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O Bem e o mal a cada dia

N° 199 : “LUA, Ó LUA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Abril de 2015

Na década de Sessenta, certa marchinha musical ficou famosa no Brasil: “Lua, ó lua, querem te passar prá trás; lua, ó lua, querem te roubar a paz; lua que no céu flutua, lua que nos dá luar;  lua, ó lua, não deixa ninguém te pisar”. Quanto ao poético anseio para que ninguém pisasse na lua, o final da mesma década o deixou superado – o homem pisou na lua; pisou, e tornou a pisar. Já pisou tanto, e frustrou de tal modo suas expectativas naturalistas, que hoje nem se interessa em repetir o feito, e está em busca de novas pisadas. Quanto a passá-la prá trás, parece que o esforço continua celeremente.

Recentemente, a prestigiada revista científica britânica Nature publicou uma matéria que chamou atenção: “Quebra-cabeças da origem da lua [é] resolvido”. A despeito do título tão sugestivo, o teor do artigo não é tão convicto assim; mas, admite que a teoria aventada constitui a probabilidade científica mais apurada. Trata-se da “Hipótese do Impacto Gigantesco”. Eis o que ela propõe: cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, quando um corpo celeste do tamanho de Marte (cujo diâmetro ‘equatorial’ corresponde a cerca de metade do da Terra), se chocou com o nosso planeta; daí, um punhado de detritos se espalhou e, talvez, a lua tenha sido o maior deles. Depois disso, a lua teria se estabilizado numa rotação em torno do seu próprio eixo, e numa translação em torno da Terra, como hoje conhecemos. É o que a maioria esmagadora da comunidade científica, hoje, sustenta.

Pessoalmente, acho que a própria lua não concorda com essa teoria. É como disseram Armando Cavalcanti (1914-1964) e Klécius Caldas (1919-2002): estão querendo passar a lua prá trás…  Cito algumas das razões que mesmo cientistas reconhecem: a constituição rochosa da lua é um tanto similar à da terra, mas um impacto gigantesco desse tipo teria que deixar vestígios da constituição do outro corpo celeste, o que se chocou… Ah! Tentam contornar essa dificuldade com uma outra teoria um tanto improvável: que o tal corpo celeste também seria de constituição similar à da Terra… Outra coisa: a rotação da Terra obedece um eixo distinto em 23 graus, em relação ao seu plano orbital; a lua, apenas 5 graus. A Terra faz um giro elíptico em torno do sol, mas a lua faz um giro praticamente circular em torno da Terra. Não obstante, a lua, tão menor que a Terra, mantém rotação e translação inteiramente sincronizadas com a da Terra, mostrando sempre a mesma face, ao mesmo tempo, para quem a vê ‘de cá de baixo’…  Trocando em miúdos: a lua gasta o mesmo tempo para dar uma volta em torno da Terra, como gasta para dar uma volta em torno de si mesma. Ademais, enquanto a Terra gasta praticamente 24 horas para girar em torno de si mesma, a lua gasta cerca de 28 dias para girar em torno de si mesma.

São fatos que impressionam, dificultam em muito todas as teorias até hoje tentadas pela nossa Ciência humana. Só uma ‘teoria’ não sofre as insuperáveis e inexplicáveis dificuldades que, hoje, a própria Ciência nos permite conhecer: a ‘teoria’ de que o Criador, com Seu infinito poder, criou todas as coisas, inclusive o sol, a Terra, a lua, os demais astros celestes.  Depois de haver criado, colocou cada componente no seu devido lugar e estabeleceu meios para que se mantivessem assim, com todos os seus mistérios. E, se por alguma razão, Ele mesmo permitiu alguma novidade catastrófica nessa ordem de coisas, Ele mesmo garantiu o reordenamento, para chegar ao que hoje vemos. É o que a Bíblia nos conta, acerca do sol, da lua e da Terra. Simplesmente insuperável.

E, sabe por quais razões essa ‘teoria’ continua insuperável? Primeiro, porque atesta que toda essa construção é divina, e não casual; foi planejada por Deus, e não acidental . Segundo, porque somente Deus poderia criar, colocar em ordem e ajustar todo o funcionamento harmonioso do universo. Pensar que essa harmonia toda viria a ocorrer assim, do nada, sem que nem prá que, afronta qualquer inteligência razoável (a menos que queira crer no improvável). Terceiro, porque Deus tinha Suas pretensões com tudo isso; não Lhe foi algo semelhante ao que a nós, de vez em quando ocorre: “Nem sei o que vou fazer hoje; vou inventar algo!” A intenção de Deus foi clara: Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo” (Salmo 19.1-4, ARA). Observando esse testemunho do universo criado, somos também convocados a promover, com lábios e vida, a glória de Deus. E reconhecer que a Criação tem um propósito! E viver debaixo desse propósito!

Lua, ó lua: ninguém vai te passar prá trás… Nem a lua, nem todo o restante da Criação divina, nem Deus, nem a Sua Palavra! Jamais!

Nosso hino de hoje teve sua composição derivada da celebração do primeiro centenário da independência norte-americana, e ganhou música composta para o primeiro centenário da constituição daquele país.  Fala do propósito divino em criar e sustentar a beleza dos astros celestiais, que resplandecem nos céus para a glória de Deus. "Deus dos Antigos, cuja forte mão rege e sustém os astros na amplidão; o cintilante céu inspirador…"

GOD OF OUR FATHERS (1876)
Deus dos Nossos Pais

Letra: Daniel Crane Roberts (1841-1907) Música: George William Warren (1828-1902) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 198 : “SE CORRER, O BICHO PEGA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Abril de 2015

Desde o evento historicamente conhecido como o "Onze de Setembro" (2001), quando terroristas se apossaram de aeronaves em pleno vôo, perpetrando o mais impactante ataque terrorista da história, mudanças significativas nos hábitos e nas normas de vôos passaram a ser praticadas. Entre elas, a de criar mecanismos de bloqueio da porta de acesso à cabine de comando de uma aeronave. Lembro-me bem, ainda, numa época em que tais ameaças nem eram cogitadas, o privilégio que tive por parte de um capitão, de chegar à entrada da cabine de um Boeing em pleno vôo, e ter uma visão privilegiada do céu à frente, sobrevoando a Amazônia. Depois do "Onze de Setembro" isto nem sequer pode ser sonhado. O avião da Germanwings que caiu nos Alpes franceses, próximo à fronteira com a Espanha, por exemplo, é da fabricante européia Airbus. Aviões da Airbus passaram a ter um dispositivo de segurança peculiar: é possível a quem esteja dentro da cabine bloquear de tal modo o funcionamento da porta de acesso, que ninguém, absolutamente, fora da cabine, pode abrir a porta.

Em decorrência disto, o comandante Patrick Sonderheimer, que saiu momentaneamente para ir ao banheiro, e deixou o co-piloto Andreas Lubitz sozinho na cabine, teve seu retorno impedido pelo co-piloto – segundo o promotor francês. Isto se deu menos de uma hora após a decolagem, em Barcelona. Teria bastado a Lubitz girar o botão de controle da porta para Locked ("trancado"), e ninguém o 'perturbou' (nem seu chefe), enquanto o A320 caía em direção às montanhas alpinas. Foram 8 minutos de terror.

Mas, vejamos: o dispositivo criado depois do "Onze de Setembro" só previa a possibilidade de terroristas fora da cabine; não previu a possibilidade de um dentro da cabine (atenção: não estou pré-julgando que Andreas Lubitz era terrorista; estou cogitando um fato). Entendendo bem: Um dispositivo criado para proteger a integridade dos pilotos, comissários e passageiros acabou impedindo acesso à cabine do único que poderia salvar a todos. Foi o que aconteceu a Sonderheimer… Ao que se diz, até um machadinho teria usado, tentando, inutilmente, arrombar a porta. Então, lembramos o velho axioma: "se correr o bicho pega; se ficar, o bicho come!".

Assim também é muita gente, com respeito a ‘religião’, com respeito aos assuntos de eternidade. Durante o ‘vôo da existência’, experimenta a aquisição de várias impressões com respeito a ela, em suas múltiplas formas. Invariavelmente, a experiência envolve várias formas falsas, ineficazes, ou até nocivas. Como resultado, se fecha: pode até admitir algum valor ocasional no que elas pregam, mas, em geral, não se interessa por nenhuma. “De que vale a religião? Se não corro atrás dela, ela me diz que estou perdido; se corro, ela me decepciona… Se ‘correr, o bicho pega, se ficar o bicho come, então, deixa eu quieto no meu canto”. Infelizmente, é verdade que a quase totalidade das religiões desaponta, e muito. Ou melhor: muito mais que elas, as pessoas que as praticam.

Mas há uma autoridade em matéria de religião, aliás, de religião autêntica e verdadeira, que não desaponta, e tem a única receita válida. Numa oração histórica e marcante, essa autoridade se dirigiu a Deus com uma credencial que ninguém jamais desfrutou ou ainda vai desfrutar, e definiu o assunto de maior interesse da religião – a vida eterna: “Assim falou Jesus e, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora! Glorifica a teu Filho, para que teu Filho te glorifique a Ti: Assim como Tu lhe deste poder sobre todos os homens, a fim de que ele dê a vida eterna a todos aqueles, que Tu lhe deste. A vida eterna, porém, consiste: Que eles conheçam a Ti por um só verdadeiro Deus, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste” (João 17.1-3, BCF).  Note bem: foi ele mesmo também quem diagnosticou a missão do seu antagonista diabólico: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância (João 10.10, ARC).

Você pode até achar que ‘religião é tudo igual’! Pode achar que consegue passar muito bem sem ela. Pode pensar que, se o ‘jogo’ é assim – se ficar o bicho pega, se correr o bicho come, e que, portanto, nenhuma vale a pena. Você não pode é ignorar isto: Religião verdadeira é apenas a que proporciona a vida eterna com Deus; e que, a vida eterna é conhecer a Deus, e conhecer a Jesus Cristo, por Ele enviado. “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, que dará o homem em troca de sua alma?” (Mateus 16.26, ARA).  Religião: você já tem uma? Por meio dela, seu conhecimento de Deus (Sua pessoa, Seus atributos, Suas obras, Seus propósitos, Suas ordenanças) se aprofunda de forma genuína? Seu conhecimento de Jesus Cristo caminha para um nível salvador satisfatório? A glória celestial futura se vislumbra cada dia com maior gozo e certeza? Segundo ele, isto é vida eterna! O resto, é arremedo fajuto!

A mensagem musical de hoje, interpretada pelo Quarteto Adoração, é versão portuguesa da composição de um magnífico poeta sacro. Sua paixão evangelística era ardente. Dele também são composições amplamente conhecidas, como Mansion Over the Hilltop, He Washed My Eyes With Tears, Unworthy, Suppertime, We’ll Talk It Over, e outras mais.

JUNTO À CRUZ HÁ LUGAR PRÁ TI
Room At The Cross For You (1946)
Ira Forest Stanphill (1914-1993) 

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Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 197 : “NÃO GOSTO DO CÉU!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Março de 2015

Segundo a mídia do país, foi o veterano apresentador e empresário televisivo Senor Abravanel (1930…), conhecido como Sílvio Santos, quem disse algo parecido. Sem ter visto pessoalmente o episódio, reproduzo aqui como vários veículos de mídia registraram a conversa, ocorrida por estes dias. Sílvio estava em gravação de tevê com uma cantora piauiense, que há cerca de um ano anunciou sua conversão ao evangelho, e a mudança de foco de sua carreira; com os dois, estava também o personagem “Faxinildo”:

Silvio Santos indaga Stefhany Absoluta:

– Você vai morar no céu?– Vou! [disse ela]
– Tá bom! Se eu estiver lá, eu te faço uma visita. Mas, eu não gosto muito do céu, não; tem muita frescura no céu (sic)…
– Tem nada, Sílvio…
Silvio, insinuando o que a mídia interpretou por preferência pelo inferno, disse:
– Eu gosto de lugar mais quente!
Nisto, o “Faxinildo” interrompeu:
– Então vai pro Piauí, Silvio

E o apresentador, sem aproveitar o ‘atalho’, e sem querer perder o ritmo, disse:

 

– Eu também sou adorador [a Deus, subentendido]! Mas, se eu continuar me comportando como eu estou me comportando, eu vou me ferrar (sic)!

Digamos (apenas para fluxo das reflexões) que as opções entre céu e inferno fossem alvo de escolha exclusivamente humana. Neste caso, não seria fácil concordar que uma comparação entre um e outro seria a primeira coisa a se fazer, para chegar à escolha? Ora, uma comparação deste grau de importância merece uma dupla abordagem: por semelhança e por contraste. Por semelhança, poderíamos investigar em que se parecem, entre um e outro. Alguém vai dizer: Mas, é possível achar algo em que céu e inferno se parecem? Num certo sentido, direi que sim! E a comparação por contraste nem precisa explicação. Então, vamos lá!…

Céu e inferno se “parecem” em que? Primeiro, pelo fato de que há, em cada um, seres anfitriões que recebem tratamento de divindade. Deus, já sabemos quem é. O diabo é chamado, na própria Bíblia, de “deus deste século” (ou deste mundo): “Se o nosso Evangelho ainda estiver encoberto, está encoberto para aqueles que se perdem, para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a luz do Evangelho, onde resplandece a glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4.3,4, BCF). Entretanto, é preciso um esclarecimento: o uso bíblico da palavra “deus” (theos), neste caso, é irônico: Satanás tenta fazer-se passar por divindade, quando não passa de uma criatura divina, rebelada, amaldiçoada, condenada, tendo o inferno por sua possessão e ‘domínio’ eterno, onde vai sofrer eternamente a dor da ira divina. No dia do Juízo Final, será ouvido: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25.41, ARC).  Segundo, que tanto um quanto outro serão intermináveis. O tempo, tanto no céu quanto no inferno, não será mais contado, porque não terá mais fim. No caso do inferno, Jesus indica a natureza interminável da situação com palavras similares às de Isaias 66.24, no evangelho: …onde o bicho não morre, e o fogo nunca se apaga  (Marcos 9. 44,46,48, ARC). O próprio versículo anterior (Mateus 25.41) já diz – “fogo eterno”. Em qualquer idioma do planeta, o adjetivo original do fogo só permite uma tradução: “ETERNO”!  

Bem! Talvez haja algo mais que possa, apenas para ensaio de reflexão, servir para este tipo de comparação entre céu e inferno; mesmo assim, nota-se que cada similaridade desemboca em radical contraste. Então, sem perda de tempo, vamos à outra forma de comparação. O “Deus” do Céu é o único Deus verdadeiro, misericordioso, redentor, santo, benigno, soberano, justo, reto em Seus desígnios, e muito mais; o “deus” do inferno é falso, usurpador, enganador, destruidor. O Céu, muito ao contrário do que disse (ainda que jocosamente) o Sílvio Santos, não é lugar de frescura; antes, é lugar de gozo, paz, alegria, usufruto de bênçãos, das plenas e eternas misericórdias do Cordeiro de Deus – Jesus Cristo! Contudo, também não há “frescura” no inferno – muito pelo contrário! O ardor de suas chamas intermináveis fará com que os que ali forem condenados clamem dia e noite (força de expressão) por misericórdia, sem chance: sua chance só poderia existir aqui, antes de ir prá lá; se perder, perdida estará!

 Outra coisa: o Céu não será o destino eterno da maioria; a maioria estará, infelizmente, no inferno! “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.” (Mateus 7.13,14, ARA). Lamentavelmente, pode haver entre os leitores destas linhas singelas os que se dirigem (cegamente) pelocaminho espaçoso, rumo à porta larga, rumo à perdição, ao inferno. Brincando ou não, percebemos que até o Silvio Santos admitiu essa tendência pessoal. Mas, quisera eu que, dentre estes leitores (e até não leitores, como o Silvio), muitos saíssem desse espaçoso caminho, abandonando o alvo da porta larga, e adentrando o caminho estreito, que leva à porta apertada, mas que conduz à vida eterna. Só há uma forma efetiva e eficaz (quem ler, que entenda; se não entender, peça a Deus para dar-lhe entendimento): Disse Jesus – “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.”  (João 10.9, ARA).

O assunto não é prá brincadeira! O assunto é sério! Seriíssimo! Como pode alguém dizer, em sã consciência  – Não gosto do céu? 

Finalizo com mensagem cantada que versa sobre o tema, interpretada pelo Grupo Prisma.

VAMOS PARA O CÉU (1999)
Eddie Schultz Henrique 

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N° 196 : “MAIS QUE 826…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Março de 2015

826 bilhetes escritos em guardanapos do lanche escolar: este é o principal legado que Garth está deixando para sua filha, Emma. William Garth Callaghan (1970…), casado com Lissa, já foi diagnosticado com câncer quatro vezes, com afetação principalmente nos rins e na próstata. A primeira vez foi quando sua filha estava completando apenas doze anos de idade. Garth colocava bilhetinhos escritos no guardanapo do lanche para o almoço. Ele nem sabia se ela os lia, mas, um dia, gratamente, surpreendeu-se com a descoberta: na pressa em arrumar a lancheira, ele se esqueceu do bilhetinho; ela vasculhou, viu que não estava, e cobrou-o. Minha querida Emma lê meus bilhetinhos, foi o que percebeu. Garth chegou a considerar que os bilhetinhos de guardanapos seriam, dele para sua filha, “pequenas instruções para viver”

O câncer alcançou primeiro o rim, com um tumor de doze centímetros; depois, ‘pulou’ para a próstata, depois voltou para os rins; depois, metástase. Um dia, o diagnóstico médico foi cruel: você tem 8 por cento de chances de sobreviver mais cinco anos. Mais cinco anos! Emma ainda não estaria com a high school (nível médio) concluída, talvez. Poucos meses antes do seu próprio diagnóstico, Garth havia perdido o pai, devido a câncer de pulmão. Antes de receber legado por ele manuscrito, por intermédio de sua mãe, Garth chegou a dizer: “Não há nada que eu não daria para ter uma mensagem ou uma carta do meu pai; mas, agora, é tarde demais!”

O primeiro bilhete de guardanapo de Garth para Emma foi em 06 de Janeiro de 2012. Como ele descobriu? Foi no dia em que sua filha lhe trouxe um livro, e abriu-o diante dele. Ali estavam, cuidadosamente colados, todos os bilhetes até então, devidamente identificados por data. Não é preciso dizer que o coração daquele pai desabou… Quando a perguntaram a Emma o que a fez organizar tudo, data por data, ela disse: “Bem, nós tínhamos acabado de enfrentar o primeiro diagnóstico de câncer e a primeira cirurgia… Não entendia bem o que estava acontecendo… Só sabia que gostaria de guardar um pedaço dele comigo”.

Dentre os bilhetes de Garth para Emma, selecionei um, com frase emprestada de Mark Twain (1835-1910); e Garth copiou, no guardanapo de almoço de Emma: “Os dois dias mais importantes de sua vida são o dia em que você nasceu, e depois, o dia em que descobriu porquê!” Tem amparo, sim, se juntarmos a esse segundo dia a atitude nele assumida. Se o dia dessa atitude decorrente for distinto, é preciso falar de três, e não de dois. Um dia, Garth Callaghan se deu conta de que poderia morrer antes de sua filha completar o nível médio de seus estudos. Então, o que fez? Antecipou-se! Começou a preparar 826 bilhetes de guardanapo, um para cada dia dos anos de estudos de Emma, até formar-se. Se ele faltasse, alguém saberia onde e como entregar os bilhetes à filha. E a história se transformou em livro, que hoje inspira muitos pais e filhos a se ligarem mais, enquanto o tempo lhes permite isto. Na sua apresentação, Garth diz: “Partilho este livro porque nenhum de nós sabe quanto tempo ainda nos resta. Sim, caminhamos num planeta com a esperança de sermos invencíveis, mas a vida nos pode ser tirada a qualquer momento. Casa, conta bancária, habilidades, profissão – nada disso importa. Tudo se resume aos relacionamento duradouros que construímos. É isso. É tudo isso!”

Então, vamos pensar juntos: depois do dia do nascimento, o outro dia mais importante da vida (Garth assumiu isso, de Mark Twain), é o dia em que você descobre porque nasceu. E eu acresço que, são dois, caso essa descoberta leve a uma atitude no mesmo dia; se a atitude ocorrer em outro dia, são três. Garth já preparou um suprimento de bilhetes para cada dia – 826 no total – até Emma formar-se na high school. Pulemos nós para um andar acima. Deus também considera que os dois dias mais importantes da vida de cada um de nós são o dia em que Ele nos trouxe à vida, e o dia em que descobrimos porque Ele a ela nos trouxe, desde que tomemos atitude, nesse dia. Se a atitude for noutro dia, são três! E mais: Deus já nos deixou muito mais que 826 bilhetes, para chegar até ao fim da existência, em plena sintonia com a verdadeira razão de viver. Há 1189 capítulos, contendo mais de 31 mil versículos, suficientes (e indispensáveis) para cada dia de vida, até que ela chegue ao seu final. Sabe o que te sugiro? à semelhança de Emma, com os bilhetes de seu pai, leia e releia cada um dos 1189 capítulos da Bíblia; guarde, não só como num livro, mas também na mente e no coração, cada ‘bilhete’ divino, como de um verdadeiro pai para um filho, até chegar o dia do reencontro com Ele.

E, lembre-se do que Paulo, pelo Espírito de Deus, disse ao seu ‘filho na fé’, (com validade bem mais ampla): “Porque desde criança você conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus.” (II Timóteo 3.15, NVI). Cristo é necessariamente presente e pertinente em tudo que se busque como resposta para a razão de viver; a Palavra de Deus é verdadeiro, suficiente e indispensável suprimento de instruções sobre o significado da vida, e a atitude necessária ante a sua descoberta. Sem reduzir minha admiração por Garth Callaghan, digo ainda: muito mais que 826 bilhetes! Se você ainda não sabia, assuma atitude logo; se você sabia, mas a tem desprezado, mude de atitude logo!

Nos anos Sessenta, um dos filhos de Urias e Eva Mae LeFevre compôs um belíssimo hino. Mal sabia ele que, quando de uma apresentação do hino em certo auditório, lá se encontrava Elvis Presley. Para sua surpresa, o famoso cantor o procurou e revelou sua intenção de gravar um disco só com hinos (veio a ser How Great Thou Art), e de incluir nele o hino que acabava de ouvir. E assim, o nosso hino de hoje entrou na coletânea de Elvis.

Voltando ao nosso compositor de hoje, seu testemunho é de que os dias da juventude lhe roubaram o calor espiritual em que foi criado; o caminho para a sequidão das drogas e da sedução existencial lhe estava escancarado. Trocou os hinos pelo rock. Em 1973, quase morreu de uma overdose de heroína; sobreviveu. Depois de um massivo ataque cardíaco em 1989, que quase levou a vida do nosso compositor, voltou-se ele inteiramente ao Seu Redentor. Hoje, é um pregador da Palavra de Deus.

Passou, então, a cantar o seu hino com um significado novo, mais brilhante. Por isto disse: 
"Eu era um cristão que pouco testemunhava, pouco cultuava, mas muito me envolvia com o rock! "
A partir de então, intensificou sua agenda de pregação e testemunho, e seu hino adquiriu um novo contorno. 

O sentimento pela sua vida resgatada em Cristo passou a exibir uma intensidade ainda maior que a dos dezesseis sobreviventes do "milagre dos Andes".  Ouça aqui o hino, no belo arranjo de Ponder, Harp & Jennings…  

WITHOUT HIM…
(SEM ELE…, 1962)
Mylon R. LeFevre (1944…)

Without Him I could do nothing… 
Sem Ele eu nada poderia fazer… 
Without Him I'd surely fail…
Sem Ele eu certamente falharia…

Without Him I would be drifting
Sem Ele eu vagaria

Like a ship without a sail!
Como um barco sem vela! 

Jesus, my Jesus
Jesus, meu Jesus

Do you know Him today?
[Se] você o conhece hoje

You can't turn Him away!
Não há como descartá-lo!

Oh! Jesus, my Jesus
Jesus, meu Jesus

Without Him, how lost I would be!
Sem Ele, quão perdido eu estaria! 

Without Him I would be dying
Sem Ele eu estaria em morte iminente

Without Him I'd be enslaved
Sem Ele eu estaria escravizado

Without Him I would be hopeless
Sem Ele não me haveria esperança 

But with Jesus, thank God, I'm saved!
Mas com Jesus, graças a Deus, sou [estou] salvo! 

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Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 195 : “DUAS CAPITAIS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Março de 2015

Segundo as denúncias originalmente apresentadas ao STF brasileiro, por parte do então procurador Roberto Gurgel, o chamado “mensalão” movimentou cerca de R$ 141 milhões; desse montante, foram detectados pouco mais de R$ 100 milhões em movimentos bancários. Agora, a chamada “Operação Lava-Jato” consegue trazer, de um único delator, repatriação de cerca de R$ 182 milhões, para a conta judiciária em Curitiba. É como se noticia sobre Pedro Barusco, ex-diretor de engenharia da Petrobrás. O “mensalão” envolveu diversas pessoas e entidades, mas o volume de dinheiro de corrupção foi quase metade do que agora, noutra operação, por uma única pessoa se recupera.

Por conta dessa diferença brutal de valores, certo ministro do STF ironizou, dizendo que o atual escândalo tornaria o “mensalão” algo “digno de um juizado de pequenas causas”. Isto faz do Brasil, no presente momento, um país com duas capitais: uma, de direito e de fato, que é Brasília; outra, simbólica, que é Curitiba – a capital da esperança nacional pelo êxito da “Lava-jato”. A esperança que se mostra aos brasileiros, no atual estágio das investigações, é que meio bilhão de Reais possa ser recuperado, pela soma de delatores a devolver dinheiro público. Em Curitiba, o fluxo dos acontecimentos na Justiça Federal traz a esperança de que um fato relevante e significativo no combate à corrupção institucional seja benéfico para todo o país. Daí a figura de linguagem: Curitiba, capital simbólica de esperança para o país.

Eu já escolhi uma capital simbólica de esperança para mim também: Não é Brasília (a capital da minha cidadania temporária), nem tampouco é Curitiba (símbolo da esperança por um Brasil mais justo), nem Belo Horizonte (a capital do meu estado); é, na verdade, Jerusalém!

Mas, não se engane… Não estou falando da ‘cidade de paz’, a capital do estado israelense, lá no Oriente Médio. É outra Jerusalém… Trata-se da Jerusalém lá de cima. Paulo, escrevendo pelo Espírito de Deus, faz menção da Jerusalém terrestre, que está em regime de escravidão espiritual. Mas, fala também da outra: Mas a Jerusalém do alto é livre, e essa é a nossa mãe (Gálatas 4:26, NVI). É a ‘capital’ da pátria celestial, e é inteiramente livre de corrupção, de crimes (econômicos, financeiros, ou de qualquer outra espécie).

Lá não ocorrem subversões da ordem ou da ética, porque ali imperará a pureza imaculada e a santidade irretocável ; não há propina que ali conquiste espaço ou riqueza, porque isto é simples mente impossível por lá; qualquer espaço naquela capital só pode ser conquistado pelo sangue do Cordeiro de Deus; não há riscos de investigações, porque não há, ali, o que temer; não há temor de blitz de polícia federal irrompendo plena madrugada pela porta, com mandatos judiciais de busca e apreensão, porque ali não haverá mais processos nem penas nem mandatos a cumprir. A ordem eterna da capital celestial, a ‘nova Jerusalém’, é paz, e harmonia, e integridade, e usufruto permanente da glória de Deus. É a minha nova e futura capital. Aliás, não só futura: já presente, porque meu ‘greencard’ de cidadania naquela cidade já está emitido, e estou de posse dele. No momento, portanto, sou cidadão de duas (ou três) capitais: Brasília, a capital do meu país temporário, Belo Horizonte, a capital do meu estado de domicílio temporário, e a ‘Nova Jerusalém’, a capital de meu domicílio eterno. É para lá que te estendo o meu convite. “Farei do vencedor uma coluna no templo de meu Deus, de onde jamais sairá, e escreverei sobre ele o nome de meu Deus, e o nome da cidade de meu Deus, a nova Jerusalém, que desce dos céus enviada por meu Deus, assim como o meu nome novo” (Apocalipse 3:12, BCF).

Para terminar, fique com o belíssimo hino cantado pelo Quarteto Templo : "Há Na Glória Um Bom País".

NO NIGHT THERE (1899) 
'NENHUMA NOITE LÁ'

John Ralstom Clements (1868-1946) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses  

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 194 : “NOVA ESPIRITUALIDADE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Março de 2015

"Minha espiritualidade não é mais a mesma de quando eu, pisando na lua na missão Apolo 11, celebrei a ceia cristã com cálice de vinho, tendo Neil Armstrong a me observar; agora, entendo os assuntos de divindades de um modo muito mais aberto".  Quem fez esta afirmação foi o astronauta Edwin Eugene Aldrin Jr (1930…), conhecido como Buzz Aldrin. Aldrin era evangélico, presbítero da denominação presbiteriana numa igreja do Texas. A declaração se deu no contexto de celebração de 45 anos do pouso na lua. Pouco antes de partir, dentro do foguete Saturno V, ao lado de Neil Armstrong e Michael Collins, Aldrin aprovisionou um pequeno estojo, com pão, um cálice, e um pequeno frasco de vinho. Estava preparada a primeira “ceia” cristã no espaço fora da terra. A NASA guardou segredo deste evento por muitos anos.

Depois que voltou da primeira missão que levou astronautas ao solo lunar, Aldrin passou por vários infortúnios: a tristeza pelo suicídio da mãe, ocorrido um ano antes da viagem; o término de seu casamento, e de mais outro, muito curto, assumido logo depois do primeiro divórcio; desapontamentos na retomada de sua atividade com pilotos; depressão e alcoolismo. Foram fatores que se juntaram a outros, na sua vida, e afastaram-no de sua igreja, de sua comunhão, de seu Deus. Por outro lado, acentuou-se sua aproximação de “autoridades” do mundo científico, que levaram-no a nutrir percepção evolucionista da natureza e da existência. Em pouco tempo, o abandono de suas crenças no Deus da Bíblia foi sucedido por uma religiosidade mística e eclética. Sua espiritualidade se tornou universalista.

O apóstolo Paulo menciona um companheiro de viagens missionárias que “amou o presente século”, e o abandonou. Demas, era o seu nome. Em duas epístolas anteriores, Paulo o menciona como um de seus permanentes companheiros: é o caso das epístolas de Colossenses e Filemon. Pouco tempo depois, porém, na segunda detenção de Paulo em Roma, Demas não era mais o mesmo… Sua espiritualidade também não era mais a mesma. Uma pena… “Amou o presente século” teria significado que preferiu outra vida, mais e melhor aproveitada, do que ficar mofando numa prisão, nos tempos de Nero, por causa de Seu Mestre divino, e na companhia de seu mentor. Abandonando a Paulo, bem como aos valores do evangelho que, até então, pautavam sua vida, seguiu viagem para Tessalônica. Tessalônica era um bom lugar para amantes de tudo o que a vida oferece. João Bunyan, no clássico livro O Peregrino, aponta para um tal de Demas, que acena para os peregrinos junto à Colina do Lucro, procurando desviá-los do caminho para a Cidade Celestial, com persuasão em busca da atração da mina de prata.

Hoje, são bem mais numerosos, ‘atraentes’ e ‘convincentes’ os apelos que decorrem do amor ao presente século, ao presente mundo. O que mais poderia fazer com que um homem, a certa altura corajoso a ponto de celebrar, individualmente, um rito cristão em solo lunar, num momento tão singular e simbólico (e ele ainda leu num pequeno papel versículos do evangelho de João), posteriormente abdicar de sua crença, de seu testemunho, e enveredar por caminhos cada vez mais distantes do Criador? Que mais, senão o amor ao presente século, à sua ciência, à sua sabedoria? Que mais poderia ser tão eficiente a ponto de desviar um adolescente, com um caminho tão promissor no conhecimento de Deus, para andanças nas quais a sua própria vida se torne comprometida? Que mais poderia levar um jovem a questionar os aprendizados seguros acerca do Seu Deus, de Sua Criação e de Seus preceitos, senão a substituição por conhecimentos mais ‘atuais’, mais ‘modernos’, mais ‘credenciados’?

Chega uma certa altura, é pena dizer, os autores dos seus livros escolares, e seus professores em classe, recebem crédito de muito maior autoridade do que a daquele que há de julgar o mundo. O “amor ao presente século” é um risco altíssimo, iminente, constantemente presente. Por ele, a própria voz da consciência vai se desviando, vai se fragilizando, vai se contaminando. Para quantos, hoje, a vida se resume em buscar seu próprio espaço na sociedade e de divertir-se, porqueninguém é de ferro.  Uma nova “espiritualidade”, atraente à primeira vista, sem nenhum futuro, em realidade, ocupa espaços, para desastre da alma. Se você está nessa rota, acorde enquanto é tempo. Volte, busque a Deus de integridade, busque a comunhão de Sua presença junto com outros que o adoram em espírito e em verdade. “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2, NVI).  

Na nossa mensagem musical de hoje, ofereço uma interpretação envolvente. Seu compositor musical chega, neste mês, a 79 anos de idade, sem dar a mínima mostra de retroceder, de se afastar do Seu Mestre; sua esposa, compositora da poesia, acaba de completar 73 anos de idade, com o mesmo vigor de amor pelo Mestre. Penso que, diferentemente de Buzz  Aldrin, poderão continuar repetindo o apóstolo: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.38,39, ARA). Abaixo da letra (com a tradicional e singela versão idiomática), o nosso AudioPlayer Online…

HEAR MY SONG, LORD (1989)
OUVE MEU CANTO, SENHOR
Bill (1936) e Gloria Gaither (1942)

Bill Gaither, Gloria e Guy Penrod (com contracanto de Doug Anderson):
Hear my song, Lord: You fill me with music…
Ouve meu canto, Senhor: Tu me deleitas com a música
Hear my words, Lord: You fill me with praise…
Ouve minhas palavras, Senhor: Tu me deleitas no louvor…
Take this moment, I just can't waste it
Recebe este momento, simplesmente não posso desperdiçá-lo
This one is Yours, Lord: I give you this day!
Este momento é Teu, Senhor: Eu te dedico este dia!

When I am hungry, You give me living bread
Quando estou faminto, Tu me dás pão vivo
When I am thirsty, [You give me] water of life
Quando estou sedento, [Tu me dás] água da vida
I will not fear, You're always with me
Não temerei, Tu sempre estás comigo
Every need I have You satisfy!
Cada necessidade que tenho, Tu satisfazes!

Charlotte Ritchie, Sheri Easter and Sonya Isaacs:
Hear your children, o Lord: we are lifting our praise to You
Ouve teus filhos, ó Senhor: nós te elevamos o louvor
Let singing like incense now rise to Your throne
Que o canto, qual incenso, te chegue ao trono
Come, dwell in the place hollowed out for Your Spirit
Vem, habita no lugar preparado para o Teu Espírito
Come, make of our praises Your temple, Your home!
Vem, faz de nossos louvores Teu templo, tua habitação!

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Abraços, até próximo Domingo (Tg 4.15) 
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 193 : “ARREPENDIMENTO TARDIO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Março de 2015

Em Outubro de 2002, o casal Manfred e Marisia von Ritchtofen foi encontrado em sua casa, ambos mortos por assassinato. Poucos dias depois, o Brasil se estarreceu, ao saber que a própria filha do casal,  Suzane von Ritchtofen, então às vésperas de completar 19 anos, foi ativa participante ocorrido. Por conta de tal participação, foi condenada a 39 anos de detenção, pelos crimes de parricídio e matricídio.

Recentemente, já com 31 anos de idade, Suzane deu entrevista a certo apresentador de televisão. Nessa entrevista, ao expressar que sempre teve o sonho de ser mãe, foi inquirida sobre o que diria a seus filhos sobre a morte dos pais. Na resposta, além de indicar lamento pela cessação do relacionamento com o irmão, Andreas, Suzane indicou também arrependimento quanto ao episódio: “Fiz uma grande besteira na vida, me arrependo muito; se pudesse voltar, tudo seria diferente, mas não tem como voltar”. Foi assim que alguns veículos de imprensa escrita reproduziram a parte da entrevista.

Esta afirmação ressalta um fato do qual ninguém duvida, embora praticamente todo mundo aja, em muitas circunstâncias, como se fosse falso. O arrependimento por algo feito, praticado, dito, ou mesmo não feito ou não dito, parece insistentemente suscitar tal tipo de lamento – Ah! Se eu pudesse voltar no tempo… Ah! Se eu pudesse… teria feito outro curso, teria assumido outra profissão, teria buscado outro casamento, teria me relacionado de forma diferente com meus pais, teria me relacionado de modo diferente com meus filhos, não teria promovido aquele julgamento precipitado, não teria dado crédito àquela mentira, não me teria entregue àquele prazer sensual momentâneo e ilícito (que agora me traz a responsabilidade de uma criança), não teria confiado em tal pessoa, não teria jogado fora a oportunidade que tive nas mãos, e assim por diante… Então, podem ir se perdendo de vista (e de memória) os inúmeros exemplos, tirados das vidas de cada um de nós.

O tempo não volta atrás, é dito popular já sobejamente conhecido. O curioso (e desastroso) é que, mesmo sabendo disto sem qualquer margem de dúvida, teimamos em ignorar a realidade, precipitando-nos em pensamentos, atos, palavras ou mesmo omissões, que novamente nos conduzem ao mesmo tipo de arrependimento e lamento. Nalguns casos, o motivo para arrependimento e lamento pode ser extremamente forte – o de Suzane é; noutros casos, pode não ser tão forte, mas o que muda é apenas o grau de arrependimento e lamento, não a essência.

A Bíblia conta a história de Esaú, irmão de Jacó. Vendeu ao seu irmão um direito seu, por ser primogênito, em troca de um repasto efêmero para o ventre; passado o momento do deleite que satisfez o olfato e a gustação, arrependeu-se do que fez. Tarde demais! Não havia mais oportunidade para arrependimento que fizesse voltar o tempo. E chorou amargamente, sem chances…  Não, o tempo não volta mesmo! Não são muitas as ocasiões na vida em que ao arrependimento produz novas chances, como se dá com a oportunidade da salvação.  A Bíblia conta também histórias do rei Davi. Numa delas, quando tinha todo poder, teve também grande sedução pela mulher de seu oficial de exército. Quando veio, efetivamente, se arrepender, já tinha adulterado, o oficial já era morto, e a mulher que não lhe pertencia estava grávida. Davi pode também ter pensado: Ah! Se o meu cetro real incluísse o poder  de fazer voltar o tempo… Uma nota sem rodapé: esse poder, só um tem, mas não o usa – é Deus!

Por tal razão, ainda vital, essencial e atual é o lembrete da Palavra de Deus: “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” (Provérbios 19.2, ARA). A sucessão de arrependimentos na vida – tanto os próprios quanto os alheios – deveria ser conselheiro mais frequentemente consultado (e ouvido) por nós; se fosse, gastaríamos um pouco mais de tempo refletindo nas possíveis conseqüências, para calcular melhor a conveniência do ato, do juízo, da palavra, ou da negação destas atitudes. Depois, costuma ser como diz o ditado dos ancestrais: Não adianta chorar o leite derramado!

Pense bem, pense mais!  O prazer, a sedução, a ambição costumam ser, ao mesmo tempo, fortes demais, efêmeros demais, desastrosos demais! Consulte a Deus, consulte Sua Palavra! Ande cada dia do caminho com mais reflexão e menos precipitação! Dê cada passo debaixo da instrução divina! Será saúde para os ossos, saúde para a carne e saúde para a alma. 

A mensagem musical de hoje foi convertida de minhas fitas cassete gravadas décadas atrás, do som da Keswick Radio(Moody Bible Institute Broadcasting System). 
O hino é inspirado na vida do pequeno Samuel. 
O seu compositor, escocês de Edimburgo, não obstante haver composto mais de uma centena de hinos, viveu apenas 41 anos de idade. Foi ministro do evangelho na sua terra natal, na ilha da Madeira e ainda em Londres, Inglaterra, onde faleceu de uma severa pneumonia. 
O coral masculino que canta preservou a mensagem segundo o costume do canto 'a capella'. 
Embora a gravação não esteja mais com grande qualidade, dá gosto perceber a harmonia das vozes, e a tangente oração.  

THE CHILD SAMUEL (1854)
O Menino Samuel
James Drummond Burns (1823-1864)
(Melodia de Arthur S. Sullivan : 1842-1900)

Oh, give me Samuel's ear…
Oh, dá-me os ouvidos de Samuel…
The open ear, O Lord,
O ouvido aberto, ó Senhor, 
Alive and quick to hear
Atento e lépido a ouvir 
Each whisper of Thy Word!
Cada sussurro da Tua Palavra!
Like him, to answer at Thy call,
Tal como ele, responder ao Teu chamado, 
And to obey Thee first of all.
E obedecer a Ti antes de tudo.  

Oh, give me Samuel's heart…
Oh, dá-me o coração de Samuel…
A lowly heart, that waits
Um coração humilde, que contempla
Where in Thy house Thou art,
Onde, em Tua casa, Tu estás, 
Or watches at Thy gates!
Ou vigia em Teus portais!
By day and night, a heart that still
Seja ao dia, seja à noite, um coração que, silente
Moves at the breathing of Thy will.
Move-se sob o resfolegar da Tua vontade.  

Oh, give me Samuel's mind…
Oh, dá-me a mente de Samuel…
A sweet, unmurmuring faith,
Uma doce fé, sem murmuração,  
Obedient and resigned
Obediente e resignada
To Thee in life and death!
A Ti, seja na vida ou na morte!
That I may read with childlike eyes
Que possa eu ler com olhos como de criança
Truths that are hidden from the wise!
Verdades que são ocultas aos sábios! 

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Abraços, até próximo Domingo (Tg 4.15) 
Ulisses

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N° 192 : “SURPRESA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Fevereiro de 2015

Deu no Daily Mail britânico: Matt Buckland mora em Londres; trabalha na Forward Partners, uma empresa de consultoria em investimentos, inserção e avanço de mercado, além de busca de público e profissionais. Ele é daquele tipo de profissional executivo chamado de head hunter (caçador de talentos, profissionais certos para determinadas funções, para clientes empresariais). Na última segunda-feira, como de costume, ele tomou o metrô londrino, para descer na estação central deMonument. Plena segunda-feira, o metrô estava apinhado de gente. Parado o trem, Matt se esquivou para um lado, dando passagem a uma senhora. Esbarrou no  passageiro ao lado, que não gostou, e reclamou ‘com toda gentileza’; Matt tentou se explicar, acrescentando que também desceria na mesma estação. Como reação, o outro passageiro, com gentileza ainda maior, revestida de simpatia especial, ‘encaminhou-lhe a um futuro brilhante e confortável’ (!): “vá… (%#$@ ##*%@#…)”. E Matt Buckland deve ter pensado – é, se a semana começa assim, imagina até terminar…  

Poucas horas depois, Matt já estava instalado em sua mesa de trabalho, entrevistando candidatos a trabalho para uma empresa-cliente. Qual não foi a sua surpresa, depois de entrevistar os primeiros candidatos, chega um que lhe pareceu familiar, bem recente. Não, aquele semblante só tinha mudado um pouco – provavelmente, de carrancudo passageiro de metrô para um artificialmente simpático candidato a emprego, na sala de entrevistas… Era o próprio cidadão de horas antes… Matt logo o reconheceu, mas o mesmo não se deu com o rapaz, de imediato. Imagina as perguntas da entrevista: um verdadeiro exame psicotécnico sobre o transporte diário no metrô… Certa altura, o rapaz reconheceu o homem em cujas mãos estava a sua chance de emprego, dando um sorriso sem graça. A curiosidade final é saber se ele conquistou o emprego? Não! Matt disse que não era talhado para a função… Mas, que sina, não? Ofende, e pouco depois o ofensor vai cair exatamente nas mãos do ofendido…

Este tipo de surpresa já te aconteceu? Se ainda não te aconteceu, jamais, vai te acontecer. E se já aconteceu, vai acontecer de novo, assim como vai acontecer comigo; só que, de um jeito diferente, singular. Um dia, vamos cair nas mãos de um homem (homem-Deus), que tem todo o poder sobre as vagas a preencher. Na mesma hora, ele vai se lembrar de cada detalhe da vida de cada um de nós… Vai se lembrar, com irrefutável certeza, de todas as vezes que lhe demos um ‘chega-prá-lá’… Vai se lembrar, sem chance de equívoco, de que maneira o tratamos quando nos encontramos com ele (mesmo sem vê-lo fisicamente)… Vai se lembrar de cada reação nossa com respeito a ele mesmo, da mesma maneira como se lembrou do voluntarioso Pedro, seu discípulo, que disse estar pronto para morrer por ele, pouco antes de flagrantemente negá-lo perante as autoridades. E o evangelista Lucas assim narra: Pedro respondeu: "Homem, não sei do que você está falando! Falava ele ainda, quando o galo cantou. O Senhor voltou-se e olhou diretamente para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra que o Senhor lhe tinha dito: ‘Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes’. Saindo dali, chorou amargamente” (Lucas 22:60-62, NVI).

Eu te conto o que está previsto e programado no script divino: “Todos temos que comparecer perante o tribunal de Deus.” (Romanos 14:10, BCF). Tal como o transeunte informal e desprevenido que mal sabia a quem se submeteria, horas depois de topar no metrô com Matt Buckland, assim também toparemos todos com o Autor e Consumador da existência, sustentação e governo de todo o universo, num dia por vir (creia você nisto, ou não)… “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele… Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles” (Apocalipse 1.7 e 9.6, ARA).

Permite-me uma pergunta? Então, aí vai ela: no dia daquele encontro, com que cara você espera encontrar-se com aquEle que tem as vagas das moradas celestes em Seu supremo poder? Quando O vir no Seu trono branco de Juízo (e Ele te ver também), te será surpresa? Será que vai Ele te dirigir um olhar como dirigiu a Pedro? Será que vai Ele te dirigir um olhar como Matt dirigiu ao inepto candidato, pouco antes seu ofensor, naquela Segunda de trabalho (para o primeiro, ou de busca, para o segundo)? Permite-me, ainda, uma opção? Caso te seja dado garantir uma ‘vaga eterna’ com ele, no dia da ‘entrevista final’, só há um jeito de receber dEle um olhar compassivo, benévolo, terno e cheio de compaixão: “…determina, outra vez, um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hebreus 4.7, ARC).

Finalizo com a mensagem musical interpretada pelo grupo “Os Ligados”…

THE ANSWER (1970)
O QUE RESPONDERÁS 

Otis H Skillings (1935-2004)

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N° 191 : “REI MOMO, REINO DE MORTE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Fevereiro de 2015

Alguém aí é contra diversão? Não? Nem eu!Alguém aí é contra a descontração? Não? Nem eu!Alguém aí é contra o prazer? Não? Nem eu!Prazer, descontração e diversão são marcas características do carnaval, certo? Bem, talvez! É mais certo dizer que as verdadeiras marcas sejam outras, camufladas atrás de diversão, de prazer, de descontração.

E, quando foi que tudo começou? Nosso Brasil se gaba de ter o maior e melhor carnaval do mundo (pelo menos em alguma coisa o brasileiro tinha que ser primeiro!). Os historiadores oscilam entre séculos XIX e XVII, para apontar a origem. Certo é que veio da Europa: de Veneza (Itália), ou, mais provável, de Nice e Paris, na França. De lá, de onde veio? No século VII da nossa era, antigos festejos populares foram transformados em celebração religiosa, abrindo a Quaresma. A Quaresma é o período que, segundo certa tradição cristã medieval, simboliza os quarenta dias de jejum ‘eremita’ de Jesus Cristo, quando, tendo fome, foi tentado por Satanás; tomada a analogia, passou a ser o período casto de preparação para a Páscoa anual. Determinado número de semanas antes do Domingo pascal, havia um dia para a ‘despedida’ da ingestão de carne, porque o jejum estava à frente: em latim, carne+levale (“adeus, carne”), vesperal da restrição da alimentação aos nutrientes mais frugais, por razões religiosas. Naquele dia (ou, naqueles dias), nenhuma restrição à glutonaria, porque, depois, o jejum de carne seria longo. Entretanto, a origem dos festejos convertidos em celebração cristã vinham de mais longe: Em Roma, desde tempos pré-cristãos, havia as “Satúrnias” (ou “Saturnálias”) anuais. Eram festejos regados a comilança e bebedeiras, muita sensualidade e sedução, e muita licenciosidade: tudo o que era proibido, ano inteiro, era permitido naqueles cinco, seis ou até sete dias, sob a égide do deus Saturno. Os romanos, ao que parece, aprenderam com os gregos, em suas festanças à divindade Dionísio (‘deus’ do vinho). Dionísio também foi conhecido com o nome de Baco; daí veio a palavra “bacanal”, cujo significado nem é preciso relembrar.

Mas, nem os gregos foram originais na produção lúdica; historiadores de respeitabilidade afirmam que seus inspiradores estavam entre os egípcios ou os babilônios (ou ambos). Os primeiros, mais de um milênio antes de Cristo, promoviam festejos sensuais à sua divindade Ísis; já os segundos, em tempos aproximadamente concomitantes, realizavam as suas “Saceias”, bem como seus festejos no templo de sua divindade Marduk… E assim, é possível rastrear elementos históricos de identificação do carnaval moderno com antigas celebrações de folguedos, sob regalos, bebidas e libertinagem. O que havia de relativamente comum entre todos esses episódios históricos? Mais ou menos o mesmo que hoje se pode presenciar no Rio de Janeiro, em Salvador, em Recife e até em São Paulo.

E o Rei Momo? Não me refiro ao artista pessoal que o encarna; refiro-me à figura mitológica. É figura simbólica, cultural, personagem central do carnaval, porque é ele quem detém, nos dias de folia, o poder de liberar tudo: tudo pode, porque Momo permite!  Todo ano, prefeitos de cidades carnavalescas do Brasil entregam, simbolicamente, as chaves da cidade ao monarca dos foliões. O que Momo representa? ‘Grandes virtudes’: Ironia, sarcasmo, libertinagem, fanfarronice, deleite, sedução (já que se faz acompanhar do séquito de uma “rainha” e algumas “princesas”). E o resto é só alegria!… “Alegria”? Que alegria? Realidade triste deste país, tão farto em riquezas que Deus lhe propiciou, na obra da Criação (ou, pelo menos, na obra da remodelação, a partir do Dilúvio), e tão pobre de espírito, tão carnal. “Carnal”, aqui, tem o sentido figurado extraído da Escritura; representa o espírito de alguém que é escravizado por paixões instintivas e infames, próprias das vísceras mais subalternas, ao contrário das sublimes virtudes espirituais.  

“A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz” (Romanos 8.5, NVI), adverte com propriedade a Palavra de Deus. Talvez seja difícil a alguns leitores perceberem a profundidade de significado da elucidação bíblica que se segue, mas não será desdenhada por isto: “De fato, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Romanos 8:13-14, BCF). Esta afirmação tem projeções eternas!

Que o Rei Momo reine nos dias de folia; afinal, para isto já recebeu as “chaves da cidade”. Mas, que fique bem claro: trata-se de um reino de morte, e a regência de morte atinge a todos quantos amam a carnalidade, a impudicícia, a sensualidade leviana, a libertinagem irresponsável, tudo em nome da alegria, com toda a apropriação indébita que lhe é peculiar: a alegria verdadeira e genuína não deu licença para que se fale assim, em seu nome. Aliás, cuidado, você, que se diz cristão, não entra na avenida nem no bloco, mas tenta aproveitar cada cena que a TV ou a internet puderem propiciar… Muito cuidado! Por outro lado, você pode até não correr da cidade, onde Momo ‘reina’; pode até não se ausentar dos limites do seu domínio usurpador e nefasto; mas, tem uma alternativa, e essa alternativa é de vida e de paz: “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.” (Romanos 8:11, ACRF).

Na mensagem musical de hoje, o poeta sacro repete a mais candente afirmação cabível, em face do reinado fictício de Momo: Jesus ainda é o Rei dos Reis, assim como o será até à consumação do século; é a ele que convém a rendição das nossas almas, com coração, sentidos e tudo o mais. A interpretação é do grupo Heritage Singers, em 1974.

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N° 190 : “VIVE ALGUÉM SEM ÁGUA?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Fevereiro de 2015

No final de Janeiro último, a seca assolava a região Sudeste, e algumas pessoas ainda brincavam com o assunto. Uma das charges que chamou atenção foi a de um caminhão pipa, em plena região Sudeste, percorrendo uma rua para socorrer a população, e enorme escolta policial, com armamento pesado, se via de todos os lados, para proteger o veículo. O estado de Minas Gerais sempre foi chamado de “caixa d’água” do Brasil; a ‘caixa’ está pingando. Tome-se, como exemplo, o Rio São Francisco, o maior rio cem por cento nacional: sua bacia hidrográfica beneficia seis estados brasileiros, numa área que está próxima de dez por cento do território nacional. É espantoso… Equivale a praticamente uma França inteirinha, ou quase duas Alemanhas, ou quase três Reino’s Unido’s. De uma vazão média que historicamente alcança 170 mil metros cúbicos por minuto, na foz, chegou ao final de 2014 com apenas trinta por cento disto. Calamidade! O reservatório paulista da Cantareira agoniza, com um volume lutando para se manter em seis por cento da capacidade total.

Tenho ouvido acerca de muitos cristãos que se mobilizaram para pedir chuvas, principalmente nos reservatórios e nas cabeceiras dos rios, uma vez que, nas cidades, além de não trazer benefícios ao consumo, as chuvas trazem grandes transtornos. Na cidade de São Paulo, em duas semanas pela virada do ano, foram cerca de mil árvores vindo ao solo. Sim, quem sabe, com um clamor aos céus, Deus mande chuvas torrenciais para encher a Cantareira, Guarapiranga, Furnas, o São Francisco, etc… E Ele pode fazer isto. Uma outra coisa ainda não percebi, nas mobilizações: será que Deus pretende, antes, fazer-nos perceber alguma coisa? Dizer a Ele o que queremos, do que precisamos, faz parte do nosso dia-a-dia; e Ele até afirma que tem ouvidos para ouvir. No entanto, e o que Ele tem a dizer, queremos ouvir? Estamos prontos a ouvir, a reconhecer? Ou, mais importante – queremos ouvir ANTES? Ou só depois que Ele nos ouvir?

Deus nos deu a natureza para dela usufruirmos, louvando-O por Suas boas dádivas, mas, cuidando dessa natureza. Ver o leito seco dos rios revelando a imensidão de lixo e entulhos não é sinal de cuidado com a natureza. E o desperdício, o descaso? Gastam-se anos e anos para se ver uma árvore frondosa, mas apenas minutos para, irresponsavelmente, jogá-la ao chão. Há quem prefira eliminar uma árvore do passeio simplesmente porque “suja muito”, com suas folhas (como se uma folha fosse sujeira).

O mais grave, agora: No passado, já houve caso em que Deus, explicitamente (por mediação do mensageiro profético, conforme registro bíblico), advertiu o povo que detinha a Sua Aliança, mostrando a razão da seca, da aridez, da sede. O profeta Amós, que ministrou cerca de oito séculos antes da vinda de Jesus Cristo, num contexto de amplas imprecações, assim se expressou: “Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se secou. Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.” (Amós 4. 7,8, ARA).

Segundo ele, as ações divinas através da natureza eram sinais de que, se o homem não se voltasse corretamente para o Senhor, pior seria depois. O profeta Jeremias, alguns anos mais tarde, vendo chegarem as piores consequências sobre o povo, lembrou que a falta de temor de Deus era a principal causa das consequências terríveis por via da natureza: Mas este povo tem coração obstinado e rebelde; eles se afastaram e foram embora. Não dizem no seu íntimo: ‘Temamos o Senhor, o nosso Deus: aquele que dá as chuvas do outono e da primavera no tempo certo, e assegura-nos as semanas certas da colheita’. Mas os pecados de vocês têm afastado essas coisas; as faltas de vocês os têm privado desses bens” (Jeremias 5:23-25, NVI).

Na história do povo de Deus no Antigo Testamento, era cíclica a manifestação divina na retenção das chuvas, quando prolifera a maldade, a corrupção, o destemor, a desobediência, o desprezo à Sua Palavra. Mesmo os fiéis, no seu meio, sofriam consequências. Por outro lado, também era cíclico o desapontamento divino quando, ainda que proporcionando bênçãos, chuvas, colheitas e bem-estar em seguidos períodos e anos, faltava ao povo o sentimento de gratidão, de contentamento; faltava, também, a noção de boa administração dos recursos naturais, a boa gestão do meio ambiente. Bastava a mão de Deus pesar, com a restrição das bênçãos sazonais, e logo vinha o povo, em choros e lamúrias, suplicar a misericórdia divina. Reiteradamente, a palavra profética advertia: “Portanto dize-lhes: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tornai-vos para mim, diz o SENHOR dos Exércitos, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos" (Zacarias 1:3, ACRF); e, ainda: Desde os dias de vossos pais vos apartastes de meus mandamentos e não os guardastes. Voltai a mim, e eu me voltarei para vós – diz o Senhor dos exércitos"(Malaquias 3:7, BCF).

Uma mensagem apocalíptica, aqui, não é precisamente a intenção. Mas, há gritantes semelhanças com o estado de vida daquele povo, no passado, com o que se vê em nossos dias. Tal como naqueles dias, é pertinente assinalar algumas lições oportunas:
1) Antes de gastar e desperdiçar, é oportuno aprender e exercitar a boa gestão dos recursos que Deus proporciona…
2) Antes de lamentar e lamuriar na escassez (inclusive contra os governos humanos, independentemente de quão culpados ou omissos sejam, eventualmente), é oportuno reconhecer as boas dádivas divinas e ser-Lhe grato pelas provisões diárias (apesar de nós)…
3) E, antes de clamar a misericórdia de Deus, quando da adversidade, é oportuno conhecer a Deus, conhecer e praticar a Sua vontade, em qualquer circunstância; os sinais didáticos da existência estão aí… É só aprender a notar, e refletir! 

Vive alguém sem água? Nas últimas gerações, sabe-se que é perfeitamente possível viver sem derivados de petróleo (que parecem mais fartos do que água potável, hoje), mas, “sem água ninguém vive!” – é o que se diz há tempos. Agora, a verdade do patamar de cima: sem autêntica comunhão com Deus, como pode alguém viver? Sem aprender a observar o que Ele pretende, o que Ele ensina, o que Ele demanda? Cada episódio da vida tem lá suas lições; estamos vivendo mais um cenário ‘escolar’… Aproveite-o o sábio de coração!

A melodia que acompanha a mensagem de hoje é um dueto ao piano e órgão, para momento de oração e reflexão.
No primeiro instrumento, Ralph Carmichael; no segundo, Rudy Atwood.

I Walked Today Where Jesus Walked (1937)
Jesus É Infinito 
Daniel S Twohig (1883-1961);
Melodia de Greg Nelson (1948…)
 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional