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Author Archives: Ulisses Horta

N° 349 : “REENCONTRO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Julho de 2018

Neste final de semana, enquanto esperava o desembarque de minha filha e de sua família no aeroporto de Confins, era inevitável ficar observando o reencontro de outras pessoas que aguardavam com as que chegavam, antes. Algumas se abraçavam e se beijavam sem chamar muita atenção. Outras, porém, davam-se em abraços e beijos tão efusivos, com troca de palavras tão felizes, que não tinham como não chamar atenção; de todo mundo no saguão, por sinal. Fiquei pensando: deve ser um reencontro muito aguardado, muito ansiado, muito desejado; por isto, muito festejado.

Fez-me lembrar as primeiras quatro das doze crianças presas na caverna da Tailândia, depois daqueles 15 dias presos. Só lembrando: a posição deles na caverna está a cerca de 4 quilômetros da entrada, a mais de 800 metros de profundidade da superfície, inundada de água lamacenta em volta.

As cartas por eles enviadas aos familiares deram o tom do reencontro. Uma, acalmava os pais, o avô, os tios e demais, dizendo que não se preocupassem, porque estava bem; outra, pedia que não se esquecessem da festa de seu aniversário; outra, pedia à professora que não os sobrecarregasse de dever de casa, quando as aulas recomeçassem.

Os quatro primeiros resgatados causaram, especialmente aos familiares, uma emoção profunda, da dimensão de um reencontro que, metaforicamente, trouxe alguém da morte para a vida. Ainda não tinha sido um encontro de contato, porque foram direto para o hospital. Mas, pais vendo os filhos salvos, ainda que pelo vidro da câmara no hospital, formavam uma imagem que palavras não descrevem.

Quantos reencontros têm sido assim, tão festejados! Familiares que se reencontram depois de décadas separados, jorram de dentro do coração uma torrente de emoções incontidas. Algo parecido, porém, de muito maior envergadura, ocorrerá no dia final – o dia do reencontro.  

Você, que me lê, anela pelo reencontro com alguém? Já perdeu alguém para a morte, que muito lhe faz falta, que muito lhe traz saudades? Quantas vezes, a cada mês ou ano, tem pensado nisto –   naquele dia de reencontro?  Aqueles que, de nós, partirmos para aquele lado da eternidade que está ao lado de Deus, tornaremos a ver os queridos que já partiram para o lado de Deus…

Estou convicto de que, dentre os muitos reencontros, o mais efusivo, o mais festejado, o mais incontido, será aquele com o nosso amado Mestre e Redentor – o anelado Filho de Deus! Fico imaginando que, para mim, reencontra-lo ao fim da jornada de aqui, começando os intermináveis tempos de ali, será um reencontro sem igual… Muito mais festejado do que os pais com os “javalis selvagens”, na Tailândia; muito  mais do  que o de familiares que se reencontram de pois de décadas apartados; muito mais até dos que hoje me impõem saudades ao coração.

Mas, alguém pensará: Ulisses, você é nascido no século vinte, e Jesus viveu no primeiro século; como você fala de reencontro?  Eu direi que, à luz da Escritura Sagrada, a própria Palavra dele, posso, sim, falar…

Jó, que viveu séculos antes de Jesus vir ao mundo, assim falava: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que, por fim, se levantará sobre a terra; depois, revestido esse meu corpo, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração, dentro de mim” (Jó 19,25-27, ARA).

Jó falava do ‘reencontro’ do dia da Ressurreição, séculos antes de Jesus vir ao mundo, milênios antes de o próprio Jó ressuscitar, com expressão de anseio, de profunda expectativa que mexe com as entranhas, de “saudade”.  

Isto, porque, num certo sentido, o primeiro encontro já se deu. A Bíblia chama esse primeiro ‘encontro’ de “recebe-lo” (João 1.12). Jesus disse: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6.44, BCF); por isto, acrescentou: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba” (João 7.37, NVI). Valeu para os ouvintes daquele tempo, vale para os ouvintes e leitores de qualquer tempo. É o “primeiro encontro”. O próximo, num desses dias vindouros, será REENCONTRO. E, que reencontro será…      

Fique com nossa mensagem musical final…

GLAD REUNION DAY (1940)
FELIZ DIA DE REENCONTRO
Adger McDavid Pace (1882-1859)

There will be a happy meeting in Heaven, I know
Haverá um encontro feliz no céu, eu sei
When we see the many loved ones we've known here below

Quando veremos os muitos que aqui amamamos
Gathered on that blessed hilltop with hearts all aglow

Reunidos no topo daquela montanha com corações candentes
That will be a glad reunion day!

Será um feliz dia de reencontro!

Glad day, a wonderful day,
Dia feliz, dia maravilhoso

Glad day, a glorious day
Dia  feliz, dia glorioso
There with all the holy angels and loved ones to stay

Ali, para ficar com todos os santos anjos e os amados
That will be a glad reunion day.

Será um feliz dia de reencontro!

When we live a million years in that wonderful place
Depois de estarmos um milhão de anos naquele maravilhoso lugar
Basking in the love of Jesus, beholding His face
Gozando o amor de Jesus, contemplando Sua face
It will seem but just a moment of praising His grace
Parecerá não mais que um momento de exaltação da Sua graça
That will be a glad reunion day!
Será um feliz dia de reencontro!
 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 348 : “EMPATIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Junho de 2018

Você acredita na boa fé desses programas de televisão que realizam sonhos de determinadas pessoas, ou famílias? Você já deve ter visto algum: um, proporciona a quitação de uma grande dívida; outro, proporciona uma casa própria; outro, uma reforma completa; outro, um tratamento médico caro; outro, um reencontro familiar após longo tempo…

Alguns cidadãos da população são ‘descobertos’ para o programa, caso dêem uma boa história; entretanto, alguém já viu algum programa desses que não mostrasse uma marca patrocinadora da benesse? Sempre há um negócio “benfeitor” por trás do sonho realizado. Querendo ou não, há uma publicidade implícita; e, da maneira mais eficiente: associada com a “bondade”, com a “generosidade”. Não duvido de que, no decorrer do enredo da produção com as pessoas, sentimentos aflorem; mas, crer que o projeto nasceu, primordialmente, sob o sentimento da empatia, de aliviar a dor alheia? Acredite quem quiser…

Enquanto isso, milhões têm seu sonho acalentado por anos a fio, sem ver a chance de realizá-lo. Por exemplo, o José, que eu conheci em São Paulo. Trabalha na zeladoria de um prédio da zona sul da cidade. Veio, do interior nordestino, ainda jovem, há mais de trinta anos, para a capital paulista; sempre morou no subúrbio. Seis vezes por semana, pega os múltiplos transportes coletivos, incluindo o metrô, para ir e voltar, entre trabalho e moradia. Casou-se com outra migrante nordestina, mas não tiveram a felicidade de ter filhos; na “cidade grande”, são eles dois, sós.

Nesse ínterim muitas vezes já quis voltar à sua terra, rever familiares; e quem disse que conseguem ajuntar algum dinheirinho para a jornada? Passaram-se mais de trinta anos, sem ver mais ninguém da família. São como exilados. O pai faleceu, ele não viu; a mãe faleceu, ele não viu. Outros membros da família já se foram, por lá… Saudades? Muitas!… Sentimento que corrói o coração partido, de um 'exilado'… E, quem se importa? Assistem, vez por outra, os pórticos de esperança dos sonhos na tevê, sonhando, um dia, estar no lugar de um daqueles felizardos…

Para sentir a dor alheia, para avaliar a necessidade ou a angústia do semelhante humano, é preciso um sentimento profundo e altruísta, um tanto raro hoje em dia: chama-se “empatia”. Os manuais de psicologia costumam definir empatia como um exercício de capacidade, que envolve afetos, cognições e controles emocionais que levam alguém a identificar-se com o sentimento que outra pessoa tem, em determinada circunstância. Pela empatia, eu consigo sentir a dor emocional, o regozijo, a angústia, a sensação de vitória (seja qual for o sentimento) que outra pessoa sente.

A empatia na dor, no ser humano, pode variar em intensidade, e também em duração. Mas, há um fato indiscutível: só consegue cultivá-la adequadamente quem também já sofreu, já se angustiou. Quem nunca passou pelas procelas típicas da miséria humana, pouca empatia tende a ter. Só conheço um exemplar da humanidade que atingiu o topo, tanto na intensidade quanto na duração. Ele assumiu a humanidade, mas era, antes, divindade (sem deixar de ser, quando encarnou).

Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hebreus 2.17,18, ARA).

Jesus foi, e é, o máximo inigualável em empatia. É o único que pode mensurar precisamente o nosso sentimento de carência, de desalento, de fraqueza, de desilusão, e ter verdadeira compaixão de nós. “Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hebreus 4.15,16, NVI).

Nestes registros da Palavra de Deus, encontramos que esta foi a razão de fazer-se, ele próprio – divino que era – humano como nós: empatia! A razão de ele interceder ao Pai Celeste por nós, como ele intercedeu? Empatia! A razão de haver assumido, só e desamparado, a cruz mortal, em lugar dos que ele veio salvar da perdição eterna? Empatia! A razão pela qual ele se dispõe a nos socorrer, a nós, desvalidos e combalidos pelas lutas da vida? Empatia! E ele o faz com poder e graça!

Se empatia é aquela capacidade, exercitada (e não incubada, ou falseada) de compadecer do semelhante em fraquezas, tentações, insucessos, apreensões, tormentas e tempestades, ninguém melhor do que Jesus! Somente nele podemos depositar todas as apreensões e esperanças! Sua empatia é inigualável!

O autor do hino que hoje encerra nossa reflexão o compôs numa fase difícil. Passava ele por dupla provação. A dupla provação atingiu, a um só tempo, sua saúde e seu trabalho, o ministério. As tentações que vieram junto com as provações (sempre é assim) lhe atingiram em cheio a alma, com profundos questionamentos. Podemos quase adivinhar que tipos de questionamentos – normalmente os "por que's" interrogativos, reflexivos… Seu conforto e seu escape veio com um bálsamo: viu empatia em Jesus! Quem canta em solo é Doug Oldham (tio de Joni Eareckson Tada), com companhia de Ben Speer e coro de Gaither Homecoming. Depois da transcrição da letra, o nosso AudioPlayer Online… 

 

DOES JESUS CARE? (1900)
JESUS SE IMPORTA?
Frank E. Graeff (1860-1919) & Joseph Lincoln Hall (1866-1930)

I – (Doug Oldham) Does, does he [Jesus] care when my heart is pained
Será que Jesus se importa, quando meu coração está dolorido
Too deeply for mirth or even a song? …
Profundamente sequioso por um pouco de alegria, ou mesmo uma canção
When the burdens press, when the cares press down and distress,
[Se importa ele] Quando as aflições oprimem, e as preocupações sobrecarregam e atormentam 
And my way grows weary and long?
Quando o caminho se torna enfadonho e longo? 

CORO (RESPOSTA PARA TODAS AS PERGUNTAS)
Oh yes, He cares, I know He cares,
Oh, sim, Ele se importa, eu sei que ele se importa
His heart is touched with my grief;
Seu coração é tangido por meus pesares
When the days are weary, the long night's dreary,
Quando os dias são fatigantes e a longa noite é sombria
I know my Savior cares.
Eu sei que o meu Salvador se importa! 

II – (Ben Speer) Does Jesus care when my way is dark
Será que Jesus se importa, quando meu caminho se escurece, 
With a nameless dread and fear?
Com um inominável temor e tremor?
As the daylight fades into deep night shades,
Quando a luz do dia se tolda, adentrando as negras sombras noturnas
Does He care enough to be near? 
Será que se importa o bastante para estar por perto? 

CORO …

III – (Doug Oldham) Well, about it: Does he care when I've tried and I failed
Bem, [ainda] sobre isto: Importa-se ele quando eu sou tentado, e falho
To resist some temptations so strong?
Em resistir a algumas tentações que são tão potentes?
And when, for my deep grief, I find no relief,
E, quando, para minha profunda tristeza, parece não haver alento, 
Though my tears flow all the night long?
Ainda que minhas lágrimas fluam noite a dentro?
Here’s the good news:…
Eis a melhor notícia:… 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 347 : “POR UM TRIZ”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Junho de 2018 

Por um triz! Quem viu as chocantes imagens do incêndio do Edifício Wilton Paes de Almeida, em São Paulo, no dia 1º de Maio de 2018, teve oportunidade de ver a mais chocante de todas. O edifício, de propriedade do governo federal brasileiro, tinha 22 andares, situado no Largo do Paissandu, próximo à avenida Rio Branco.

Sob ocupação irregular por dezenas de famílias, o prédio começou seu incêndio por volta de 1h36 da madrugada. Rapidamente o fogo se alastrou, atingindo outros andares. Muitos ocupantes conseguiram sair para as ruas, mas mães com suas crianças ficaram para trás.

Um dos moradores era Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos. Ele conseguiu descer a tempo; mas, notando que crianças ainda estavam pelos andares em chamas, subiu e desceu várias vezes, carregando várias delas. Numa de suas ‘viagens’ pelas escadas do prédio em chamas, Ricardo estava em busca de uma mulher com dois filhos gêmeos, que estavam no 8º andar.

Já na altura do 15º andar, vendo que o fogo o cercara, correu para uma das janelas. Do lado de fora, sobre o prédio vizinho, estava o sargento Diego, do Corpo de Bombeiros, já tinha uma corda para resgatar o Ricardo, que implorava pela ajuda. Chegou a segurar a corda oferecida. Porém, foi por um triz… Apenas uma fração de tempo impediu Ricardo de salvar-se: o prédio, ardendo em alta temperatura, veio abaixo naquela fração.

A expressão “por um triz” significa por uma medida quase insignificante. Vem do grego “thricks”, que significa “fio de cabelo”; daí a expressão equivalente “por um fio”. Ricardo, que ajudou a salvar tanta gente naquele incêndio, deixou de ser salvo “por um fio” de segundo. 

Um triz pode fazer toda a diferença. Você, que está lendo, já deve ter passado por isto: por um triz, não aconteceu o acidente no trânsito; por um triz, se alcançaria (ou não se alcançaria) a aprovação num concurso, ou no ENEM;  por um triz, não ocorreu a perda de um bem precioso; por um triz, o gás que ficou aberto no fogão não provoca um desastre; por um triz, um incidente grave no corpo não tira a vida; por um triz, ninguém percebeu aquele flagrante indesejável… São muitas as situações que podem ocorrer, mas não ocorrem, por um triz, apenas.

Posso pensar no dia final, o dia do encontro com o supremo juiz da existência. Será que, apenas por um triz, alguém deixará de receber um galardão na eternidade? Será que, por um triz somente, alguém terá alcançado a redenção, como que, num único e decisivo momento derradeiro? Ou, por um triz, deixará de tê-la alcançado?  

Preste atenção no que disse Jesus: Enquanto é dia, precisamos realizar a obra daquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar” (João 9.4, NVI). Jesus estava falando do momento da oportunidade. “Enquanto é dia” significa enquanto há oportunidade. E, oportunidades passam, como que por um triz…

Agora, preste atenção no que ele também ensina, através do  escrito de um apóstolo: “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Coríntios 15.52, ARC).  “Num abrir e fechar de olhos” é, praticamente, o mesmo que dizer, num simples triz de tempo; um fio de cabelo de minuto. Por um triz do tempo, Jesus voltará, com o ressoar da trombeta derradeira; num triz de relógio, a ressurreição final e a transformação dos remidos. 

Oportunidades vêm, oportunidades passam; não é raro que  passem por um triz apenas, assim como os incidentes marcantes que nos impressionam. As oportunidades da esfera espiritual são as mais importantes. Eu, de fato, não sei em que condição, aos olhos de Deus, o Ricardo do Largo de Paissandu, que estava fazendo um trabalho realmente meritório, perdeu sua vida, e foi encontrar-se com Deus. De fato, por um triz, e o sargento Diego o teria salvo.

Para alguns de nós, as oportunidades de fazer o bem, algo aprovado por Deus, tal como as obras que Ele, de antemão, preparou para que andássemos nelas (Efésios 2.10) vêm, mas também escapam; e costumam escapar por um triz, apenas…

Para outros de nós, as oportunidades que os olhos e os ouvidos ganham, para agarrar a salvação eterna, vêm, mas podem ir embora por um triz… “Eis aqui, agora, o tempo aceitável; eis aqui, agora, o dia da salvação” (II Coríntios 6.2, BCF).

É como digo: tanto para os primeiros, quanto para os últimos, as melhores oportunidades estão sujeitas a escapar das nossas mãos; por um triz! Melhor não fora assim…   

Em nossa mensagem musical de hoje, o  autor, ainda relativamente jovem – 32 anos de idade, que viu o grande incêndio de Chicago de 1872, fala da expectativa do encontro com seu Mestre – algo forte no seu coração.

Ouça, com nosso AudioPlayer Online (logo após a transcrição da letra com tradução…).

LEAD ME GENTLY HOME, FATHER (1879)
Leva-me Ternamente Prá Casa, Pai 
Will Lamartine Thompson (1847-1909)


Lead me gently home, Father, lead me gently home, Father !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa, Pai! 
Lest I fall upon Your wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, [Pai], leva-me ternamente prá casa!
 
1. Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
When life's toils are ended, and parting days have come,
Quando as labutas da vida terminarem, e os dias da partida chegarem,
Sin no more shall tempt me, ne'er from You  I'll roam,
Pecado já não mais tentar-me-á, nunca me apartarei de Ti
If You'll only lead me, Father, lead me gently home.
Se apenas me conduzires, Pai, leva-me ternamente prá casa.

2.Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In temptations hour, Father, when so trials come…
Na hora das tentações, Pai, quando tantas provações chegarem… 
Oh! Beneath You keep me, take me as Your own
Oh! Sob Ti guarda-me, toma-me como um dos teus 
For I cannot live without You, leave me gently home!
Pois eu não posso viver sem Ti, leva-me ternamente prá casa! 
 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 346 : “Deus é Testemunha!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Junho de 2018

A primeira vez que eu tive contato com o Livro de Mórmon, ainda não estava no ministério ordenado do Senhor. Livro de Mórmon é o livro da religião mórmon, cuja autoria é alegada a Joseph Smith Jr. (1805-1844), mediante alegadas revelações angelicais por ele recebidas; é assim que o escrito é apresentado.

Já no ministério, incorporei o livro à minha biblioteca pessoal por necessidade: irmãos da minha igreja receberam a visita dos mórmons em sua casa, os quais deixaram o Livro de Mórmon com várias indicações de roteiro de leitura; eles o deixaram “emprestado”, prometendo voltar em uma semana, para dar tempo à leitura. Os irmãos me pediram para estar na casa deles, quando os missionários mórmons voltassem… Assim fiz, depois de estudar mais profundamente o conteúdo.

Ao tomar o livro, que teria surgido em 1830, vi, nas primeiras páginas, dois registros de testemunhos: o registro das [primeiras] três testemunhas, e o registro das oito testemunhas, posteriores. De acordo com o que Smith Jr. pregou, tanto o primeiro grupo quanto o segundo constituem testemunhas oculares das placas de ouro, com registros sagrados, que um anjo lhe mostrou no estado de Nova Yorque. Esses registros são anotados em linguagem típica dos testemunhos registrados para apresentação perante juízes.

A minha reação inicial foi aquela, a mais comum: papel aceita tudo! E, embora eu tenha uma imensidade de razões de convicção para não dar amparo nem credibilidade aos ensinos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, não posso firmar essa rejeição de modo simples pelo fato de que há dois testemunhos, que totalizam 12 pessoas (incluindo o próprio Smith Jr.), dando sustentação à obra, os quais nem conheço. Juízes julgam vários contratos com o aval de duas testemunhas por escrito e, em geral, não refugam a veracidade das testemunhas. As minhas razões estão noutro campo: naquilo que entendo contrariarem o ensino da Escritura Bíblica – a verdadeira e única Palavra de Deus!

Quando examino minha Bíblia, também vejo vários tipos de testemunhos sendo evocados em favor de um fato ou verdade: o apóstolo Paulo, por exemplo, reivindica ante os coríntios o testemunho de centenas de pessoas, inclusive ele próprio, da ressurreição de Jesus (I Coríntios 15.3-8). Como disse um estudioso cristão da atualidade: Paulo seria um louco, suscitando esses testemunhos perante uma gente como os coríntios, se aquilo não fosse verdade.

Há papel de testemunhas cumprido por objetos (quantas pedras e monumentos…), por pessoas, e assim por diante. O tipo de testemunha de fatos que mais me impressiona na Bíblia é Deus mesmo! Há diversas ocorrências, na Escritura, com Deus atuando como testemunha. Se a credibilidade de uma testemunha que convive ou conviveu conosco em pessoa pode ser questionada, que dizer, então, de alguém a quem não vemos, ou tocamos pessoalmente?

Na Escritura, Deus se faz testemunha…:
– Em compromissos mútuos de lealdade pessoal: Gn 31.50; I Sm 20.12,23,42; Ml 2.14.
– Em compromissos da Sua Aliança: Jz 11.10; Sl 78.5; Jr 42.5; Mq 1.2; I Jo 5.9,10.
– Como Aquele que tudo vê: Jr 29.23; Sf 3.8; Ml 3.5. 
– Como defensor de um servo Seu: I Sm 12.5; Jó 16.19; Jo 5.32; At 13.22; II Co 1.23; Rm 1.9; Fp 1.8; I Ts 2.5; Hb 11.4. 
– Em sinais de Sua graça: Mc 16.20; At 14.3,17; 15.8; Hb 2.4.

Isto impressiona mesmo! Deus, a quem não vemos, a quem não podemos tocar, é testemunha, nossa testemunha verdadeira, fiel e juridicamente eficaz, quando nos comprometemos mutuamente, como no casamento, ou numa instituição, tal como a igreja. Também, no compromisso de pertinência recíproca que com Ele estabelecemos, na Aliança: “Vós, porém, sois… povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquEle que vos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz” (I Pedro 2.9, ARA).

E quando pensamos que ninguém viu, ninguém vê, ninguém verá onde estamos, o que fazemos, o que falamos? Deus é testemunha! Invisível, mas mais atenta e perspicaz do que qualquer outra testemunha. Deus é testemunha, também, quando sofremos uma injúria injusta, uma tribulação dolorosa, contra os opressores, contra os governantes corruptos, contra os que defraudam direitos alheios, contra adúlteros…

E Deus é testemunha, também por pródigos e generosos sinais da Sua graça, seja ela a graça comum, com os favores que sustentam a nossa vida dia a dia, seja ela a graça salvadora. Sim, Deus é testemunha! É sempre atento! É Verdadeiro! É Fiel! “E eles disseram: Deus é testemunha! (I Samuel 12.5)

Em 1541, Lutero estava angustiado; a Alemanha era premida pelos turcos, pelo leste; os cristãos luteranos eram premidos pelos turcos e pelos romanos… Lutero se lembro do Salmo 121 – De onde me virá o socorro? E logo, também do 139: Deus ainda é onisciente, onipresente e onipotente! Ele compôs um hino. Um século e meio depois, Johann Sebastian Bach transformou  o hino numa cantata sacra. Ouça-o, com nosso

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Ulisses  

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N° 345 : “Lição da Greve”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 27 de Maio de 2018

A greve dos caminhoneiros sacode o país, acorda o gigante deitado eternamente em berço esplêndido.  Claro que, como cidadão, me preocupo intensamente se algum paciente em hospital, não importa em que lugar deste imenso país, estiver com cirurgia ou tratamento ameaçado por falta de insumos necessários; claro  que, como cidadão, me angustia a ideia da possibilidade de um grupo de vidas humanas de estudantes, cuja alimentação diária depende do suprimento que está sob minha responsabilidade, passar por alguma privação: de água ou gêneros a gás, para a preparação. Claro que me preocupo se, de repente, tiver que deslocar com urgência alguém da minha família a um hospital, e não tiver combustível ou táxi para isto… E o que dizer se, por um acidente, ocorrer um incêndio próximo da minha casa, e os bombeiros tiverem dificuldade para deslocar um carro-pipa?…  

No entanto, o que está acontecendo de pior, por trás de todo o cenário que se vê, não pode ser tributado aos caminhoneiros. Se há manipulações de empresários por trás, não sei… Mas, sei que a sacudida levanta um interesse nacional por mais justiça e probidade no seio dos poderes da república. “Mais”, só, não: Muito, muito mais!

Uma das conseqüências sensíveis da crise de abastecimento é a falta de combustíveis. A semana já se encerrou em estado crítico: os postos da cidade e redondeza, onde restou algum estoque de combustível, tiveram imensas filas de pretendentes que logo se lhes esgotaram.   

Cedinho, vi em meu smartphone a retransmissão de um aviso – o da suspensão, por medida de prevenção e segurança, do culto vespertino, limitando a agenda de hoje às atividades espirituais matutinas. Várias igrejas tomaram medidas semelhantes; outras, mantiveram a dupla programação.

Fiquei pensando e compartilhei com minha esposa: que teste de fidelidade e confiança na provisão divina! Vamos que alguém tenha pensado, por exemplo: o pouco combustível que tenho em meu carro, vou preservar… Por isto, não vou à igreja, nem de manhã, nem à noite. Afinal, Segunda eu tenho que… Tem o que? Que trabalhar? Que fazer uma pequena viagem? Que economizar por causa da incerteza do futuro?

Mas, já que estamos sob incertezas, e já que estamos conjecturando (sim, eu sei que a reforma ortográfica derrubou o “c” desta palavra; mas, sou um retrógrado mesmo), permito-me ir um passo adiante: e se Jesus voltasse ainda hoje?

Eu me atrevo a parafrasear uma significativa passagem que registra dele uma advertência: Direi a mim mesmo – tens no tanque alguma quantidade de combustível; descansa, come, bebe, fique em casa tranquilo! Bem! Eu sei que não foram precisamente estas as palavras colocadas por Jesus, quando contou a parábola do “louco”, ao advertir por muito cuidado… Jesus falava de bens, de celeiros cheios, de fartura guardada, quem sabe, muito dinheiro reservado no banco, para ensejar folga e gozo na vida; férias, sem limites!!!
E disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12.20, ARC).

Na minha paráfrase imaginativa, então, eu ainda acrescentaria a suposta pergunta que aquele louco folgado e confortável teria ouvido, com uma versão bem contextualizada para hoje: E o combustível que tens guardado no tanque, para quem será? De fato, o dia ainda está em curso quando agora escrevo. Pode acontecer tanto uma coisa quanto outra: pode Jesus pedir a minha alma, e pode ele aparecer de volta, surpreendendo, por assim dizer, ao mundo inteiro.

Minha esposa perguntou, cedinho: temos combustível para ir à igreja? Porque, hoje não tem ônibus – você sabe… Eu disse que sim, "temos"… Primeiro, Deus! Se o combustível acabar, acabou… Esperaremos que os postos se reabasteçam, para reabastecer o carro… Mas, se Jesus voltar ainda hoje, para nada me prestará o pouco combustível no tanque… E não teremos que esperar mais nada, porque, depois de sua volta, não haverá mais esperas…    

Assim é! O que temos recebido, o que temos ajuntado, o que temos resguardado, para quem será? É hora de o povo de Deus aprender lições com a crise. Portanto, não se preocupem, dizendo: Que vamos comer? Ou que vamos beber? Ou que vamos vestir? Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal” (Mateus 6.31-34, NVI).

Deixo-te, agora, com a antiga gravação do meu LP do Arautos do rei, gravado em 1963, e cantado a cappela… A composição é muito mais antiga, mas atual… 

Watchman, Tell Me (1872)- Guarda, Avise Quanto Falta
Jerusha [Jessie] Strout Jordan (1846-1914)

Ouça, com nosso

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Ulisses  

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N° 344 : “Shangri-La”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Maio de 2018

Assisti num cinema, em 1978, o filme “Horizonte Perdido”. Foi a segunda versão cinematográfica (a primeira foi de 1937) do romance-ficção contido no livro de mesmo nome, do autor inglês James Hilton (1900-1954). A impressionante música foi do judeu-americano Burt Bacharach (1928-…).

O autor imaginou um lugar paradisíaco, incrustado em altas montanhas do Tibet, denominado Shangri-La; trata-se de nome que representa a ideia de um paraíso real nas montanhas. E é disso que trata o enredo, tanto do livro quanto do filme. James Hilton descreveu um lugar onde reina paz, harmonia total entre as pessoas e amor indizível; ali, ninguém tem falta de coisa alguma, e todos têm total contentamento com o que está à sua disposição. Não há inimizades, invejas, discórdias, escassez, roubo, pobreza, doenças… Nada disso!

A Shangri-La imaginária do filme (e, antes, do livro) também tem uma característica altamente atrativa, diferentemente do mundo cá de fora: a longevidade. Naquele lugar, as pessoas custam muito a envelhecer: com idade de 100 anos, a aparência de uma pessoa ainda é relativamente jovem… No entanto, não há a postulação de se viver eternamente em Shangri-La; tanto é que o líder espiritual da comunidade está, com 250 anos, à procura de um sucessor… É a ficção vista no filme…

James Hilton escreveu a novela quando tinha a idade de 31 anos; aos 38, mudou-se para os Estados Unidos. Ao contrário do que sonhava com sua história, viveu pouco: aos 54 anos de idade morreu, vítima de câncer de fígado, afetado pela escravidão do tabaco. A Shangri-la de Hilton não existe neste planeta atual em que vivemos; nunca existiu! Porém, um dia, existiu um paraíso-não-perdido de qualidades incomparavelmente superiores. Isto foi antes que Deus fechasse a porta do Éden, quando Adão e Eva cometeram o primeiro pecado. Voltará a existir, e não tardará, quando se cumprir a promessa divina…

Quanto ao seu papel na aliança de Deus com a humanidade que ele criou e redime, é pobremente comparada à Jerusalém que existiu desde os dias do rei Davi até à destruição romana (ano 70 d.C); porém, eis a celestial:
Ele me levou no Espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, [a Nova] Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus.
Quanto à sua glória, é pobremente comparada ao ouro, a uma jóia mui preciosa, ao jaspe, ao cristal:

Ela resplandecia com a glória de Deus, e o seu brilho era como o de uma jóia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal. A muralha era feita de jaspe e a cidade de ouro puro… Os fundamentos das muros da cidade eram ornamentados com toda sorte de pedras preciosas…

Também a figura que toma o nome de “rua principal” da cidade celestial é mostrada como constituída de ouro puro:
As doze portas eram doze pérolas, cada porta feita de uma única pérola. A rua principal da cidade era de ouro puro, como vidro transparente.
A cidade celestial não precisa de templo, de sol ou de lua:
Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus todo-poderoso e o Cordeiro são o seu templo. A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia. As nações andarão em sua luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória.

Noite? Não existe naquela cidade:
Suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haverá noite. A glória e a honra das nações lhe serão trazidas. Nela jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro.
(Todas as citações são tiradas de Apocalipse 21.10-27, ARA)

Neste final de semana, por conta de uma triste despedida (humanamente falando) de alguém da família que se foi, encontrei-me com um colega de trabalho da década de Setenta. Não o via por muitos anos; o conhecimento comum nos colocou no mesmo lugar, no Sábado, junto com outro colega que trabalhou na mesma empresa. Esse último, cristão comprometido; o primeiro, vinha vivendo somente com a proximidade do evangelho de Cristo. Em certo momento, consultamo-lo como anda sua relação de fé com Jesus Cristo. Sua resposta tropegante me levou a pergunta-lo: quantas chances mais, nesta vida, você quer que Deus te dê, para assumir um compromisso sério com Ele? A resposta foi simples: Mas, eu estou com Deus…
No dia seguinte, já no cemitério, esse amigo e ex-colega de longa data me disse:
– Aquela pergunta me fez ficar pensando nisso a noite inteira. Resolvi assumir…
Se verdadeiro, isto é bom, meu amigo! A cidade celestial será também sua… Muito melhor que um Shangri-La…

Para terminar, fique com o belíssimo hino cantado pelo Quarteto Templo : "Há Na Glória Um Bom País".

NO NIGHT THERE (1899) 
'NENHUMA NOITE LÁ' 

John Ralstom Clements (1868-1946) 

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N° 343 : “LEI ÁUREA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 13 de Maio de 2018

130 anos se passaram. Foi em 13 de maio de 1888 que a princesa-regente brasileira, por nome de Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon e Bragança (isso mesmo: esse era seu nome completo) assinou a “Lei Áurea”. Com a lei, ficava definitivamente abolida, no Império do Brasil, toda forma de escravagismo.

A Princesa Isabel não foi inovadora. Seu pai, o Imperador Dom Pedro II, já vinha aprovando leis naquele rumo. Certamente que boa parte desse espírito abolicionista, no império, era patrocinado pelas forças liberais que acalentavam o afã republicano. Mas, qualquer investigação imparcial sobre a biografia de Dom Pedro II levaria à conclusão de que, mas hora menos hora, ele mesmo assinaria essa lei. O que a princesa fez, num período de viagem de seu pai à Europa, no qual assumiu o trono na forma de “princesa-regente”, ele mesmo faria.

A Lei dos “Sexagenários” (1885) já havia alforriado todos os escravos com idade mínima de 60 anos; a Lei do “Ventre Livre” já havia decretado o fim da sina escravagista aos nascidos de escravas; a Lei “Eusébio de Queiroz” (1950) já havia extinto o tráfico marítimo de escravos. Em 1867, Dom Pedro II angariou grande oposição de poderosos, ao pronunciar-se publicamente pela abolição; ele mesmo já havia tratado a questão como uma “grande vergonha nacional”. A princesa, em 13 de Maio, materializou em lei tendência inevitável.  

É bem verdade que a opção custou à família imperial a continuidade no trono: pouco mais de um ano adiante foi suficiente para instalar-se a república no país, com o banimento da família monárquica. Mas o mérito pelo legado da lei promulgada não foi creditado à república vigorou antes dela. Desde 13 de Maio de 1888, não há mais escravos (ao menos, legalmente).

Faço um paralelo e um contraste com outro fato do passado – este, incomparavelmente mais sublime. Por ele, também foi abolida escravidão, d’outra modalidade. O decreto soberano do Deus eterno, encaminhando à cruz Seu Unigênito Filho – então encarnado – aboliu em definitivo os efeitos da escravidão do “império da trevas”: Ele [Deus, o Pai] nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Colossenses 1.13,14, ARA).

Esta foi a ‘lei mais áurea’ de todas! “Áureo” vem do latim aurium, que identifica com o ouro a qualidade do ato, feito ou objeto. Deus, em Seu decreto eterno e atemporal, determinou que Seu Filho, Seu amado e unigênito Filho, fosse levantado naquela rude cruz, para nos resgatar da escravidão da morte.  

Imagine você nascendo escravo, de uma família de escravos, fadado a sofrer por toda a vida o regime, sem perspectiva alguma de usufruir da liberdade… Você vê pessoas à sua volta, muitos com liberdade de ir e vir, com liberdade de ser alguém, com a liberdade de ter… Mas você, não: é escravo! Sua única identificação é com outros escravos, todos sob a mesma sina. Você e seus companheiros de escravidão não podem escolher nem decidir onde ir… Não podem escolher o que fazer, nem com quem andar… Não podem escolher a hora de satisfazer aspirações pessoais… São todos escravos. Já imaginou?

Lembra-se de Castro Alves (1847-1871), que viveu apenas 24 anos?
              Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,  
              Tu que dormes das nuvens entre as gazas,  
              Sacode as penas, Leviathan do espaço,  
              Albatroz!  Albatroz! Dá-me essas asas…
 

                        Do poema abolicionista “Navio Negreiro”, 1869…

Segundo a Escritura Divina, assim somos todos nós, antes de ser libertos por Cristo Jesus. Nascemos todos sob o domínio do império das trevas; vivemos sob a escravidão da morte e do pecado. Até que se aplica a nós a ‘Lei Áurea’! Eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição? (Oséias 13.14, ARA).

Por isto o apóstolo, antes escravo da morte e do hades, então liberto e feito livre em Cristo, no poder do evangelho, se regozija com estas palavras, em alegria maior do que a da multidão em frente o paço imperial, em 13 de maio de 1888, que celebrou com grande alarido e júbilo a abolição: “Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?  Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (I Coríntios 15.55-57, ARC).

É a alforria que está também ao nosso alcance – meu e seu! Graças a Deus, que nos dá a vitória! Alforria! Graças à ‘Suma Lei Áurea’!  

John Newton, antes capitão de navio negreiro, encontrou-se com Cristo, e foi – ele próprio – liberto da sua própria escravidão de morte. Sua composição, que atravessa séculos e continentes, é nossa mensagem musical final.

AMAZING GRACE (1779 – Maravilhosa Graça)
John Newton (1725-1807)

Amazing grace! How sweet the sound
Graça preciosa! Que doce som
That saved a wretch like me!
Que salvou um miserável como eu
I once was lost, but now I’m found
Estive perdido, mas agora fui encontrado
Was blind, but now I see!
Era cego, mas agora vejo!

'Twas grace that taught my heart to fear
Foi a graça que ensinou meu coração a temer
And grace my fears relieved
E a graça aliviou meus temores
How precious did that grace appear
Quão precioso foi ao advir-me aquela graça
The hour I first believed
A hora em que, no primeiro momento, cri

When we've been there ten thousand years
Quando lá estivermos por dez mil anos
Bright shining as the sun
Resplandecendo como o sol
We've no less days to sing God's praise
Teremos não menos dias para cantar louvores a Deus
Than when we first begun!
Do que quando lá [apenas] tivermos começado.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

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N° 342 : “LOUCURA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 06 de Maio de 2018

No entorno da padaria que há perto da minha casa vê-se, com freqüência, um cidadão que gosta de fazer discursos. Tem voz possante, costuma fazer seus discursos até quando ninguém está por perto, ou a dar-lhe a mínima atenção. Mas ele discursa mesmo sem ouvintes. Na maioria das vezes, ninguém entende o que ele está dizendo; de vez em quando, porém, percebe-se que está perorando contra a política, ou contra a própria humanidade… Ele não se importa… É coisa típica de seu estado mental perturbado.

Loucura é uma condição triste. Tempos atrás, eram até bizarros alguns métodos que se usava para tentar sua cura. Por exemplo, a trepanação: dá-se esse nome ao tratamento que se praticava perfurando a caixa craniana, para ‘aliviar’ o cérebro. Alguns médicos, no passado, já usaram aplicar um choque insulínico no paciente… Outros, injetando-lhe uma solução virótica, para provocar febre alta e convulsão… Para este último caso, algum sucesso, por incrível que pareça, já se conseguiu… Choques elétricos ainda hoje são utilizados…

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, meio bilhão de pessoas no mundo têm algum tipo e grau de transtorno mental. No Brasil, incluindo os graus mínimos e os mais complexos, estima-se que sejam cerca de 25 milhões.

O tradutor lusitano de um importante texto bíblico escolheu a palavra “loucura” para efetuar o contraste entre a cosmovisão do evangelho e a cosmovisão deste mundo, mesmo o mais douto e inundado de ciência. Preste atenção nos versos a seguir transcritos: 
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (I Coríntios 1.18, ARA).
“Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (I Coríntios 1.21, ARA).
“…nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (I Coríntios 1.23, ARA).
“Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (I Coríntios 1.25, ARA).

A palavra usada pelo apóstolo, na língua grega, mostra que o mundo classifica o evangelho que os cristãos abraçam como algo insano, sem nexo, sem juízo – coisa tola… Por outro lado, considera seu conhecimento mundano e secular como a verdadeira sabedoria. Enquanto isso, Deus salva criaturas do lago de fogo da condenação eterna por meio dessa “loucura” – a palavra da cruz de Cristo! Nas mãos de Deus, essa pregação “louca” é o verdadeiro poder redentor.

No capítulo 2, verso 14, fica patenteado que essa “loucura” é algo incompreensível para o ser humano em seu estado natural, que é estado de pecado e morte. É loucura porque lhe falta o Espírito de Deus, para conferir entendimento, aceitação, discernimento.

Mais adiante, o apóstolo ironiza a sabedoria deste mundo: “Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles. E outra vez: o Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos” (I Coríntios 3.19,20, ARA).

Então, esta “loucura” que é crer e sustentar a missão redentiva cumprida por Jesus Cristo, pela qual ele assumiu a morte de cruz em caráter substitutivo, expiatório, é a verdadeira sabedoria; ao passo que a “sabedoria deste mundo”, a suposta esperteza dos sábios sem Deus, a presumida superioridade dos que se acham mais astutos no mundo, não passam de total loucura – essa, sim – aos olhos do Deus Todo-Poderoso, Reto Vingador. “Os néscios são mortos por seu desvio; aos loucos, a sua impressão de bem-estar os leva à perdição. Mas o que me der ouvidos [diz o Senhor, em Sua sabedoria] habitará seguro, tranqüilo e sem temor do mal” (Provérbios 1.32,33, ARA).

Que antagonismo confortador. Não estamos entre os mais aclamados no mundo, os mais sábios, os mais espertos, os mais reverenciados… Mas, ante o olhar de Deus, mesmo que os homens nos considerem loucos, pouco espertos ou nada sabidos, somos verdadeiros sábios. Não dá pra trocar – de jeito nenhum – essa loucura que nos salva por tanta sabedoria que leva ao inferno.

O hino de hoje é especialmente significante. O intérprete que canta a segunda estrofe tinha acabado de passar por duas sessões de tratamento radioterápico precisamente na garganta, na manhã que antecedeu aquele dia, bem como naquela própria manhã. Na verdade, vinha ele lutando com um câncer na garganta havia alguns anos. Pouco mais do que um ano adiante, esse câncer o levaria para junto do seu Senhor. Ouvi-lo dizer, em forma de canto, aquela parte da poesia de Ira Stamphill, em que afirma:

– Minha dor interior, eu ocultarei com um sorriso…
Eu esperarei pelas razões [divinas] até que chegue a hora
E, mesmo que ele me prove, sei que sempre descobrirei
Que o que Deus faz transforma os sofrimentos como o fogo transforma a prata, eliminando sua escória… 

Loucura, cantar tais palavras enfrentando um câncer de garganta… Loucura, para os incrédulos!

WE'LL TALK IT OVER (1949)
NÓS TRATAREMOS DISTO
Ira Forest Stamphill (1914-1993)

Though shadows deepen, and my heart bleeds,
Ainda que sombras se aprofundem, e meu coração sangre
I will not question the way He leads;
Não questionarei o modo como Ele conduz
This side of Heaven we know in part,
Daqui do lado de baixo do céu nós conhecemos em parte
I will not question a broken heart.
Não questionarei, se meu coração se quebranta.

Coro
We'll talk it over in the bye-and-bye.
Nós discutiremos o assunto num momento oportuno
We'll talk it over, my Lord and I.
Trataremos disto, meu Senhor e eu
I'll ask the reasons – He'll tell me why,
Eu pedirei os motivos – Ele me dará os porque's [se o quiser]
When we talk it over in the bye and bye.
Quando tratarmos do assunto, num momento oportuno. 

Danny Gaither:
I'll hide my heartache behind a smile
Eu ocultarei a minha dor interior por meio de um sorriso
And wait for reasons 'til after while.
E esperarei pelas razões até que chegue a hora
And though He try me, I know I'll find
E ainda que Ele me prove, eu sei que [sempre] descobrirei
That all my burdens are silver lined.
Que todas as minhas aflições são escritas em linhas de prata.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

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N° 341 : “UNIDADE EM CRISTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 21 de Abril de 2018

21 de Abril foi dia de Tiradentes, considerado o herói-mártir da Independência; foi em 21 de Abril de 1792, menos de três anos após a Revolução Francesa, que ele foi enforcado – o único da Inconfidência Mineira. O mesmo 21 de abril foi, também, dia da inauguração de Brasília, em 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitscheck.

A data marcou, igualmente, o dia da morte de Tancredo Neves (1910-1985). Primeiro presidente civil eleito após o regime militar instalado em 1964, Tancredo cumpriu uma maratona política até ser eleito. O ex-presidente João Figueiredo cumpria a agenda de abertura política começada pelo General Ernesto Geisel.

Entre 1983 e 1984, uma campanha popular varreu o país, em busca da retomada pelo voto direto da população, à presidência. A emenda das “Diretas Já” acabou sendo rejeitada no Congresso Nacional. O próximo presidente da república ainda seria escolhido pelo voto indireto parlamentar.

Para eleger Tancredo Neves, foi necessária uma verdadeira aglutinação das forças de oposição política. No lado situacionista, um general, ex-presidente, queria Paulo Maluf; outro general, ex-presidente, queria Aureliano Chaves; e o general no poder queria Mário Andreazza. A aglutinação das oposições, carregando consigo Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Miguel Arraes, Brizola, Lula, Fernando Henrique e muitos outros líderes escolheu Tancredo Neves como cabeça da eleição; do lado governista, ficou Maluf. Tancredo foi eleito, tendo Sarney como vice, escolhido dentre os dissidentes governistas.

De Janeiro a Abril de Abril, estava o prazo para o presidente eleito compor seu novo ministério. Que tarefa difícil! Por um lado, era preciso retribuir a cada corrente política que contribuiu para com a eleição; e essas correntes variavam desde uma “esquerda” mais radical, até setores de “direita”. Por outro lado, Tancredo não conseguiria governar se fosse transformado em mero fantoche de cada corrente.

Épica foi uma das respostas, dada em entrevista que o político mineiro concedeu, após divulgar seus ministros. O repórter assinalou que era perceptível a composição de um ministério eclético, com representantes de todas as alas. No dia em que o presidente tivesse que se posicionar, ante uma eventual querela entre ministros – um à esquerda, outro à direita – para que lado iria pender o presidente? Perguntou o repórter…
Tancredo deu resposta mais ou menos assim:
– Meu filho, sua pergunta parte do pressuposto errado; parte do pressuposto de que numa eventual divergência entre ministros, o presidente terá que mostrar de que lado ficará, quando a realidade é oposta: Não é o presidente que pende para esse ou aquele ministro; os ministros é que têm que pender, todos, para o presidente. Eu sou o fator unificador do governo.

Resposta inteligente… Não é diferente no Reino de Jesus Cristo. Aliás, nele é que a realidade é mais autêntica e desafiadora, porque Cristo é soberano incontestável.
A Bíblia diz: “Porque convém que Ele reine, até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés” (I Coríntios 15.25, ACF). Como se vê por todo o Novo Testamento, Cristo foi colocado na posição real, logo que adentrou de volta o céu, pela Ascensão. O que o apóstolo afirma ecoa o Salmo: “Disse o SENHOR ao meu Senhor: assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés” (Salmo 110.1, ARA). Embora não visivelmente, embora não convencionalmente, Cristo está reinando desde então, mesmo que  haja um desafiador império paralelo (Colossenses 1,13), fadado a ser definitivamente subjugado.

Nesse Reino, há uma diversidade muito grande de súditos, cada qual de nós tentando ser um pequeno soberano… Somente um poder pode ser unificador e catalisador da unidade entre todos: o de Cristo Jesus! O Reino está instalado numa casa, está instalado numa igreja, num seminário, em qualquer comunidade onde haja pelo menos um cristão. Se existirem ao menos dois… Pronto! Já pode acontecer de baterem com as cabeças…     

Se somos cristãos, e se queremos viver em paz e harmonia com outros cristãos (ou mesmo com os não-cristãos), só existe uma fórmula eficiente: reconhecermos e sermos submissos ao senhorio de Jesus Cristo. I Coríntios 12 deixa claro que Cristo, como cabeça do corpo, metáfora que implica que os cristãos são os membros do corpo, é o fator de unidade. Colossenses 1, também; a epístola aos Efésios ensina o mesmo princípio.

A pergunta-chave é: como reconhecemos e nos submetemos ao soberano e “cabeça”, que é Jesus Cristo? Jesus deu a resposta: “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno” (João 15.14, NVI). Se cada cristão conhecer bem os ordenamentos de Cristo na sua Palavra, e os cumprir, haverá unidade… Unidade em Cristo!

Na mensagem musical de hoje, o autor põe em poesia sua submissão ao Rei Jesus. Ele havia, tempos antes, passado a liferança da igreja ao seu filho; esse filho sofreu um aneurisma cerebral, do qual veio a incapacidade que o levou à morte. O pai, reassumiu, e o hino de hoje é a sua expressão pessoal, em poesia e música, de sua submissão a quem detém a majestade. Abaixo, a letra original; no áudio, em nosso próprio idioma. 

MAJESTY
Jack Williams Hayford (1934…) 

Majesty, worship his majesty;
Unto Jesus be all glory, honor, and praise.
Majesty, kingdom authority,
Flow from his throne unto his own, his anthem raise.
So exalt, lift up on high the name of Jesus.
Magnify, and glorify Christ Jesus, the King.
Majesty, worship his majesty,
Jesus who died, now glorified, King of all kings.

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N° 340 : “LAVA-JATO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Abril de 2018

“Ninguém pode mandar no que a gente faz; ninguém pode dizer o que a gente deve ou não deve fazer!”.  Esta foi uma das afirmações que grande repercussão alcançou, da impressiva palestra do procurador-chefe da Lava-Jato em Nova Lima, MG, 23 de setembro de 2017. Deltan Dallagnol, procurador da Lava-Jato, foi desafiador na sua palestra, no evento TEDx de Nova Lima.

Os eventos “TED” são um empreendimento de iniciativa de dois norte-americanos, surgida em 1984, na busca de aproveitar o avanço dos meios de comunicação e promover mudanças na sociedade. Seu primeiro foco se concentrou no trinômio Tecnologia (T, de Technology), Diversão (E, de Entertainment) e Projetos (D, de Design). No entanto, na década de Noventa, percebendo seu grande potencial para alavancar novas ideias e conceitos, a vertente TEDx foi criada; promove eventos livres, sob a licença e o formato da matriz, tendo já alcance mundial, em mais de 90 idiomas. O slogan internacional da marca é “fazer acessíveis grandes ideias e estimular as conversações” em torno delas.

Na palestra, Deltan estabelece como seu tema “Sonhar, perseverar e ousar, na luta contra a corrupção no Brasil”. Revelou ele que 97 casos, em cada 100 de investigação por corrupção comprovada, acabam em impunidade. Nos seus números, são mais de duzentos bilhões de Reais, por ano, movendo o submundo da corrupção em ambientes políticos. Desafiou ele a população brasileira a adotar critérios inteiramente diferentes, na próxima eleição, para levar ao Congresso Nacional apenas parlamentares que se comprometam com o combate à corrupção.

Por fim, admitindo a possibilidade de que muitos tenham perdido a esperança nessa revolução ética, moral, propôs ele um exercício mental: “imagine que você tenha na  família uma das pessoas que você mais ama, e que foi desenganado quanto à enfermidade. O que você vai fazer? Vai para casa, ficar parado, esperando a morte dessa pessoa? Ou vai lutar, pesquisar todos os sites, buscar outros médicos e tratamentos, sem descansar, mesmo contra a esperança de que haja a cura?” Assim, propôs ele manter a luta com esperança por mudanças em nosso país, sem parar de sonhar, perseverar e ousar…

Eu endosso esse repto desafiador. E, vou mais além… Penso que, cristãos, devemos fazer o mesmo pelo combate do maior de todos os males que destrói toda a humanidade: a corrupção espiritual de sua natureza humana. Eis como isto é diagnosticado por Deus, por mãos do profeta Isaias: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9, ARA).

Por mãos do apóstolo Paulo, diz ainda o Senhor: “Todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça bem, não há nem sequer um… A garganta deles é um sepulcro aberto, com as suas línguas fabricam enganos: um veneno de áspides se encobre debaixo dos lábios deles, cuja boca está cheia de maldição e de amargura. Os pés deles são velozes para derramar sangue; a dor e a infelicidade se acha nos caminhos  deles, e não conheceram o caminho da paz; não há temor de Deus diante dos olhos deles”  (Romanos 3.12-18, BCF).  

Este é o retrato espiritual da natureza humana – toda ela – depois que o pecado entrou no mundo, e antes que a nova vida em Cristo se instale na pessoa, proporcionando uma natureza redimida. Sem desmerecer a luta proposta por Deltan Dallagnol (que é legítima e necessária), não podemos nos esquecer de que a maior de todas as lutas, no dizer da Escritura, “não é contra a carne e o sangue” (Efésios 6.12).

É a corrupção da natureza humana que responde pela ausência do temor de Deus (assim como os corruptos da política não temem a autoridade policial, nem a judicial); é a corrupção da natureza humana que responde pelos juízos improcedentes e precipitados (assim como os corruptos se precipitam em seus julgamentos de fachada); é a corrupção da natureza humana que responde pelo palavreado falso, lisonjeiros, interesseiro, hipócrita, não raro até agressivo (assim como os corruptos se desandam em discursos frívolos, contraditórios, demagógicos e hipócritas); é a corrupção humana que responde pelo irrefreamento nas ações maldosas e egoístas (assim como os corruptos do ‘sistema’, do “mecanismo”, são sem freios para ações danosas e lesivas, em busca do interesse próprio).

A grande diferença das comparações é que a boa luta proposta pelo Deltan, em favor do resgate da cidadania social, promoverá diferenças temporárias neste mundo temporário; isto é bom! A luta proposta pelo Espírito de Deus, em favor do resgate espiritual dessa humanidade cega e perdida, promoverá diferenças eternas na dimensão da eternidade; isto é incomparavelmente melhor! Parafraseando Deltan: como cristãos, precisamos sonhar com menos perdidos no inferno, com mais redimidos no céu…  Sonhar só, não: também perseverar e ousar…

Ouça, prá finalizar, o edificante e desafiador hino de Thomas Shepherd; após a letra, traduzida, o Audio Player online… 

MUST JESUS BEAR THE CROSS ALONE? (1693)
DEVE JESUS CARREGAR SOZINHO A CRUZ?

Letra: Thomas Shepherd (1665-1739)
Música: George Nelson Allen (1812-1877)
[Precious Lord, Take My Hand]

Must Jesus bear the cross alone,
Deve Jesus levar sozinho a cruz?
And all the world go free?
E o mundo inteiro seguir livremente?
No, there’s a cross for everyone,
Não, há uma cruz para cada um
And there’s a cross for me.
E há uma cruz para mim!

The consecrated cross I’ll bear
A cruz consagrada eu levarei

Till death shall set me free;
Até que a morte me liberte;
And then, go home my crown to wear,
E então,ir para casa para receber a coroa
For there’s a crown for me.
Pois há uma coroa para mim.

Upon the crystal pavement, down
No pavimento de crystal, quedado
At Jesus’ pierced feet,
Aos pés perfurados de Jesus
Great joy I’ll cast my golden crown
Grande gozo terei agregado à minha coroa dourada
And His dear Name repeat…
E o Nome de Jesus repetir…

AudioPlayer online (controle de volume à direita)
  Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional