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O Bem e o mal a cada dia

N° 19 : “NUNCA MURCHARÃO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Agosto de 2011

Aqui em Belo Horizonte, o inverno não está sendo muito rigoroso como já foi no passado. Nem como está sendo, ocasionalmente, em outras regiões do país. Antigamente, Belo Horizonte era conhecida pelo frio intenso, pela névoa matinal de todos os dias da estação. Agora não há mais névoa, senão apenas vez ou outra. Mas há um outro efeito, típico da estação, agora mais pronunciado: a baixa umidade relativa, a constante sensação de sequidão. As noites têm sido muito mais duras de transpor, com constantes interrupções para molhar a garganta e as vias nasais. Do lado de fora, a vegetação está sofrida. Há uma intensa luta para manter algumas flores nos vasos ou nos jardins. As begônias que plantamos, floridas que estavam, custam agora a manter um botão. Com o resto da vegetação de flores, nada diferente. Passa-se à frente de algumas jardineiras por aí, e as rosas cultivadas a muito custo mostram restos de botões crestados pelo frio e pela aridez do clima. Tal como a flor, que luta para sobreviver em viço, assim também nós, seres humanos. Jó disse uma coisa acertada: "O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação; Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra, e não permanece" (Jó 14.1,2) E o profeta Isaías toma este cenário por metáfora, quando proclama: "Uma voz diz – clama; e alguém pergunta – que hei de clamar? Toda carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva.  Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor.  Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente"(Isaias 40.6-8). Parece que a natureza continua sendo uma mensagem, uma proclamação eloquente. "Não há linguagem, não há palavras; dela não se faz ouvir o som; contudo, por toda a terra faz ouvir a Sua voz…" (Salmo 19.3)

    Entretanto, melhor do que na mitologia, onde a lenda da Fênix previa o renascimento da ave extinta pelo fogo, assim essa mesma Palavra de Deus,  que permanece para sempre, promete o renascimento, a restauração e o revivescimento. Trata-se de uma expectativa por algo que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram. Temos apenas vislumbres. E temos a fé… e temos a esperança. E ela se renova também. Jeremias diz que isto ocorre a cada manhã. Somos, também daqueles que aguardam "a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e o edificador" (Hebreus 11.10) "Também", quero dizer, em adição àqueles "heróis da fé" de que fala o capítulo todo. A descrição simbólica daquela cidade é magnífica: muros de jaspe luzente, um fulgor como nunca visto, ruas de ouro puro, como também o é a sua praça; um rio, brilhante como cristal, que sai de debaixo do trono do Cordeiro, uma árvore – a Árvore da Vida. Folhas e frutos  que são a esperança de cura dos povos. Não mais sol, nem mais lua, porque o Cordeiro será a sua luz. E, o que será das pessoas que vão habitar essa cidade? O que será de sua nova pele? O que será de sua nova cútis? Envelhecerão? Ressecarão ao frio, sob a aridez? Precisarão de cosméticos, para retardar os efeitos nefastos do clima? Precisarão de protetores labiais? Terão que lançar mão de recursos para vencer tais inimigos? Umidificadores, para evitar o ressecamento noturno? Não! Nunca mais! Pelo contrário: experimentarão, em uma escala multiplicada pelo quase infinito, com renovação constante do suprimento do própro Infinito, uma nova dimensão tal que, o que podem fruir em parte aqui, será fruído em plenitude lá! Diz o salmista: "O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça" (Salmo 92.12-15). Esta previsão tem dois tempos e duas dimensões: uma, presente, que diz respeito à vida cristã. Seu tempo é "já"! Por ela, há renovação do "ar que respiramos para viver", enquanto aqui. Outra, para a vida vindoura; seu tempo é "ainda não"! Por ela, nutrimos a esperança da "cidade onde as rosas nunca murcharão".

  Em 1929, a esposa de um pastor e evangelista compôs um poema a partir da experiência de vida, com base na reflexão sobre as promessas de que falamos. Ela não conheceu os pais: perdeu-os quando ainda na primeira infância, e foi criada num lar batista de órfãos, no estado do Texas. Casou-se com um descendente de judeus vindos da Alemanha, que fugiram dos horrores da 1ª Guerra Mundial. Seu esposo se converteu numa campanha evengelística metodista. Os rigores do inverno no hemisfério norte, em determinadas regiões, destruíam (e ainda destróem) toda vida "verde". As rosas do jardim de Janie Metzgar se acabaram completamente, com a chegada do inverno. Seu poema falava do contraste entre esse cenário do inverno e a revitalização da primavera. Ela ansiou pela primavera outra vez. E ela pôs-se a pensar no céu. E assim, nasceu o poema. Anos mais tarde, seu próprio filho inseriu no poema uma formatação musical. Ei-los, ambos,  em nosso anexo de hoje. Dentre as 4 interpretações que tenho, escolhi esta, convertida de um antigo disco de vinil que ainda guardo (e ouço), para o que segue …

WHERE THE ROSES NEVER FADE (1929)
Onde as Rosas Nunca Murcham
Janie West Metzgar & Robert Metzgar

Choir: Where the roses never fade
Coral : Onde as rosas nunca murcham
I am going to a city
Estou a caminho de uma cidade
Where, where the streets gold're laid
Onde as ruas são pavimentadas de ouro
And they say the tree of life right there is blooming (besides that crystal water)
E, diz-se que lá a árvore da vida constantemente floresce (ao lado do rio de cristal)
And, and the roses never fade
E, as rosas nunca murcham.  

Chorus:
Here they bloom, but for a season

Por aqui, elas florescem, mas apenas por uma estação
And, oh Lord, all of their beauty is decayed
E, ó Senhor, toda a sua beleza logo fenece
But I wanna tell you about it now
Mas, quero falar-lhe disto agora
I am going to a city
Estou a caminho de uma cidade
Where, where  the roses never, never fade
Onde as rosas nunca murcham!

Loved ones gone to be with Jesus,
Os queridos que foram se encontrar com Jesus 
In their robes of white arrayed (oh, yes they are!);
Em suas vestimentas brancas enfileirados (oh, sim, eles estão)  

Now are waiting for my coming,
No presente aguardam pela minha chegada
Where the roses never fade.
Onde as rosas nunca murcham.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 18 : “AINDA É LONGE CANAÃ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 31 de Julho de 2011

Por estes dias, recebi um email assustador:  Com fotos impactantes, a advertência dava o tom do risco que a nossa geração e, principalmente a próxima, corre na luta pela obtenção de água, o líquido precioso e indispensável à vida. A primeira foto mostrava a digladiação de um grupo de homens em Deli, na Índia, por receber o melhor bocado de um fornecimento oficial, já que sua cidade tinha escasso o suprimento; a segunda foto mostrava sudaneses sugando água no solo do pântano quase extinto, através de tubos construídos com filtros improvisados – a razão dos "filtros" é de impedir que suguem também as lombrigas e outros vermes esparsos na água. Estarrecedor é o fato de que a eficiência da filtragem é meramente parcial… No Quênia, homens cavam poços profundos (dezenas a centenas de metros) na areia, para obter o precioso líquido… E assim, em várias partes do mundo, as advertências se multiplicam: faltará água! Melhor dizendo : já está faltando…

   Lagos já secos… Até nossa farta Amazônia  tem experimentado, de anos para cá, períodos de estiagem que deixam largas faixas de leitos de rios ressecados, com as embarcações "atracadas" no "deserto", esqueletos de peixes e outros animais, e a população caminhando longos percursos, em busca de água – um cenário desolador. No nordeste brasileiro já vai sendo assim há algum tempo. Quando eu trabalhei lá pelo nordeste na década de 1980, no agreste pernambucano de Carpina, já havia muitas épocas de anos em que se tornava necessário regrar o consumo, em face da escassez. E, agora, de volta aqui à região Sudeste, acompanha-se há tempos, com pesar, notícias de rios, antes caudalosos, que agora encurtam suas margens e minguam seu volume boa parte de cada ano.

   Para onde estamos indo? Qual será o futuro da humanidade? O que será das gerações vindouras, se de fato vierem? Perguntas assim me incomodam. Mas, não tanto a ponto toldar o tom de esperança que produzem, junto à advertência que trazem. Não tanto, a ponto de superar a confiança de que, seja qual for esse futuro (que parece inevitavelmente sombrio), há, em verdade, não "um futuro", mas sim, "dois futuros". Supostamente, há um futuro que nossos olhos vêm em imaginação, no tocante a dias vindouros neste mundo. Quantos serão esses dias, não sabemos. Pois, "a respeito daquele dia ou da hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o filho, senão somente o Pai. Estai de sobreaviso; vigiai e orai, porque não sabeis o tempo" (Marcos 13.32, 33)Mas, que não parecem promissores, ah, isso não parecem mesmo. Mas, há outro "futuro" depois deste; e esse outro será eterno. Para os remidos, corresponderá à nova pátria, corresponderá ao "novos céus e nova terra" (minha suposta incongruência gramatical, aqui, é proposital). A linguagem profética do Antigo Testamento tem uma peculiaridade interessante, quando se trata de escatologia. Ela costuma apontar para esses dois futuros, quase ao mesmo tempo. Se você fizer um teste, constatará isto: Muitas passagens apontam para um futuro próximo, mormente o tempo da vinda e encarnação do Messias, mas elas são entremeadas com inserções que dilatam o conteúdo profético para além do "primeiro futuro", estendendo-o ao "segundo futuro".  

   Partindo das considerações iniciais desta mensagem, juntando a elas as que estão logo acima, escolho uma passagem profética expressiva: "O deserto e  a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso. Florescerá abundantemente, jubilará de alegria e exultará; deu-se-lhes a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo, e de Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.  Fortalecei as mãos frouxas, e firmai os joelhos vacilantes. Dizei aos desalentados de coração – Sede fortes e não temais. Eis o vosso Deus! a vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem, e vos salvará.  Então se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos;  os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará;  pois águas arrebentarão no deserto, e ribeiros no ermo.  A areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta, em mananciais de águas; onde, outrora, viviam os chacais, crescerá a erva com canas e juncos.  e ali haverá bom caminho, caminho que se chamará o Caminho Santo; o imundo não passará por ele, pois será somente para o seu povo;  quem quer que por ele caminhe não errará, nem mesmo o débil.  Ali não haverá leão, animal feroz não passará por ele, nem se achará nele;  mas os remidos do Senhor andarão por ele. Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; eterna alegria coroará a sua cabeça;gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a dor e o remido." (Isaias 35.1-10)Impressionante!  Magnífico!!  Deslumbrante  !!! 

   Se não me engano, foi Wolô o compositor brasileiro que compôs e cantou – "no deserto haverá flores!" Veja bem: A Bíblia não é um livro com gravuras. Ou melhor, não com gravuras pictóricas, mas sim com ilustrações descritivas. Se quisermos aliar, à sua mensagem, ilustrações vivas, basta contemplar o cenário do nosso mundo, seja qual for a geração. As imagens de um deserto que outrora fora leito de águas em profusão, como vastas áreas hoje desérticas no entorno da cidade de Porto Alegre, ou grandes regiões como na África, na Ásia, ou mesmo na Amazônia que vai sendo destruída cada vez mais, contrastando com imagens de grandes e belas fontes de águas, postas em contraste, servem de ilustração natural ao quadro que o profeta descreve.  A imagem final que ele desenha aponta para a transformação do deserto em fartas fontes; aponta para a transformação da sequidão em caudalosos ribeiros, límpidos e cristalinos, como qualquer um sonharia para seu sonhado "rancho". Esse notável contraste recorda o contraste entre Sinai, Zim e Neguebe, os desertos a transpor, com a Canaã prometida, esperada, buscada (e alcançada). São quadros que realçam, em nosso pensamento, em nosso coração, em nossa lembrança, em nossa esperança, a "Canaã celestial". Por ela aguardamos, e ansiamos, e buscamos. A trajetória que trilhamos se assemelha ao deserto, mas o fim da trajetória é Sião, é Canaã. É lá, onde haverá múltiplos braços, da fonte inesgotável que brota do meio da cidade celestial… "Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro" (Apocalipse 22.1)Consolador!  Contagiante !! Confortante !!! Não mais desertos, não mais fontes secas, não mais estio e sequidão! As águas fartas da graça eterna do Cordeiro prorromperão após a aridez, a ânsia sedenta será suprida por ricos e eternos mananciais, que fluirão da fonte que brota por debaixo do trono do Cordeiro, lá no meio daquela praça, o "olho" do rio da Vida, o centro da nova Jerusalém!

   Ouça o hino a seguir (a primeira vez que o ouvi já se encontra muitos anos passados, quando ainda criança eu era): Seu autor foi companheiro de composições de ninguém menos do que Fanny Jane Crosby (sabe alguma coisa sobre ela?), e enfrentou as duras situações da Guerra Civil norte-americana.

O, THE WAY IS LONG AND WEARY
INDA É LONGE CANAà?
George Frederick Root (1820-1895)

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 Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 17 : “QUANTO MAIS… QUANTO MAIS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Julho de 2011

Outro dia falei de Policarpo de Esmirna. Esmirna, a "pérola do Egeu", era uma cidade da então chamada "Ásia Menor". Aquela região era exatamente a península situada entre o Mediterrâneo, o Egeu e o Negro, que hoje constitui a Turquia. Atualmente, Esmirna é a terceira maior cidade turca, atrás apenas de Istambul e a capital, Ancara (antigamente, Ancyra). Policarpo (69-155 AD) foi um genuíno "pai apostólico":  não apenas conviveu com alguns dos apóstolos, como também foi ordenado ao ministério da Palavra de Deus pelo próprio apóstolo João era ele contemporâneo de dois dos mais destacados "pais" : Inácio de Antioquia e Irineu de Lion (o qual havia sido discípulo de Policarpo em Esmirna). Dele, Inácio dá o seguinte testemunho : "Sua consciência está fundada em Deus, como em uma rocha inamovível". Foi também dele a famosa resposta, quando os verdugos romanos, com apoio de judeus, tentaram demover-lhe a fidelidade a Cristo: "Por 86 anos tenho eu servido ao meu Senhor, e ele nunca me desapontou; como eu o desapontaria agora "? Isto à frente de uma armação de lenha e palha, já preparada para ser-lhe ateada fogo, caso Policarpo se esquivasse de negar ao seu Senhor.  Momentos depois, inevitavelmente, foi ele levado às chamas da fogueira.

   No seu "julgamento", o procônsul romano ameaçou-o de lançá-lo às feras selvagens, caso não se arrependesse de suas "heresias". Sabe o que Policarpo retrucou ? – "Chame as bestas-feras, então, porque nós, verdadeiros cristãos, não somos habituados a nos arrepender do que é bom, em troca do que é mau; além do mais, para  mim é lucro ser transferido deste mundo mau para um mundo de justiça "! O procônsul, então, ameaçou-o com o fogo consumidor, já que desdenhava das feras. Mais uma vez, Policarpo lhe respondeu: – "Tu ameaças a mim com um fogo que consome por uma hora, e pouco depois se extingue; pena que esteja tão ignorante quanto ao fogo inextinguível do juízo vindouro, e sua punição eterna, reservada para os  ímpios. Mas, por que se demora? Vamos com isso;  efetua logo o teu intento "! E contemplava acima, como Estêvão, fixando os olhos naquele que se assenta em Seu trono de glória! O que faz um homem dedicar-se assim ao seu Senhor? O que pode sustentar-se o seu espírito assim, à frente da fogueira que haveria de consumi-lo? O que pode suscitar tal força, coragem e destemor, desse modo? O que, senão a graça do Cordeiro? O que, senão a reverberação das graciosas palavras daquele que proclamou: "Não temais os que podem matar o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno,  tanto a alma quanto o corpo" (Mateus 10.28) O que, senão a lembrança revigorante, acompanhada da presença consoladora do Espírito, aquele que nos foi dotado e que em nós habita (I Coríntios 6.19), que nos traz à memória – "No mundo passais por aflições; mas, tende bom ânimo: eu venci o mundo!" (João 16.33). O apóstolo Paulo nos doutrina: "Em quem [Cristo] também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória" (Efésios 1. 13,14). O Espírito Santo – penhor da nossa herança! Apesar de nós! 

    Nesta semana reencontrei-me com um conhecido, posso dizer – um amigo. Fazia quase dois anos que não nos víamos. Ele não é um cristão evangélico; é um católico romano. Trata-se de um piauiense de fibras fortes de caráter, que tem nome homônimo do meu pai. Fiquei chocado ao saber que cerca de apenas um mês atrás ele perdeu uma filha de 31 anos de idade, pouco depois de esta haver perdido seu primeiro filho. Prometi a ele um exemplar de um livro fantástico : "Nunca Perca a Esperança", de J. I. Packer. Já até o comprei – só falta entregar. O que me impressiona nesse livro é a habilidade do autor de descobrir em "heróis" bíblicos, a começar de Sansão, que eles foram como nós, suscetíveis das mesmas falhas e fraquezas. Eram de carne e osso, como qualquer de nós. Mas também me impressiona a habilidade com que o autor explora as circunstâncias de fraquezas de cada um deles para mostrar – se Deus foi com eles, sobre quem estava depositada uma enorme responsabilidade, se foi misericordioso com eles, quando falharam, por que não o será também conosco?

   Não somos nenhum "Policarpo de Esmirna". Aliás, sempre é oportuno lembrar I Coríntios 4.7: "Pois, quem é que te faz sobressair? E, que tens tu, que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido? Mas o Deus dele é também (e ainda) o nosso Deus! Quanto mais andamos com Ele, quanto mais O servimos, mesmo em meio a muitas fraquezas, mais percebemos o quanto Ele anda conosco. A palavra "penhor", que o apóstolo usa na carta aos efésios, referindo-se ao Espírito Santo, tem um significado ímpar. Ela remete à idéia de que há um "sinal de entrada" relativo a um compromisso muito mais amplo de "pagamento". O sinal é dado por penhor; o pagamento virá depois. Esse "sinal", esse "penhor", é o próprio Espírito, uma vez por todas derramado ("batismo") no Pentecoste (Atos 2.33), mas sucessivamente aplicado, em cada extensão individual daquele batismo histórico e escatológico, em cada crente (I Co 12.13). Ele é a "garantia" de que o "resgate de sua propriedade", a propriedade de Cristo, que somos nós, há de cumprir-se afinal, por ser o Espírito Santo o "penhor" daquela herança futura e gloriosa. Assim sendo, quanto mais com ele andamos, mais conosco ele se torna presente.

   Há um hino que escolhi para fechar esta edição de hoje. Apesar de um pequeno "deslize" do autor, que relevo por ser facilmente explicado pela perspectiva que adota, trata-se de um hino tocante. Na apresentação indicada abaixo (Youtube), o próprio autor toca diante de um público grande, quando Mark Lowry o interrompe, e coloca o próprio irmão do autor para cantar a segunda estrofe. Danny Gaither, ao lado da esposa e da filha, estava sob tratamento quimioterápico de câncer reincidente na garganta …

 Inicialmente, resiste, por temer ser incapaz: sob tratamento de câncer na garganta, como poderia cantar em público?  Enfim, ele canta a segunda estrofe com profunda emoção, a qual tem que vencer para conseguir … Agora, note bem a letra da estrofe que lhe deram para cantar… Para alguém sob tratamento de câncer, pode? Notou? O público aplaude, pois sabe de sua luta , pela qual viria a falecer pouco tempo depois. Dá prá ver Ernie Haase, ao lado de seu sogro George Younce, também tocados de emoção, olhos carregados. Não menos que  isso, ao final, a aparição da sra. Lela Gaither, mãe de Danny e Bill.

    A versão musical a seguir , é com a belíssima interpretação de Heritage Singers (com minha singela ajuda para quem a precise).

THE LONGER I SERVE HIM,THE SWEETER HE GROWS (1965)
Quanto mais O sirvo, mais doce ele se torna
William Jennings Gaither (1936-…)

Since I started for the kingdom,
Desde que passei a tomar parte do Reino
Since my life He controls
Desde que minha vida Ele controla
Since I gave my heart to Jesus,
Desde que dediquei meu coração a Jesus 

The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

Coro:
The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna
The more that I love Him, more love He bestows
Quanto mais eu O amo, mais amor Ele proporciona
Each day is like Heaven, my heart overflows
Cada dia é como o céu, meu coração transborda
The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

Every need He is supplying
Cada necessidade Ele vai suprindo
Plenteous grace He bestows
Plenitude de graça ele derrama 
Everyday my way gets brighter
Cada dia minha jornada se torna mais brilhante (Pv 4.18)
The longer I serve Him, the sweeter he grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 16 : “AOS PÉS DE QUEM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Julho de 2011

O mundo está enchendo-se de "gurus". Cada dia surge um novo. A TV tem os seus… A internet também. A literatura está farta deles. A Ciência, nem se fala… Até a Política está recheada de gurus…

    Um "Richard Dawkins" para alguns, que se enchem de brio (letal) quando este se inflama a designar "Deus" como um "delírio humano", e a "religião", como a "raiz de todos os males". Um "Lula" para multidões que, sem muito norte na vida, se auto-glorificam na figura de apedeuta de suposto sucesso internacional (até Obama o decantou entre pares…). Um grande comunicador aqui, um outro ali, e o número de ídolos dos meios de comunicação é uma "questão de múltipla escolha" (ponha "múltipla" nisso…). Talvez o nome de Julian Assange não te seja tão familiar, logo à primeira vista; mas, se menciono junto o nome "Wikileaks", pronto: quem não se lembra do "homem-quase-deus" que desbancou segredos de estado trancados a sete chaves, apenas com os truques da internet (e uma ajudazinha de alguns seguidores)… Espanto: depois que foi preso, multiplicaram-se os seus grupos de apoio e de seguidores ao redor do mundo.  Parece que o ser humano se "desmama" para a sua emancipação cultural e intelectual através da infiltração de idéias, conceitos, e até trejeitos próprios de seus ícones. Mal nos surpreendemos a nós mesmos, e nos vemos imitando "gurus"; alguns, bons de serem imitados, outros – maioria – não! Quando a vaidade é exacerbada, a mente e o coração do homem são arrebatados a uma inversão das posições: "de agora em diante, quero deixar de imitar, e passar a ser copiado". Isto equivale à investida numa nova fase, tácita: "de agora em diante, 'guru' também serei!"

   Me lembro de um dos meus valorosos professores, quando quis ilustrar essa realidade humana. Se não me falha a memória, citou ele um dos netos (ou netas), acompanhando a ele próprio e sua esposa no supermercado. Enquanto a esposa olhava com atenção os produtos, pegando com as mãos e examinando com os olhos, ele, sem nada pegar, andava pelos corredores, com as mãos para trás, andar taciturno, olhando aleatoriamente as gôndolas. De repente, ficou admirado ao olhar para trás de si, e viu o neto (ou neta, não me lembro mais, já fazem tantos anos…) andando pelos corredores, poucos passos atrás dele, com o mesmo tipo de andar taciturno, mãos para trás, sem nada pegar (raridade, para crianças), olhando sabe-se lá o que em cada prateleira. Cena quase perfeitamente reprisada. É o jeito humano de ser: imitador por natureza. Talvez por tais tipos de coincidências alguns estejam ainda convencidos de que o homem veio do … … … macaco. 

    Me lembro de uma história que uma tia sempre contou: Certa vez minha mãe lhe cedeu o filho (eu) para passar com ela alguns dias, distante de casa… Na hora de pegar o ônibus, o pequeno "Ulisses", com seus 3 para 4 anos de idade (obviamente ainda analfabeto), fez o mesmo que o tio acabara de fazer: 5 passos à frente do ônibus, para olhar o rótulo do mesmo e conferir o destino. Dizia ela, sempre achando graça: "Como quem soubesse ler alguma coisa, foi lá à frente do ônibus, conferiu o letreiro e, como alguém decidido, seguiu atrás do tio e da tia, a entrar no ônibus, como se já convencido – é esse mesmo!" Penso que todos nós podemos nos recordar de modelos que nos moldaram em alguma medida. Até hoje me vejo, vez por outra, usando o modo peculiar que meu avô usava para endireitar calça e cinto, ao mesmo tempo, junto à cintura, sem usar as mãos – somente os carpos. Modelos: se forem bons, nada de mal (muito pelo contrário). Até Paulo disse : "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo" (I Coríntios 11.1)

    Falando nisto, aí está a boa dica. Eis aí o melhor modelo. Certa vez, num discurso de paraninfo aos meus alunos "paraninfados", disse-lhes que a última aula iria começar depois da formatura. Disse-lhes também que o "plano de aulas" eu lhes daria naquele mesmo momento, sem mais demoras: "Esquadrinhem os evangelhos, escrafunchem os quatro do começo ao fim; detraiam deles todas as virtudes e todas as características pessoais do Mestre, do Senhor Jesus Cristo.Daí por diante, imitem-no. Será a última aula, mas sem hora para tocar a campainha de término." Sim, porque, neste mundo, podemos nos desapontar com nossos modelos, até aqueles que reputávamos "os bons" de se imitar. Mas, há um com quem jamais se desaponta – o Mestre por excelência. Policarpo de Esmirna, ante a fogueira que lhe esperava, ante os oficiais romanos que lhe prometeram libertação, se apenas exconjurasse de Jesus Cristo, respondeu corajosamente: "Há mais de 80 anos que O sirvo, e ele jamais me dasapontou; como o desapontaria eu a esta altura?" Foi o que faltou para ser lançado às chamas.

    O registro de Lucas 10.38-42 é, por demais, tangente. Enquanto Marta andava de um lado para outro, em torno de seus muitos afazeres, Maria quedava-se aos pés de Jesus, a ouvir-lhe os ensinamentos.

Para mim, nunca pareceu que este texto (as palavras de Jesus) incriminaram Marta por causa do grau de responsabilidade com que procurava desincumbir-se de seus muitos afazeres. Entretanto, levar uma repreensão ao Mestre, porque concordava este que Maria nada estivesse a fazer junto dela, senão apenas "quedar-se junto aos seus pés a ouvir-lhe os ensinamentos", já soava demais, além da conta. Daí, recebeu uma repreensão do Mestre! "… pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa". Foi o que Jesus lhe demandou compreender. A melhor parte, escolhendo entre muitos afazeres e o "quedar-se aos pés" do Mestre, foi a escolha de Maria, não de Marta. Quem teria sido o modelo de Marta? O que Maria escolhera para si, já estava claro, evidente! Também nós precisamos nos aplicar no melhor juízo das melhores "coisas" ou "partes", para resultar nas melhores escolhas, para usufruir os melhores benefícios. A propósito, que tal fazermos, cada um de nós, uma séria avaliação das nossas escolhas de modelos, e das nossas escolhas de dedicação e devoção?

   Há um autor desconhecido, que o meio musical evangélico contemporâneo só pôde conhecer por suas iniciais. Mas, a sua poesia captura isto com maestria. Sua base foi esse relato do evangelista Lucas. Ela segue abaixo, certamente composta no terceiro quadrante do século XIX. A música foi composta por seu contemporâneo, Asa Hull, nascido em New York em 1828, e falecido por volta da virada do século. Ouça através do nosso áudio player online a interpretação do grupo Bill Gaither and Homecoming Friends. Abaixo, sua letra, e uma pequena ajuda para os que não puderem discernir a língua original.

SITTING AT THE FEET OF JESUS- 1970
PERMANECENDO AOS PÉS DE JESUS
J. H. T. &  Asa Hull (alguma data no terceiro quadrante do séc XIX)

Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus
Oh, what words I hear Him say!
Oh, que palavras ouço-lhe dizer
Happy place! So near, so precious…
Que feliz lugar! Tão íntimo, tão precioso…
May it find me there each day;

Que possa eu ser lá achado, a cada dia;
Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus,
I would look upon the past,
Olharia eu para o passado,
For His love has been so gracious;
[Reconhecendo que] seu amor tem sido tão gracioso;
It has won my heart at last.
Afinal, conquistou meu coração.

Wesley Pritchard + Joy Gardner + Stephen Hill
Sitting at the feet of Jesus,

Permanecendo sentado aos pés de Jesus
Where can mortal be more blest?
Onde pode, um mortal, ser mais abençoado?
There I lay my sins and sorrows,
Ali deponho meus pecados e minhas tristezas
And, when weary, find sweet rest;
E, quando fragilizado, [ali] encontro doce descanso;
Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus,
There I love to weep and pray
É onde eu amo colocar-me em contrição e oração
While I from His fullness gather
Enquanto eu obtenho, de Sua plenitude,  
Grace and comfort every day.

Graça e conforto a cada dia.

Bless me, O my Savior, bless me,
Abençoa-me, oh meu Salvador, abençoa-me
As I sit low at Thy feet
Ao assentar-me quedado aos teus pés
Oh, look down in love upon me,
Oh, deriva [dos céus] o teu olhar de amor sobre mim
Let me see Thy face so sweet;
Permita-me contemplar tua tão doce face 
Give me, Lord, the mind of Jesus,
Dá-me, Senhor, a mente de Cristo
Keep me holy as He is;
Guardando-me santo como Ele é;
May I prove I’ve been with Jesus,
Que eu possa estar convicto de estar com Jesus 
Who is all my righteousness!
O qual é toda a Justiça para mim!
(Repete-se)

Sitting at the feet of Jesus  … !!!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 15 : “MAIS PERTO… EM BETEL!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Julho de 2011

Acaba de ser lançada ao espaço, para sua última viagem, a nave Atlantis. Uma equipe mista adentrou o aparelho, para passar uma temporada no espaço, "mais perto do céu". Eu bem que gostaria de dizer "mais perto de Deus", como minha força de expressão. Mas, não ouso: já há muito tempo que os pesquisadores norte-americanos do espaço abandonaram as motivações de alguns dos Pilgrim Fathers de sua nação. Iuri Gagarin, russo que ficou famoso pelo feito pioneiro de ter dado uma órbita completa ao redor do planeta, a bordo da Vostok 1, famoso ficou também por reflexos da fama que adquiriu. Uma de suas frases de efeito fez história : "a terra é azul", proclamou, ainda em órbita. Outra, que se atribui a ele, ajudou a fomentar o programa anti-teísta do comunismo soviético: "Andei pelos céus, procurei por Deus, mas não achei nem vestígio dele". Supondo ter sido verdadeira a frase, é admissível supor também que no aparato "avançado" (para os padrões da época) da Vostok, lhe faltasse o instrumento essencial. Este instrumento é facilmente disponível há muitos séculos, mesmo antes de Iuri Gagarin, e não é fruto da tecnologia soviética, ou mesmo da NASA. Encontra-se no Sermão do Monte: "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!" (Mateus 5.8).

   É claro que a mensagem consoladora e esperançosa de Jesus não objetivava alguém que não tem pecados. O dilema por ele proposto diante dos acusadores da mulher apanhada em adultério (por que não trouxeram também o homem com quem estava?) é suficiente para indicar que não é o "zero absoluto" de pecados o critério que Jesus estipula (João 8.7); do contrário, sem chances para quem quer que fosse. Aliás, o mesmo João que registra esse dito de Jesus, registra ainda: "Se dissermos que não temos pecados, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós" (I João 1.8). Neste caso, não há quem possa bater no peito, como aquele fariseu ao lado do publicano (Lucas 18.10-14). Comparativamente, o auto-diagnóstico do publicano é o único autêntico em relação a todos nós. Mas, doutro ângulo visto, os "puros de coração" são os que "lava(ra)m as suas vestiduras, e as alveja(ra)m  no sangue do Cordeiro" (Apocalipse 7.14).  São os que purifica(ra)m suas almas, não em ritos exteriores, inertes, inúteis e inócuos, mas pela aplicação na "obediência à verdade" (I Pedro 1.22). São os que tomam parte na verdadeira igreja de Cristo, única instituição do mundo para a qual há garantia de purificação como "noiva", por meio da lavagem de água pela Palavra (Efésios 5.22), para o dia do encontro com o Noivo, o próprio Cordeiro.

   Assim encontrados, estes não precisam de toda a tecnologia do Kremlin, de Cabo Canaveral ou Cabo Kennedy, ou de que mais tecnologia ainda o homem possa construir, para "ver a Deus". Podem vê-lo naquele em quem Ele habita corporalmente em plenitude – o Filho (Colossenses 2.9). Podem vê-lo em Suas obras, isto é, as marcas do seu poder e da sua divindade (Romanos 1.19,20). Podem vê-lo em sua Palavra e em seus atributos, nela autenticados, pois "bem que não está longe de cada um de nós" (Atos 17.27)Porque nEle nos movemos, e existimos (Atos 17.28)Poderão vê-lo face a face, quando chegar a hora! (Apocalipse 1.7)Por enquanto, uma aspiração basta: "Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti!" Sim, mais perto, cada vez mais perto, como a aproximação da luz da aurora, que se faz semelhante à senda de um fiel, brilhando mais e mais, até ser  dia perfeito (Provérbios 4.18). 

   Lembra a poesia linda ?

"Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
Inda que seja a dor que me una a Ti.
Sempre hei de suplicar, mais perto quero estar
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti.

Mesmo vagando aqui, na solidão
Paz e descanso a mim teus braços dão;
Sempre hei de suplicar: mais perto quero estar
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti.

E quando a morte, enfim, me vier buscar
Com serafins nos céus, irei morar
Então me alegrarei perto de ti, meu Rei…
Perto de ti, meu Rei, meu Deus de ti!" 

   Esta poesia foi composta em alguma data entre 1840 e 1841 por Sarah Flowers Adams (1805-1848), quando de uma noite um tanto "em claro" (no meio do escuro), e lhe ocorreu uma pasagem da Bíblia. A passagem na qual refletiu foi Gênesis 28 (a visão do céu e a sua escada, no sonho de Jacó). Olhos abertos, no meio do escuro da noite, e tudo lhe pareceu tão vívido… Tão forte foi a impressão causada por aquela lembrança do relato bíblico, a imagem "imaginária" que ficou em sua mente, a lembrança de anjos subindo e descendo até o céu, a lembrança que marcou a existência de Jacó, o nome "Betel" (a casa de Deus"), que tudo isto lhe serviu de motivação para a composição. A composição foi fruto do anseio que aninhou-se dentro de si. "Mais perto [também] quero estar, meu deus, de Ti"… É disto que nos fala Jesus, em Mateus 5.8:  "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus!" 

   Os sobreviventes do Titanic (1812) contaram que, ao perceberem que algo grave havia acontecido ao "inafundável" (unsinkable), e que o risco de morte era iminente, a orquestra tocou, como seu último número, uma das melodias deste hino (a de  Lovell Mason, a mais conhecida). E, desde os céus, Deus e os anjos ouviram muitos (dezenas? centenas?) cantando naquela trágica noite – Nearer, My God, to Thee!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

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N° 14 : “E ELE SE IMPORTA?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Julho de 2011

Minha mensagem de Domingo passado gerou reações. Algumas, solidárias. Outras, sem que deixassem de o ser, não deixaram também de somar questionamentos. Lidar com fatos que não compreendemos, e que o nosso lado natural, humano e especulativo resiste, é inteiramente compreensível. Me lembro que, quando ocorreu o tsunami de 2005, com a devastação, a inquietação que dele decorreu, fui desafiado a pregar uma mensagem, ao ensejo. Por aqueles dias, observei que um jornalista atrevido fez um comentário (rádio, TV, coluna impressa) no qual se reportava a algumas considerações que tinha ouvido a respeito do fenômeno. Dentre elas, destacou o jornalista que alguém afirmara que Deus estava no controle, e que nada, mesmo um tsunami, estaria fora de seu domínio. O jornalista, então, fez o seguinte comentário: – "Se é que Deus existe, deve estar brincando com a humanidade; mas, se existe, devo dizer-lhe que se trata de uma brincadeira de muito mau gosto!". Daí, elaborei uma mensagem que tinha 3 argumentos para "tentar" dar uma palavra sobre o nefando fenômeno, e ainda "responder" ao tal jornalista. Bem, é lógico que não estava ao meu alcance (nem em pretensão) responder a ele – ele nem sabe que eu existo… Mas, poderia ser que alguém mais, no meio do povo que ouviu minha mensagem, tivesse visto ou ouvido o próprio…

   Na minha mensagem – As Lições de Um Tsunami – me reportei à "catástrofe" pessoal de Jó, focando o capítulo 34. A palavra de Eliú, a quem, pessoalmente, considero um profeta intensamente tipológico do próprio Cristo, foi extremamente desafiadora. Tanto que, depois dele, ninguém mais ousou falar, e foi o próprio Deus quem assumiu a palavra. Além disto, nada do que Deus falou, dali em diante, retificou uma só palavra de Eliú (diferentemente do que fez com Jó, e com seus 3 amigos). Muito ao contrário, só ratificou.

 Meus argumentos foram metafóricos:

1. "Estamos todos no mesmo barco"… (significando que, nas circunstâncias da vida, Deus não faz acepção de pessoas – tudo nos é relativamente comum).

2. "O timoneiro não é sádico"… (significando que a acusação do jornalista, parecida com a do cético John Stuart Mill, é pura falácia).

3. "Os acidentes do percurso são sinais da chegada" (significando que tudo o que nos ocorre serve para advertir e admoestar sobre os dois destinos finais).

   Sofre o justo, sofre também o ímpio (e vice versa)… Morre o justo, também morre o ímprio… Se a morte é por um cataclisma, ou por um ônibus ou avião que se precipita, não ocorre, a priori, escolha de quem vai ou fica por ser ou não ser temente a Deus. No vôo 447 da Air France poderia haver crentes – por que não?; Deus não tinha compromisso de resguardar da morte (ou do fundo do oceano) esses crentes, à diferença dos não crentes. E mais: Deus não está brincando com a humanidade, definitivamente. Cuidado com esse tipo de brincadeira com Deus, porque Ele não se deixa escarnecer. Os discípulos perguntaram a Jesus, diante de um cego de nascença: Senhor, quem pecou – este, ou seus pais – para que assim nascesse? Jesus logo tratou de dissipar-lhes a ilusão, fruto de uma falsa doutrina, "doutrina" essa que passou por um "reavivamento" contemporâneo. Por fim – tal como Deus também mostrou a Jó – as situações estranhas e efêmeras da presente vida servem para advertir quanto à que é definitiva, futura. Jó entendeu a lição, com o seu "dever de casa" ("Eu antes te conhecia só de ouvir, mas agora…"). Mas, inquietações permanecem; pois as dores e os sofrimentos estão aí, todos os dias… Dúvidas, continuam assaltando; pois, hoje conhecemos como que por espelho…

   Uma das pessoas que correspondeu comigo ilustrou a forma como lida com essas inquietações, e julguei que vale a pena reproduzi-la, hoje: "Nessa metáfora, imagino Deus montando um grande quebra-cabeças, do qual ele já tem a figura final. A figura final é a realidade final quando da redenção da criação, no fim deste mundo e início dos novos céus e nova terra. Acontece que para montar o quebra cabeças Ele usa peças que vão chegando ao longo do tempo, peças essas que somos nós." Daí, surge agora uma nova pergunta; com essa nova pergunta, reverto agora a minha atenção para o outro lado da questão: E, se Deus se importa com as peças, QUANTO Ele se importa? Mais uma vez, vamos ao Manual do Criador (e Redentor): Salmo 40.17 : "Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim; tu és  o meu amparo e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu." Salmo 121.3 : "Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda" Mateus 6.25-34: "Não valeis mais vós muito mais do que as aves?… se Deus veste assim a erva… quanto mais a vós outros… vosso Pai celeste sabe que necessitais de [todas essas coisas]… Não vos inquieteis com o dia de amanhã… !" João 16.33 : "No mundo tereis aflições; mas, tende bom ânimo – eu venci o mundo!" Romanos 8.37 : "Em todas essas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" I Pe 5.7 : "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós"… Por mais incompreensível, por mais "in-compartilhável", por mais solitária, por mais inaceitável, por mais … qualquer outra coisa do gênero que também comece com "in", ainda assim se sustenta de pé, sobranceira e altaneira, a verdade : ELE SE IMPORTA ! ELE CUIDA DE NÓS ! ELE NÃO NOS ABANDONA ! ELE NÃO NOS DESAMPARA !!! Ele se importa, muito, totalmente! Mesmo que não mereçamos (é o meu caso).

   O autor do hino abaixo era um ministro metodista. Foi num período em que passou por uma dupla provação que ele compôs essa letra (que é maior do que copio abaixo). A dupla provação atingiu, a um só tempo, sua saúde e seu ministério. As tentações que vieram junto com as provações (sempre é assim) lhe atingiram em cheio a alma, com profundos questionamentos. Podemos adivinhar que tipos de questionamentos – normalmente os "por que's interrogativos, reflexivos… Seu conforto e seu escape veio com o bálsamo oferecido por um dos textos acima anotados (precisamente o de Pedro).

 Há uma versão adaptada em português, que coloco, em vozes mistas (embora um pouco mais pobre em poesia). 

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

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N° 13 : “DEUS NÃO OUVE?…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Junho de 2011

Por estes dias, vi na televisão a reportagem sobre uma jovem desaparecida. Havia dois dias, e a família não tinha notícia. O pai da moça foi entrevistado. Falou ele de sua esperança, que ninguém poderia tirar, de que sua filha estava viva e que seria encontrada. Manifestou ele confiança em Deus, em quem ele, como pai, aparentando ser um cristão sincero, colocava a sua fé em oração. Dava prá se notar que sua "confiança" estava, mesmo, num nível elevado, pois sua expressão facial não mostrava abalo; pelo contrário, cheguei a pensar que, em dado momento, mesmo no meio daquela situação que me parecia aflitiva, só lhe faltaria sorrir. Ocorre que no dia seguinte a filha daquele homem foi mesmo encontrada. Entretanto, não viva, como ele expressou confiante, através de suas orações. Foi ela encontrada morta. Depois disto, não vi outras notícias do caso, para poder agora dar informes da "causa mortis". Mas, o que chama a atenção é o fato de que Deus "parece" não ter ouvido! Se aquele homem era mesmo um crente de verdade, será que não o ouviu Deus? Ponho minha memória para funcionar, tentando rever os arquivos… Sabe o que descubro? Descubro que conheço um tanto de gente, seja na família, seja fora dela, gente crente, gente de Deus, que tiveram várias orações, pedidos a Deus, sob a semelhança de não terem sido ouvidos. Eu mesmo, devo ter um certo elenco de orações e petições não atendidas, mesmo que me reconheça como um dos menos merecedores dos favores divinos.

   Relembro de alguns que já foram promovidos para outra vida, com aparência de "promoção prematura"; orações em favor dos mesmos, ao mesmo Deus, o Todo-Poderoso de sempre, parecem não terem surtido efeitos. Sei de situações de apertos, de angústias, acompanhadas de orações e intercessões. Não as ouviu Deus? Quantas intercessões, por pais, mães, filhos, filhas, casais, tantos… Não as ouviu Deus?  Não é Ele o "Deus de Milagres"? Não temos cantado na igreja que Ele o é? Não temos pronunciado que "se diante de ti/de mim/de nós não se abrir o mar, Deus vai nos fazer andar por sobre as águas"? Já não o fez no passado? Por que não o poderia fazer de novo? E, se não faz, pergunta automática: o que está dando errado?

   Volto ao Manual do Criador para verificação. Descubro que houve orações não atendidas também. Um caso clássico foi o do apóstolo Paulo: insistiu com Deus para que este afastasse o espinho de sua carne, "mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte".  É só conferir em II Coríntios 12.7-10. Agora, acompanhe Davi – o homem conhecido como aquele que era "segundo o coração de Deus" (ainda que com seus deslizes) : "Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? …  (Salmo 13) Eu tenho a convicção de que o Deus de hoje é o mesmo de ontem, de amanhã e eternamente. Tenho a convicção de que o seu poder não foi diminuído, nem pode ser. Estou convencido, também, de que as circunstâncias miraculosas da Escritura são instrutivas, e o milagre pode acontecer ainda hoje  – porque Deus é o mesmo de sempre…  E, simplesmente falando, como digo aos meus alunos – Deus pode, porque Deus é Deus! Mas, também aprendi, examinando a Bíblia, e testando-a com os fatos, que Deus, por ser o mesmo de ontem, hoje e sempre, não se compromete a agir sempre das mesmas maneiras. Por exemplo: se Ele resolveu abrir o mar para Moisés e a multidão, que atravessou o Mar Vermelho a pés enxutos, não faz disto promessa para abrir mares diante de cada um de nós; pensar de modo contrário a este pode ser uma experiência frustrante, sem necessidade. Se Ele resolveu fazer Pedro, só Pedro, andar por sobre o mar, caminhando ao seu encontro, não faz disto promessa a cada um de nós. Se Ele supriu a alguns dos seus servos, no passado, com milagres, não se compromete nem promete fazer o mesmo com cada um de nós. Se "milagres" e "impossíveis" fossem um suprimento geral e corriqueiro para o povo de Deus, não seriam providências extraordinárias, como a Bíblia ensina; seriam, antes, ordinárias. Mas, aí, já não seriam milagres. Que dilema! E, se Ele não nos supre com "milagres", "ocorrências extraordinárias", ou com um "sim" aparentemente impossível antes nossas petições e anseios, nem por isto deixa de ser Deus. Não será menos Deus, não menos do que sempre foi e sempre será, por conta desses "des-atendimentos". Destarte, não é de se frustrar quando Deus "parece" não ter ouvidos. Não é de se desapontar quando Ele "parece" não querer atender. Seria de desapontar o contrário: um "Deus" sem vontade própria, sem soberania, não é Deus!

   Uma das coisas mais nocivas que alguns intérpretes "moderninhos" da Bíblia passaram a ensinar sobre Hebreus 11.1 (fé, como certeza de coisas que se esperam, e convicção de fatos que se não vêem), é que isto nos permite sonhar e acalentar os sonhos, até que o "deus-nosso-servo" os realize. Nunca! "Coisas que se esperam" e "fatos que se não vêem", divorciados das promessas (epangelian, no grego) da Palavra de Deus escrita jamais poderia corresponder ao que o Espírito fez com que o escritor aos Hebreus escrevesse!  Me refiro às promessas que são para todo o povo de Deus, não as particulares… Estão minando a fé do povo de Deus, em troca de uma outra, um tanto mística e vazia de Bíblia. Mas estão usando a Bíblia para esvaziá-la de Deus, e enche-la do próprio homem, que vai se endeusando. Não estou, com isto, dizendo que não se deve orar, insistir com Deus. Ao contrário. Sempre! Mas, nunca se deve faze-lo SEM espírito de submissão à vontade soberana de Deus. Como diz o canto e adágio popular : "fé cega é faca amolada!" Por uma razão simples: Enquanto Deus "parece" não nos ouvir, está dando andamento à "escola"… Você sabe, aquela do Salmo 119.71 (confere lá…). Podemos pedir, podemos insistir, podemos (e devemos) clamar enquanto há fôlego, enquanto ainda há possibilidade para o que se espera. Mas, a "chave" é a disposição para com a Lei de Deus, vocábulo que, desta forma, e na forma de seus cognatos, aparece 176 vezes, neste salmo que tem 176 versículos. Aliás, esta é a petição por excelência : Ensina-me, Senhor, ensina-me tua lei!

    No hino a seguir, esta é a mensagem… "Ouve, ó Senhor, a voz do meu clamor Ouve a minha oração, ó Pai da Salvação Ensina-me tua lei, e teu nome bendirei!" Deus não deixa de ouvir, embora nem sempre atenda. As orações que nos parecem não atendidas são aulas práticas para nosso aprendizado. O currículo deste aprendizado é "Caráter de Deus x Caráter cristão"… Ainda que Seus caminhos não sejam "como os nossos caminhos"… E, o conteúdo programático é a Lei de Deus, que nada mais é do que a forma expressa da Sua vontade para nós. No entanto, sempre que oramos segundo a Sua vontade,  temos audição e atendimento garantidos!

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N° 12 : “FACE A FACE…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Junho de 2011

A História é preceptora! Ela ensina sempre, com seus "vais-e-vens", cíclicos, muitas vezes. Já havia dito o estupendo sábio, sob inspiração do divino Espírito: "Não há nada novo, debaixo do sol". Muita coisa que aconteceu no passado, já havia ocorrido, em molde semelhante, em passado mais remoto. E muito do que hoje acontece, já teve ocorrência em molde semelhante, no passado. Por exemplo: Na história do povo de Deus, a opressão, a escassez de bens, a limitação de liberdade, foram instrumentos didáticos. Ensinaram a procurar mais por Deus! Ensinaram a depender mais de Deus ! Ensinaram que a fartura é fugaz, que a riqueza é efêmera, que os bens são passageiros, que até a alegria é transitória. Certamente por isto, o mesmo sábio ensina que é melhor ir à casa onde há pranto do que àquela onde há festa (Eclesiastes 7). Por outro lado, a plena liberdade, a fartura de bens, a facilidade de emancipação e de manifestação da soberba humana sempre têm sido desculpas para a prepotência dessa espécie, para a soberba do homem, e também prenúncios de que a mão de Deus poderá mudar a sorte.

   Perseguição, física ou ideológica, sempre foi  prova dura para os verdadeiros cristãos. Mas, também sempre foi uma escola preparatória de esperança. Ontem, enquanto estava no salão de barbeiro a cortar cabelo, não tinha outra escolha senão ouvir o rádio do barbeiro, sempre ligado, e sempre na mesma estação, a Itatiaia. Porém, chamou-me a atenção uma afirmação do âncora do programa, enquanto falava ele com uma consulente de telefone. Sua afirmação foi: "É o futuro que mantém o homem vivo!" Enquanto continuava o barbeiro a tesourar minha cabeça, sobre a quantidade cada vez menor de cabelo que lhe resta, fiquei a pensar se a afirmação do locutor teria algum respaldo na revelação do Criador… "A esperança que se adia faz adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida" (Pv 13.12), logo me lembrei… Lembrei ainda de II Pedro 3.13 : "Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça"E tem mais:" Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é." I João 3.2 Não é que cheguei à conclusão de que o homem, sob certo aspecto, não estava errado?

 Estamos vivendo tempos que são chamados de pós-modernos. Por um lado, tudo revoluciona o moderno. Por outro lado, ninguém sabe mais o que se deve definir, pois uma das marcas dos tempos pós-modernos é a incerteza. Mas, uma incerteza que parece não incomodar: afinal de contas, tanto faz como já fez, tudo o que é ou que já foi… Imagina só: os jornais chegam a dizer que há, hoje, americanos aprendendo Português, para vir fazer a vida no Brasil… (!) Onde já se viu? Estamos num patamar de risco financeiro internacional menor do que o daquela nação… (!) Onde já se viu? Estamos ficando ricos? Primeiro mundo?  Que perigo [espiritual], se for verdade… Onde o mundo já é "primeiro mundo", esse perigo ocorreu, e se tornou desastre na vida de milhões de… … "cristãos"!

   Para estes tempos pós-modernos, a lembrança de que há vida futura, de que há maior (e melhor esperança), outra, duradoura, é particularmente oportuna. Muitas pessoas parecem estar vivendo num misto de vida: muita esperança nos dias terrenos, enquanto professam uma expectativa futura que parece ir se colocando cada vez mais distante. Enquanto isso, quantos há que "não vêm a hora"! Será que são minoria? Cuidado! É o que se nos torna necessário.

 Ao ouvir o hino a seguir, ao ler sua mensagem, me lembro disto. Somos movidos pelo futuro, sim! O futuro que não nos pertence. Não temos o poder de construí-lo… O futuro que pertence Àquele que o desenhou, e que o põe em consecução. Áquele a quem veremos, logo, "face a face". Maranatha!

    Grant Colfax Tuller foi um ministro metodista norte-americano; era também músico, e dedicava sua capacidade musical em seu ministério. Uma noite de 1898, após o jantar, uma certa combinação de notas musicais ficou em sua mente, e isto perdurou pela noite a dentro. Logo, naquela mesma semana, recebeu ele pelo correio um pacote vindo de Vineland, New Jersey. Naquele pacote, um maço de papéis escritos à mão, de uma timorata presbiteriana daquela cidade, chamada Carrie Ellis Breck. Carrie era esposa de Franck Breck, mãe de 5 crianças, e que apreciava compor poemas cristãos. Não raras vezes, a sua saúde frágil lhe tronava doloroso o dever diário. Mesmo assim, persistia; persistindo, pensava adiante, pensava no céu, pensava em Filipenses 4.8. No meio daquele maço de papéis, estava o poema "Face to Face With Christ, My Saviour". Logo, Tuller percebeu que o poema se encaixava inteiramente ajustado à música que tinha vindo à sua mente. Ei-la, abaixo, numa de suas versões em língua portuguesa. Essa mesma versão pode ser auditivamente apreciada. Mesmo não sendo cantor nem músico, há alguns anos dava-me, a mim mesmo, o privilégio de cantá-la e tocá-la, ao violão, para um auditório de uma única pessoa (quando muito, mais uma ou duas). 

FACE TO FACE WITH CHRIST, MY SAVIOUR (1898)
FACE A FACE
Carrie Ellis Breck(1855-1934) & Grant Colfax Tullar(1869-1950)

1. Quanto almejo ver a Cristo!
   Ver-Lhe o rosto, que prazer!
   Quando enfim, no lar eterno,
   Poderei pra sempre O ver!

CORO: Face a face eu hei de vê-lO,
      Quando vier em glória e luz;
      Face a face lá na glória
      Hei de ver meu bom Jesus!

2. Muito ao longe já O avisto,
   Vejo como por um véu,
   Mas desejo em breve vê-lO
   Face a face lá no Céu!

3. Oh! Que encanto estar com Cristo,
   Onde já não há mais dor!
   Livre de qualquer perigo,
   Desfrutando Seu amor!

4. Face a face, que alegria
   Há de ser viver assim,
   Vendo o rosto tão querido
   De quem morto foi por mim!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 11 : “QUANTAS RAZÕES HÁ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Junho de 2011

Houve um jovem que um dia chegou a um seminário cristão, dos muitos que existem, dentre católicos e protestantes. Estava ele para iniciar sua jornada de estudos, para depois exercer um ministério perante o Senhor, se este o aceitasse. Quando lá chegou, ele já tinha alguns estudos; com isto, pensou que sabia muito, que tinha bons conhecimentos, que poderia se destacar dentre os demais – deve ser isto o que pensou…  Mas, havia lá um vivido mestre, a quem Deus havia dado, pela experiência de vida, pela instrução da Palavra, por andar sob o Espírito, certo dom de discernir a natureza humana. Ao perceber o ímpeto daquele jovem, o velho mestre se aproximou dele um dia e disse-lhe: "Meu filho, você aceitaria uma 'multa fraternal'?" O jovem não fazia a menor ideia do que seria uma "multa fraternal"… Mas, resolveu aceitar, principalmente por ter aprendido que devem ser honrados aqueles a quem Deus conferiu autoridade espiritual. "Se você aceita a minha 'multa fraternal', aí vai ela: depois que memorizar I Coríntios 4.7, volte aqui e me apresente de cor", disse-lhe o mestre. I Coríntios 4.7…    I Coríntios 4.7…  O que será que está escrito ali ? Saiu ele pensando… e foi logo verificar, tamanha a curiosidade… I Coríntios 4.7; ahh! é fácil – Primeira de Paulo, aos coríntios, aqueles doutos da ciência grega! Claro que você, que está lendo esta mensagem, também deve estar muito curioso, se é que não se lembra de cor. Se não se lembra, vá lá, em sua Bíblia, e confira… Depois, volte, e leia o restante desta mensagem dominical.

  Conferiu?  O que você imagina que aquele garboso candidato a pastor pensou, depois da leitura? Bem, se um dia vc se encontrar com ele, e descobrir que foi ele, pergunte-lhe… Talvez ele até diga! (Neste mundo de bilhões de pessoas, sei que não é fácil…) Sei lá! Neste mundo, tudo é possível; a menos que ele já não esteja mais por aí… Mas, podemos imaginar… Que temos nós, qualquer de nós, que seja ou provenha de nós mesmos? E, se ainda dá prá sobressair, de onde veio tudo? Já, pensou, de onde? E, se chegamos a reconhecer que tudo vem de Deus – tudo o que somos, e tudo o que temos, e mesmo o que não temos – não é mais sábio reconhecê-lO em nosso caminho? A Palavra de Deus tem um versículo (senão dois) de uma propriedade, uma profundidade riquíssima: " Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E, como é grande a soma deles!   Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim." Salmo 139.17,18

É fato! Eu posso até fazer algumas perguntas, para apenas emular sua imaginação:

Pergunta n° 1: Quem seria capaz de enumerar todos os grandes feitos de Deus? Parece que Jó tentou, mas logo descobriu ser-lhe isto impossível.

Pergunta n° 2: Quem seria capaz de enumerar Suas boas dádivas, começando pelas que pensamos merecer, e seguindo pelas que descobrimos que não merecemos?

Pergunta n° 3: Quem poderia acrescentar um côvado ao curso de sua vida?

Pergunta n° 4: Quem poderia se livrar, por si mesmo, das muitas ciladas do inimigo, e das incontáveis vezes em que ele, cirandando, "procura alguém para devorar, como um leão que ruge"?

Pergunta n° 5: Quem poderia conquistar, por suas qualidades próprias (qualidades?), por suas próprias ações (!), por seu discurso, um lugar no céu, na eternidade, na presença do Cordeiro? Quem? Diga-me, já pensou bem? Quem poderia ?

Pergunta n° 6: Quem poderia enumerar razões pelas quais Deus deveria ser-lhe benévolo, generoso, gracioso, salvador?

Dizem que foi Spurgeon quem disse: "Eu sei que foi Deus quem me escolheu, pois do contrário, eu não O escolheria; eu sei que foi antes de eu nascer, porque depois… … não o faria! E sei que foi por razões que eu desconheço, porque em mim mesmo não vejo uma só razão para que a mim me escolhesse!" Quantas razões podemos enumerar, nós, para amá-lO, para ser-Lhe submissos,  para andar com Deus, como Enoque… São tantas, que é impossível enumerá-las.

Ouça o hino abaixo; acompanhe, ao mesmo tempo, se precisar, a letra que vai com minha tradução. O seu autor viveu uma experiência profunda de reflexão sobre o assunto, com a qual chegou à conclusão do poema composto. A voz, é a inesquecível voz de Jake Hess (1927-2004), figura também inesquecível.

SO MANY REASONS (1964)
TANTAS RAZÕES
David Reece (1928-1999) & Jimmie Davis (1899-2000)

Grupo:
So many reasons why I love the Lord,

Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra 
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las. 

Jake Hess:
One is how He saved me at an old-time altar,

Uma [delas] é como Ele me salvou
Diante de um altar daqueles, dos antigos 

He placed a joy within my heart this joy I know
Ele pôs dentro em meu coração este gozo que [agora] eu conheço 
He changed my life completely,
Ele mudou minha vida completamente 
Gave me hope for tomorrow,
Deu-me esperança face ao amanhã 
That's the reason why I love Him so !
Eis a razão porque eu tanto O amo !
(Lágrimas rolam da face daquele que canta)

So many reasons why I love the Lord,
Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra 
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las; 
There's just so many reasons I can't count them.
Simplesmente há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las. 

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Bom Domingo, boa semana,
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 10 : “COMO A BRISA SUAVE…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Junho de 2011

Conheço a história de um homem que presenciou uma manifestação muito especial da presença de Deus.  Até onde eu saiba (e mesmo possa crer), o seu caso foi único, nas circunstâncias em que se deu. Mas, a circunstância começou, digamos, depressiva (para usar uma palavra bem moderna).

Naquela ocasião específica, estou certo de que ele fez a si mesmo perguntas (talvez querendo dirigi-las a Deus, e não só a si mesmo), tais como nós assim fazemos, vez ou outra:

Por que eu?

– Por que isso me acontece?

– Por que a esta altura da vida?

– O que Deus quer comigo nisto?

– Por que?

Aquele homem se sentiu só e abandonado. Pior: ele se sentiu injustiçado…

Ele estava convencido de que era fiel e de que era zeloso por Deus, sem saber (ou entender) por qual razão passava pelo “vale escuro”. Olhava à sua volta, e não via com quem juntar seus ombros, compartilhar. Resultado: isolou-se…

Foi quando Deus lhe falou: homem, que fazes aqui, neste lugar, sozinho?

Deus o chamou para fora de seu isolamento. Ele se arriscou a sair; mas, o que viu? Viu uma ventania sem igual, do tipo de varrer o caminho; depois, a própria terra balançou em terremoto; o terremoto deixou um rastro, e naquele rastro, via-se fogo em vários lugares. O homem deve ter pensado consigo mesmo: foi para ver isso que Deus me tirou de lá?

Contrariando frontalmente filosofias artificiais que se referem à origem do universo, como as dos seguidores de Thales de Mileto, na Grécia antiga, Deus não estava nas intempéries. A sua mão as provocou, sem dúvida; mas o vendaval, o terremoto e o fogo não poderiam ser confundidos com Deus!

Sem dúvida que, nos tempos contemporâneos, de terremotos e tsunamis, inundações e secas desmedidas, este dilema é sério problema para muitos.

Mas, por ora, volto ao nosso personagem. Logo depois de todas as intempéries, veio uma brisa, um cicio suave. E Deus chamou Elias de volta, de seu isolamento, pois havia ainda muitas tarefas a realizar; e, ainda – embora não precisasse – era com ele que Deus queria contar!  Além do mais, havia ainda algumas descobertas a fazer, que haveriam de contrariar as premissas que Elias carregava consigo (veja a história completa em I Rs 19, no Antigo Testamento bíblico).

Às vezes é fácil entrar no isolamento; difícil é sair dele. Ele traz consigo intempéries. Ou, vem em meio a elas. Mas, “como uma brisa suave dos campos em flor”, assim pode manifestar-se a voz de Deus, quando nos alcança.

Hoje, embora a natureza continue sendo, como sempre foi, uma forma de Deus revelar-se a Si mesmo, seu ser, seus atributos, falta-lhe um conteúdo essencial, indispensável:

A vontade, os propósitos, as prescrições, as promessas, o conhecimento da Redenção. Por isto, Deus nos deu a Sua Palavra. Por mais bela e eloquente que possa ser a Criação divina (e é), não há como conhecer corretamente a Deus, seu Ser, sua obra, sua salvação, e seus propósitos, sem a sua Palavra!

Quantas e quantas vezes, pelo que ela nos prega, pelo que nos admoesta e promete, nos vem a doce voz de Deus! Isto me faz lembrar várias “pérolas”:

Uma: "Quão doce soa ao coração, do pobre pecador, o nome que lhe traz perdão – Jesus, o Salvador!"

Outra: "Que doce voz tem meu Senhor, voz de amor, tão terna e graciosa, que enche o coração da consolação que só o crente goza… Qual maior prazer que Lhe ouvir dizer – Vem, meu filho, vem escutar : o que eu fiz por ti, tudo que sofri, na cruz prá te resgatar…"

Você conhece uma dessas pérolas? Tem mais uma outra… A poesia, eu a trasncrevo… Convida a lembrar :

Há intempéries na vida! Tais como ventanias ou vendavais; terremotos ou fogo! Mas há uma doce voz de conforto e consolo. Ela está à disposição. Ela está escrita! É só recorrer… E, uma vez conhecida, ela é apta para voltar sempre à lembrança, sob a condução do Espírito, para restaurar a alma. Quando lembro a história de Elias no monte, sinto-me confortado. Confortado. Lembro-me destas verdades, e penso por esse ângulo.

O que lemos na Palavra de Deus, e que entra em nosso cérebro, é um acervo que sempre pode voltar à memória, como uma “brisa suave” em meio (e até depois) da tempestade!

“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (João 16.33).

Eis a sua poesia :

LIKE A BREATH FROM THE HILLS (1916)
COMO A BRISA SUAVE
John Ralstom Clements (1868-1946)
Bentley De Forest Ackley (1872-1958)

1. Como a brisa suave dos prados em flor,
   É Tua voz, ó meu Mestre, pra mim,
   Quando às vezes, no auge da angústia e dor,
   Minha mão quase deixa tua mão.

CORO: Como a brisa suave tua voz é, Senhor,
      Como a brisa de um claro arrebol;
      Dos momentos de sombras liberto já estou,
      Pois ouvi tua voz me falar.

2. Como a brisa suave tua voz é, Senhor,
   Quando a noite me encontra tão só;
   De minh'alma o fardo deixou de existir,
   Quando as nuvens fizeste fugir.

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Abraços, boa semana (II Pedro 3.13)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
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ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
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