Agora no portal:

O Bem e o mal a cada dia

N° 139 : “FORTE AMPARO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Janeiro de 2014

Dédalo e Ícaro eram pai e filho. Na mitológica estória grega, Dédalo era um grande arquiteto e hábil artífice. Foi ele quem construiu, em Creta, o labirinto, junto ao palácio do Rei Minos, para que este ali aprisionasse o minotauro. Um dia, foi o próprio Dédalo que caiu em desgraça perante o rei Minos; por isto, este o aprisionou em sua própria obra prima, quando já não mais existia o minotauro. Também seu filho, Ícaro, foi ali aprisionado com o pai. Dédalo podia suportar a prisão do labirinto com mais resignação; não era esse o caso, porém, do jovem rapazote. Mais doía a Dédalo o sofrimento do seu filho, do que o seu próprio, naquele labirinto engenhoso e inexpugnável. A única maneira que restou a Dédalo para salvar a vida do seu filho foi a de aproveitar-se das penas que caiam das aves, e da cera das abelhas que ali construíram colméias. Com a cera e com as penas, confeccionou asas, para si e para o filho, com as quais poderiam voar para fora da torre do labirinto, atravessando o Egeu. Dédalo advertiu ao jovem: Não voe muito baixo, para que as asas não venham a pesar demais com a absorção da umidade do mar; também não voe tão alto, para que o calor do sol não derreta a cera, desmontando as asas. Tão somente, fique próximo de mim”. Enquanto fez como o pai orientou, Ícaro singrou os ares sobre o Egeu, em fuga, na companhia de Dédalo. Mas, o encanto de fugir, e de poder voar, levou o jovem Ícaro a subir, afastando-se do pai, malgrado os insistentes apelos deste para que ele contivesse seu ímpeto. O calor do sol mais intenso das alturas derreteu as asas de Ícaro, e ele despencou para o mar, para tristeza do pai que, sozinho, conseguiu chegar a outra ilha.

Trata-se de mera mitologia, eu sei… Mas, lembrei-me desta história, que li quando ainda criança, ante os dias que estamos vivendo. A ordem de Dédalo, mítico personagem, dirigida ao seu filho, é paradigma de um ensinamento – “Tão somente, fique próximo de mim!”.  Cada um de nós – o que escreve, os que lêem, tem experiências diferentes como filhos; e, também, diferentes experiências como pais. Contudo, no Livro de Verdades Eternas de Deus, há um paradigma ainda mais importante do que o de Dédalo para Ícaro. Ao falar dele, minhas lembranças voltam-se para longe, no tempo. Entre tais lembranças, ainda posso ‘ouvir’ aquele meu precioso mestre a repetir, ressaltando as sábias palavras do sábio homem de Deus: “No temor do Senhor tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos” (Provérbios 14.26, ARA). Não só lembrava, repetia, e ensinava, como também cantava. 

Mas, e se, no momento, os filhos não estiverem ‘com cara’ de que estejam usufruindo desse refúgio? Nem por isto a verdade da promessa se desvanece. Aquele que promete é infalível. Há como buscar, cultivar maior nível de temor do Senhor – sempre há. E, com isso, a promessa se revigora. Um dia, quando, talvez, menos esperamos, ela vem e se cumpre. Talvez, por favores, ou agentes inesperados – Deus é quem sabe! Uma coisa é certa: pais que cultivam crescente temor do Senhor, podem esperar que isso se faça forte amparo, “refúgio para os seus filhos”.

E mais: quando pais buscam cultivar, conforme os preceitos de Deus, o temor do Senhor, Deus cuida dos filhos que Ele mesmo lhes deu. Eles podem dizer à semelhança de Dédalo: “Tão somente, ande próximo de mim, filho!”. Porque, a equação espacial é simples: Se ‘A’ é igual a ‘B’, e ‘B’ é igual a ‘C’, segue-se que ‘A’ é igual a ‘C’… Quando pais andam próximos de Deus, e filhos andam próximos dos pais, segue-se que filhos andarão próximos de Deus. Não farão como Ícaro: se o encanto do vôo próprio lhes arrebatar, por certo tempo (e é natural que ocorra), não tardará o dia em que virão, de novo, para junto do Todo-Poderoso. Acho que a fórmula da promessa é compreensível: “No temor do Senhor”… “forte amparo”. Se é amparo, é porque pode o homem cambalear… Se cambalear, o forte amparo, único forte amparo, continua sendo o “temor do Senhor”; sabe o que ele é?  “… é límpido, e permanece para sempre” (Salmo 19.9, ARA). Sabe o que mais é ele? “… é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é a prudência” (Provérbios 9.10, ACRF).

Certamente que, para alguns que lêem, a descrição é matéria de fato. Estão em júbilo, porque Deus, no temor deles, tem sido refúgio para seus filhos (mesmo que estes nem saibam disto, ou não saibam quanto). Certamente que, para outros que lêem, a descrição hoje é desafiadora. Estão, a esta altura, orando como o profeta: “Aviva, ó Senhor, a tua obra, no meio dos anos; no meio dos anos, a notifica; na ira, lembra-te da misericórdia” (Habacuque 11.32-34, ARC). Temos tempos e ocasiões propícias para dizer ao Santo: Senhor, como tu tens sido forte amparo, refúgio para meus filhos! 

Temos, também, ocasiões para dizer ao Santo: Senhor, sê Tu o forte amparo, o refúgio para meus filhos; mas, ajuda-me a cultivar o temor do Senhor!.

E, por fim, digo apenas… AMÉM!   Você também diz? Então, AMÉM!!!

Nossa mensagem musical de hoje é mais uma da talentosa compositora Fanny Jane Crosby. Como diz uma de suas biógrafas: Ela não podia ver com os olhos naturais, mas podia ver com o coração. Ela não podia descrever a face de outro ser humano, mas era capaz, como poucos, de descrever a face de Deus. Veja por causa de um erro médico, no início da vida, sua vida era diferente de muitas, mas não era pior que tantas. Sustentou-se a si própria, ensinando, apesar de cega, tinha muitos amigos e intercessores. Ela mesma disse, de si – ‘Parece ter sido intencional, pela bendita providência divina, que eu ficasse cega por toda a minha vida. Por esta providência, eu agradeço a Deus. Se perfeitos olhos humanos me fossem oferecidos amanhã, eu não os aceitaria. O louvor de minha vida, rendida a Ele, se eu tivesse sido distraída pelas belas e interessantes coisas ao redor de mim’.
 
Isto ela declarou na ocasião da composição do hino de hoje.

Ouça, com nosso reprodutor de áudio online…

Abrigo na Rocha (He Hideth My Soul, 1911)
Fanny Jane Crosby (1820-1915)

Audio Player Online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica . com . br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 138 : “NO CENTRO DA VONTADE DE DEUS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Janeiro de 2014

Por favor, vamos o mais rápido possível para o hospital mais próximo!” Foi esta a súplica de Íngrid, quando socorrida na via Dutra, depois do grave acidente que sofreu no carro onde estava. Era o início do ano de 1975. Esse acidente acabou por deixá-la sem movimentos, da cintura para baixo, para o resto da vida: paraplegia flácica, com ruptura de medula entre as vértebras 11 e 12. No acidente, duas pessoas tiveram sua vida ceifada. E Íngrid, por pouco também, não fosse a mudança de posição no carro, momentos antes. Quando ocorreu, Íngrid Lopes Neumann estava meio afastada de seu convívio espiritual com seu Deus. Mas, Deus tinha planos valiosos para ela, no futuro. O resultado dessa experiência foi o prosseguir de uma vida, quer numa cadeira de rodas, quer sobre as muletas canadenses, quer em Recife, quer onde mais Deus viesse levá-la, na procura de localizar-se no “centro da vontade de Deus”. Leia mais de sua encorajadora história em “Arautos de Vida”:  http://efrata.cmeinformatica.com/mod/page/view.php?id=85.

Falei com Íngrid há poucos dias. Fiz-lhe uma desafiadora pergunta: Íngrid, depois de trinta anos, desde que conheci sua história, e te conheci pessoalmente, depois de quase quarenta anos daquele acidente, eu te pergunto: você reafirma as palavras do seu testemunho pelo Seu Deus? E Íngrid, sem titubear um só segundo após minha pergunta, respondeu que não só reafirma; ainda as reforça. Que força é esta, que faz alguém tirar, da amargura, doçura? Da angústia, segurança e renovo de vida…? Que força é esta, que faz alguém tirar, da desventura, alento…? Da aflição, consolo para repartir…? É uma força poderosa, porém invisível a olho nu. Essa força é mais poderosa do que o invisível campo magnético terrestre, mais poderosa do que a gigantesca força gravitacional do universo… É força que vem de Deus, e que se cultiva somente em Sua presença e comunhão.

A Bíblia fala de Coré; fala, também dos seus filhos. Em Números 16, relata-se a desastrosa sedição que Coré (ou Corá, depende da versão) promoveu contra o seu primo, o líder Moisés. O resultado, é que Moisés se viu desafiado, em sua autoridade de profeta e líder divino, e colocou, de um lado, Coré, seus companheiros Datã e Abirão, e os 25º homens que lhe deram suporte; depois, colocou à frente do povo a mulher e os filhos de Coré. E, então, disse: Se a morte destes homens for como a morte de todos os demais homens, é porque não sou enviado da parte de Deus, o Senhor. Mas, se a terra se abrir, e os engolir aqui, perante todos, é porque desprezaram eles o Senhor, e não a mim. E, sabe o que aconteceu? Deixe que fale a Escritura:  

E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao abismo, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu ao clamor deles; porque diziam: Para que não nos trague a terra também a nós. Então saiu fogo do SENHOR, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.” (Números 16:31-35, ACRF).

No entanto, mais adiante há uma anotação importante:

E a terra abriu a sua boca, e os tragou com Coré, quando morreu aquele grupo; quando o fogo consumiu duzentos e cinqüenta homens, os quais serviram de advertência. Mas os filhos de Coré não morreram.” (Números 26:10-11, ACRF).  Os filhos de Coré assistiram a toda aquela cena, aquela tragédia: seu pai desceu ao abismo, sendo engolido vivo pela terra; mas, eles foram poupados. O que lhes restou? Alguma herança? Nada! Moisés, obedecendo a Deus, cuidou que os bens de Coré estivessem junto dele; quando o abismo se abriu por debaixo de seus pés, os bens, todos, foram junto. Não sobrou nada para seus filhos. Pensa você que eles blasfemaram contra Deus, que O abandonaram? De jeito nenhum. Mais à frente, quando foram escolhidos os levitas cantores e compositores para o ‘templo’ em forma de tabernáculo, os filhos de Coré foram escolhidos para as mais importantes funções. Compuseram músicas, e cerca de doze dos salmos bíblicos são de sua autoria. Mais tarde ainda, quando Davi organizou os serviços do culto, e Salomão, seu filho, os estabeleceu no templo recém edificado, lá estava a descendência dos filhos de Coré, nas mesmas funções.

Foi um caso típico do que registra o escritor de Hebreus, referindo-se aos modelos mais destacados da verdadeira fé: “E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros.” (Hebreus 11.32-34, ARA).  Notou? “Da fraqueza, tiraram força”… Órfãos, por um evento tragico; envergonhados, porque seu próprio pai tinha sido disciplinado, aos olhos de todos; hipoteticamente desaparados, porque nenhuma herança lhes restou. Mas, o Senhor foi a sua herança. Recobraram força, retomaram o caminho da pesença e da obediência ao Altíssimo, e viveram em graca.

É possível tirar força da fraqueza? Sim! Mas é preciso estar “no centro da vontade de Deus”. Íngrid tem sido assim; esse tem sido o seu testemunho, a sua busca, desde aquele acidente na Dutra, em 1975. Fora do centro da vontade de Deus, nenhuma herança é suficiente; nenhuma vantagem é vantagem; nenhuma glória e nenhum sucesso, neste mundo, tem valor. Mas, no centro da vontade de Deus, o que parece não dar certo cumpre propósitos, sábios e santos, que Ele reserva para os Seus.   

Nossa mensagem musical de hoje sai “do fundo do baú”…
No início da década de Setenta, foi cantada por todo o Brasil, na voz dos Vencedores Por Cristo.

Sei Que Jesus Vem Guiar
Harry John Bolback  (1925…)

AudioPlayer online (controle de Volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 137 : “PARA SEMPRE AO TEU LADO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Janeiro de 2014

Por quanto tempo dura uma fidelidade autêntica? De que ela é ‘construída’? Pelo que é sustentada? Quais os maiores exemplos conhecidos? Alguém aí já ouviu falar do akita japonês ‘Hachiko’? Ou, do cão terrier escocês chamado ‘Bobby’? Ou, da gatinha de Passo Fundo (RS), chamada ‘Mucufa? Ou, da cadela de Divinópolis (MG), chamada ‘Pretinha’?  Ou do gato ‘Toldo’, da cidade italiana chamada Montagnana? Ou, do cachorro ‘Capitán’, de Villa Carlos Paz, na Argentina? Ou, do cavalo ‘Raposa’, em Várzea Grande, no Mato Grosso? Depois que minha esposa assistiu um documentário, contando a história da gata ‘Mucufa’, e me contou a história, comecei a pesquisar, e perceber que a lista de fatos idênticos pode ser bem maior do que se imagina…

Mucufa era a gata de estimação de Antenor Luiz Tomazoni, em Passo Fundo. Antenor morreu num acidente; a gata desapareceu. Dois anos depois, encontraram-na, com uma ninhada, vivendo sobre o túmulo de Antenor, e montando guarda à sua foto na lápide. Hachiko era o cão de um professor japonês de Shibuya; todos os dias, Hachiko ia até à estação de trem para esperar seu dono, quando de volta para casa. Um dia, ele adoeceu, e não veio (vindo a falecer); mas Hachiko, por nove anos a fio, todos os dias, continuou cumprindo seu ritual de fidelidade, indo até à mesma estação esperar seu dono. ‘Capitán’, por seis anos, montou guarda sobre o túmulo de seu dono. ‘Pretinha’, por mais de dez anos vem aguardando, nas proximidades da porta do hospital “São João de Deus”, em Divinópolis, o retorno de seu dono, por igual tempo já falecido. E assim, história após história, casos impressionantes de afeição e fidelidade de animais para com seus donos chamam a atenção. A história de Hachiko virou um emocionante filme – “Sempre ao Teu Lado”, em nosso idioma. A simples pesquisa de cada história dessas pode suscitar marcantes emoções. Lisiane Pereira de Jesus, professora de zootecnia na Universidade Federal do Mato Grosso, especialista em equoterapia, diz que os animais possuem maior sensibilidade e percepção que os humanos.

Mas, sabe o que penso? O maior de todos os casos de afeição, de fidelidade, de sensibilidade, está num nível acima dos homens e até dos animais (se for verdade que, neste quesito, estão acima dos homens). O caso mais elevado, inigualável até, está em quem faz afirmações (e, com garantia total, porque cumpre o que diz):
Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo (Mateus 28.20, BCF).  
Ninguém tem maior amor do que este: de dar a sua própria vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. ” (João 15.13,14, ARA). 
O Senhor está convosco, enquanto vós estais com Ele; e, se O buscardes, O achareis; porém, se o deixardes, vos deixará” (II Crônicas 15.2, ARC). 
Procurem aperfeiçoar-se, exortem-se mutuamente, tenham um só pensamento, vivam em paz; e o Deus de amor e paz estará com vocês” (II Coríntios 13:11, NVI).

Sabem de quem estou falando, não?

Não me surpreende saber que ler, ou ver na TV uma única história, dentre as amostras que mencionei, erige um mundo de emoções em muitos de nós. Eu mesmo, que tenho forte empatia por animais, não consigo evitar tais emoções. No entanto, cada caso desse também tem suas limitações, tanto nas circunstâncias quanto no tempo. Surpreende-me saber, outrossim, que não costumam se manifestar em nós ainda mais fortes emoções, se sabemos que o Criador do universo, o Rei de toda a glória, o Autor da nossa salvação, o Soberano sustentador das circunstâncias da vida, e da própria vida, está junto, presente, constante, consolador amparo, amoroso amigo, fiel companheiro. Não nos é Ele muito melhor? Não é infinitamente mais leal? Se Ele diz aos que o buscam, e Dele dependem – estarei ‘sempre ao teu lado’ (é o título do filme inspirado na história de Hachiko), não é Ele tão mais real, verdadeiro e indispensável? Homenagens têm sido prestadas a esses animais: Hachiko até ganhou uma escultura memorial na estação de Shibuya; o cãozinho Bobby, de Edimburgo, tem lá um outro memorial.

Será que as homenagens, o culto, a devoção Àquele que infinitamente mais faz pelos que Lhe buscam a face, e promete fazê-lo eternamente, têm sido suficientes? Será que o que a Ele retribuímos, por tão bem cuidar de nós todos os dias, está à altura? Ele sai conosco, quando saímos; anda conosco, onde andamos; volta conosco para casa; se nos separamos dos queridos, Ele consegue seguir conosco, ao mesmo tempo em que segue com os queridos; Ele se coloca à nossa cabeceira, quando nos deitamos; e também está à porta, enquanto dormimos. Que amigo, que fiel companheiro de todas as horas. Dura isto muito mais que um, dois, cinco, nove ou quatorze anos – dura a vida inteira. E, se um dia o fôlego de vida nos falta, Ele, misteriosamente, permanece junto com o nosso corpo na sepultura, porque decretou ressuscitá-lo um dia; mas também acolhe nos páramos celestes a nossa alma, porque promete dar a ela descanso de todos os seus infortúnios terrenos, para sempre. Ele é inigualável! O único que, verdadeiramente, faz jus ao registro – ‘Para Sempre ao Teu Lado” !!! Ele é o único que garante andar, a vida inteira, e toda a eternidade, com os que com Ele andam!

A Ele, todo louvor, e glória, e reconhecimento, e homenagens e adoração, aqui e na eternidade!

No ano de 1965, o ex-cantor pop brasileiro Luiz de Carvalho, então cantor evangélico, entoou para cerca de cento e vinte e mil pessoas, no Maracanã, em plena campanha do evangelista Billy Graham, versão por ele mesmo preparada de um hino baseado na caminhada do Jesus ressurreto, no caminho de Emaús, em companhia de dois discípulos. Ouça o hino pelo nosso reprodutor de áudio online.

DIVINO COMPANHEIRO

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 136 : “UMA NOVA PAIXÃO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Dezembro de 2013

E agora, como é que eu vou fazer? Como é que vou ter meu carro de volta? E minha casa – como é que eu faço? Agora, é trabalhar para arrumar dinheiro para pagar as dívidas !…  Inconformadas, estas foram algumas das indagações, ou decepções ouvidas poucos dias atrás. Bem! Não sou adepto de transportar coisas do mundo do futebol para reflexões espirituais. Tampouco me importa se o ocorrido é com clube “A” ou “B”, ou com rival de qualquer um. Vou ilustrar uma verdade com o  fato ocorrido, sem me imiscuir nas razões das paixões que o esporte suscita. Estou retratando frases típicas da desilusão de parte da torcida de  determinado clube brasileiro, que, segundo a imprensa,  vendeu bens, penhorou,  contraiu empréstimos, reverteu recursos de outros fins (até de bolsa de estudos no  exterior, como no caso de um estudante universitário), para acompanhar seu clube do coração até outro continente, para assistir partidas de ocorrência histórica. Só que seu clube do coração perdeu uma partida que o eliminou antes do tempo que imaginava…

Poderia ser com qualquer outro (inclusive, com seu maior rival); não é isto que vem ao meu caso. Como disse, não é a perda (ou a vitória, se tivesse ocorrido), ou o momento ímpar, ou a rivalidade que me interessa focalizar aqui. O que me interessa é refletir nesse tipo de paixão, que se libera a comprometer bens (às vezes duramente conquistados), comprometer ganhos futuros (às vezes, ainda não assegurados), a reputar tais dotes como secundários (às vezes ainda não usufruídos), em troca da satisfação de uma paixão efêmera. E não é que isto é estimulante ao cérebro e ao coração?… Não é que merece copiar?…  Não é que isto impele a determinado tipo de admiração?

O ano vai se acabando. Um outro, novinho em folha, vem vindo à frente. Por quantas coisas pudemos, nós, durante o ano, fazer algo parecido com o que aqueles torcedores fizeram? Pelo que pagamos um preço de renúncia, com padrão semelhante? Com que o nosso coração se apaixonou, a ponto de abrir mão de itens importantes, em troca do que tivera (ou tenha) importância maior? Em que se tem colocado o anseio do nosso coração?

À luz deste fato tão inusitado, pense um pouco nas palavras da seguinte passagem bíblica: “Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas lhes serão acrescentadas. Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino. Vendam o que têm e dêem esmolas. Façam para vocês bolsas que não se gastem com o tempo, um tesouro nos céus que não se acabe, onde ladrão algum chega perto e nenhuma traça destrói. Pois onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração" (Lucas 12.31-34, NVI). Caso você não tenha tanta familiaridade com a Palavra  de Deus, eu informo: Quem disse estas palavras foi Jesus Cristo. Você consegue notar algo parecido com a atitude dos torcedores? Estes, desfazendo-se de bens, “investiram” em sua grande paixão. No caso do texto, Jesus fala aos que receberam a dádiva do Reino que jamais terá fim, no lugar de glória e gozo inauditos, que troca semelhante é recomendada. Se o tesouro de uma pessoa está naquele Reino inigualável, se ele é a sua paixão maior, se sua alta estima (eu não disse “auto estima”) está no Rei daquele Reino celestial, todas as demais coisas desta vida serão secundárias: casa, carro, lazer e prazer (inclusive, com um clube de futebol), e tudo o mais. Isto é precisamente o contrário do que a ‘correnteza’ dos tempos contemporâneos arrasta, com seu fortíssimo apelo epicurista, hedonista, ansioso de prazeres e deleites.

Para uma melhor apreciação da analogia que proponho, lembro ainda uma brevíssima parábola do Mestre por excelência: “O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo.“ (Mateus 13.44, BCF).  Onde esteve o seu tesouro, no ano findo?  Pelo que você esteve disposto a renunciar, em troca de valor mais sublime?  

Um dia, um dos que seguiam a Jesus – precisamente o galileu Pedro – direcionou ao Divino líder pergunta semelhante  à que fazem muitos  dos torcedores brasileiros desapontados: Mestre, eis que deixamos tudo para te seguir; que será de nós? É didático atentar na resposta do magnânimo mentor: “Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna.   “ (Marcos 10.29,30, ARA). Faço uma proposta: no ano próximo, que tenhamos a disposição de eleger os valores do Reino de Deus, sublime e eterno, como os valores mais altos a cultivar no dia a dia da existência, estando também dispostos a colocá-lo acima de todos os demais valores cultivados e apreciados, mesmo que apaixonadamente, no tempo presente.  Que o novo ano seja um tempo para descobrir (e apreciar, com as veras d’alma) as profundidades e as riquezas daquele Reino. Que seja uma nova 'paixão', a maior!

A melodia que deixo serve para momentos de reflexão e oração. Trata-se de um dos belíssimos hinos de Jessie Pounds. Jessie, esposa do Pastor John Pounds, era pessoa de frágil saúde desde a infância; assim, não chegou a completar 60 anos de idade. Autora de mais de 400 hinos, diversas cantatas e nove livros musicais, compôs ela o hino quando, num dia de prostração pela limitação da enfermidade, começou a pensar no céu, no reino celestial. A leitura de Apocalipse 21, naquele dia, lhe trouxe palavras ao coração, que traduziram-se no hino. A letra do hino fala daquele lugar maravilhoso, almejado, onde brilha o sol, cantam pássaros, onde Deus habita e nenhuma enfermidade ou tristeza penetra; lugar onde impera o gozo, a verdade, onde viveremos feitos novas criaturas; lugar onde está o nosso coração, porque é onde está o nosso tesouro, e onde os anjos nos aguardam com festa. 

BEAUTIFUL ISLE OF SOMEWHERE (1896)
Bela Ilha de Alhures
Jessie Brown Pounds (1868-1921)

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo (Feliz Ano Novo!), se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 135 : “TRÊS PRESENTES !”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Dezembro de 2013

Anote aí, e providencie… Depois, traga ao personagem do Natal : um pouco de ouro, de preferência puro, extraído das minas da África do Sul; também, um pouco de incenso, de preferência composto por extratos refinados de cássia, canela, styrax e sândalo, das matas indianas; e, ainda, um certo bocado de mirra, de preferência aquela, das seletas extrações egípcias.

Sabe de que estou falando, não? Ouro, incenso e mirra foram os três tipos de presentes, tidos como tesouros, que o menino Jesus recebeu, no primeiro Natal. Cumprindo a profecia do Antigo Testamento bíblico, seus pais vieram da Galiléia para obedecer ao recenseamento imperial, ordenado pelo César romano. Eles tinham que se apresentar em sua cidade natal; por isto, foram a Belém da Judéia. Lá, os dias da gravidez de Maria se cumpriram, e nasceu-lhe Jesus, Deus encarnado. O nascimento se deu numa estrebaria, porque não havia lugar para eles na hospedaria da pequena vila. Os ‘magos’ viram a estrela, sinal divino a guiar-lhes, e seguiram-na até Belém. A estrela apontou a casa onde o casal, com o menino Jesus, já se encontrava, passados os primeiros dias. Sabendo, por divina mentoria, tratar-se do esperado Rei dos Judeus, que subjugaria o mundo sob seu cetro, entregaram-lhe seus presentes – ouro, incenso e mirra!

Minha mensagem de hoje te convida a oferecer a Jesus os mesmos presentes. E Jesus os recebe com satisfação. Mas, não precisa ser da espécie natural; o que Ele espera é ouro, incenso e mirra da espécie metafórica, simbólica.

Ouro, por tradição milenar, é o mais nobre dos metais, tipicamente apreciado pelos reis e imperadores. Ouro, presente para Jesus naquele dia, foi algo muito propício, portanto; pôde significar reconhecimento de sua realeza. Palácios do mundo inteiro foram com ouro adornados, inclusive o de Davi e Salomão, assim como o templo de Jerusalém. De Nova Lima, Minas Gerais, saiu muito ouro que hoje se encontra em palácios europeus. Mais do que naquele dia, ouro, como presente para Jesus, hoje, é altamente propício. Não precisa ir buscá-lo com o ourives, ou na joalheria.  O “ouro” que te convido a dedicar, como presente, a Jesus, é também “ouro real”. Ele é Rei, o Rei do universo e, especialmente, dos Seus súditos. Presenteá-lo com esse ‘ouro’ significa submissão à sua autoridade de Senhor e Rei – é o que Ele mais deseja! “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”  (Filipenses 2.10,11, ACRF).  

Incenso, por tradição milenar, é substância queimada em honra aos deuses feitos por mãos humanas; o Deus verdadeiro também requereu, por certo tempo, homenagens de devoção com incenso, quando do tempo do templo judaico. “Incenso” vem de “incendere”, no Latim, que significa incendiar. Quando sob queima, libera aroma, tanto mais atraente quanto mais puros forem os elementos que o compõem. Incenso, presente para Jesus naquele dia, foi algo muito propício, portanto; pôde significar reconhecimento de sua procedência divina. Jesus, de fato, era Deus; veio da parte de Deus, e foi o augusto profeta, cabal profeta divino. Mais do que naquele dia, incenso, como presente para Jesus, hoje, é altamente propício. Não precisa ir buscá-lo nas herbarias da cidade.  O “incenso” que te convido a dedicar, como presente, a Jesus, é também “incenso divino”, reconhecendo-o, plenamente, suficientemente, como Palavra, voz de Deus, cujo ensino sublime se encontra completamente encerrado nas páginas da Escritura. O que está nas páginas da Escritura, e somente nelas, traduz o Deus-homem, encarnado, em sua pessoa divino-humana, suas realizações divino-humanas e, especialmente, sua palavra divina em linguagem humana. Presenteá-lo com esse ‘incenso’ significa ler, ouvir, reter e seguir a Sua bendita Palavra, segundo que se pode conhecer na Bíblia – é o que Ele mais deseja! “Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo, não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras" (João 14.10, BCF).  

Mirra, por tradição milenar, é uma resina oleosa, aromática, com propriedades altamente medicinais, tipicamente utilizada pelos sacerdotes. Mesmo em Israel, os sacerdotes do Deus verdadeiro o utilizaram em seus ritos. Mirra, presente para Jesus naquele dia, foi algo muito propício, portanto; pôde significar reconhecimento de seu sacerdócio, sumo-sacerdócio. Mais do que naquele dia, mirra, como presente para Jesus, hoje, é altamente propício. Não precisa ir importá-lo com os mercadores de especiarias.  A “mirra” que te convido a dedicar, como presente, a Jesus, é também “mirra sacerdotal”. Implica em reconhecer que Ele é o único salvador, único mediador entre Deus e homem, caminho único para o céu, para a vida eterna. Presenteá-lo com essa ‘mirra’ significa devoção completa e sem reservas a Ele, como o único que reconcilia homem com Deus, e significa abraçar o ministério da reconciliação que Ele delega – é o que Ele mais deseja! “Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação" (II Coríntios 5. 18,19, NVI).

Você pode tornar o Natal um tempo altamente significativo em sua vida. Pode, com isso, transformar todos os dias em dias de Natal. Não se restrinja a esperar presentes; dedique a Jesus ‘ouro’, ‘incenso’ e ‘mirra’, à semelhança do que fizeram os magos que o visitaram em Belém. Ouro, incenso e mirra da natureza que acima se menciona. Fará, isto, toda a diferença. 

Fique com nossa mensagem musical natalina, em execução de harpas. 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, w w w . bibliacatolica . com . br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 134 : “ESPERANTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Dezembro de 2013

“Esperanto” é uma palavra original, mas procede da tentativa de aglutinar seu sentido a partir de vários idiomas. Significa “aquele que espera…”. Procede do italiano speranza (que tem suas raízes no Latim), do francês espérance, do espanhol esperanza, do romeno speranţă, e até do nosso português esperança. É a palavra que dá o nome a um idioma moderno, planejado e projetado. O dia 15 de Dezembro (hoje), dia do nascimento de Ludwig Lázarus Zamenhof (1859-1917), seu criador, é considerado o Dia Mundial do Esperanto. Esse idioma foi idealizado pelo famoso judeu-polaco, médico de profissão, linguista de devoção. Ele próprio, além do Esperanto, dominava Hebraico, Ydiche, Russo, Polonês, Alemão, Francês, Latim, Grego e Inglês, mas não tiraria notas muito baixas igualmente em Italiano, Espanhol e Lituano.   Numa época de muitas revoluções, conflitos culturais, demandas por fronteiras, Zamenhof raciocinou : “Não procedem os grandes desentendimentos da humanidade de sua incapacidade de comunicar-se num único idioma?  Se tivéssemos uma língua unificadora no planeta, certamente os esforços pela paz e pela harmonia dos povos seria coroado de êxito”. Assim nasceu, foi ‘construído’ o novo idioma, com o objetivo de unificar a linguagem entre os povos, os seres humanos. Como nasceu ele em 15 de Dezembro, ficou sendo este o dia internacional da novidade. Ele mesmo se incumbiu de traduzir todo o Antigo Testamento – a ‘Bíblia Hebraica’, para o Esperanto. Por estar convencido de que os esforços de cunho nacionalista prejudicam a busca da harmonia universal, deixou de participar do movimento sionista, que começou no final do século XIX. No Brasil, o Esperanto encontrou um bastião de defesa no movimento de Alziro Zarur – a Legião da Boa Vontade. Instituições congêneres, em outros países, também promovem a língua, por causa do seu fator, digamos, ecumênico. No entanto, Zamenhof morreu sem ter evidências que sustentassem a esperança de ter o Esperanto como idioma universal. Se estivesse vivo ainda hoje, talvez mais desapontado estivesse.

Esta história de diversidade linguística, quer creia, ou não, você que me lê, começou na época do controverso Dilúvio bíblico (controverso para muitos, não para mim). Conta-nos Moisés, o grande líder hebreu, estribado no conhecimento que o próprio Deus lhe concedera, que houve um dilúvio universal. Por “universal” quero estipular: a Bíblia de fato testemunha que as águas cobriram toda a terra de então. É possível que o Everest, com seus 8.848 metros de altitude (em relação ao nível de superfície Oceano Índico) ainda não estivesse formado, tal como hoje; é também possível que a Fossa Mariana, com seus 11.034 metros de profundidade (em relação ao nível de superfície do Oceano Pacífico) ainda não fosse tão funda. Não obstante, o que nos assegura a Palavra de Deus, é que todos os montes de então foram cobertos, e toda forma viva que respirava o ar de então foi exterminada, exceto Noé, sua família, e os animais que ele abrigou na arca. Está tudo lá, no livro de Gênesis, entre os capítulos 6 a 9: “Prevaleceram as águas excessivamente sobre a terra e cobriram todos os altos montes que havia debaixo do céu. Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos. Pereceu toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de animais domésticos e animais selváticos, e de todos os enxames de criaturas que povoam a terra, e todo homem. Tudo o que tinha fôlego de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu. Assim, foram exterminados todos os seres que havia sobre a face da terra; o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus foram extintos da terra; ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca (Gênesis 7.19-23, ARA).  Após o Dilúvio, com a tentativa dos homens, de manter o controle sobre seu próprio futuro, e de construir sua fama para a posteridade, Deus lhes confundiu as línguas em Babel, e daí surgiu toda a diversidade : “Eis que são um só povo, disse ele, e falam uma só língua: se começam assim, nada futuramente os impedirá de executarem todos os seus empreendimentos. Vamos: desçamos para lhes confundir a linguagem, de sorte que já não se compreendam um ao outro. Foi dali que o Senhor os dispersou daquele lugar pela face de toda a terra (Gênesis 11.6-8, BCF).  Desde então, o que impera é a diversidade lingüística, e não há “esperanto” que tenha resolvido a barreira. Essa diversidade se tornou parte da intervenção divina na história humana.

Com a vinda de Cristo ao mundo, ou melhor, após sua vinda, com seu retorno ao céu, sinais claros de que a maldição em forma de diversidade lingüística de Babel seria revertida já foram dados no Pentecoste (Atos 2).  Esse evento aponta para futuro próximo, no qual uma multidão há de se colocar ante o Rei Jesus… Essa multidão, oriunda de várias etnias e idiomas do mundo, se reunirá triunfalmente para entoar louvores de vitória perante o Cordeiro de Deus, conforme nos antecipa a profecia: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. Amém! O louvor, e a glória,e a sabedoria, e as ações de graça, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! “ (Apocalipse 7.10,11, ARA).

Isto é que será autêntico “esperanto”!  Afinal, não procede toda a desídia, discórdia e desgraça humana da falta de um único idioma?… Pelo menos, não foi o que sonhou Zamenhof? Pois Deus faz melhor: Ele há de unificar a voz de um grande coro, a multidão, proclamando este hino de triunfo, de uma vez por todas e prá sempre!
Um detalhe: Estarei por lá, no meio daquela multidão…
Você, você mesmo, estará também? Ao menos quer estar? Há esperança, para o ‘esperanto’ (“aquele que espera…”).  

A mensagem musical de hoje corresponde àquele cântico, numa só língua e uma só voz. Ouça uma preliminar, gravada no Brasil no início da década de Setenta. 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses
 

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 133 : “PARA PERDEDORES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Dezembro de 2013

Ted Turner (Robert Edward Turner III, nascido em 1938) sempre aparece na mídia. Há poucos dias, apareceu por causa do seu 75º aniversário. É conhecido como magnata da mídia: em 1980, criou a CNN, primeiro canal de TV a cabo dedicado a notícias. Ao criá-lo, soltou uma de suas mais antigas “pérolas”: “Vamos permanecer no ar, até que o mundo acabe; e, quando acontecer, vamos estar lá, fazendo a cobertura do fim do mundo, ao vivo – vai ser nosso último evento. Prá fechar a programação, vamos tocar ‘Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti ”. Isto não é lenda; está gravado. Você, meu caro leitor, avalia quão sério ele estava falando. Daí prá diante, não parou com suas pérolas. Casou-se três vezes, sendo o último casamento o mais badalado, com a atriz Jane Fonda. Mas, sempre disse às suas mulheres que estavam em terceiro lugar na sua vida, depois dos negócios e do seu veleiro.  Até 2011, gabava-se do fato de ser o maior proprietário de terras nos Estados Unidos. Já foi eleito o “Homem do Ano”, pela revista Time. Depois disso, soltou outra de suas ‘pérolas’ : “Sou um homem da mesma classe que Alexandre o Grande, Napoleão, Ghandi, Jesus Cristo, Maomé, Buda, George Washington, Roosevelt e Churchill”. Só! A propósito, uma outra de suas pérolas foi – “Se eu fosse um pouquinho mais humilde, eu seria perfeito!”.  Outra delas: “Nós, seres humanos, somos apenas chimpanzés, com dois por cento a mais de inteligência, e um pouco menos de pelos”. Mas, há quem diga que a maior de suas pérolas foi, quando igualmente laureado como ‘Homem do Ano’ pela Associação Humanista Americana, afirmou: “O Cristianismo é uma religião para perdedores!Ainda que se tenha desculpado publicamente com os cristãos, ao depois, poucos duvidam de que continuou assim pensando. No entanto, ao completar seus 75 recentemente, declarou à sua CNN: “Ultimamente tenho pensado muito que, se há um inferno, não quero ir prá lá; prefiro ir para o céu”. Por isto, acrescentou, “tenho orado de vez em quando, pois pode haver lá por cima alguém que escute”.

De uma certa maneira, Ted Turner tinha razão, e penso que errou na motivação e no sentido, mas não nas palavras: o Cristianismo é uma religião  para ‘perdedores’. Senão, vejamos o que diz aquEle que, quando veio ao mundo, efetuou o upgrade, a partir da religião predecessora.  

  • Quanto ao cumprimento do seu propósito redentivo, Jesus Cristo afirmou que veio ao mundo para perder a Sua própria vida, em favor daqueles aos quais veio doar vida – O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20.28, ARC); “Ninguém ma tira de mim [a minha vida], mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandato, recebi de meu Pai (João 10:18, BCF).  A única pessoa, neste mundo, que tinha todos os direitos de exigir os Seus direitos, perdeu-os, por Sua causa mais sublime. Foi o primeiro ‘cristão’ a atestar o que, tempos depois, diria Turner (ainda que divergindo no sentido).
  • No tocante aos bens que um homem pode amealhar (a propósito, estima-se que a fortuna pessoal de Ted Turner esteja em torno de dez bilhões de dólares), Jesus Cristo disse: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma?” (Marcos 8.36,37, ARA).  Faz sentido o que disse Turner (embora não fosse o que queria dizer)… O cristão é alguém que, se preciso for (e comumente ocorre, embora não compulsoriamente), dispõe-se a perder qualquer coisa deste mundo, em face dos galardões da eternidade.
  • No tocante ao contraste entre a vida presente e a vida eterna, disse Jesus Cristo: “Digo a vocês, na mais pura verdade que, se o grão de trigo, ao cair na terra, não morrer, há de permanecer só. Mas se morrer, há de produzir muito fruto. Eis que aquele que ama excessivamente a sua vida, há de perde-la; por outro lado, aquele que amar menos a sua vida neste mundo, há de plantá-la para a vida eterna” (João 12:24-25, tradução minha, parafraseada).
  • Mesmo quando há alguma questão que discute razões e direitos, se preciso for, para sustentar a paz e defender a unidade e a harmonia, o princípio ético é o de perder a totalidade da razão  – “Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens” (Romanos 12:18, BCF). Esta máxima, um cristão segue para com todos os homens; quanto mais, com outros cristãos. Ela parece implicar em que, se não for possível a paz, não seja pela culpa ou omissão do cristão, que paga todo preço lícito para sustentá-la.  
  • Como uma última citação, dentre tantas que ainda poderia acrescer, menciono como o ensino do incomparável Mestre superou o dos maiores luminares. Sócrates, de Atenas (469-399 a.C.), disse – Conhece-te a ti mesmo!; Zenão, de Eléia (490-430 a.C.), disse – Domina-te a ti mesmo! Mas, o maior de todos disse – Renuncia-te a ti mesmo! : “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me!” (Lucas 9.23, ARC).

Ei, alguém aí poderia dizer ao Ted Turner – você está certo!O Cristianismo, é mesmo, uma religião para perdedores (neste mundo)! Uma religião que leva alguém, andando muito próximo da estatura ideal preconizada por Cristo, dizer – “Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo“ (Paulo, em Gálatas 6.14, ARA), é mesmo religião de “perdedores”. Aliás, se alguém que ler estas reflexões, pensar ao menos um pouco como Turner, a ele sugiro repensar, com Cristo!

Assinado: Um ‘perdedor’!

A mensagem musical de hoje foi composta por uma mulher cristã numa ocasião desafiadora. Dotada de voz muito aclamada e de apresentação empolgante, propôs a si mesma, após sua conversão, que sua voz e sua música seriam dedicadas a Cristo Jesus; por isto, ‘perdeu’ várias oportunidades de sucesso musical no mundo artístico. A própria Warner Bros insistia com ela, pouco antes de compor o hino, para dividir seu talento com a música não-cristã. O hino é uma espécie de resposta ao atrativo apelo. Por outro lado, quem canta é Jake Hess. Ele canta numa ocasião de sua vida em que, pela lógica e pela medicina, já não deveria estar vivendo. Daí, os desconfortáveis aplausos do público que o conhecia e amava. Acompanhe, com o nosso reprodutor online de áudio, tendo, abaixo, a letra, em inglês e português.

TOO MUCH TO GAIN TO LOSE (1968)
MUITO A GANHAR PARA PERDER
Dottie Rambo (1934-2008)

Too many miles behind me
Muitas milhas ficaram para trás de mim
Too many trials are through
Muitas tentativas foram superadas
Too many tears help me to remember
Muitas lágrimas ajudam-me a relembrar
There's just too much to gain to lose
Há simplesmente muito a ganhar, para perder…

Too many sunsets lie behind the mountains
Muitos crepúsculos jazem por trás dos montes
Too many rivers my feet have walked through
Muitos rios meus pés tiveram que atravessar
Too many treasures are awaiting over yonder
Muitos tesouros me aguardam adiante 
There's just too much to gain to lose
Há simplesmente muito a ganhar, para perder…

I’ve crossed the hot burning desert
Eu tenho atravessado o deserto escaldante e abrasador
Struggling the right road to choose
Lutando na reta estrada a trilhar
Somewhere up ahead there's cool clear water
Em algum lugar, lá em cima, há água límpida e refrigeradora
And defeat is one word I don’t use!
E ‘frustração’ é uma palavra que eu não uso!
 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 132 : “QUANDO DEUS FALHA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Dezembro de 2013

O título desta mensagem é instigante – eu sei! Não é uma interrogação; antes, é uma afirmação. Diz respeito àquelas diversas situações da vida em que o anseio que qualquer de nós nutre, durante certo tempo, se mostra frustrado de repente. Pois, se não, vejamos: quando uma família inteira – esposa e filhos, sem contar pais e outros familiares – vai acompanhando a trajetória de um varão em seus estudos superiores e, quando ele está perto de formar-se, ‘desaparece’ num súbito acidente, deixando viúva e filhos a dizer – “e agora, o que será de nós?”, não falhou Deus? ‘Inda mais se esses familiares são tementes a Deus, e dia-a-dia ajudam a colocar o futuro exercício profissional daquele varão diante de Deus… Vejamos mais: quando um pai e uma mãe, dias, semanas, meses e anos a fio, cultivam valores na vida de um filho, investem nele, até oram constantemente por ele, pelo seu futuro, mas ele resolve “chutar o balde”, um dia, dizendo a todos – “deixa eu viver minha vida”, não falhou Deus? Ou, outra situação: Quando um cristão, temente a Deus, ‘constrói’ tantas expectativas para o sonhado futuro que vai chegando, e vem a enfermidade, e parece que ele vai ter que lutar com ela (ou, contra ela) por muito tempo, não está Deus falhando? Vejamos mais uma só: quando uma esperada criança não vem ao mundo (ou, se vem, logo o deixa), para triste surpresa de todos que o pediram a Deus, não está, também, falhando Deus?

Há gente que assim pensa. E mais: por nutrir uma espécie de “fé” que é estranha ao ensino do próprio Deus, confusa entre tempos, circunstâncias, promessas e personagens, tão logo se lhe sucede o inesperado, logo põe em contas indevidas esse inesperado: se não julga que faltou fé, há de considerar que Deus falhou (ainda que o não diga…). Há um tipo de ‘fé’ assim, alheio ao que Deus mesmo ensina (e preconiza, e demanda). Por isto, tão logo a ocorrência contraria a expectativa humana, quem deve ser o ‘culpado’? Deus, certamente… (é o que o seu coração sentencia). “Ah! Mas eu fiz tudo tão certo…” (então, o infiel é Deus – conclusão única que sobra). “Ah! Mas eu só fiz reivindicar as promessas divinas…” (e, apropriando-se de promessas que não lhes pertencem, aos que assim ponderam só restará uma conclusão desafortunada: Deus falhou!). Prá piorar o quadro, constatando quanta gente errada há neste mundo, que parece não passar pelos mesmos infortúnios dos que esperam em Deus, tal constatação acaba por acentuar ainda mais as decepções com Deus. “Ah! Como pode ter Deus deixado passar tantos apertos aquele que estava a Seu serviço, que agia em nome Dele?” (falhou, de novo, Deus?).

Digo logo, para esclarecimento geral e refugo do escândalo iminente: eu uso a instigação do título acima, admitindo que seja essa a nossa sensação potencial quando “as coisas dão errado”, mas não creio que Deus falha; pelo contrário, creio que Ele NÃO falha. E, se tivesse que simplificar numa só afirmação todo o ‘rosário’ de razões que sustentam minha convicção, diria apenas: não falha, porque Deus é Deus!

Alguns lembram (já cobrando, indevidamente): “mas, não diz a Bíblia – “Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração” (Salmo 37.4, BCF)??? Sim, é verdade! Mas o grande equívoco é pensar que os desejos do coração que Deus satisfaz podem ser aqueles de mera procedência (ou genitura) humana, sem prévia procedência Dele mesmo. Melhor é entender a promessa como ela deve ser entendida: na medida em que as nossas aspirações interiores se amoldam, se rendem, se sintonizam com o que agrada ao Senhor, com o que Ele pretende, é infalível que Ele satisfaça tais desejos. Não há nenhuma garantia da parte de Deus, de render-se – Ele próprio – aos desejos humanos que se fazem ‘soberanos’, não importando o que Deus queira. Não é assim não, minha gente. Alguns dizem, de modo muito equivocado – “Deus honra a quem o busca!”, pensando que Deus realizará os anseios humanos, no tempo e no modo que tais humanos aspiram, como se Ele fosse o ‘servo’. E, quando Deus não cumpre o esperado, falhou! Deus não honra a ninguém, a não ser ‘por tabela’, por decorrência, na medida em que Ele honra a Si mesmo; quando nos curvamos diante Dele, aprendemos o que significa essa honra; de onde ela provém… A quem ela se destina! 

O que estou asseverando não quer significar que nossas petições, nossas esperanças em Deus, na Sua provisão, na Sua Providência (ainda que dependa de um milagre, por estar fora do alcance da mão humana), não possam, ou não devam ser colocadas, insistente e confiantemente diante do Todo-Poderoso. Muito pelo contrário: podemos, e devemos. Mas, há segredos misteriosos do agir de Deus que pertencem a Ele mesmo. Por causa disso, há uma dimensão da fé que a maioria dos cristãos ainda não tem aprendido a cultivar: a fé que não reivindica promessas alheias (como as que se destinaram exclusivamente a Abraão, ou a Jacó, ou a Moisés, ou a Davi, ou a Elias, ou a Pedro, ou a Paulo, no tempo e nas circunstâncias particulares de cada um deles), mas que nutre a esperança de que Deus compartilha, com todos os que O temem, as promessas gerais da riqueza de Sua graça, e que atende, de modo particular, nossas petições na medida em que seja Ele, assim, honrado, glorificado; que Ele o faz no Seu tempo, e do Seu modo, porque “… o coração do sábio conhece o tempo e o modo ” (Eclesiastes 8.5, ARA). Veja bem:  “Quem teme ao homem cai em armadilhas, mas quem confia no Senhor está seguro” (Provérbios 29.25, NVI). Por esta razão, o ensinamento que não deve ser olvidado é : “Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.” (Tiago 4.13-15, ARC).

Você se surpreende com Deus? Acha que Ele falhou em algum momento, ou pode falhar? Então, eu te pergunto: Quem, na mais pura verdade, é o seu ‘Deus’? É aquele mesmo, de que fala a Escritura Sagrada? Se for, eu digo mais – lembre-se, Deus é Deus! “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu.” (Salmo 42.5, ARA). Mais ou menos como diz o antigo hino :
Quando tudo perante o Senhor estiver, e todo o teu ser Ele controlar
Eis , então, que hás de ver, o Senhor, Seu poder, quando tudo deixares no altar!

A mensagem musical de hoje é de uma poetisa sacra de vasta produção. Uma de suas composições é cantada em programações de crianças há décadas no Brasil (Meu Deus é Tão Grande). Esposa de um ministro de Deus, filha de um ministro de Deus, ainda pequena foi encorajada pelo seu pai no sentido de respeitar os limites da soberania do agir de Deus,e confiar nEle. O hino de hoje é fruto de uma vida com tal tipo de experiência com Deus.

BUT I DO KNOW
Oh! Eu Não Sei, Senhor
Ruth Harms Calkin (1919…)

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 131 : “UM ACRÉSCIMO AO GUANZI”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Novembro de 2013

Um livro de conteúdo especialmente dedicado à lembrança de um estimado servo de Deus, que já nos deixou, chegou às minhas mãos por estes dias. Foi escrito pela amorosa esposa, que a ele sobreviveu, em caráter de homenagem póstuma. Trata-se de uma obra de especial ternura. Entre os escritos que nele encontrei, chamou-me a atenção a reprodução de um dito do ‘Guanzi’. Na verdade, ‘Guanzi’ é a obra, uma extensa compilação de textos chineses do sétimo século antes de Cristo, produzida pelo erudito Guan Zhong. Há quem diga que os escritos compilados remontam a até 26 séculos antes de Cristo.

Eis como diz o texto que chamou minha atenção:

Se teus projetos são para um ano, semeia o grão…
Se são para 10 anos, planta logo uma árvore…
Se são para 100 anos, instrui o povo!
Semeando uma vez o grão, colherás uma vez; plantando a árvore, colherás dez vezes; instruindo o povo, colherás cem vezes;
Se deres um peixe ao homem, ele comerá uma vez; se o ensinares a pescar, ele comerá a vida inteira”. 

Esplêndido, não? Mas, sem ferir os direitos autorais do Guanzi (que, a esta altura, já se perderam sob o domínio público), atrevo-me a fazer um acréscimo, plagiando todo o texto restante. Ficaria assim:
"Se teus projetos são para um ano, semeia o grão…
Se são para 10 anos, planta logo uma árvore…
Se são para 100 anos, instrui o povo!
Se são para a eternidade, ouve de Jesus Cristo e da Sua Palavra!…
Semeando uma vez o grão, colherás uma vez; plantando a árvore, colherás dez vezes; instruindo o povo, colherás cem vezes;
Se deres um peixe ao homem, ele comerá uma vez; se o ensinares a pescar, ele comerá a vida inteira;

Se, além do peixe e do ensino da pesca, lhe ensinares sobre a eternidade, terá ele ouvido sobre o tempo e lugar em que jamais haverá fome, nem sede! ".

 

Pode até não ter ficado muito, digamos, poético. Contudo, ficou, digamos, completo. Pensar em projetos de vida para 365 dias adiante é bom; para dez anos, ainda melhor, ou, muito mais, se para a vida inteira. Mas, pensar em um projeto de eternidade é incomparável. Afinal de contas, o ‘dono’ da eternidade diz:

Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crê em mim, jamais terá sede” (Jesus, em João 6.35, ARA). Mais adiante, no mesmo contexto bíblico, Jesus Cristo ainda declara que, ao dar a sua própria carne humana no sacrifício de crucificação que resultou da sentença romana pleiteada pelos judeus, esta ele oferecendo, num sentido figurado, uma autêntica nutrição espiritual para fins de alimentar a existência eterna; somente os que alimentam seu espírito da realidade conquistada por Jesus, em sua morte e ressurreição, recebem os dotes nutricionais inesgotáveis desse sacrifício:

Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo” (João 6.51, BCF).

 

Se você está pensando em algum processo de antropofagia, está cometendo o mesmo erro de alguns dos céticos ouvintes daquele dia. Absolutamente. Jesus mesmo declarou a dissimilaridade desse tipo de nutriente misterioso – a sua carne – com os alimentos que os ancestrais dos judeus tomaram pelo deserto, quando vinham do Egito para tomar posse de Canaã (v. 58 do mesmo capítulo). A ausência de uma compreensão mais ampla do ensino da Escritura é que pode ensejar esse tipo de confusão. Não, não! Estava ele a falar de sua morte e ressurreição, em caráter redentor, expiatório, substitutivo, em favor dos que nele crêem. Mas, o fato fundamental é este, para o qual chamo destacada atenção: pode-se dar o peixe ao faminto; ele se fartará por um momento, mas terá fome outra vez… Pode-se ensinar ao homem a pescar, mas sejam forem os peixes que ele pesque, somente fartarão seu estômago temporariamente ainda. Mas, se deres a ele a Palavra de Deus (conquanto conheças a Palavra de Deus), se ele conhecer Jesus Cristo, o “pão da vida”, ele entrará pela eternidade, um dia, sem jamais dela sair, e nunca mais terá fome, nunca mais terá sede.

E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem ardor algum cairá sobre eles, porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima “ (Apocalipse 7.16, ARC).  

A afirmação acima também procede do Senhor Jesus, e diz respeito àqueles, como diz o texto, que ‘lavaram e branquearam suas vestes no sangue do Cordeiro’. Você não está entendendo? Parece muito grotesco, estranho? Digo-te porque: é porque a realidade futura que estas palavras procuram descrever é, de fato, indescritível! ‘Lavar vestes’, ‘branqueá-las’, se referem à remissão dos pecados no sangue de Cristo, na cruz vertido. O ‘fruto da árvore da vida’, que alimentará os remidos para jamais terem fome, terá um sabor indescritivelmente mais doce e suculento que o mais saboroso fruto que se conhece; e as ‘fontes das águas da vida’, que os dessedentarão, terão águas mais límpidas e puras que as mais cobiçadas fontes naturais do planeta. Há três vertentes adiante deste ponto da minha mensagem: Primeira, a vertente daqueles que já ‘lavaram suas próprias vestiduras no sangue do Cordeiro’: pense no acréscimo que ousei fazer ao Guanzi – ensina ao homem faminto a pescar, se está ao alcance, mas ensina-lhe as Palavras da Vida Eterna, ‘quer seja oportuno, quer não’ (II Timóteo 4.2), enquanto há tempo para isto… Segunda, a vertente daqueles que querem assegurar, para si mesmos, um lugar especial junto ao Cordeiro: tome-O para si, aqui, enquanto há tempo (não há outro meio para tal garantia)… Por último, a vertente dos que pensam que, quanto a assuntos de eternidade, é melhor deixar para quando lá chegar: lamento, mas preciso dizer a estes que, se assim fizerem, o mais certo é que, mesmo tendo toda a eternidade pela frente, não se lhes dê um só momento para reconsiderar sua atitude insana.

O autor do nosso hino de hoje se deleitou nestas palavras do Mestre Jesus. Lembrou-se ele que a Escritura se refere ao dono da água que dessedenta eternamente, e do alimento que nutre eternamente, como o “lírio dos Vales” e a “Rosa de Sarom”. Daí, nesta composição enriquecida da notação musical, fala-nos do mesmo tema. Ouça, com o nosso reprodutor online abaixo … Segue, também, a letra com a tradicional ajudazinha de tradução…

PRAISE BE TO JESUS (1976)
Louvor Seja Dado a Jesus
Bill & Gloria Gaither (1936/1942…) 

Let him who is thirsty come to clear water
Que venha às águas límpidas aquele que está sedento
Let him who is hungry come, buy and eat…
Que venha aquele que tem fome, compre e coma…
For money can’t buy this cool living water
Porquanto o dinheiro não pode comprar esta água da vida refrigeradora  
Or this meal and honey so sweet!
Ou mesmo este alimento, e este dulcíssimo mel! 

Praise be to Jesus, the ‘Sweet Rose of Sharon’
Louvor seja dado a Jesus, a ‘Doce Rosa de Sarom’
Praise be to Christ, the Redeemer of men
Louvor seja a Cristo, o Redentor de homens
Praise to the King who is reigning forever
Louvor seja ao Rei que reina para sempre
The ‘Hope of the Ages’, my Master and Friend!
A ‘Esperança dos Séculos’, meu Mestre e Amigo!

Then, shall the light break forth into morning…
E então, que rompa a luz pela manhã…
Bringing beauty for ashes, strenght for the day
Trazendo beleza sobre cinzas, força para o dia
And hearts that were heavy shall stand in His presence
E corações, que vinham abatidos, ergam-se em Sua presença 
Wrapped in the garment of praise!
Cingidos na vestimenta do louvor! 

Praise be to Jesus, the ‘Sweet Rose of Sharon’
Louvor seja dado a Jesus, a ‘Doce Rosa de Sarom’
Praise to the Christ, the Redeemer of men
Louvor seja a Cristo, o Redentor de homens
Praise to the King who is reigning forever
Louvor seja ao Rei que reina para sempre
The ‘Hope of the Ages’, my Master and Friend!
A ‘Esperança dos Séculos’, meu Mestre e Amigo! 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 130 : “QUE SINA É ESTA?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Novembro de 2013

Pergunto preliminarmente: a cena que vou imediatamente descrever – você já passou por ela? Se passou, foi como autor (independentemente do grau ou intensidade) ou como vítima (idem)? Digamos: você está sentindo que pode ultrapassar um veículo, e começa a fazê-lo… Depois que começou, ele acelera, a ponto de te impedir de consumar o ato. Já viu isso? Já fez isso? Já sofreu esse incômodo? Um amigo meu, mais que mero amigo, vinha do sul da Bahia, com a esposa e uma filha dentro do carro – daqueles, de motor ‘um-ponto-zero’. Era o anoitecer de um dia da semana, e aproximou-se de uma carreta que descia uma das retas já no trecho mineiro da ‘Rio-Bahia’. Calculou, de acordo com a velocidade de ambos e potência do seu motor, e colocou, então, seu veículo na faixa da esquerda, para ultrapassar a carreta; mas, depois que começou a operação, notou que a carreta estava vazia… Como notou isto? Porque bastou iniciar a operação de ultrapassagem, e a carreta (isto é, seu ‘chauffeur’) conseguiu acelerar a ponto de praticamente se igualar ao carrinho, com seu ‘potente motor mil’… Então, meu amigo pisou no freio, fazendo sentido de voltar para trás da carreta (ela tinha perto de 20 metros de comprimento). No fazê-lo, o motorista ao lado fez o mesmo, ainda que percebendo que vinha um veículo em sentido contrário – e impediu meu amigo de retornar atrás com o tempo necessário. Meu amigo, em fração de segundos, se viu diante da hipótese de que o carreteiro estava de fato com intenção de fazer maldade; e não lhe restou alternativa, senão desviar-se para o acostamento da mão oposta. Ainda bem que havia acostamento… No entanto, o veículo que vinha em sentido contrário já se tinha aproximado suficientemente para o risco de colisão frontal; piorando a cena, ocorreu a ele, ao mesmo tempo, que deveria desviar-se igualmente para o ‘seu’ acostamento e, com esse dramático cenário, não houve como evitarem – os dois condutores – a colisão frontal. Graças a Deus, nenhuma vítima com alta seriedade, mas houve grandes danos, não só patrimoniais, ou físicos, mas também emocionais. Ah! Talvez você queira saber da carreta, ou do carreteiro, não é mesmo? Seguiu em frente, como se nada tivesse acontecido, sem nem ao menos parar para saber se houve alguma vítima fatal, ou alguma para socorrer.

Que sina é esta, que poderia fazer de um ser humano um agente tão nocivo ao seu próprio semelhante? Que sina é esta, que faz um ser humano sentir prazer na iminente tragédia alheia? Que sina é essa, como a que um conhecido meu relatou, sobre assalto sofrido por seu parente que, pelo simples esboço de uma reação que o assaltante reprovou, recebeu um tiro certeiro na coluna, e ficou paraplégico pelo resto da vida (e, estirado no chão, ainda teve o meliante por sobre a pilhar-lhe? Será a maldade, seja em maior ou menor grau, uma tendência normal do ser humano? Ou, estaria correto o filósofo franco-suísso Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que afirmou – “O homem nasce bom; é a sociedade (o meio) quem o corrompe”?

Mais uma vez, torna-se inevitável recorrer ao Livro do Conhecimento Divino para resolver nosso dilema. Examinando-o, podemos certificar-nos, por um lado, de que, sendo criação divina, o homem traz em si o traço da Imago Dei (Imagem de Deus), mesmo depois de haver entrado o pecado no mundo. Por isto, mesmo não devotando sua submissão ao Criador, é capaz de muitas moralmente apreciáveis. “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei” (Romanos 2.14, ARC). “Gentios” neste texto, equivale a todo homem não submisso a Deus. Esse traço de procedência divina na natureza humana provê um acervo residual de certa ‘retidão’ e ‘bondade’ no homem, por uma propriedade intrínseca de sua natureza.  “Eles mostram que o objeto da lei está gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como os seus raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente”  (Romanos 2.15, BCF).

Por outro lado, esse mesmo Livro – a Bíblia – nos testemunha que, assim que entrou no mundo o pecado, todo ser humano descendente de Adão e Eva (e não há quem não o seja, quer creia, quer não) carrega a contaminação da maldade. “O Senhor olha dos céus para os filhos dos homens, para ver se há alguém que tenha entendimento, alguém que busque a Deus. Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (Salmo 14.2,3, NVI). Somente o Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo de Deus em Maria, escapou como exceção, pelo nascimento sem pecado. “…foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado ”  (Hebreus 4.15, ARA). E tem mais: mesmo que se crie em nós uma nova natureza, segundo Deus, pela transformação que só o evangelho genuíno pode proceder, remanesce um resquício daquela velha natureza, má, em todos nós. Remanesce, mas não para sempre: é só até vir o Dia vindouro da volta de Jesus, no qual dar-se-á a transformação definitiva dos filhos do Evangelho. Enquanto isso, a vida desses filhos do Evangelho é uma luta constante entre as tais duas naturezas: a velha, querendo impor a maldade com freqüência; e a nova, querendo vencer a velha todo dia. Por isto, o apóstolo afirmou: “Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?” (Paulo, em Romanos 7.24, NVI). Lamentavelmente, há muitos de nós, conhecedores do evangelho que deixamos a ‘velha natureza’ vencer várias horas… Que luta! Que sina! O próprio autor destas toscas linhas não escapa desta luta diária. 

Não é de se admirar, portanto, que se encontrem entre os seres humanos exemplares que cheguem a ter algum prazer na maldade, na desdita alheia, no esbulho e no espólio de seus semelhantes. Há somente uma garantia segura de que essa ‘velha natureza’ venha a ser suplantada em definitivo. Mesmo que algum leitor fortuito aqui seja daqueles exemplares que, dia a dia, cuida em fazer o bem, o que a consciência honesta manda, não fica de fora do diagnóstico. Repito: há somente uma garantia de que essa ‘velha natureza’, com a qual todos nascemos de nossos pais (por melhores que tenham eles sido, ou por melhor que seja o legado que nos deixam/deixaram), e vale para qualquer um. A garantia, segura porém única, é que de fato haja a ‘nova natureza’. Mais que isso, essa ‘nova natureza’ precisa ser cultivada todos os dias com os valores e as virtudes de Deus, que aspira ver sua Imago Dei tinindo com seu reflexo.

Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celeste” (Mateus 5.48, ARA). Para que essa ‘nova natureza’ exista em nós, Jesus Cristo é indispensável. Ele, e só ele, pode no-la proporcionar. E, para que ela sobrepuje a velha natureza peçonhenta, é imprescindível o revestimento das qualidades administradas unicamente pela Palavra de Deus. No último dia, quem estiver sob o abrigo da redenção de Jesus Cristo, terá um revestimento definitivo, cabal.

Jean-Jacques Rousseau foi um homem de volumosos conhecimentos, sem dúvidas. Foi hábil apologista da sobreexcelência da Razão. Mas, ele que me desculpe: entre ele e a Palavra de Deus, não tenho a mínima dúvida de quem está com a legítima razão. Não é o meio que corrompe o homem (mas, pode, sim, piorá-lo; ou então, maquiá-lo).  Qualquer ‘bondade’ natural que houver em qualquer ser humano valerá coisa nenhuma no dia do Juízo, se esse ser humano estiver desprovido de Cristo, e da ‘nova natureza’ que só Ele pode prover, para ser cultivada segundo a Sua Palavra.  Quanto ao meu amigo, sua esposa e sua filha, vítimas daquele carreteiro inescrupuloso, posso testificar que já são novas criaturas em Cristo. No último dia, serão revestidos da natureza celestial definitiva.  Você… também?…

A mensagem musical de hoje foi composta por um britânico de Gales que migrou para a América do Norte aos 24 anos de idade. É um hino presente em mais de 200 hinários, em vários idiomas.  Depois de instalar-se na América, por mais de dez anos teve vida dura, muito dura. Disse ele como o salmista – “quanto a mim, quase se me resvalaram os pés”. O poema é um retrato de como ele descreve o livramento que o Senhor deu à sua vida, quase à beira da perdição sem volta. Na letra original, há uma significativa confissão:

I was sinking deep in sin, far from the peaceful shore,
Very deeply stained within, sinking to rise no more,
But the Master of the sea, heard my despairing cry,
From the waters lifted me, now safe am I !

Traduzindo:

Estava eu afundando no pecado, longe da praia serena
Profundamente manchado por dentro, afundando para não mais me erguer
Mas o Mestre do mar ouviu meu clamor de desespero
Das águas me ergueu, e agora a salvo estou!

Ouça, com o nosso reprodutor online abaixo …

 

LOVE LIFTED ME (1912)
O Amor Me Ergueu
James Rowe (1865-1933)
Música de Howard E. Smith (1863-1918)

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional