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Author Archives: Ulisses Horta

N° 320 : “ORAÇÕES DIÁRIAS IMPRESCINDÍVEIS – IV”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Outubro de 2017

"O PÃO NOSSO, DE CADA DIA, DÁ-NOS HOJE…"

Cem quilogramas de pão por ano, para cada habitante! Esta é a média anual do país que, no mundo, mais consome pão. Trata-se do Marrocos, na África. O pão é um alimento manufaturado dos mais antigos. As literaturas contam que em torno de uns quatro milênios antes de Cristo os egípcios descobriram o fenômeno da fermentação, ao ar, de determinadas massas de grãos macerados… E disto, surgiu o pão. Ainda na antiguidade difundiu-se pelo mundo.  

Há quem goste do pão pouco assado; há quem goste dele bem tostado. Há alternativas para todos os gostos. De tão universal que é, passou a ser símbolo do alimento diário. Por isto, provérbios populares se tornaram muito conhecidos:
– Mais vale um pão duro do que nenhum…
– Na casa onde não há pão, todo mundo grita e ninguém tem razão…
– Para uma boa fome não existe pão ruim…
– Deus dá pão, mas não amassa a farinha…

Até Jesus levou em consideração essa característica universal: disse ele, na lapidar Oração do Sermão do Monte:

“… o pão nosso, de cada dia, dá-nos hoje…” (Mateus 6.11, ARA). E, para arremate da matéria, ainda acrescentou, frases adiante: "Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir?’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal" (Mateus 6.25-34, NVI).

Nessa mesma oração, Jesus ensinou que é lícito rogar pelo alimento diário. Mas, ensinou também que há valores mais elevados, e que Deus não descuida das nossas necessidades de subsistência. No deserto, quando da jornada do êxodo do Egito para Canaã, Deus mandou maná para o Seu povo. No entanto, era maná diário – porção para cada dia. Eles não precisavam guardar para o dia seguinte, porque Deus lhes renovava a provisão.

Quando eu era pequeno, aprendi a cantar uma trova que assim dizia:

Por que deixar que as ânsias do futuro
Perturbem hoje a paz do coração?
O Pai que nutre os frágeis passarinhos
Garante a nossa provisão
Pois sabe, não muda, e sempre te ajuda
O Pai que nutre os frágeis passarinhos
Garante a nossa provisão

Esta parte da Oração do Senhor é uma oração diária imprescindível também. Mas, não pela suposta necessidade de lembrar a Deus das nossas necessidades. Antes, para nos cultivar o princípio da dependência de Deus. A cada novo dia, soa bem aos ouvidos de Deus declararmos a Ele a nossa dependência, e a convicção que dela deriva. Ele muito estima ouvir quão convencidos estamos de que dependemos Dele, em tudo Dele, tão somente Dele, sempre Dele!…

Podemos orar; devemos orar – dá-nos o pão nosso de cada dia! Mas, se essa oração não for movida, coberta e carregada do exercício da dependência, nada valerá. Porque, o Pai que nutre os frágeis passarinhos, sem que nenhum deles plante, ceife, amasse o grão moído, para coser ou assar em pães, é o mesmo que nos proporciona tudo isto, além dos passarinhos. E até com o deleite de saborear…

Deus não precisa de lembretes, nem de clamor humano pelo pão, diariamente necessário. Mas Ele muito aprecia nosso exercício diário de dependência.  Nesse norte, dá-nos o pão de cada dia se torna uma imprescindível oração diária.   

Finalizando, ouça esssa bela interpretação coral da Oração do Senhor:

AUDIO PLAYER ONLINE

 

Bom Domingo, boa semana,

Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

N° 319 : “O BOM PASTOR”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Outubro de 2017

“Eu queria tanto que você aprendesse a tocar esse hino pra mim!… Faz assim: eu canto, e você vê se consegue tirar, pode ser?” Olhei para aquela idosa senhora, sua cabeça toda branquinha, chegando aos noventa anos, vi nos seus olhos uma expectativa como que de uma criança… Tinha vindo lá do interior paulista para passar uns dias com a filha e família. Sua filha era cristã, e tentava ensinar seus dois filhos no caminho do Senhor. Seu marido, porém, parecia constantemente avesso a toda expressão de devoção cristã. Não raras vezes o vi tratando com inocultável rispidez a esposa… E agora, a mãe dela, já certamente perto do seu fim de vida, parecia contemplar, com tristeza, as cenas.

Eu me lembro do seu nome, que vai ficar guardado na minha memória; mas, ela não queria ser tratada pelo nome: fazia questão de ser chamada, por todos, simplesmente de “vó”!

– Vó, então tá bem; vou tentar aprender e te acompanhar…  

Eu tinha um violão na mão, no recinto da igreja. E ela nem se fez rogar: logo começou a cantar o hino, com sua voz já bastante tênue, pelo correr dos anos. A melodia não era tão difícil, mesmo para alguém que nunca passou de um aprendiz ‘pré-escolar’ do violão, como eu… Quando, finalmente, consegui acompanhar, com notas mal dedilhadas, nas cordas daquele violão, a magnífica melodia, ela não conseguiu reter, nos olhos, aquele líquido próprio dos elevados sentimentos. E, enquanto eu a via e ouvia cantar, testemunhava a eloqüente oração que do mais interno do coração dela, e das veias mais profundas da alma, saía:


Querido Salvador, o teu imenso amor,
Enche o meu coração de gratidão!
Eu só não posso andar, vem-me, Senhor, guiar,
Com tua santa mão, à Celestial Mansão!

O título do hino é JESUS, O BOM PASTOR. E é mesmo! Ele mesmo o disse, com a maior de todas as propriedades: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas… Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai conhece a mim e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas” (João 10.11, 14,15).

Ele é mesmo, esse bom pastor. Quem é aquele que, tendo todos os privilégios e prerrogativas divinos da trindade no céu, se desvencilhou deles, temporariamente, para descer ao mundo, e fazer-se um de nós, para assumir as culpas de todos nós que nele cremos? O Bom Pastor!  Quem é aquele que, vendo a mais profunda miséria na qual o pecado afundou o homem, se compadeceu, e assumiu a mediação expiatória por ele? O Bom Pastor!

Quem é aquele que, não só enquanto aqui esteve, mas até hoje, perscrutando as dores e angústias mais tangentes que portamos, ainda no presente se compadece, e se enternece, e nos consola e conforta? O Bom Pastor!

Quem é aquele que, quando passamos por um vale escuro, sem saber para qual lado seguir, nos toma pela mão, nos conduz, faz-se – ele próprio – nosso guia seguro, trazendo luz (porque Ele é luz!), para a caminhada? Não é outro, senão o Bom Pastor! Além disto, é aquele em cuja companhia a vida é muito mais que vale de lágrimas e dores… É vida!

E mais: quem é aquele a quem, mesmo vendo-nos nós a nós mesmos escanteados pelos semelhantes, podemos nos voltar com esperança, porque ele nunca nos escanteia?… Nunca nos despreza?… Nunca nos menospreza?… Somente ele – o Bom Pastor!

O Bom Pastor é bom, porque sua virtude de ser bom lhe é própria, intrínseca e inesgotável! Ele é bom, porque ama e dá a vida pelas suas ovelhas! Ele é bom, porque jamais age como mercenário (e o mundo se está enchendo, cada vez mais, de mercenários)… Ele é bom porque nos livra do abismo, e nos conduz a pastos verdejantes… Ele é bom porque, com ele, que atração nos trará o mundo, se nele temos o maior prazer? Ele é bom porque cumpre, e cabalmente cumprirá o que prometeu:

– “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus? Crede também em mim! Na casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fora, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei, e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também! (João 14.1-3, ARA).

Nunca mais, depois daqueles dias, vi a “vó”. Como isto se deu há uns 30 anos passados, certamente já deve estar nos braços do Bom Pastor. Braços estes, que também aguardam, para acolher, todas as suas ovelhas!… Que Bom Pastor! Que inigualável e maravilhoso Pastor!    

Pois bem! Não faz muito tempo que descobri que o hino gravado, pela primeira vez, em disco vinil, no ano de 1946, por Carlos René Egg (1912-1982), em dueto com sua esposa Martha Faustini Egg (1920-…). Na mensagem musical de hoje, sua execução, pelo coral e orquestra da Uni-Cesumar, de Maringá.

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 318 : “ORAÇÕES DIÁRIAS IMPRESCINDÍVEIS – III”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Outubro de 2017

“Venha o teu reino; seja feita a Tua vontade!…”

Uma das formas de visita hospitalar das mais difíceis é aquela em que o paciente se encontra sob precária condição de sobreviver…

Lembro-me de um dos episódios: um enfermo na UTI de um hospital; familiares me solicitaram a visita e a intercessão por ele, em companhia de um deles. Lá chegando, o quadro mostrava total dependência de respiração mecânica, profundo estado de inconsciência. Difícil!

A visita precisa trafegar numa via ampla, que ladeia, numa margem, a esperança de que para Deus não há impossíveis, e na outra margem a realidade nua e crua. Há quem faça isto prometendo o que Deus não permitiu prometer… Dizem aos familiares:
– Tenham fé, que ele (ou ela) vai sair daqui, em Nome de Jesus!…
Ou, então, se o paciente tiver algum grau de consciência, a promessa encantadora é feita ao próprio. Mas, quem autorizou a previsão? Quem respaldou a promessa? Se questionados, se defendem dizendo que trata-se de exercício de fé…

Lembro-me de sucessivas visitas que fiz a uma senhora; em todas as visitas ela queria que eu dissesse se ela estava melhorando, e quando poderia sair dali… Também o perguntava aos médicos… Até que a consciência cedeu à inconsciência, e depois a falência.

Não tenho dúvidas de que Deus nos permite alimentar as mais realizadoras esperanças; e que Ele mesmo alimenta algumas, viáveis e reveladas, na Sua Palavra. Mas, é preciso consciência e sobriedade… Difícil, mesmo, é fazer uso das palavras que Jesus fez na oração do Getsêmani: “Contudo, não seja como eu quero, e sim como Tu queres” (Mateus 26.39, ARA); “Pai… se não for possível… faça-se a Tua vontade” (Mateus 26.42, ARA).

Na Oração do Mestre, temos esta didática parte, que bem pode emular orações diárias imprescindíveis: “Venha o Teu reino; faça-se a Tua vontade” (Mateus 6.10). É mais uma porção que não diz tanto respeito a novas disposições em Deus, quanto o diz no tocante a novas disposições em nós… Ao dizermos – venha o teu reino – estamos expressando nossa aspiração de que o domínio de Cristo no mundo se amplie e se complete, subjugando todos os adversários. Mais que isso, estamos nos dispondo, nós mesmos, a ser súditos desse reino, a submeter nossa vida ao seu mandato real.

Quando dizemos – faça-se a tua vontade, assim na terra, como no céu – estamos nos humilhando sob a poderosa mão de Deus, sujeitando nossa própria vontade à Sua vontade, que é sempre boa, agradável e perfeita (Rm 12.2).

O apóstolo Tiago ensina: Ouçam agora, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro’; vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.
Ao invés disso, deveriam dizer: ‘Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo"
(Tiago 5.13-15, NVI).

Em 1755, João Wesley conclamou os fiéis a uma prece, que ele chamou de Oração da Adoração da Aliança. Para transformar em ato litúrgico, tomou-a ele emprestada do puritano Richard Alleines, que a publicou em 1663. O dirigente diz:
– “Ó Senhor nosso Santo Deus e Pai, que nos chamou mediante Jesus Cristo, para sermos participantes desta graciosa Aliança: com regozijo, tomamos sobre nós o jugo da obediência, e nos comprometemos, por amor a Ti, a conhecer e cumprir Tua perfeita vontade.”
O povo de Deus responde:
– “Não mais pertenço a mim mesmo: eu sou Teu! Submete-me ao que quiseres, coloca-me onde quiseres, coloca-me com quem quiseres; dispõe-me a fazer, dispõe-me a sofrer; usa-me Tu mesmo, ou não, conforme quiseres; exalta-me, ou quebranta-me, tudo por Ti; enche-me, ou esvazia-me; que eu tenha tudo, ou que eu tenha nada; eu, livremente e de coração, farei todas as coisas para Teu louvor, à Tua disposição! E agora, ó glorioso e bendito Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, Tu és meu, e eu sou Teu! Que assim seja! E que esta aliança que eu assumo na terra, seja confirmada no céu! Amém.”

Agrada aos ouvidos de Deus dizermos a Ele, diariamente, de coração:
Tua vontade, faze ó Senhor;
Eu sou feitura, Tu és o autor
Molda e refaze todo o meu ser,
Segundo as normas do Teu querer! 

Ouça, aqui, um hino do Salmo 142, sob a interpretação do Coral Vozes do Calvário (Campinas, SP), em companhia da Orquestra Filarmônica Messiah. 
Segue a letra, para o caso de ser útil… Mais abaixo, nosso Audio  Player… 

SALMO 142
(COM A MINHA VOZ CLAMO AO SENHOR, 1980)
Verner Geier  

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Quando aqui dentro de mim esmorece o meu espírito,
Tu então conheces minha vereda
Olho à mão direita e vejo: Não há quem me conheça,
Não há ninguém onde me refugiar!…

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Ó Senhor a Ti clamei, pois Tu És o meu refúgio
E o meu tesouro entre os viventes
Vem, atende ao meu clamor, estou muito abatido
Livrar-me vem do forte tentador!…

Com a minha voz clamo ao Senhor,
Com a minha voz ao Senhor suplico
Diante d'Ele a queixar-me eu estou,
Diante d'Ele exponho a minha aflição
Tira-me desta prisão e assim louvarei Teu nome
E então os justos me cercarão
Meu Senhor, eu clamo a Ti: Oh, vem livrar minh'alma
E cantarei que me fizeste bem!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 317 : “ESSA GENTE INCÔMODA”

O BEM & O MAL, A CADA DIA – Nº 317
Domingo, 08 de Outubro de 2017

Nesta semana que se encerra, um cidadão rotulado de jornalista (J. R. Guzzo), há muito pertencente aos quadros de uma revista de circulação nacional (Veja), publicou nela um artigo vespeiro: Essa Gente Incômoda”. Ele se referiu, no artigo, ao contingente evangélico brasileiro, tido por um terço da população nacional.

Em suas palavras há inocultável cizânia. Por exemplo, entre suas ‘pérolas”:
– “…as nossas classes mais altas, que também se consideram as mais civilizadas, sentem tanto desprezo, irritação e antipatia pela religião que mais cresce no país”.
– “Esse povo, em grande parte do “tipo moreno”, ou “brasileiro”, vem sendo visto com horror crescente pela gente bem do Brasil. Sabe-se quem são: os mais ricos, mais instruídos, mais viajados, mais capacitados a discutir política, cultura e temas nacionais”.

Esse escritor assume um discurso impessoal, com uso da voz passiva, aparentemente para defender ideias suas sem dizer que são suas. Isto é perceptível, ao atribuir todas as críticas contra evangélicos a esse sujeito oculto, porém identificado com “esclarecidos, liberais, intelectuais, modernos, politizados, sofisticados e portadores de diversas outras virtudes”.

Segundo ele, o “Brasil de ‘primeiro mundo” deplora as posições dos evangélicos “em matéria de família, sexo, crime, polícia, drogas, educação, moral, propriedade privada e mais umas trezentas outras coisas”… porque “são ali vistos como retrógrados, reacionários, repressores, fascistas e inimigos da democracia. Já foram condenados como machistas, homofóbicos e fanáticos. Defendem a “cura gay”. São a ‘extrema direita’. Estão definitivamente fora do “campo progressista”.

Convenhamos: J. R. Guzzo só não compartilha dessas opiniões se não for – ele mesmo – pretenso portador dos adjetivos que usou: de “primeiro mundo”, intelectual, progressista, etc… Destarte, é bastante previsível que ele próprio esteja entre os que lamentam o crescimento da bancada evangélica no Congresso Nacional, em decorrência de aumentar a população evangélica.

Como evangélico, não sei se “moreno”, certamente brasileiro, eu teria tudo para sentir constrangimento de ser evangélico no meio dos outros dois terços do povo desta nação, ao qual J. R. Guzzo escreve. Sei que, de fato, há muitos evangélicos (inclusive pastores, entre eles os falsos pastores e falsos cristãos) que envergonham o  cristianismo (e ao próprio Cristo). No entanto, se esses ‘evangélicos’ que envergonham a Cristo forem “progressistas” no que tange à família, ao sexo, à educação, à nova cultura de gênero, se forem interessados em ajudar os que querem abandonar as práticas homossexuais, provavelmente não estarão debaixo da crítica de Guzzo.

Mas, confesso: constrangimento “zero”! Nenhum! Pelo contrário: nos tempos em que estamos vivendo, glória seria tornar-me alvo, por razões semelhantes, daqueles cristãos que, na companhia do Apóstolo Paulo, foram alvo de crítica parecida. Paulo e Silas chegaram a Tessalônica, cidade da Macedônia, e alguns judeus pouco nobres alvoroçaram a cidade e as autoridades, atiçando ira contra os cristãos, exclamando: “Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui!” (Atos 17.6, ARA).

Imagina! Paulo, Silas, e outros cristãos, foram considerados “gente incômoda” em Tessalônica, porque estavam transtornando o mundo, no bom sentido. Sua mensagem, sua conduta, seu ministério transformador de vidas, retirando corpos da sarjeta e da escravidão, retirando almas do inferno e das garras de Satanás, incomodava. Se for assim, bom será “incomodar”…

Que gente incômoda: se preocupa com a integridade da família, se preocupa com o crescimento moralmente saudável das crianças, repudia a imoralidade, socorre infelizes e desvalidos sem esperar subsídios do governo, paga com honestidade seus impostos e ainda entrega seus dízimos e ofertas, porque seu líder maior ordenou –dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Marcos 12.17, ARC).

E mais – para você, que é “gente incômoda” como eu: é bom lembrar a admoestação consoladora do Apóstolo Pedro: “Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso ou como quem se intromete em negócios alheios.
Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome”
 (I Pedro 4.17, NVI).

Assim, exclamo também: Ah! Essa gente incômoda!…

A mensagem musical de hoje é da família Wyrtzen. Como toda a família, foi fortíssima a influência de uma vida apaixonada pelo evangelho que recebeu. Também é "gente incômoda". Abaixo da transcrição da letra (traduzida), nosso  AudioPlayer Online…

TO BE WHAT YOU WANT ME TO BE, DEAR LORD (2003)
PARA SER O QUE QUERES QUE EU SEJA, QUERIDO SENHOR
Christine Wyrtzen (1954-…)

To be what you want me to be, dear Lord
Para ser o que queres que eu seja, querido Senhor
I'll live for eternity
Viverei pela eternidade
To be more like your Son, dear Lord
Para ser mais como Teu Filho, querido Senhor
I've only just begun
Eu apenas tenho começado
To be what you want me to be, dear Lord
Para ser o que queres que eu seja, querido Senhor
I'll live for eternity
Viverei pela eternidade
To be more like your Son, dear Lord
Para ser mais como Teu Filho, querido Senhor
Until the race is won…
Até que a jornada seja vencida…

Have your own way, Lord, have your own way
Faça-se a Tua vontade, Senhor, faça-se…
You are the potter, I am the clay
Tu és o oleiro, eu sou o barro
Mold me and make me after your will
Molda-me e faze-me conforme Tua vontade
While I am waiting, yielded and still.
Enquanto espero, rendido e submisso.

To be what you want me to be, dear Lord
Para ser o que queres que eu seja, querido Senhor
I'll live so the world can see
Viverei de modo que o mundo possa ver
The image of your Son, dear Lord
A imagem do Teu Filho, querido Senhor

Unite our hearts as one
Una nossos corações, com um só
To be what you want me to be, dear Lord
Para ser o que queres que eu seja, querido Senhor
I'll live for eternity
Viverei pela eternidade
To be more like your Son, dear Lord
Para ser mais como Teu Filho, querido Senhor
Until the race is won…
Até que a jornada seja vencida…

Lord, have your own way!
Senhor, faça-se a Tua vontade!

AUDIO PLAYER ONLINE (Controle de Volume à direita)

Até à próxima… (Tg 4.15)
Ulisses
 

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel
ARA – Almeida Revista e Atualizada
ARC – Almeida Revista e Corrigida
BCF – Verão do Padre Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional

N° 316 : “ORAÇÕES DIÁRIAS IMPRESCINDÍVEIS – II”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Outubro de 2017

“Deus não podia ter feito isto!” – foi a exclamação daquela mulher em desespero. Ela estava a caminho da cidade onde seu irmão seria velado para ser sepultado. Ela não tinha filhos; seu marido era já de setenta anos. Antes tinha três irmãos: o mais novo deles havia morrido subitamente, com apenas trinta e sete anos de idade, oito anos antes. Do mais velho, cardiopata, parou o coração tão logo completara cinquenta, dois anos antes. Restava-lhe apenas mais um irmão. Mas, Deus o tirou também, apenas dois anos após a perda do anterior. Extremamente inconformada com a perda do último irmão, soltou ela este veredicto – acintoso contra o Nome de Deus!

É muito comum o nosso desrespeito e a nossa irreverência para com o Nome de Deus… Não só no pronunciamento das frases diárias, como, também, nas atitudes diárias. As atitudes de desonra para com Deus podem não se transformar em palavras; no entanto, qualquer palavra irreverente contra Deus já indica atitude irreverente.

Séculos antes da encarnação do Filho de Deus, o profeta já denunciava esse tipo de atitude, de que o seu próprio povo era um mau exemplo: “E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:  Filho do homem, quando a casa de Israel habitava na sua terra, então, a contaminaram com os seus caminhos e com as suas ações; como a imundícia de uma mulher em sua separação, tal era o seu caminho perante o meu rosto. Derramei, pois, o meu furor sobre eles, por causa do sangue que derramaram sobre a terra e dos seus ídolos com que a contaminaram. E os espalhei entre as nações, e foram espalhados pelas terras; conforme os seus caminhos e conforme os seus feitos, eu os julguei.  E, chegando às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome, pois se dizia deles: Estes são o povo do Senhor e saíram da sua terra. Mas eu os poupei por amor do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi” (Ezequiel 36.16-20, ARC).

Na oração modelo do Sermão do Monte, Jesus prescreve uma oração imprescindível que deve ser diária: “santificado seja o teu Nome!” (Mateus 6.9). Como assim? Já não é santificado, por si mesmo, o Seu santo e sagrado Nome? Há algo que possa ocorrer, ou ser feito, que O santifique mais do que já é? Afinal, os atributos de Deus podem variar, em sua manifestação ou intensidade, a depender do que ocorra aqui, neste mundo criado?

Certamente que Jesus não está, no ensino desta porção de oração, contrariando as expectativas quanto a estas perguntas… Não existe a menor chance de Jesus ter-se referido a algum grau da santidade própria de Deus, que possa surgir, ou crescer, sob a dependência de qualquer ação ou fator próprio deste universo, ou mesmo de nós, criaturas Dele.

Jesus está, antes, fazendo referência a nós, criaturas Suas. No que depender Dele, em relação a Si mesmo, o que Ele promoverá? Promoverá aquilo que o salmista põe em prece: Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao Teu Nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade” (Salmo 115.1, ARA).

Entretanto, quando oramos o que Jesus ensinou e prescreveu – santificado seja o Teu Nome! – estamos nos dispondo a cumprir a Sua augusta vontade, conforme expressão do 3º Mandamento: “Não tomarás o Nome do Senhor Teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar em vão o Nome do Senhor seu Deus” (Êxodo 20.7, BCF).

O exercício diário da oração do Senhor é uma força, verdadeira terapia, contra palavras e atitudes profanas, que afrontam a santidade do nosso Deus. Num mundo como o de hoje, em que a nudez explícita, inclusive contaminando a fragilidade moral de uma criança, é pretexto, em nome de arte, para promover a imoralidade, este tipo de exercício deveria ser ainda mais intensificado e pregado. “Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (I Tessalonicenses 4.3, ARA).    

Ao orarmos, a começar de um novo dia – Santificado seja o Teu Nome – estamos nos dispondo pessoalmente como um altar para Deus para aquele dia. Oferecemo-nos a ele, de tal maneira que esse altar – a nossa vida, naquele dia, se torne uma vitrine da santidade de Deus. Por conta disso, será sempre muito útil repetir essa oração mais vezes durante o mesmo dia; podemos ser contaminados com os afazeres, com as influências, com as demandas, e esquecer do altar. E assim, será também útil fazer desta prece uma oração diária. Útil só, não: imprescindível!

Deus tem o maior deleite em que a Ele digamos, diariamente – Sê, Tu, santificado em minha vida e palavras, Senhor! E, mais ainda, se o cumprirmos… Como é gratificante, a Deus, nos dispormos, em oração diária, servindo nós mesmos de instrumentos para que o Seu Nome seja louvado na terra!

Finalizando, ouça esssa bela interpretação coral da Oração do Senhor:

AUDIO PLAYER ONLINE

 

Bom Domingo, boa semana,

Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

N° 315 : “ORAÇÕES DIÁRIAS IMPRESCINDÍVEIS – I”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Setembro de 2017

O Islam começou sua história no Século VII da nossa era. Em 622, Maomé (570-632) chegou a Medina, em refúgio, por conta dos fatos que se davam em Meca, sua cidade natal. No ano de 630, sua marcha de volta a Meca tomou a cidade, fazendo dela a mais importante do Islamismo.

Então, a religiosidade muçulmana se estabeleceu, a partir da Arábia Saudita, espalhando-se pelo mundo. São cinco os pilares da fé islâmica:
– A Hajj, que é a exigência da peregrinação, a Meca, por todo muçulmano, ao menos uma vez na vida. Quem não conseguir meios de cumprir a Hajj, deve dispor meios para financiar a ida de outro muçulmano.
– O Ramadã, que é o período anual de um mês de jejum ritual.
– A Zakat, que é a prática de contribuições financeiras.
– A Shahada, que é a profissão de fé diária do muçulmano; ao menos duas vezes ao dia (no início e no fim), o muçulmano deve pronunciar as palavras de sua declaração de fé.
– E a Salah, que é a prática das orações.

A Salah exige, para prática diária, cinco orações, sempre voltadas geograficamente para Meca: ao acordar (amanhecer), ao meio-dia, ao meio da tarde, logo após o pôr-do-sol, e no fim da noite (antes da meia-noite). Para tanto, é comum o muçulmano prostrar-se em uma das posições que é a preferida: joelhos no chão, corpo encurvado, rosto no solo, mãos apoiadas no chão, sustentando parcialmente o tronco.

Curiosamente, nós, cristãos, não costumamos ter semelhante devoção e disciplina. Mal, mal, duas ou três orações por dia, incluindo as brevíssimas preces das refeições. Os discípulos de Jesus, que tiveram, certo dia, uma certa “santa inveja” dos discípulos de João Batista, pediram: “Senhor, ensina-nos a orar, assim como também João ensinou aos seus discípulos” (Lucas 11.1, BCF). E Jesus lhes ensinou o modelo de oração do Sermão monte.

Há muitas maneiras de adotar a Oração do Senhor como modelo. Para esta mensagem (e mais outras seis que se seguirão), adotarei aquela oração considerando suas sete partes, para nosso estímulo a orações diárias imprescindíveis.

A primeira parte ensina acerca da adoração! “Pai Nosso Que Estás Nos Céus…” (Mateus 6. 9ª, ARA). Aí está uma verdadeira “profissão de fé”, em forma de adoração. “Que estás nos céus” aponta a transcendência de Deus. Deus não é criatura; é Criador! Deus não é finito; é infinito! Deus não é mortal; é eterno e imortal!

Não obstante, mesmo sendo criador, infinito, eterno e imortal, é presente, é próximo, é terno e cuidador! “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Isaias 57.15, ARA). Seus atributos divinos são, não apenas incomunicáveis, transcendentes, intransitivos, mas também comunicáveis, imanentes, transitivos.

Nesta porção inicial, Jesus ensina a quem orar: deve-se orar ao Pai, de quem, por meio de Cristo Jesus, recebemos a adoção de filhos: Recebestes o espírito de adoção, no qual clamamos – Aba, Pai!(Romanos 8.15, ARA). Por isto, podemos nos dirigir a Ele à semelhança do Seu genuíno e unigênito Filho, clamando Aba, Pai (Gálatas 4.6).

Nesta porção primeira da Oração do Senhor, aprendemos a expressar a gratidão pela adoção de filhos: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber, aos que crêem no Seu Nome” (João 1.12, ARA). Nesse elemento  implícito, está o elemento explícito da adoração filial. Há um incontido gozo pela herança com Cristo, gozo pela adoção de filhos.

Conheço filhos que alcançam a mocidade, e acham interessante chamar pai ou mãe pelo próprio nome. Um dia, quando chegam à paternidade (ou maternidade), descobrem a doce melodia de uma voz filial, chamando – pai, papai, paizinho (ou mãe, mamãe, mãezinha).    

Em maior medida, Deus se alegra e se agrada dos filhos que Ele comprou com o sangue de Cristo, que reconhecem o  fato de que somente por meio do Redentor recebem o privilégio filial ante o Ser divino, e que diariamente se dirigem a Ele dizendo – Aba, Pai. É como se dissessem: Ó Deus, meu Paizinho que está no céu.  

Pai nosso que estás nos céus é uma oração diária imprescindível! Imprescindível adoração diária! Isto agrada a Deus…

Finalizando, ouça esssa bela interpretação coral da Oração do Senhor:

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Bom Domingo, boa semana,

Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

N° 314 : “MEU LIVRO PREFERIDO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Setembro de 2017

“Meus filhos terão computadores, sim; mas, antes, terão livros. Sem livros, sem leitura, nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive, sua própria história!” Quem disse isto foi ninguém menos do que alguém que tem tudo para se interessar em que as pessoas tenham computadores, e não livros: o homem que se transformou no mais rico do mundo, por causa de sistemas para computadores –  Bill Gates (1955-…).

Perguntaram a Bill Gates qual o seu livro preferido; e ele indicou “O Apanhador do Campo de Centeio, de Jerome David Salinger (1919-2010). J. D. Salinger foi um escritor que, como militar, participou da invasão da Normandia, em 1944; tornou-se muito interessado em religiões orientais. Uma das grandes curiosidades desse seu best-seller é que foi encontrado entre os pertences de alguns dos criminosos mais famosos do pós-guerra: Chapman, que matou Lennon; Bardo, que matou Rebecca Schaeffer, e Hinckley, que atentou contra Ronald Reagan, o ex-presidente norte-americano, entre outros.

As editoras apreciam muito fazer enquetes e pesquisas sobre livros preferidos dos famosos… Isto promove a literatura, além, é claro, de promover os livros por eles citados. Assim, muitas listas de livros preferidos pelos famosos têm sido publicadas. Nelas, aparecem clássicos, como Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski, O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupery, A Odisséia, de Homero, e Senhor dos Anéis, de Tolkien… O ex-lutador Muhhamad Ali (1942-2016) fazia questão de indicar, sempre, o Corão…

Tive a curiosidade de fazer uma pesquisa em muitas listas de famosos sobre suas leituras preferidas; sim, quase uma centena de famosos. Imagina quantos deles citaram o maior best-seller mundial como sua leitura preferida?  Nem um sequer! De acordo com o Guinness World Records Book, o mais produzido e distribuído livro de todos os tempos é a Bíblia, com mais de 5 bilhões de cópias editadas.

Neste cenário, torna-se marcante a imagem do ex-apresentador Marcelo Rezende (1951-2017), ontem falecido. No início da manifestação de seu câncer, apareceu ele em uma foto, com a Bíblia na mão, trazendo a seguinte legenda para a foto: “Esta é a minha companheira de vida inteira; não é um AMOR apenas de agora… É a Palavra de Deus…”

Agora, pense no que disse Lutero, o reformador de 500 anos atrás: “A Bíblia é viva – ela fala a mim; ela tem pés – anda comigo; ela tem mãos – apodera-se de mim!”. E quanto a Calvino? “A Escritura é a escola do Espírito Santo, na qual, enquanto nada que seja útil e necessário saber é omitido, nada é ensinado senão o que é conveniente saber”!

Infelizmente, ainda que seja a literatura mais presente no mundo, com suas mais de 5 bilhões de cópias, há uma geração crescente, hoje em dia, que mais lê as mensagens de um whatsapp, ou de um tweeter, ou de um Facebook… Interessa-se mais pela profusão de imagens na ostentação dos posts de um Instagram, do que pelas vívidas e didáticas imagens sem gravuras das narrativas bíblicas…

Se eu fosse parafrasear Bill Gates, diria: sem O Livro, o mais importante de todos, nossos filhos serão incapazes de ler e escrever história – principalmente, sua própria história!

Nunca é demais lembrar o que a Escritura Sagrada diz de si própria. Até porque, mesmo sabendo, arranjamos um jeito de ignorar ou esquecer:

“A Lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma!” (Salmo 19.7,)…

“Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho!” (Salmo 119.105)

Tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito; a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15.4)…

 “Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa; para que, pelo nosso exemplo aprendais isto – não ultrapasseis o que está escrito, a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um, em detrimento de outro” (I Coríntios 4.6)…

“Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (II Timóteo 3.16,17)…

“Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4.12)…

Quem mais dirá – é meu livro preferido?  

[Todas as citações são da versão ARA]

 

Bom Domingo, boa semana,

Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

N° 313 : “ANTI-BIOLOGIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Setembro de 2017

“Meu bebê vai decidir, por conta própria e quando quiser, se vai ser homem ou mulher!”  Esta foi a afirmação de uma pessoa de cidadania canadense, por nome de Kory Doti, que deu à luz a criança. E quem é Kory Doti? É uma criatura que identifica-se de modo “não-binário”, isto é, nem homem nem mulher. Diz que nasceu identificada como menina, mas que lutou a vida inteira contra aquela identificação do obstetra; até que, tendo condições de promover “ajustes necessários”, tornou-se ‘a-genérica’.

Para dar à luz a criança Searyl Atli, sem que médicos, enfermeiros ou parteiros lhe identificassem o sexo, Kory preferiu evitar um hospital: a criança nasceu numa residência, e sua verdadeira sexualidade vem sendo ocultada, enquanto avança com uma batalha jurídica para tentar obter registro “não-binário” para sua criança. Uma primeira conquista já contabilizou: depois de oito meses, o judiciário concedeu a emissão de um cartão de saúde sem a letra M (de male, masculino) ou mesmo a letra F (de female, feminina); o cartão porta a letra U (de undefined gender, gênero indefinido).

No mesmo dia em que Kory Doti conseguiu, no Canadá – o último 4 de Julho – o cartão de saúde para Searyl, um ‘casal’ pernambucano anunciou a chegada de uma criança para a qual também recusou a identidade de gênero. O ‘pai’, que é transgênero, e a mãe (que foi fecundada por outro homem), querem, também, que a criança mesma decida, no futuro, o que será.

Esta é uma batalha contra a natureza, contra o fluxo normal da biologia humana. É certo que, de vez em quando, nascem crianças com algum desequilíbrio hormonal; são exceções. Via de regra, menino nasce menino e menina nasce menina. Desde que o mundo é mundo, a identificação não precisa esperar idade: é no primeiro momento após o parto. Aliás, hoje em dia, as máquinas conseguem identificar muito antes do parto.

Para transmudar a identidade natural de gênero de alguém, ao menos dois tipos de intervenções contra a natureza da criação divina são necessários: bloqueios hormonais e administrações hormonais. O primeiro tipo interfere na produção normal e peculiar de hormônios; ou outro, injeta na corrente sanguínea o hormônio oposto.

Assim é que moças adquirem, artificialmente, feições de homem e moços adquirem, artificialmente, feições de mulher. Trata-se de uma verdadeira agressão ao organismo, com riscos vários para a saúde, os quais vão se tornando cada vez mais conhecidos. Multiplicam-se, no mundo de hoje, as clínicas especializadas em terapia hormonal. E este nosso mundo moderno vai, cada vez mais, afrontando o Criador, e a ordem natural por Ele estabelecida.

Para quem considera como autoridade divina o registro feito por Moisés, quase 3500 anos atrás, não pode haver dúvida: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gênesis 1.27, ARA). A Palavra é clara: homem e mulher os criou.

Para quem considera a autoridade divina das palavras do próprio Filho de Deus, tem confirmada a velha e elementar lição da biologia humana: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher…?” (MAteus 19.4, NVI). Daí, Jesus reitera que deixa o homem a família, une-se à sua mulher, tornando-se os dois – homem + mulher – uma só carne. Só assim pode ser garantida a continuidade da prole humana.

Dizer que a uma criança se dará o direito de decidir se será menino ou menina é negar-lhe, de antemão, um dos primeiros direitos: o de ter sua sexualidade natural identificada naturalmente em seu registro, direito esse consagrado nas leis. E, a menos que se mudem as leis, o direito é afrontado. Nosso mundo está avançando em sua indiferença em relação a Deus! Exemplares cada vez mais numerosos das criaturas humanas estão fazendo com Seu Criador o mesmo que alguém faz contra seu desafeto: ignorando-lhe com desdém… Mais que isso: está avançando em sua impiedade, em sua rebelião contra o Criador! Por causa desse tipo de impiedade, desse tipo de rebelião – diz a Escritura – proliferam as “paixões infames”. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si” (Romanos 1.24, ACF) Para entender bem do que Deus está falando, é preciso ler todo o primeiro capítulo da epístola.

Igreja, povo de Deus! É preciso estar mais atenta aos sinais dos fins dos tempos, e da assolação contra os valores e a fé. Pais, pais! É preciso abrir os olhos para o tempo e o mundo que vêm pela frente… É preciso preparar as crianças e os adolescentes para viver nele, mesmo que lutando com todas as forças para refrear a impiedade. Filhos! Deus inseriu vocês no desafiante mundo de hoje! Deus espera que sejamos todos comprometidos em remir o tempo, porque os dias são maus! (Efésios 5.16).

Pra terminar, uma pertinente e oportuna oração, cantada na voz de Josafá Vasconcellos…   

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Bom Domingo, boa semana,
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 312 : “OUTROS 500”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Setembro de 2017

Já ouviu a expressão “outros 500”? Depois de 500 anos em que o cristianismo se firmou pelo ministério dos apóstolos e pelo fechamento do cânon revelado da Escritura, o Oriente passou a se preparar para sucumbir diante de uma nova força religiosa que estava para surgir – o Islam. E o Ocidente? Começava a se perder no meio de tantas inovações que não haviam sido ensinadas por Jesus nem pelos apóstolos. Essas inovações começam a abrir o fosso entre o cristianismo do Oriente e o do Ocidente. Era ‘outro cristianismo’!

Depois de 500 anos daquela transição, o cristianismo do Oriente já estava muito enfraquecido; e logo veio a primeira ruptura (ano de 1054). E o Ocidente? Seu cristianismo se deteriorou numa versão tão desfigurada – o Escolasticismo, as Inquisições, a vida de clausura em mosteiros e conventos, que fez a Igreja mergulhar num período sombrio, infrutífero, árido e inerte. Era ‘outro cristianismo’!

Depois de 500 anos naquela decadência espiritual profunda (ainda que crescente a força política e secular da Igreja), não restou a alguns homens iluminados alternativa outra, senão a de promover a Reforma. Naquela época, Pedro Álvares Cabral descobria o nosso território.

Lutero (1483-1546), Zuínglio (1484-1531), Bucer (1491-1551) e Calvino (1509-1564) são os quatro pioneiros que desencadearam o mais retumbante movimento de busca e retorno daquela igreja apostólica, perdida no tempo e no espaço. Porque, ser religioso, ser cristão, nos dias em que aqueles homens de Deus começaram a Reforma, significava tudo, menos cristianismo verdadeiro. Era ‘outro cristianismo’!

Vê-se que a cada 500 anos, alguns fatos destacados marcam a história do cristianismo no mundo. 500 anos depois da Reforma, chegamos ao nosso tempo. Dentro de poucos dias, por todo o mundo estarão ocorrendo celebrações dos 500 anos. Aqui no Brasil também…

Sobre esse significativo evento, a jornalista Miriam Leitão (1953-…) escreveu um texto, no qual reafirma sua “educação protestante”. É verdade: eu mesmo conheci seu pai – o pastor Uriel Leitão, e também seus tios pastores, e também seus irmãos… O texto tem importantes asseverações, mas falha em não apresentar a verdadeira dimensão da Reforma: a Reforma é, sobretudo, uma efeméride laica porque representou valores universais que marcaram o fim da Idade Média e prenunciaram o Iluminismo”“…nunca achei que 31 de outubro é o dia das bruxas. Sempre foi o dia em que Lutero, em 1517, começou uma revolução”…  Foi tudo o que ela apontou…

E, onde estamos? Para onde vamos? Leio, nestes dias, uma notícia sobre a igreja alemã de Lutero: perdeu os focos que levaram o reformador a agir e a pregar como fez. Seus focos, 500 anos depois, são a vida social, a adoção da agenda mundana – casamentos homossexuais, ordenação de pastores e pastoras sem qualquer compromisso real com a doutrina de Jesus Cristo, e assim vai…

Na posição de educador da área teológica em que Deus me colocou, amplio a minha resenha: vejo costumes se deteriorando no meio do povo ‘herdeiro da Reforma’; vejo a vulgarização do ministério, vejo a sedução materialista e soberba atingindo, impiedosamente, aqueles que deveriam primar pela vida de piedade; vejo o empobrecimento da vocação ministerial, que parece ser, hoje, muito mais atraente pelo status que pode proporcionar, do que pelo desvelo por almas sem pastor; vejo o desvirtuamento de interesses que acentuam a confusão de identidade entre cristãos e gentios; vejo a destruição de valores que estão deixando o mundo admirado pelo tipo de cristianismo que vai sendo exibido diante dos seus olhos – repudiando-o. É um ‘outro cristianismo’!

Depois de apenas mais 500 anos… E estamos precisando muito mais de restauração da Reforma, do que de celebrações por ela. Estamos precisando muito mais de revitalização e reavivamento dos valores que acarretaram a Reforma, do que de lembranças envaidecidas sobre a sua história. Estamos precisando de ‘outro cristianismo’: o cristianismo bíblico, simples, autêntico, fiel, desprendido, modelar, genuíno, inspirador, altruísta, sacrificial, denodado, dos dias dos apóstolos!

“Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem?” (Deuteronômio 10.12, ARA).

“Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Miquéias 6.8, ARA).

Aí está! Depois de outros 500 anos!… E Deus continua desejando isto mesmo que os profetas Moisés e Miquéias proclamaram.

Que tal, prá terminar, ouvir o coro de Don Wyrtzen cantando o hino do Apocalipse ao Cordeiro? Clique o nosso

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WORTHY IS THE LAMB THAT WAS SLAIN (1970)
DIGNO É O CORDEIRO QUE FOI MORTO
Don Wyrtzen (1942…) 

Worthy is the Lamb that was slain (3x)
To receive power, and riches, and wisdom, and strength, honour, and glory, and blessing.
Worthy is the Lamb (3x) that was slain…Worthy is the Lamb!

A tradução é precisamente o texto de Apocalipse 5.12:
Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, as riquezas, a sabedoria, a força, a honra, a glória e os louvores.

 

Bom Domingo, boa semana,
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 311 : “PROCRASTINAÇÃO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 27 de Agosto de 2017

Quando eu comecei a estudar à noite, por trabalhar de dia, estava ainda no nível médio; era um curso técnico. Senti na pele quão precioso é o tempo de cada dia. A luta para cuidar de todas as incumbências, no decorrer de cada semana, se mostrou severa.

Durante o dia, precisava dar conta das rotinas do trabalho, e tentar aproveitar um pouco do intervalo do almoço; ao fim da jornada, corria pra casa, apenas com o tempo do banho e de engolir alguma coisa; pegava a minha velha bicicleta Philips (aquela, que tinha sido do meu avô ainda antes da Segunda Guerra Mundial), e percorria os quilômetros entre a casa e a escola. Mas, isto incluía atravessar o Rio Doce numa balsa de madeira, movida pela correnteza, presa a um cabo de aço; ritual diário, tanto para a ida quanto para a volta, à noite (com chuva, ou não). Pela manhã de cada dia, a ‘magrela’ era, também, o meu transporte para buscar o pão do café da manhã para a família.

Assim era a rotina, de Segunda até Sexta. Alguns poucos intervalos me permitiam rever as matérias do dia anterior. Chegava o Sábado, e tinha que administrar várias incumbências: afazeres em casa, compras para minha mãe, cuidados pessoais, matérias prá estudar…

Amanhecia o Domingo e, antes da Escola Dominical, tinha o ensaio do conjunto musical da mocidade. Nas tardes de Domingo, não raro, havia atividades, na igreja ou fora dela. Fazíamos, com alguma freqüência, algum trabalho de evangelização externo. Assíduo na mocidade, e até na federação, não escassos finais de semana nos levavam a outras igrejas e até a outras cidades, em trabalhos.

Naquele tempo, não existia celular, nem PC, nem notebook, nem tablet, nem smartphone. Ninguém ainda sonhava que, um dia, surgiriam aplicativos para ajudar a organizar a vida e administrar o tempo. Mas, fui feliz em encontrar um texto assessório de um curso que fiz, por correspondência: ensinava a montar uma agenda de compromissos. Tive que faze-la “na marreta” mesmo: folha de papel, caneta, lápis e régua… O dia, dividido em três turnos, de Domingo a Sábado, com os horários para cada incumbência. Para cada semana eu tinha uma “agenda”, feita a mão mesmo, para acompanhar diariamente.

Comecei ali a descobrir o significado prático de ensinamentos bíblicos preciosos. Por exemplo: “Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens jamais segará” (Eclesiastes 11.4, ARC). Esse é o tipo de atitude de quem se perde em devaneios nas ocorrências diárias, e “perde o bonde” quando a hora exige providência, ação. É muito relaxante ficar olhando como o vento move as nuvens no céu; mas, se você tem que plantar, pare de contempla-lo; se você espera um dia colher, esqueça o divertido mover das nuvens.

Outro exemplo: a Bíblia, decerto, nos recomenda arrependimento e tristeza pelo pecado; nos permite o sentimento abatido pelo infortúnio. O que ela não nos permite é ficarmos por muito tempo “curtindo a fossa” do infortúnio, ou abatidos pelo pecado. Chega uma hora (e não demora), é preciso tomar atitude: “Portanto… desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus…” (Hebreus 12.1,2, ARA).

Um dos principais problemas com que temos que lidar, diariamente, semanalmente, mensalmente, anualmente, é o do vício da procrastinação. ‘Procrastinação’ é uma palavra que deriva do latim, e que significa, literalmente, “deixar para amanhã”. Já te ocorreu, por exemplo, de passar o dia de Ano Novo, você assumir um compromisso consigo mesmo, ou com Deus, e o dia de começar nunca chegar? Por exemplo, ler a Bíblia diariamente (preferencialmente toda) no novo ano… Por que? Porque facilmente procrastinamos! “Amanhã eu começo”… E sempre fica para amanhã, até que o novo ano se acaba.

Muita gente acaba chegando àquele tenebroso dia do arrependimento por ter deixado de fazer, no tempo certo, o que era prá ter sido feito; ou, de ao menos ter começado, quando a hora era para começar… Pense na sabedoria desta recomendação: “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria” (Eclesiastes 9.10, NVI). Por isto a sabedoria popular diz: “não adianta chorar pelo leite derramado”.

Se você é daqueles que facilmente se deixa envolver pela carícia do vento, pelo entretenimento das nuvens (entenda como quiser esta alegoria), saiba que chegará o dia da tristeza pela procrastinação. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso” (Pv 6,6, ARA); “no cuidado que deveis ter, não sejais preguiçosos” (Romanos 12.11, BCF).

Agora, um deleite: Jake Hess cantando emcompanhia do Gaither Vocal Band uma oração declaratória contagiante… Após nosso AudioPlayer online, a letra e a tradução…

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JESUS, I BELIEVE WHAT YOU SAID (1966)
Jesus, Eu Creio no Que Dissestes
Bill (1938-…) & Gloria Gaither (1942-…)

Though the world should all forsake me
Ainda que o mundo inteiro me abandone
I will never fear or dread
Nunca temerei ou apavorar-me
For You said that You'd go with me
Pois dissestes que irias comigo
And, Jesus, I believe what You said
E, Jesus, eu creio no que dissestes

Though the skies are gray above me
Ainda que o céu esteja cinza sobre mim
Though I cannot see ahead
Ainda que eu não consiga ver adiante
Yet, You promised You’d protect me
Não importa, prometestes proteger-me
And, Jesus, I believe what You said
E, Jesus, eu creio no que dissestes

 

I believe You really love me
Eu creio que realmente me amas
I believe You really care
Eu creio que realmente te importas
I believe You died to save me
Eu creio que morrestes para me salvar
And at the crossing You'll be there
E na transposição, lá estarás

When my eyes with tears were blinded
Quando meus olhos cegaram em lágrimas
You took my hand and gently led
Minha mão tomastes, ternamente conduzindo
Oh, how sweet it is to trust You
Oh, quão doce é confiar em Ti
And, Jesus, I believe what You said
E, Jesus, eu creio no que dissestes

 

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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