Onde estava? No desabitado atol de Ebon, pertencente às Ilhas Marshall, região da Micronésia, mais de 4 mil quilômetros a sudoeste do Havaí. Dali, foi ele resgatado, em avançado estado de desidratação, fome e fraqueza, por um casal da ilha mais próxima, onde havia algumas dezenas de moradores. Mas, como se comunicar? Alvarenga sabia apenas o espanhol, idioma ignorado pelos habitantes da ilha.  E foi mais uma longa saga, dependendo da busca remota de intérpretes, de atendimento médico, até chegar de volta à sua terra, à sua família, em El Salvador.

A variedade de idiomas que há no planeta é uma riqueza da variedade cultural; mas, é também uma barreira. Para o náufrago Alvarenga, foi. Esse fenômeno começou, segundo a Bíblia, após o Dilúvio de Noé (ver Gênesis 11). Mas, tem fim já previsto. E não será com a unificação dos idiomas humanos, como alguns já sonharam (a exemplo do famoso filólogo polonês Zamenhoff – 1859-1917). Paulo anuncia que uma das finalidades da exaltação de Jesus Cristo, que começou em sua ressurreição, é para que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai(Filipenses 2.11, NVI). No entanto, é certo que essa diversidade idiomática ali apontada se limita ao tempo da era presente. Assim, em inglês, alguém proclama: Jesus Christ is the Lord!  Em alemão, diz: “Jesus Christus ist der Herr!  Em espanhol, diz: “Jesucristo es el Señor!”. E assim por diante…

Naquele dia, porém, quando Ele reunir, de todas as tribos e nações, um só povo para Si, não haverá mais diversidade étnica – haverá um só povo! Quando Ele ajuntar, para Si, praticantes de todas as linguagens do mundo, não haverá mais diversidade linguística – haverá uma só voz, a entoar, diante do Cordeiro de Deus. E o canto que os milhares de milhares, milhões de milhões entoarão, a uma só voz, está já previsto: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Apocalipse 5. 12). E, haverá um responso: “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém! (Apocalipse 5. 13, 14, ARA). Não haverá mais a barreira que Alvarenga enfrentou. Haverá uma só voz, um só louvor! Eu eu, estarei lá… 

A propósito, é isto que vamos ouvir, hoje, em desfecho desta reflexão. O autor da composição musical tomou o texto de João, no Apocalipse, que forte impressão exerceu sobre ele numa campanha evangelística na América do Sul, e pôs-lhe a música, que seu coral aqui interpreta. Use o nosso Audio Player online… 


WORTHY IS THE LAMB THAT WAS SLAIN (1970)
DIGNO É O CORDEIRO QUE FOI MORTO
Don Wyrtzen (1942…) 

[A tradução é precisamente o texto de Apocalipse 5.12, acima] 
Worthy is the Lamb that was slain (3x)
To receive power, and riches, and wisdom, and strength, honour, and glory, and blessing.
Worthy is the Lamb (3x) that was slain…Worthy is the Lamb!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br  
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N° 227 : “REFORMA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 1 de Novembro de 2015 

André Spínola é consultor de negócios do SEBRAE, o serviço brasileiro de apoio à micro e pequena empresa do país. Recentemente ele deu um depoimento a certa revista que explora exatamente o incentivo a pequenas empresas como ‘grandes negócios’. No depoimento, Spínola afirmou que há alguns negócios que avultam suas boas oportunidades em cenários de crises. Um deles é o de reformas, do setor de construção civil: “Com a crise, as pessoas querem consertar mais”. Foi esta a sua justificativa, ao afirmar que “empresas especializadas em serviços de manutenção, reparos e reformas estão em alta”, num cenário em que a construção de imóveis novos é negócio em decadência. 

Isto me faz lembrar que foi num cenário de crise que surgiu um certo monge agostiniano, no século XVI, a pregar reforma na igreja. Seu nome era Martinho Lutero (1483-1546). Herege para alguns, reformador para outros, o certo é que o mundo mudou muito, ao ensejo dos acontecimentos que se postaram em torno do seu movimento. E, o nome que se deu ao movimento – Reforma – se relaciona ao fato de que nenhum dos seus melhores expoentes desejava, rigorosamente, ruptura com a igreja do seu tempo. Desejavam, outrossim, isto mesmo – reforma. E agora, a dois anos de se completarem cinco séculos daquele evento, volto o olhar de lá, para cá…

O mundo está em crise, profunda crise. O Estado Islâmico avança em suas atrocidades (acabo de saber que reivindica ter abatido um avião comercial com 224 vidas); as tensões entre os Estados Unidos e países da Ásia (Rússia, China e Coréia do Norte, especialmente) se aprofundam, metendo medo nos demais países. O Brasil está em crise – e que crise! Parece um beco sem saída, um buraco sem fundo (e tem gente querendo por cortina no beco, tampa de papel de seda no buraco). As famílias estão em crise; seus fundamentos, seus pilares, estremecem assustadoramente. Cristãos estão em crise; cinco séculos atrás havia boas razões para Lutero, Calvino, Zuínglio, Bucer lutarem pelos valores de uma reforma. Hoje, dentro do próprio segmento que se diz herdeiro da Reforma há profundas necessidades de reformas. É a crise de identidade, de caráter, de integridade, de coerência, de consistência, de testemunho, que se alastra por entre os que, provavelmente, vão passar este final de semana celebrando a Reforma. Não é preciso ir muito longe, chegando fora das fronteiras dos que se identificam pelo cristianismo evangélico (ou, “reformado”, usando adjetivo de lastro histórico), para se constatar a crise, e a demanda de uma restauração de reforma: dentro dessas fronteiras já se vê suficiente.

O ‘cristianismo’ que deixa de ser nitidamente identificado com Cristo, com seus valores éticos, com a doutrina dos apóstolos por ele incumbidos, com a mais genuína interpretação e aplicação da Palavra de Deus, e passa a se assemelhar aos valores do mundo secular, precisa, de novo, de reforma. É tempo de crise! O cristianismo que copia métodos, estratégias, comportamentos, do paganismo, do materialismo, do secularismo, precisa urgentemente de reforma. É tempo de crise! Não estou falando do cristianismo que está do outro lado do quarteirão, ou no outro bairro, ou do outro lado da cidade, do país ou do mundo. Estou falando da necessidade de auto-avaliação: minha e sua, que me lê (eventualmente). “Mas, quando vier o Filho do homem, julgais vós que achará ele alguma fé na terra?” (Lucas 18.8, BCF). 

A ética que Jesus ensinou no Sermão do Monte parece poesia a muitos cristãos (evangélicos inclusos) dos dias de hoje… Oh! Que bonito isto! – poderão dizer (“longe de mim”, não raro hão de pensar). A doutrina de compromisso, de seriedade, de dedicação, de integridade, de testemunho verdadeiro, ensinada por Paulo, Pedro, João e companhia, é lida, é ouvida, é pregada… Que doutrina perfeita! – dirão muitos (“não para mim, para os outros”, que levou muitos a se tornarem modelos de cristianismo (entre os apóstolos e até depois deles), é mera lembrança utópica, num campo majoritário – o cristianismo de ‘araque’ de hoje. “…Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mateus 5.20, ARA).  Precisamos de reforma; os tempos são de crise! E, apropriando-me (por empréstimo) da afirmação do André Spínola (ainda que fora do seu contexto), tempos de crise são muito propícias para manutenção, reparos e reformas!

No início da década de setenta, surgiu no Brasil o grupo Vencedores Por Cristo. Ente suas primeiras interpretações, uma significativa composição, que fala quão só ficou Jesus, no caminho da cruz, e no Gólgota. Trata-se de uma pertinente mensagem, digna de reflexão, em tempos de crise, que resgatamos ao final desta mensagem. Ouça, com nosso áudio player online. 

NOBODY WANTED HIM (1969)
Ninguém o Quis
Jack William Hayford (1934 – …)

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Boa semana,
Ulisses (Tg 4.13-15)

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N° 226 : “NEBLINA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Outubro de 2015 

 Parafraseando o político mineiro Magalhães Pinto (1909-1996), eu diria: a vida é como nuvem: você olha num momento, está de um jeito; olha noutro momento, já mudou… (Magalhães Pinto se referiu à política, com tal analogia).  Ir e voltar de São Paulo, neste final de semana, foi uma dupla experiência: pelo ar e pela terra. Na ida, saindo de Confins para descer em Guarulhos, nada prometia experiências marcantes… Dia ensolarado, poucas nuvens até certa altura da viagem, tudo tranquilo. Aparentemente tranquilo, não fosse por aquelas desagradáveis experiências de turbulência aérea. Sem que nem prá que, de repente o avião dá aquela balançada, e uma queda de alguns metros põe um punhado de gente a invocar todos os tipos de protetores espirituais, até tocar o solo. Me fez lembrar uma viagem sobre a Amazônia, à noite, com uma queda súbita tão forte e tão grande, que as pessoas se agarravam com força às poltronas, como se as tais pudessem lhes proporcionar alguma âncora segura (a milhares de metros do solo).

Na volta de São Paulo, neste final de semana, o trajeto já seria pela terra. Fernão Dias, pista dupla, maravilha! Para alegrar a viagem, um grupo numeroso de aventureiros das duas rodas, todos encapados de preto, certamente vindos da capital paulista, davam um ‘espetáculo’: seus zigue-zagues pela pista, costurando em alta velocidade entre os veículos.  Algumas Yamahas’s, algumas Honda’s, e não poucas Harley Davidson’s (a paixão de todo motociclista ‘conservador’) constituíam o grupo. Pensei cá comigo, dirigindo: esse pessoal bem que poderia ser mais prudente.  Prá que pensei?… Pouco antes de Atibaia, olha o resultado: uma moto das grandes, caída e arrebentada, e dois corpos no asfalto recebendo socorros.  Certamente ali estava o piloto, e mais alguém, talvez colhido pela moto. A manhã estava tão bonita, tão convidativa… Um belo passeio coletivo, estragado ainda no começo. Uma família, talvez lá na capital paulista, que viria a receber notícia ruim, e outra, talvez em Atibaia, também…

Quando a Escritura adverte sobre as expectativas humanas quanto ao futuro, está cheia de sabedoria (sabedoria frequentemente desprezada): “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como uma neblina que aparece por um instante, e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tiago 4.13-15, ARA).  Ou, você está entre aqueles que pensam que este é o tipo de sabedoria inútil, desprezível? Quem sabe, daquele tipo que só merece receber atenção sabe-se lá quando?

Mas, não! Para muitos de nós, inclusive os que lêem estas linhas pobres (ou mesmo quem as escreve), a frequência maior está no retrato da primeira parte acima transcrita. Refiro-me à que, presunçosamente, julga estar em mãos próprias o próprio destino. Quão frequentemente nos esquecemos de sujeitar o curso dos nossos dias ao que diz a seqüência do texto?   Quão raramente refletimos na didática interrogação – Que é a vossa vida?  Quão pouco nos damos conta de que somos como a neblina, que aparece por um instante, e logo se dissipa?  Quer saber? Por que não assumir, constantemente, a atitude recomendada? Não há alguém melhor a quem se possa confiar o curso da existência, senão o exímio “piloto” chamado Jesus Cristo! Afinal, ele é o único capaz de conduzir com segurança, seja na estrada, seja no mar, seja no ar, seja em bonança, seja em tempestades; quer dias ensolarados, quer dias sombrios! Porque a vida, é como neblina passageira!…

As lutas existenciais que a autora do hino de hoje enfrentou, junto com o esposo, eram motivo constante de buscar a face do Todo-Poderoso, em oração. Afinal,  tentavam praticar o que o texto acima recomenda. Numa dessas épocas, sentindo como se estivessem num pequeno barquinho no meio de um mar revolto, a Escritura veio em conforto dela e de seu esposo. Da letra da Palavra de Deus à letra da poesia, eis o que  hoje arremata nossa reflexão. Ouça, com nosso Audio Player online, depois da letra transcrita…  

OH, NÃO TEMAS, SOU CONTIGO (1895)
(I WILL PILOT THEE)
Emily Divine Wilson (1865-1942)

1. Se a fé por vezes falta, 
   Quando o sol não posso ver, 
   A Jesus eu digo humilde: 
   Oh, vem meu piloto ser…

CORO: "Oh, não temas, sou contigo, 
      Teu Piloto até o fim!
      Não te importes com o perigo – 
      Eis a mão, confia em Mim.
"

2. Quando a tentação me envolve 
   E não posso a Cristo ver,
   Eis que em meio à tempestade, 
   Ouço o Salvador dizer:

3. Quando a alma está ferida 
   Pelas ondas da aflição, 
   Volvo o olhar ao meu Piloto, 
   E este canto escuto então:

4. Se do mar à praia chego, 
   Mesmo havendo turbilhão, 
   Vejo meu Piloto ao lado,
   Creio em Sua direção.

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Boa semana,
Ulisses (Tg 4.13-15)

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N° 225 : “TOMA-LÁ-DÁ-CÁ”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Outubro de 2015

“Não faço política do toma-lá-dá-cá”, declarou a presidente da república brasileira, Dilma Roussef, em resposta a críticas do momento de seu governo. No entanto, toda a imprensa noticiou que o governo se sentiu traído quanto, mesmo após haver feito tantas concessões na reforma de cargos e nomeações do Planalto, sofreu uma derrota no Congresso. Essa mesma imprensa se referiu ao “toma-lá” no tocante à chamada reforma ministerial, e às novas designações, buscando contemplar alas descontentes do contingente de suposto apoio.  E, se referiu ao “dá-cá”, no tocante à expectativa de votação, no Congresso Nacional, das primeiras medidas de interesse do governo: o lote de vetos presidenciais a propostas que abrem novas e profundas brechas no orçamento público. Não houve a contrapartida: a câmara dos deputados se esvaziou, e a votação não ocorreu, contra as expectativas do governo.

Há muito tempo que o mote de Francisco de Assis (1182-1226) – “É dando que se recebe” – é usado na política para representar a barganha de interesses. Na época da constituinte (1988), certo deputado paulista se tornou famoso por liderar uma enorme coalizão, chamada “centrão”. Foi ele quem trouxe à tona a célebre declaração franciscana.  Segundo a imprensa, o significado do mote, naquele contexto, representava benesses (como concessões de rádio e televisão) para políticos que votassem segundo interesse governamental. O assunto virou uma brincadeira nacional, e o mote de Francisco de Assis passou a representar, para muitos, o retrato de uma cultura – cultura brasileira.

Ontem, ouvi certo candidato a ministério cristão dizer: a ONG eu trabalho não recebe ajuda financeira de igrejas porque muitos de seus líderes só se interessam em ajudar se puderem por um rótulo ou uma bandeira em cima! Isto é o mesmo que dizer – é dando que se recebe. É um verdadeiro absurdo inferir que seres humanos são assim, movidos a fazer o bem se ganhar algo em troca; ou que os brasileiros são desse jeito. Não é possível… O ser humano não é assim… O brasileiro não é assim… O cristão não é assim… Devem estar julgando com excessivo rigor… Quanta gente altruísta ainda há… Será possível?… (Você acredita neste arroubo de diagnóstico virtuoso? Pois, nem eu…).

O maior de todos os mestres ensinou: “Tenham o cuidado de não praticar suas obras de justiça diante dos outros para serem vistos por eles; se assim fizerem, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai Celestial” (Mateus 6.1, NVI). E, por que Ele é o maio mestres dos mestres? Porque Ele próprio foi o sublime e singular exemplo de fazer o bem a outrem sem nenhuma expectativa de receber louvores em troca. Pelo contrário, quando subiu à rude cruz, na qual por nós pagou o preço da salvação e da vida eterna, ele estava só, e só ficou!  E ensinou mais: “Quando, pois, dás a esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas…” (Mateus 6.2, BCF). Jesus foi o sublime ensinador do princípio virtuoso de fazer o bem a outrem sem alardear; Ele ensinou a praticar o bem e guardar em secreto, para que só Deus contemplasse o feito (pois, a única recompensa que vale a pena é a que dEle provém).

Que ‘contramão’! Que contracultura! Estamos precisando muito de uma geração mais ousada de exemplares humanos que tenham a coragem de seguir este ensino supremo. Enquanto isso, deixem os néscios e os tolos brigarem pelas recompensas, pelas contrapartidas humanas, pelos apupos das gentes que contemplam um feito e dizem – Oh! Como ele é virtuoso! Afinal, sem essas, eles não conseguem mesmo viver sem essas recompensas… Só digo uma coisa: têm prazo de validade muito limitado, enquanto que as recompensas do Pai Celeste não têm prazo de validade: a validade é eterna!!!

Repriso uma canção muito significativa, através do nosso Player online; o autor fala do avanço dos dias que a vida proporciona, a serviço do  Senhor Jesus.
Que anelo! Heritage Singers cantam para nós…

THE LONGER I SERVE HIM (1965)
QUANTO MAIS O SIRVO
William James Gaither (1936…)

Since I started for the Kingdom
Desde que comecei pelo Reino
Since my life He controls

Desde que Ele controla minha vida
Since I gave my heart to Jesus

Desde que dediquei meu coração a Jesus
The longer I serve Him

Quanto mais o sirvo
The sweeter He grows

Mais terno Ele se torna

The longer serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais o sirvo, mais terno Ele se torna
The more that I love Him, more love He bestows

Quanto mais o amo, mais amor Ele proporciona 
Each day is like heaven, my heart overflows

Cada dia é como o céu, meu coração transborda
The longer I serve Him, the sweeter He grows.
Quanto mais o sirvo, mais terno Ele se torna

Ev'ry need He is supplying
Cada necessidade Ele vai suprindo
Plenteous grace He bestows

Plena graça Ele confere
Ev'ry day my way gets brighter

Cada dia meu caminho mais brilha
The longer I serve Him

Quanto mais o sirvo 
The sweeter He grows

Mais terno Ele se torna

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 224 : “PERDOAR E ESQUECER”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Outubro de 2015
 

“Trago o que posso. Uma merenda; trago biscoito, todo tipo de merenda, para ela ficar bem. Trago também água. Não sei como é o sistema aqui. Quero que ela seja bem tratada e nada de ruim aconteça com ela”. O autor destas palavras parece ser um exemplar raro entre os da espécie humana, e a atitude aqui retratada é diária. Seu nome é José Maria, reside em Fortaleza, e está referindo-se à sua [ex]esposa, que está presa na carceragem da Divisão de Homicídios daquela cidade. Qual a razão da prisão? Ter tentado, por duas vezes, matar o próprio José Maria. Pode coçar a cabeça, mas é isto mesmo: o homem visita e dá assistência a [ex]esposa na prisão, mesmo tendo ela duas vezes tentado matá-lo.

A mulher, de 32 anos, cujo nome não foi revelado pela mídia, tentou pela primeira vez matar José Maria em 11 de Setembro último. Ela colocou "chumbinho', um raticida ilegalmente produzido e vendido, em sua alimentação. José Maria passou muito mal, mas se recuperou. Quatro dias depois ela fez o mesmo, aumentando a dosagem. José Maria ficou duas semanas hospitalizado. A família dele desconfiou e acionou a polícia, que efetuou a detenção da mulher. No entanto, recuperado novamente, José Maria vai todos os dias à detenção, e leva lanches para a esposa. Ele diz que testemunhou o arrependimento da mulher, que até o socorreu, depois do que fez… "É certo que ela errou; mas não é com erro que vamos pagar outro". Assim, José Maria dá assistência a quem quase o matou duas vezes, e quer retomar o casamento. "Só não estou dizendo que vou conseguir, porque sou eu contra o mundo. Neste momento eu estou só, porque minha família não aceita; eu perdoo, mas minha família não".

Eu tenho duas perguntas: a primeira – no meio da espécie humana, qual percentual de exemplares do tipo do José Maria costuma existir? Qualquer que seja a tentativa de arriscar resposta, é bastante possível que o percentual seja baixíssimo… Sei que há, mas devem ser algumas raridades. A maioria de nós costuma, por muito menos, guardar repulsas por muito mais tempo. Entre esposos e esposas, por exemplo, a duração da condescendência e do perdão vem se encurtando bastante, nos tempos modernos. A segunda pergunta: no meio da espécie divina, qual o percentual de exemplares de inclinação semelhante? Bem, segundo a diversidade de literaturas, as divindades podem ser fonte de bem e também de mal. De um modo geral, para que se receba o bem das divindades, é preciso prestar-lhes algum favor, alguma oferenda, sacrifício, propiciação. Recebendo do homem uma satisfação, doam, em troca, o bem; em contrapartida, recebendo desapontamento, destinam ao homem o mal. Assim é, no geral, como se concebem as reações das divindades. Entretanto, como são divindades mitológicas, criações humanas, não vão poder entrar em nossa estatística.

Só há um Deus verdadeiro, o Criador de todas as coisas, e também do homem; Ele é o Deus que se revela de modo inteiramente inteligível na Escritura, a Bíblia. E, como é Ele? É totalmente diferente! Primeiro, Ele não espera nenhuma propiciação humana, nenhuma oferenda, nenhum sacrifício humano, para proporcionar perdão e misericórdia; toda oferenda, todo sacrifício e toda propiciação já foi cumprida, aos olhos dEle, pelo Seu próprio Filho, quando se encarnou. Aliás, diferentemente das demais divindades que o homem resolveu cultuar, Ele nem mesmo aceita qualquer oferenda ou sacrifício de favores e propiciação que não seja a do Seu próprio Filho; por isto, para o homem acaba saindo de graça! Além disto, Ele é capaz de dedicar tal tipo de favor não apenas a uma pessoa, mas a multidões. Houve um tempo que, provisoriamente, o favor do Deus verdadeiro era cultivado no meio de uma só nação; hoje, não: em qualquer lugar do mundo, de qualquer etnia, de qualquer raça, de qualquer cor, de qualquer camada social, de qualquer gênero, é possível ser alvo de Suas ternas misericórdias; ele não faz acepção de pessoas. Terceiro: ainda que o José Maria não se disponha a perdoar sua esposa uma terceira vez (duas tentativas de homicídio, até vá lá…), Deus, o Deus verdadeiro vai mais longe; indiscutivelmente mais longe: "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as Suas misericórdias não têm fim: elas se renovam a cada manhã" (Lamentações de Jeremias 3,21,22, ARA). Quarto: o que o José Maria está fazendo pela esposa aprisionada é digno de menção, é fato. Mas, limita-se a esta vida; o perdão de Deus perdura a eternidade inteira.

O testemunho da Escritura é que Deus, o Deus verdadeiro, é complacente, longânimo, até mesmo tolerante. Foi assim, no passado: "Contudo, ele foi misericordioso; perdoou-lhes as maldades e não os destruiu. Vez após vez conteve a sua ira, sem despertá-la totalmente" (Salmos 78:38, NVI). Mas, continua Ele sendo assim, também no presente: "Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniquidade, e que passa por cima da rebelião do restante da sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na sua benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; sujeitará as nossas iniquidades, e tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar" (Miquéias 7:18,19, ACF). Isto significa perdoar e esquecer…

Há, também, mal que pode advir de Suas mãos? Sim, há. Mas, Ele reserva esta maldição particularmente para um lado da eternidade, enquanto que também reserva bênção e gozo intermináveis para outro lado da eternidade. Enquanto isso, se alguém pergunta – há, ainda, homens como o José Maria? – repito eu a interrogação do profeta: há Deus como este?
Ao final, deixo mais uma bela composição, interpretada pelo Grupo Logos:  

ELE ME AMA
Paulo Cézar Silva (1952…)

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Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 223 : “DEMOLIR… OU CONSTRUIR…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 de Outubro de 2015
 
Dois quarteirões distante de minha residência, vi, em pouquíssimos dias de uma mesma semana, vir abaixo uma grande edificação, onde antes funcionava um supermercado. Aliás, não só veio abaixo o edifício, como também, em poucos dias todo o entulho foi retirado.
– Agora vai virar um shopping, disse um comerciante próximo, visivelmente preocupado. 
Em frente, ainda reside um senhor que testemunhou a construção do prédio, algumas décadas atrás. Mesmo podendo imaginar a resposta, a ele perguntei quanto tempo durou a construção…

– Ah! Aí está uma coisa curiosa: para construir, foram quase dois anos… Mas, para demolir, três ou quatro dias bastaram.  

É assim a nossa existência; não é incomum que, se alguém receber um “bom dia” logo cedo, talvez nem se lembre tê-lo recebido, ao fim do dia; ou, de quem o deu… Mas, se alguém escutar um insulto, ou uma crítica, ao início do dia, é bastante provável que se lembre disto semana inteira. Bem! Sempre há aqueles mais prodigiosos de memória – são capazes de se lembrar até pelo resto da existência. De outro ângulo, é sempre muito mais fácil demolir do que construir. Não me refiro, aqui, às obras de edificações civis… Refiro-me às relações humanas. Muito mais fácil e corrente, em tais relações, criar embaraços, desavenças, afastamentos, intrigas, juízos, fossos, do que construir pontes de conexão, de comunhão, de amizade, de fraternidade, de construção recíproca.

Já viu uma criança, brincando com castelos de areia na praia? Como costuma se divertir mais? Construindo-os meticulosamente junto com seu pai, ou pisando-lhes rapidamente sob os pés, para jogar abaixo? E olhe que, não raramente, são os próprios pais que lhe incentivam a farra… Isto, quando já não fica a aguardar, ansiosamente, o momento de destruição. Triste sina humana…

Em edificações civis é preponderante o uso das mãos: é com as mãos, via de regra, que se escavam os alicerces; é com as mãos que se confeccionam os baldrames; é com as mãos que se montam as formas e as armações, que se concretam as estruturas, que se desenham os acabamentos. É bem verdade que a modernidade vai entregando várias dessas tarefas às máquinas; mas, com quem as máquinas ‘aprenderam’? Com as mãos! Nas relações humanas, o órgão do corpo que prepondera é outro: a língua. Tanto  serve para edificar (o que não é tão freqüente), quanto serve para demolir (tarefa que lhe costuma ser preferência).

O apóstolo diz: “Assim também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!… contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta, ela mesma, em chamas pelo inferno” (Tiago 3.5, 6, ARA). No mesmo trecho bíblico, Tiago contrasta a língua com todas as espécies de animais, selvagens ou não: estes, a humanidade tem sido capaz de domar; a língua, não: “É um mal que não se pode refrear: está cheio de peçonha mortal” (Tiago 3.8, ARC).

Por que? Porque, como é sabido, é o instrumento mais voluntarioso, sob o acesso humano, para exprimir pensamentos precipitados, juízos improcedentes. O mais renomado de todos os sábios humanos assinalou: “Quando são muitas as palavras, o pecado está sempre presente, mas quem controla a língua é sensato. As palavras dos justos dão sustento a muitos, mas os insensatos morrem por falta de juízo” (Provérbios 10.19,21, NVI). 

Quais castelos de areia na praia, que costumam – miserável sina humana – dar mais prazer ao serem pisados e destruídos do que construídos, assim é a natureza dos seres que costumamos ‘apelidar’' de racionais; no entanto, quantas vezes agem como irracionais mesmo? É um grande desafio, este, com o qual nos deparamos a cada dia. Sabendo que demolir é tendência da natureza humana, herdada de Adão, resistir e vencer essa tendência são artes supremas e sublimes, dignas de exercício diário.

Há dois lados do campo: numa direção está o mais comum – demolição; é trabalho rápido, e conta com um time forte e numeroso! Noutra direção está o mais nobre – construção; é trabalho lento, e conta com um time numericamente inferior e aparentemente mais frágil. Em qual lado você quer ser encontrado com mais freqüência?  Melhor: em qual lado mais vale a pena ser encontrado?

Na mensagem musical de hoje, trago a expressão de alma de uma cristã afro-descendente que já expressava “alma” até no nome. Sua motivação partiu dos trabalhos em favor de uma instituição de tratamento de tuberculose, tão mais temível, naquela época. A Segunda Grande Guerra Mundial estava perto de acabar. Lá em Chicago, surge a composição, que talvez passasse despercebida, não fosse um britânico ouvi-la e leva-la para Londres. Ao cantá-la, ouvia-a um grande produtor musical, que se responsabilizou por adquirir seus direitos. Depois disso, afamou-se em vozes como Martin Luther King, Jr., Doris Day, George Beverly Shea, Tennessee Ernie Ford, Mahalia Jackson e o casal Roy Rogers e Dale Evans. Aqui, vai interpretada pelo  sensível Glen Payne (1926-1999).  

Abaixo da letra, o nosso Audio Player Online…

IF I CAN HELP SOMEBODY (1945)
SE EU PUDER AJUDAR ALGUÉM
Alma Irene Bazel Androzzo (1912-2001) 

If I can help somebody, as I pass along
Se eu puder ajudar a alguém, à medida que vou passando  
If I can cheer somebody, with a word or song
Se eu puder alegrar a alguém, com uma palavra ou com uma canção 
If I can show somebody, as he’s travelling wrong,
Se eu puder mostrar a alguém, que esteja num caminho equivocado
Then my living shall not be in vain!
Então meu viver não terá sido em vão!

Then my living shall not be in vain,
Então meu viver não terá sido em vão!
Then, my living shall not be in vain
Então meu viver não terá sido em vão!
If I can help somebody, as I pass along,
Se eu puder ajudar alguém, à medida que vou passando
Then my living shall not be in vain!
Então meu viver não terá sido em vão!

If I can do my duty, as a good man ought
Se eu puder cumprir o meu dever, como convém a um bom homem
If I can bring back beauty to a world that’s so wrought
Se eu puder trazer beleza a um mundo que é tão forjado
If I can spread love's message, as the Master taught
Se eu puder espalhar a mensagem de amor, tal como ensinou o  Mestre 
Then my living shall not be in vain!
Então, meu viver não terá  sido em vão

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas: 
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N° 222: “AVATAR”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 27 de Setembro de 2015

“AVATAR” é uma palavra da cultura hindu, que ficou mundialmente famosa na produção cinematográfica de James Cameron: um ser híbrido de homem e alienígena, habitante do distante planeta Pandora. Na cultura hindu, provém de “avatara”, do sânscrito, que significa descida. Conecta-se a “Aval”, “aquele que descende de Deus”. São supostos seres que manifestam, fisicamente, formas da divindade. Mas, recentemente, a palavra adotou um significado adaptado à modernidade. Há quem já a esteja usando para designar criações digitais (do tipo “robôs cibernéticos”), para ‘eternizar’ seres humanos. É isto mesmo que você ouviu (quer dizer, leu): avatares, de você, de seus pais, de seus amigos, de seus filhos, para ficarem por aqui, quando os originais partirem… Como se os demais que ficarem por aqui estivessem interagindo com você, com seus pais, com seus amigos, com seus filhos… Não será fantástico?

Um grupo norte-americano, ligado ao renomado MIT (Massachussets Institute of Technology), lançou, recentemente, o programa tecnológico “Eter9”, divulgado no portal “Eterni.me”. Eis o seu apelo público:

“Quem quer viver para sempre?…Todos nós morremos, cedo ou tarde…
E se… você pudesse viver para sempre, como um avatar digital?…
Seja virtualmente imortal!”

Com o novo serviço, caro leitor, passará a ser possível armazenar uma quantidade de dados do seu perfil pessoal, e criar seu avatar, para depois de sua morte. A intenção é que as pessoas que ficarem por aqui possam interagir com o seu avatar, como se estivessem interagindo com você mesmo. Você, eterno, que tal? Pronto! Mais um avanço estupendo da tecnologia humana, para superar o insuperável – a morte!

O programa ainda não se tornou publicamente disponível, mas já há milhares na fila… Mas as redes sociais já estão se mobilizando para alimentar o banco de dados que vai criar avatares. Não é fantástico? Opa: deixa eu mudar de palavra, para não parecer merchandise… Não é formidável? (Esta é muito antiga, não é?). Já pensou? Onde você estará, onde estará sua alma, até à Ressurreição Final, onde estará você, depois da ressurreição do Dia do Juízo Final, por toda a eternidade de verdade, não importa: VOCÊ estará aqui, eternizado em boas lembranças (ou não), no seu avatar.  Haverá uma quantidade de seguidores interagindo com você, isto é, com seu avatar. Você pode fazer um novo tipo de testamento, definindo, em vida, quem vai administrar seu avatar. Você vai até pensar que vai ficar tranquilo, quando partir, porque sua partida não vai doer tanto nos que ficarem… Mas, talvez, depois de partir, você até fique com ciúmes do seu avatar: o pessoal vai gostar tanto dele, que nem vai sentir falta do original, que é você…

Especulações à parte, pergunto: até onde vai chegando a sandice high-tech? Até onde vai chegando a tolice tecnológica que explora a tolice (outro tipo) da boa-fé das pessoas? Bem! Já que vai, mesmo, existir, começo a pensar num avatar para mim… E já vou logo considerando a lembrança de um antigo pregador, que hoje ouvi pela boca do porta-voz angolano Sebastião Chiquete: Este lembrou o pregador, que disse mais ou menos assim – “Seria bom que cada um de nós, ainda que não se destinasse ao inferno, passasse pelo menos meia hora no inferno, antes de terminar a jornada da vida. Assim, seríamos mais eficazes em prevenir pessoas, para não ir para aquele terrível lugar”. 

Jesus falou de um hipotético cidadão que, morrendo, foi levado ao lugar dos mortos. De lá, lugar também chamado de inferno, rogou ele, a respeito de outro falecido, chamado Lázaro: “Pois eu te rogo, Pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, que não suceda virem eles também parar a este lugar de tormentos” (Lucas 16.27,28, BCF). Já estou aqui pensando: milhares, milhões de avatares, advertindo os vivos de aqui, quanto aos horrores eternos do inferno. Não, isto não ocorrerá: os avatares do Eterni-me só falarão das lembranças de aqui. Se falarem de horrores, serão desta vida, que nem se comparam às do inferno. Além do mais, Jesus fechou a questão, quando disse: “Têm eles Moisés e os profetas; ouçam-nos!” (Lucas 16.28, ARC). O cidadão, na ilustrativa história, ainda teria arriscado: “Não, Pai Abraão: se alguém dentre os mortos fosse ter com eles, eles se arrependeriam” (Lucas 16.30, NVI). Jesus, que menciona “Moisés e os profetas” como uma sinédoque de toda a Escritura, arremata, para fim de conversa: “Se não ouvem Moisés e os profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (Lucas 16.31, ARA).

Pensando bem, vou deixar essa história de avatares para os parvos, para os tolos. Quanto aos queridos, bastam-me as lembranças, as suas obras, que os acompanham (Apocalipse 14.13); quando muito, fotos. Fico com a palavra de Jesus, fico com Moisés e os profetas, fico com a Palavra de Deus! E mais: quero que meus filhos, e meus netos, e quantas gerações eventualmente vierem, fiquem também…  

Ira Sankey e Stephen Collins Foster puseram música num belíssimo poema de Fanny Jane Crosby, que hoje conclui nossa reflexão. A poetisa, que ficou cega ainda na primeira infância, foi alguém com incomparável sensibilidade na expressão musical das verdades celestes. Foram mais de 8000 hinos e poesias. “Depois de morta, ainda fala…”

THE HOMELAND SHORE (1890)
DA LINDA PÁTRIA
Francês [Fanny] Jane Crosby (1820-1915) 

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Abraços, boa semana !
Ulisses

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N° 221: “TAMBÉM LAMENTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Setembro de 2015

“Prezado Senhor

Lamento ter que informá-lo que eu não acredito na Bíblia como divina revelação & que, portanto, tampouco em Jesus Cristo como o filho de Deus.
Sinceramente…"

Estas poucas linhas são tudo o que está no conteúdo de uma carta, manuscrita a tinteiro, remetida a um advogado interessado na verdade. Vale muito dinheiro: nos próximos dias, segundo o jornal britânico The Guardian, vai a leilão, em Nova Iorque, e espera-se alcançar entre R$ 280 mil e R$ 350 mil, em valores aproximados. Não foi escrita por um ‘Zé Ninguém’: simplesmente falando, foi escrita pelo renomado naturalista Charles Robert Darwin (1809-1882), de quem se diz que revolucionou o mundo contemporâneo. Foi ele quem publicou o livro A Origem das Espécies, entre outros, o qual impulsionou expressivamente a teoria da evolução. Por conta desse impulso, quem ousa defender, hoje, em qualquer escola fundamental, média ou universitária, que as espécies foram criadas, cada qual segundo a sua gene própria, é tratado pela [ainda] maioria como um herege científico;  se acrescentar que o responsável por esse ato de criação foi Deus, torna-se um obscurantista medieval.

Como surgiu a breve carta? Charles Darwin vinha, desde 1859, se esquivando de encarar assuntos da Bíblia e da fé publicamente. Um jovem advogado, chamado FA McDermott, lhe endereçou:“Se me encontro sob o prazer de ler seus livros, devo considerar que, ao final, eu não perca a minha fé no Novo Testamento. Minha razão, portanto, ao escrever ao senhor, é para solicitar resposta ‘Sim’ ou ‘Não’ à pergunta – o senhor acredita no Novo Testamento? The Guardian não foi capaz de revelar se o advogado focalizou, na pergunta, o Novo Testamento, porque já percebia que, quanto ao Antigo Testamento, Darwin já deixara evidente sua divergência, ou se por outro motivo. No entanto, note que, na resposta, agora uma relíquia valiosa, Darwin nem distinguiu entre Antigo e Novo testamentos – manifestou descrédito de ambos, a Bíblia inteira; pelo menos, quanto a ser Palavra de Deus. Preste atenção: Darwin não escreveu isto no começo de seus avanços ‘científicos’: na carta, consta 24 de Novembro de 1880, vinte e um anos depois de A Origem das Espécies, e apenas um ano e meio antes de morrer…  

E eu, aqui, vou avançando nestas pobres linhas usando as mesmas palavras de Charles Darwin… Por que não? Também sou um interessado na verdade; mais que isso: sou interessado, não apenas em conhecê-la, como também em reparti-la… Portanto, usando suas palavras, precisamente as primeiras, vou logo dizendo: Lamento ter que informá-lo… Aliás, para que a expressão não fique sem sentido, devo continuar: Lamento ter que informá-lo que tal incredulidade levou parte ampla da ciência ao suposto patamar de glória que hoje parece ostentar, mas tem levado todos os que acreditam, até o fim, nestas teses de Darwin, a um único lugar que os congrega – o inferno! Quem é o destinatário imaginário da minha cartinha? Se eu pudesse, mandaria, talvez, um email “Com Cópia Para Todos”. Começaria com o próprio Charles Darwin; prosseguiria com McDermott; depois, com todos os que, seguindo a premissa do missivista primário, continuam desacreditando (ou, em caso de rigorosamente não desacreditarem, simplesmente menosprezarem) da Bíblia, como Palavra de Deus, e de Jesus Cristo, como Filho de Deus, o redentor.

Muito cuidado, ó turma de simpatizantes de Darwin: “Ele [Deus] apanha os sábios na astúcia deles’; e também, ‘o Senhor conhece os pensamentos dos sábios, e sabe que são fúteis” (I Corínntios 3.19,20, NVI).  Pensando especialmente nas ovelhas do Papa Francisco (neste momento, em Cuba), lembro palavras traduzidas pelo Padre Antonio Pereira de Figueiredo: “Porque a ira de Deus se manifesta do céu contra toda impiedade e injustiça daqueles homens que retêm na injustiça a verdade de Deus; porque as coisas dEle, invisíveis, se vêem depois da criação do mundo, consideradas pelas obras que foram feitas… Porquanto, depois de terem conhecido Deus, não O glorificaram como Deus, ou deram graças; antes, se desvanesceram nos seus pensamentos, e se obscureceu o seu coração insensato” (Romanos 1.18, 20, 21, BCF).  

Quanto à Bíblia, é uma questão de se opor a opinião de Darwin ao registro da própria Bíblia, que, em vários textos, vindica a si a qualidade de Palavra de Deus (como em II Tm 3.16,17); quanto a Jesus Cristo, é uma questão de se opor a opinião de Darwin às declarações do próprio Jesus, que não deixa dúvidas quanto a ser filho de Deus (como em João 10.36). O que posso mais dizer? Ora, poderia dizer muito mais, não fosse a convenção prévia de limitar aqui este escrito. Na Palavra de Deus há muito mais a ‘garimpar’ saudavelmente. Então, direi apenas? Você, como Darwin, tampouco acredita? Sinceramente, também lamento!

Na mensagem musical de hoje, o pastor Josafá Vasconcelos interpreta, com arranjo e execução instrumental de Danilo Santana, um hino de grande significação na vida de quem lhe compôs a música. George Beverly Shea, aos 21 anos, teve uma excelente oportunidade de ganhar fama e dinheiro em Nova Iorque, cantando. Mas, seu pai esperava que ele pusesse sua voz a serviço do seu Senhor. Uma tarde, Shea se deparou com belíssimo poema de Rhea Miller; logo  se colocou ao piano, criou arranjo musical para o poema, e o cantou na igreja de seu pai. Foi um marco que acompanhou toda a sua abençoada vida, de 104 anos. O hino faz parte de CD publicado pela EFRATA, com interpretações de Josafá Vasconcelos, Sebastião Guimarães Costa Filho, arranjos e instrumentos por Danilo Santana: vide "Hinos de Luz".

JESUS É MELHOR 
I'D RATHER HAVE JESUS 
Letra: Rhea F. Ross Miller (1894-1966)

Música: George Beverly Shea (1909-2013)

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Abraços, boa semana !
Ulisses

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N° 220 : “PROFUNDO LAMENTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 13 de Setembro de 2015

 

A imprensa brasileira conseguiu, afinal, que a presidente Dilma Roussef se pronunciasse sobre a “Operação Lava-Jato”; trata-se da operação conduzida pelo Ministério Público Federal do Paraná, juntamente com a Polícia Federal, que investiga crimes de corrupção e desvio de verbas da Petrobrás. A presidente afirmou, com veemência, que não esperava que políticos e militantes do seu partido, bem como pessoas a eles próximas (o que inclui atores de outros partidos), estivessem envolvidos no escândalo da Petrobrás.  Indagada se ela se viu completamente surpresa, eis o que ela disse, de acordo com vários veículos de imprensa do país:

– Fui [pega de surpresa completamente]. E lamento profundamente. Sou a favor de uma coisa que disse o [ex-ministro] Márcio Thomaz Bastos: ‘Não esperem que as pessoas sejam a fonte da virtude. Tem que ser as instituições”. Difícil saber é se Dilma descobriu só agora que Bastos estaria (supostamente) certo…

Então, é isso que dizia o jurista? Não é possível esperar que as pessoas sejam fonte da virtude, senão as instituições? Bem aristotélico, ele… Sabe-se que o mundo ocidental deve muito ao trio helenista – Sócrates (470-399 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.). Sócrates sustentava que a fonte da virtude estaria no indivíduo, na base da emancipação de seu conhecimento inato, sua gnose; Platão aduzia que é preciso juntar algum núcleo da sociedade ao indivíduo (tal como a família), para garantia da virtude. Aristóteles defendia que só o indivíduo, ou mesmo a sociedade empiricamente estabelecida, ainda seriam insuficientes; necessário seria, aditivamente, uma organização jurídica dessa sociedade, por meio de homens de bem, para que a ética fosse codificada, praticada e policiada. Essa organização se daria, segundo ele, na polis, donde vem ‘política’. Durma-se com um barulho destes…

Sinto muito, mas tomo a liberdade de discordar, tanto de Aristóteles, quanto de Platão, quanto de Sócrates; ‘inda mais de Márcio Thomaz Bastos, ou mesmo de Dilma. A família ajuda muito; as instituições, também. No entanto, a espécie humana surgiu com o potencial natural da virtude e da ética; isto foi há muitos séculos atrás (há quem diga, pra meu espanto, que foi há milênios); quando os pioneiros da humanidade introduziram, sob influência ‘externa’, a ruptura da virtude, a vaidade, a soberba, a corrupção, a mentira, a ambição nefasta, a desobediência a Deus, esses males e desvios da virtude passaram de uma tal forma à sua descendência, que ficou impossível encontrar uma exceção… Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram” (Romanos 5.12, BCF). Bem verdade que há alguns que se esforçam, mas não estão (ou melhor, não nascem) livres das bactérias mortíferas da pecaminosidade.

Agora, de que são feitas as instituições? Dizer que as instituições se salvam, apesar dos indivíduos, é uma enorme contradição: há instituições sem indivíduos, sem pessoas? Se há, estão elas neste planeta? E, se não há, segue-se que instituições serão tão viciadas na corrupção quanto forem os indivíduos que as constituem… Vamos e venhamos: Assim como não se pode esperar virtudes dos indivíduos, não se pode esperar, tampouco dos organismos da sociedade, sejam eles empíricos ou juridicamente avençados. "Profundo lamento”, pode-se imaginar, foi o que ocorreu ao Criador, quando viu este estado de coisas se instalar na humanidade. “Profundo lamento” deve estar Ele, ainda hoje, sentindo, ao ver que as coisas aqui em baixo vão mal… E parecem ir de mal a pior, a cada dia, a cada semana, a cada mês e a cada ano! Por isto, o diagnóstico universal: "Não há nenhum justo, nem um sequer… Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer" (Romanos 3:10,12, NVI).

Ah! Sim, eu sei – ‘há tanta gente boa!’… Sinto muito, de novo: “Eis que todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapos de imundície” (Isaias 64.6, ARA). Sabe o que isto significa? Dentro do contexto apropriado da explicação bíblica, significa que, por mais bonzinho que alguém possa ser, todos os seus atos de aparente virtude estão tão contaminados com o pecado, que não sobra um atozinho pra ostentar virtude pura; tudo (pensamentos, palavras, ações) está sempre contaminado. Irremediavelmente contaminado! Opa! Exagerei: “irremediavelmente”, não. Nasceu um, cheio de virtude, eticamente intocável, sem jamais ter quebrado um ‘i” ou um “til” sequer da lei, que resolve o problema. Seu nome? É Jesus Cristo, o qual Sócrates, Platão e Aristóteles não tiveram  o privilégio de conhecer: nasceram e morreram antes. Quanto a Márcio Thomaz Bastos, não sei; nem tampouco quanto a Dilma. Ta’í: por que alguém não chega perto dela, e diz: presidente, tem jeito para a corrupção do Brasil; tem jeito para a corrupção da Petrobrás; tem jeito para o rumo do seu governo; tem jeito para o ser humano, tão vil e corrupto por natureza – e não são as instituições; é Jesus, somente Jesus!? Profundo lamento! É o que  se pode sentir por aquele que ignora esta verdade; pior, se dela desdenha!
Na mensagem musical de hoje, uma composição de nossa terra…

FOI ASSIM
Paulo César,  Grupo  ELO

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional