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O Bem e o mal a cada dia

N° 259 : “DESIDERATA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Julho de 2016

– Agora, vamos aprender um belo poema em inglês! Foi assim que o professor de Inglês introduziu um exercício da literatura norte-americana à sua classe de aprendizes do idioma. Tratava-se do poema “Desiderata”. A palavra, por sinal, é de origem latina – significa aspirações. E logo exibiu o poema surgido em 1927, de autoria do norte-americano Max Ehrmann (1872-1945). Em 1942, foi usado na guerra, para encorajar soldados; da mesma sorte, na guerra do Vietnam (1955-1975). Em 1956, se tornou texto padrão na liturgia de uma igreja evangélica em Baltimore, e daí ampliou a fama. Leonard Nimoy, o dr. Spock, de Jornada nas Estrelas, o recitou; no Brasil, a versão ficou famosa na voz singular de Cid Moreira.

Eis algumas partes do texto: "Siga tranqüilamente entre a inquietude e a pressa, lembrando-se de que há sempre paz no silêncio…  Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam. Fale a sua verdade, clara e mansamente. Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história… Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar… Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas… Seja você mesmo. Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira,  pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva. Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude…Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber, a terra e o universo vão cumprindo o seu destino. Procure, pois, estar em paz com Deus, seja como for que você o conceitue… Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade".

Max Ehrmann, de origem germânica, era cristão evangélico em sua formação familiar. Entretanto, seu afamado texto tem mais de auto-ajuda do que preceitos divinos. Por exemplos: enaltece a paz que provém do silêncio; Jesus propõe outro tipo de paz, “a minha paz” (“não vo-la dou como a dá o mundo, diz Jesus – João 14.27). Propõe que cada um tem sua verdade, o que é bem típico da pós-modernidade; no entanto, a Escritura reivindica que ela e Cristo são uma única verdade, verdade única! Propõe – seja você mesmo (o que parece bom), mas a melhor proposta é ser o que Deus quer sejamos. Doutrina que nós, seres humanos, tanto quanto o restante da natureza, somos filhos do universo, como se a Natureza fosse “mãe universal”; o pior de tudo é a aceitação de que o homem pode estar em paz com o ‘deus’ que ele próprio concebe.

O mesmo está acontecendo hoje em dia. Quantos têm ‘aproveitado’ a beleza poética, a linguagem estética de pensadores, abandonando a legitimidade suficiente da Palavra de Deus. Pregadores e sacerdotes têm feito seus malabarismos verbais e áudios-visuais, no intuito de prender atenção. Mensagens e pregações, que deveriam ser cristocêntricas e fundamentadas na Bíblia, resvalam para apelos sensoriais. Professores procuram cativar a inquieta geração com entretenimentos, divertimentos e piadas.

Estes registros não deixam de ser uma denúncia. Mais que isso, um alerta. Cumpre-se a Escritura: Pregue a Palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos [fábulas] (II Timóteo 4.2-4, NVI). Nisto, o apóstolo cobra do seu discípulo pregador: não misture a verdade de Deus com a pretensa verdade humana; não substitua a Palavra de Deus por outros atrativos.

Tempos perigosos, os de hoje. A estética se sobrepõe à ética, que se sobrepõe aos genuínos princípios. Melhor é o oposto: os princípios governam a ética; a estética é ornamento. O apóstolo tinha razão, pois o Espírito de Deus o inspirou. É preciso cultivar a verdade com mais carinho, pois as fábulas e os mitos são tais quais ervas daninhas: brotam e crescem mesmo sem se plantar ou regar. Preste atenção: “Eu me espanto de que, deixando aquele [evangelho] que vos chamou à graça de Cristo, estejais passando assim, tão depressa, a outro evangelho” (Gálatas 1.6, BCF).

Não há desiderata mais sublime: quer um norte seguro (1)? Quer aprovação (6)? Quer integridade e pureza (9,11)? Fonte de regozijo (14)? Tesouros e conselhos (18, 24)? Conforto, consolo, alento (28, 50, 57, 81)? Respostas para as dúvidas (41, 42)? Fonte de bem (65)? Força para a hora da angústia (92)? Sabedoria e prudência (100)? É só ir ao Salmo 119, e usar os números entre parêntesis como índice, para os versos. Desiderata de Davi, a nos inspirar hoje! 

Volto com uma expressiva mensagem musical, inspirada na vida do pequeno Samuel. 
O seu compositor, escocês de Edimburgo, não obstante haver composto mais de uma centena de hinos, viveu apenas 41 anos de idade. Após a transcrição da letra, nosso AudioPlayer online, para ouvir, em canto A Cappela… 

THE CHILD SAMUEL (1854)
O Menino Samuel
James Drummond Burns 
(1823-1864)
(Melodia de Arthur S. Sullivan : 1842-1900)

Oh, give me Samuel's ear…
Oh, dá-me os ouvidos de Samuel…
The open ear, O Lord,
O ouvido aberto, ó Senhor, 
Alive and quick to hear
Atento e lépido a ouvir 
Each whisper of Thy Word!
Cada sussurro da Tua Palavra!
Like him, to answer at Thy call,
Tal como ele, responder ao Teu chamado, 
And to obey Thee first of all.
E obedecer a Ti antes de tudo.  

Oh, give me Samuel's heart…
Oh, dá-me o coração de Samuel…
A lowly heart, that waits
Um coração humilde, que contempla
Where in Thy house Thou art,
Onde, em Tua casa, Tu estás, 
Or watches at Thy gates!
Ou vigia em Teus portais!
By day and night, a heart that still
Seja ao dia, seja à noite, um coração que, silente
Moves at the breathing of Thy will.
Move-se sob o resfolegar da Tua vontade.  

Oh, give me Samuel's mind…
Oh, dá-me a mente de Samuel…
A sweet, unmurmuring faith,
Uma doce fé, sem murmuração,  
Obedient and resigned
Obediente e resignada
To Thee in life and death!
A Ti, seja na vida ou na morte!
That I may read with childlike eyes
Que possa eu ler com olhos como de criança
Truths that are hidden from the wise!

Verdades que são ocultas aos sábios! 
 

 AudioPlayer online (controle de volume à direita)

 

Abraços, até próximo Domingo (Tg 4.15) 
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 258 : “ENKRATEIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Julho de 2016

Há poucos dias, ainda me dediquei à tarefa do desfazimento de pertences remanescentes que foram de minha tia, falecida em 2015. Desta feita, livros que pertenceram ao seu esposo, meu tio Onofre, falecido em 1990. E, dentre eles, indivíduos como “T. Lobsang Rampa”, pseudônimo de Cyril Hoskins, farsante britânico que se proclamava como tendo recebido a reencarnação do suposto lama tibetano de seu codinome. Os livros eram “A Terceira Visão” e “O Médico de Lhasa”, que tanto sucesso fizeram na década de Setenta, no Brasil. Uma das marcas da sua doutrina era a pregação do autodomínio.

Disse o filósofo Aristótles (384~322 a.C.): “O sábio não fala tudo o que pensa, e sim, pensa tudo o que fala!”. Se isto for verdade, digam-me: alguém pode me indicar onde existe um sábio? Martin Luther King (1929~1968) afirmou: “Para suscitar inimigos, não é preciso iniciar uma guerra; basta falar o que se pensa!”.  

De um modo geral, somos reservados em reconhecer, publicamente, quanto somos precipitados. Mas, quando provocados, acabamos obrigados a reconhecer a verdade: que precipitação é marca universal nossa. Por estes dias, pensando na virtude do auto-domínio, fiz uma pequena enquete por amostragem empírica. Minha enquete, mostrou o que eu já imaginava (e, nela, incluí a mim mesmo): de cada dez pessoas consultadas, não menos que dez já se arrependeram por causa de alguma precipitação – seja no falar, seja no agir, ou ao menos no pensar. Não escapa um de nós…

A sabedoria divina ensina: Assim como não é bom ficar a alma sem conhecimento, peca aquele que se apressa com seus pés” (Provérbios 19.2, ACF); e, ainda: “Você já viu alguém que se precipita no falar? Há mais esperança para o insensato do que para ele!” (Provérbios 29.20, NVI). Por isto, exalta a virtude do "domínio próprio" que se encontra entre as que frutificam do Espírito, em Gálatas 5.23.

A palavra grega que o texto ali usa é ENKRATEIA. Ela tem duas partes justapostas – uma preposição e um radical. A preposição é EN (no grego é EG, que vem de EGO, “eu”; mas, na junção, pronuncia-se EN); traz a idéia de self (auto). KRATEIA é governo, domínio, e é a mesma palavra que aparece em democracia, autocracia, burocracia, etc…  

Por que “domínio próprio” é uma virtude? Porque ela evita as conseqüências danosas e nefastas da precipitação. E por que é virtude considerada como “fruto do Espírito”? Primeiro, porque o apóstolo, nessa epístola aos gálatas, ao estabelecer seu contraste, o faz em relação às obras da "carne"; precipitação é inteiramente peculiar à natureza humana dada a si mesma. Segundo, porque, ao usar a metáfora do fruto, aponta que a virtude é um resultado a ser cultivado; não brota ‘por conta própria’, como o mato, que ninguém precisa plantar ou cultivar. Terceiro, porque não se trata de uma qualidade natural do espírito humano, e sim, operada pelo Espírito divino. Basta ler-se o verso 16 do mesmo capítulo, e seremos convencidos de que o seu contraste não é meramente dualista, gnóstico – carne versus espírito (humano). Seu contraste é “carne” (isto é, metonímia para o homem em sua natureza ‘natural’) e Espírito (isto é, o Espírito de Deus, naquele trabalho que Ele realiza em nosso espírito, para controlar, purificar e amoldar a natureza ‘natural’).

Curioso dilema: ENKRATEIA é autodomínio; mas, se depender somente do “auto” (do ego, do eu), nunca ocorrerá a contento. Por isto, a necessidade do Espírito de Deus. Na ministração do domínio próprio que provém do Espírito de Deus, somos conduzidos ao refreamento de toda forma de precipitação. Pelo ensino divino através do apóstolo, temos: “…aplicando, vós, todo o cuidado, ajuntai à vossa fé a virtude, e à virtude o conhecimento, e ao conhecimento a temperança…” (II Pedro 1.5,6, BCF). “Temperança”, segundo o dicionário, equivale a autodomínio; é a qualidade de quem tem sobriedade, equilíbrio, moderação, comedimento.

No ensino dos lamas tibetanos, do budismo, e de outras formas de doutrina centradas no homem e seu próprio ego, seu espírito (como na Yoga), trata-se de um exercício pessoal. No ensino que a tudo sobrepuja, nenhuma virtude pode o homem cultivar só por  si – muito  menos a ENKRATEIA. Por isto diz a Bíblia : “Andai  no Espírito, e jamais satisfareis a concupiscência da carne” (Gálatas 5.16, ARA). É, portanto, um exercício humano com a ajuda indispensável do 'fisioterapeuta' divino; quer dizer, o "psicoterapeuta" divino.  

Encerro com mensagem musical de um clássico sulino norte-americano, estilo negro spiritual. A autoria precisa é desconhecida; a tradição diz que proveio da cultura afro-americana, oriunda de escravos cristãos, em tempos que levaram à guerra da secessão do século XVIII. A execução é meramente instrumental – dois trompetes e um trombone, executados por três militares cristãos do exército  brasileiro. Na letra, o poeta (ou a poetisa) declara:

Eu sou fraco, mas Tu és forte (I am weak, but Thou art strong)
Jesus, guarde-me de todo o mal (Jesus, keep me from all wrong)
Eu estarei satisfeito enquanto (I'll  be satisfied as long)
Enquanto ando, permita-me andar juntinho de Ti! (As I walk, let me walk close to Thee)

JUST A CLOSER WALK WITH THEE
Tão Somente um Andar Íntimo Contigo

Compositor e data desconhecidos

Ouça, com nosso
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Até à próxima


Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 257 : “R-M-D”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Junho de 2016


Segundo a imprensa noticiou, a partir de informações de familiares, no último dia 14, o ex-marido de Patrícia Teixeira atirou contra ela e contra a sogra, Maria dos Santos Teixeira. Sua motivação foi o inconformismo com o fim do casamento, ocorrido dois anos antes. Patrícia estava morando com a mãe no Complexo do Alemão, favela do Rio de Janeiro. Maria foi baleada na cabeça e morreu na hora; Patrícia agonizou por três dias num hospital estadual, mas não resistiu. Deixou um filho de sete anos, agora sob cuidados da tia. No dia do sepultamento, o garoto ainda não sabia da morte da mãe, nem que o autor era o próprio pai, que suicidou-se depois dos desatinos.

Numa das reportagens escritas sobre esse trágico evento havia aquele tradicional espaço para comentários de matérias publicadas na internet. Reproduzo aqui, pasmado, o que um cidadão comentou:
A favela é uma fábrica de bandidos. Eu não moro em favela nem de graça; prefiro minha casa grande, com 3 quartos e 2 banheiros kkkkkk (sic).

Ao pé-da-letra, isto mesmo! Além de exibição de falta de sensibilidade com tamanha desgraça, uso do espaço para pilhéria com o assunto. E a matéria, só de se ler, faz lembrar a figura usada por Jesus em uma de suas parábolas – o “ladrão”: “O ladrão veio somente para roubar, matar e destruir…” (João 10.10, ARA). Embora o contexto de Jesus, na passagem, aponte para líderes religiosos mercenários, não há dúvidas de que a carapuça se encaixa bem no diabo.

A Bíblia diz que ele vive pecando desde o princípio (I João 3.8), que é mentiroso, pai da mentira e homicida, também desde o princípio (João 8.44), que semeia o joio (Mateus 4.11), que é opressor de almas (Atos 10.38), que é como um carcereiro que aprisiona, para que pessoas façam a sua vontade (II Timóteo 2.26), que seu ofício é promover a perdição (Lucas 8.12), que é armador de ciladas (Efésios 6.11), que vive a enganar o mundo todo (Apocalipse 12.9), que tem o poder da morte em suas mãos (Hebreus 2.14) e que anda cirandando, como leão que ruge, à procura de alguém para  devorar (I Pedro 5.8).

Por tais razões, não tenho dúvidas de que o seu mister, tal como o “ladrão” da parábola de Jesus, é R-M-D: Roubar, Matar e Destruir. Quando alguém (mesmo os líderes religiosos contra quem Jesus imprecou) preta tais serviços, presta, em primeira mão, ao Adversário. Não é, portanto, matéria para rir, para se fazer piada, para tripudiar. É para se deplorar, e chorar, e lamentar, por ser este o estado vil da humanidade.

A boa notícia é que não está aí o final da história. O final da história tem outro desfecho, e Jesus anunciou-o no mesmo momento: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (João 10.10, NVI). Vida em plenitude (ou, em abundância, como noutras traduções) não é ter dinheiro que cubra todos os anseios humanos; não é ter saúde de ferro que resista a todos os vírus e bactérias; não é ser popular a ponto de ser tido como o melhor guru da atualidade… Vida em plenitude, vida em abundância, é vida que conta com passagem garantida para aquele lugar eterno, onde “não haverá mais morte, não haverá mais choro, nem mais gritos, nem mais dor, porque as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21.4, BCF).   

Hoje, visitei na UTI de um hospital alguém recém operado de tumor no cérebro; está se recuperando. Ele me disse que no box à sua frente está outro paciente, com câncer terminal; gemeu e clamou a noite toda. Meu paciente visitado me disse: acho que não aguento ficar aqui nem mais uma noite – me tirem daqui, por favor! Isto me parece quase um retrato involuntário da própria humanidade, olhando pelo prisma de um cenário mais amplo que o do dia-a-dia. No cenário que põe o tempo diante da eternidade, somos como aquele paciente, em condições de dizer ao Senhor, que está prestes a vir: Senhor, tira-nos daqui, onde impera a miséria, a morte e a destruição!

Por isto que é boa notícia, o que Ele diz: O ladrão veio para roubar, matar e destruir; eu, ao contrário, vim para dar vida! A vida que eu tenho para dar é plena, abundante, eterna! Subjuga o poder do diabo, subjuga o poder da morte e do inferno!

E ali [na cidade celestial] nunca mais haverá maldição contra alguém;  e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão.  E verão o seu rosto,  e na sua testa estará o seu nome. E ali não haverá mais noite,  e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia,  e reinarão para todo o sempre” (Apocalipse 22.3-5, ARC).

Bill e Gloria Gaither compuseram uma belíssima poesia que lembra Salmo 30.5. Segue, com letra original, tradução e áudio…

JOY COMES IN THE MORNING (1974)
Alegria Vem Pela Manhã
William J Gaither (1936…) & Gloria Gaither (1942…)

If you've knelt beside the rubble of an aching broken heart
Se você já se ajoelhou sobre o entulho de um coração dolente e partido
When the things you gave your life to fell apart
Quando as coisas que você, em sua vida, precisou descartar    
You're not the first to be acquainted with sorrow, grief or pain
Você não é o primeiro a estar envolvido com tristeza, pesar ou dor
But the Master promised sunshine after rain!
Mas o Mestre prometeu o brilho do sol após a chuva!

Hold on my child: Joy comes in the morning…
Aguente, meu filho: A alegria vem pela manhã… 
Weeping only lasts for the night!
O choro dura somente pela noite!
Hold on my child: Joy comes in the morning…
Aguente, meu filho: A alegria vem pela manhã… 
The darkest hour means dawn is just in sight!
A hora mais negra significa que a alvorada está bem à vista [por vir]! 

To invest your seed of trust in God in mountains you can't move
Investir seu gérmen de confiança em Deus em montanhas que você não pode mover  
You have risked your life on things you cannot prove
É arriscar sua vida em coisas que não te é dado experimentar 
But to give the things you cannot keep for what you cannot lose
Mas dar coisas que você não pode conservar pelo que você não pode perder  
Now, that's the way to find the joy God has for you: 
Então, eis o caminho para encontrar a alegria que Deus tem para você… [repete o coro]

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Até à próxima
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 256 : “TÁ DIFÍCIL…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Junho de 2016


“Tá difícil encontrar um ministro para o governo Temer!” Essa frase foi publicada, nesta semana, em vários (e importantes) veículos de mídia brasileiros, atribuída a um personagem próximo ao presidente em exercício, cuja identidade foi preservada no anonimato. Primeiro, caiu o ministro Romero Jucá; depois, o ministro Fabiano Silveira; nesta semana, caiu o ministro Henrique Eduardo Alves. Todos, pelo mesmo motivo: menções em delações da Operação Lava-Jato. Mas, esperam-se outros, para breve. “Tá difícil” por que? Será que não há um, ao menos, que não esteja envolvido?

Na Grécia antiga havia um filósofo, discípulo de Sócrates e de Antístenes. Seu nome era Diógenes, Diógenes de Sinope (412-323 a.C.). Ficou famoso pelo dia em que saiu pelas ruas de Atenas, em plena luz do dia, com uma candeia acesa. Os “homens de bem”, as mulheres “da sociedade”, os estudantes, os professores, os simples e os poderosos, olhavam, atentos. Diógenes repetia seu gesto, dia após dia, espicaçando a curiosidade das pessoas. Primeiro, curiosidade; depois, incômodo; por fim, julgamento: estarias louco, ó homem? E Diógenes, depois de dias, aguçando-lhes, respondeu: “Estou á procura de um homem honesto!”.

Para o Criador do homem, não há surpresa. Desde que o pecado entrou no mundo (fato registrado em Gênesis), a “fôrma” modelou todos que vieram depois (vide Romanos 5.12). E afetou todas as “ferramentas”: mãos, pés, olhos, ouvidos, boca, coração…

Mãos se inclinam a apropriar-se do que não lhe pertencem; pés se inclinam a plantar-se em terreno alheio; olhos se inclinam a cobiçar o que ao próximo pertence (ou, à coletividade, como se fosse pessoal); ouvidos se inclinam a rejeitar a admoestação da virtude, a fazerem-se moucos; boca profere palavras com apropriação indébita, e mente, oculta a verdade; coração, ah! Coração! Quão enganoso és tu!    

O Espírito de Deus proclama, por Moisés: “Não cobiçarás…coisa alguma que pertença ao teu próximo” (Êxodo 20.17, ARA); por Salomão, diz Ele: “O justo anda na sua integridade; bem aventurados serão os seus filhos, depois dele” (Provérbios 20.7, ARC); e, ainda: “O Senhor detesta pesos adulterados, e balanças falsificadas não o agradam” (Provérbios 20.23, NVI). Por meio do apóstolo, diz mais: “Pois zelamos do que é honesto, não só diante de Deus, mas também diante dos homens” (II Coríntios 8.21, ACF).

Não só diante de Deus, mas, também, diante dos homens, é o que diz Paulo… O assunto daquele momento era gestão de dinheiro alheio. A ordem pode parecer estranha: mais importante é ter constatada a honestidade por Deus, não pelos homens. A única explicação adequada para a forma como o assunto aqui se coloca, é que, ainda que importe mais SER honesto, importa também PARECER honesto. O SER Deus avalia bem; ser visto como o tal está na esfera cá de baixo. É parecer por ser, e não parecer sem ser…

Quem não precisa de mais disciplina neste assunto? Vejamos: Quem não se trai pela boca? Quem não se trai pela cobiça? Quem não se trai pelas mãos? Quem não se trai pelos pés, ou pelo coração? Se alguém respondeu, pronta e sinceramente, “eu!”, a todas estas perguntas, das duas, uma: ou está enganado quanto a si mesmo, ou já está entrando no céu!

Então, por que “tá difícil encontrar um ministro para o governo Temer”, como disse um dos seus aliados? Será porque, entre eles repete-se a sina de sua antecessora? Por que Diógenes saiu, candeia acesa em punho, à luz do dia, procurando um homem honesto? Será porque essa espécie, mesmo no século IV antes de Cristo, já seria uma raridade?

O ideal é que, não só para o governo Temer, mas, também para qualquer governo, para qualquer sociedade – seja ela a civil, seja uma empresa, seja uma organização social, seja uma igreja, seja uma família – não fosse assim, difícil encontrar homens e mulheres honestos, de quem nada se pudesse dizer, de modo a manchar a reputação. Isto agrada a Deus…

Dottie Rambo tinha um irmão mais velho, chamado Eddie Luttrell. Eddie já tinha sido preso, já tinha mergulhado em drogas e álcool. Aos 37 anos, estava hospitalizado, com câncer terminal. Dottie foi visitá-lo, leu a Palavra de Deus com ele, e conclamou-o a reconciliar-se e entregar sua vida a Cristo. Eddie falou:
– Do jeito que tem sido minha vida, não creio que Deus tenha algum interesse em alguém como eu…  
Dottie, então, lembrou ao irmão que Jesus ensinou que o bom pastor deixou no redil 99 ovelhas, para ir em busca de apenas uma, a centésima, desgarrada…
Indo para casa, compôs uma poesia, a qual encaixou numa tradicional melodia irlandesa. Voltando ao hospital, no outro dia, cantou-a para seu irmão, levando-o à reconciliação com Deus, antes de sua partida.
Está no desfecho de nossa mensagem de hoje, na interpretação de Heritage Singers.

HE LOOKED BEYOND MY FAULT (1968)
Ele Olhou para Além das Minhas Faltas
Dottie Rambo [Joyce Reba Luttrell – 1934-2008] Música : Londonderry Air (1855, “hino nacional” da Irlanda do Norte)

“Amazing Grace” shall always be my song of praise
“Preciosa Graça” será sempre minha canção de louvor
For it was grace that brought my liberty
Porquanto foi a graça que me trouxe liberdade
I do not know just how(*) He came to love me so
Eu simplesmente não sei como(*) veio Ele tanto me amar
He looked beyond my fault and saw my need
Ele olhou para além das minhas faltas e viu minha carência.

I shall forever lift mine eyes to Calvary
Eu sempre vou erguer meus olhos até o Calvário
To view the cross where Jesus died for me
Para contemplar a cruz onde Jesus por mim morreu
How marvelous the grace that caught my falling soul
Quão maravilhosa a graça que conquistou minha alma degenerada
He looked beyond my fault and saw my keed
Ele olhou para além das minhas faltas e viu minha carência.

(*) Na poesia original de Dottie Rambo, a palavra não é “how” (como), e sim “why” (porque): Sua declaração poética é:
Eu simplesmente não sei porque Ele veio tanto me amar…

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Até à próxima

Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 255 : “NÃO DEU CERTO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Junho de 2016

“Depois do que vi no Haiti, acho que a humanidade não deu certo!” Essa foi a exclamação que soltou o brasileiro, apresentador de tevê, Luciano Grostein Huck (1971-…), nesta semana. Em 2009, Huck foi o primeiro brasileiro a alcançar um milhão de seguidores no Twitter. Seus programas de televisão costumam ter um forte apelo social, valendo-se de uma agenda em que, ao realizar anseios de alguns, ou ao explorar temas de forte emoção, encontra repercussão favorável nos milhões que o assistem.

Ao visitar pessoalmente o Haiti, país duramente atingido por um catastrófico terremoto em 2010, que deixou mais de 316 mil mortos, Luciano deparou-se com miséria nunca vista. Como, por exemplo, Cité Soleil, cidade-favela, junto a Porto-Príncipe. No relato dessa viagem foi que o apresentador soltou sua frase: Depois de tudo o que vi hoje, em Cité Soleil, uma favela com mais de 300 mil habitantes, à beira do maravilhoso mar turquesa do Caribe, acho que definitivamente a Humanidade não deu certo. Falhamos.”

Há um erro e dois acertos na declaração de Luciano Huck. O erro, ao que se me aparenta, está num pressuposto implícito, que esconde a verdade maior. Luciano decreta: “Falhamos”, para, ao que parece, justificar o diagnóstico de que a humanidade não deu certo. Se foi sua intenção insinuar que a humanidade foi um empreendimento humano, errou! E Luciano, que teve aprendizado nas páginas do Torah, o Pentateuco mosaico da Bíblia, deveria se lembrar disso. A humanidade é um empreendimento divino perfeito: “O que eu unicamente achei foi que Deus fez o homem reto, e ele se meteu em infinitas questões” (Eclesiastes [Cohelleth] 7.29, BCF).

Por outro lado, não há como negar: falhamos mesmo. Este é o primeiro acerto da declaração, embora eu não saiba se a base dele é a mesma que uso. Falhamos quanto ao propósito divino para com Ele próprio, falhamos quanto ao Seu propósito para conosco mesmos, quanto ao Seu propósito para com os semelhantes, para com o Seu propósito quanto à natureza, e assim por diante. “Não há distinção, pois todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23, NVI).

O segundo acerto, é que a humanidade não deu certo. Se Luciano conhece as anotações do patriarca Moisés, escritas segundo o Espírito de Deus, se recorda de que o que era para o homem ter feito, não fez; e o que era para evitado, acabou fazendo. Deu tudo errado, lá no jardim do Éden. Por conseqüência, deu tudo errado para toda a descendência de Adão e Eva (incluindo o Luciano, a Angélica, eu, e cada telespectador dele ou leitor meu). “Como está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus” (Romanos 3.10,11, NVI).

Por causa do erro e dos acertos, identificados pelo Huck (cujo diagnóstico não sei se corretamente embasado), Deus resolveu uma coisa; ou duas, até; três, melhor dizendo: Primeiro, por fim em tudo que não deu certo; segundo, começar tudo de novo, de outro jeito, que não tivesse como falhar; terceiro, descartar, para um inferno de tormento sem fim, quem não concordar com seu novo plano. A linguagem profética do Apocalipse bíblico aponta para o futuro, com o seguinte registro: E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” (Apocalipse 21.5, ARA). Então, tudo novo se fará!… E todo o restante do texto bíblico demonstra cada uma das três dimensões que acima apontei. Então, o que não deu certo da primeira vez, dará certo, definitivamente, eternamente!!!

Alguém aí pode contar isso tudo para o Luciano Huck? Se não tiver acesso a ele, pode contar para alguma outra pessoa, que precise saber disso?  

Na Inglaterra do século XIX, uma cristã compôs um belíssimo poema que fala da esperança de uma nova criação; a nova criação que vai suplantar a presente, que “não deu certo”… Essa cristã, que era jovem esposa de um membro do parlamento inglês, parecia estar antevendo sua ‘mudança’ de domicílio: pouco antes de completar 25 anos de idade, a ‘mudança’ se deu,e ela já não mais vivia entre os seus… E, poucas semanas antes da 'mudança', compôs o antema:

JUNTO AO TRONO DE DEUS
We Speak of The  Realms of the Blest (1829)
Elizabeth King Mills (1805-1829)
A música é de George Coles Stebbins (1846-1945).

Ouça-o, aqui, numa de suas versões em Português, com nosso

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Até à próxima
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 254 : “PACIÊNCIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Junho de 2016

Depois do terrível acidente que sofri, em 19 de Novembro de 2015, chegou, finalmente, o tempo de uma nova etapa. Naquele dia, às 5.40h da matina, ainda tudo escuro, e eu me encaminhando, de motocicleta, para meu local de trabalho, fui repentinamente colhido por um veículo em batida frontal. Ele estava todo errado: ultrapassando em contra-mão, numa esquina, acelerando ao sair de trás do veículo que seguia em sua via, sem olhar o tráfego, acabou por me colher de frente sem deixar-me o mínimo espaço de escape. A equipe do resgate que me trasladou para o hospital disse que tive sorte: quase todo dia fazem atendimentos desse tipo de emergência em que, quando o piloto não morre, fica, em geral, tetraplégico ou paraplégico. Então, tive “sorte”: ‘apenas’ quebrei o quadril, com ruptura total da cabeça do fêmur, luxação no joelho direito (já operado, há 12 anos) e luxação na coluna, entre L4, L5 e L6.

Minha cirurgia, no mesmo dia, implicou no implante de elementos metálicos de fixação, com placa, pinos e parafusos. Depois de seis meses na dependência de muletas, estou livre delas, finalmente. Agora, vem uma longa jornada, chamada “fisioterapia”, que teve início há duas semanas. Para quem me conhece, e conhece o meu ritmo de trabalho, sabe porque não comecei antes, como deveria. Mas, não foi por falta de ‘cobradores’ (todos, obviamente, bem intencionados e por mim interessados).

Para isto, é preciso ter paciência, qualquer um há de admitir. Mais fácil para quem está de fora, menos para mim. Para quem, a cada dia, a mera fração de uma hora vem sendo algo valioso demais para desperdiçar, importa, agora, investir uma hora de cada dia, nos exercícios fisioterápicos. Até porque, atrofia foi acentuada. Isto me faz pensar em todos aqueles que, por razões de cuidados consigo mesmos, precisam ter paciência quando de uma hemodiálise, quando de uma quimioterapia,  ou mesmo quando em repouso compulsório por uma dengue.

Paciência é uma virtude, cada vez mais escassa. Mas, necessária, diante de todas as pressões que a vida moderna impõe. E é, também necessária, quando Deus mesmo nos condiciona ao ‘treinamento’  para a vida: Ele nos permite aflições, Ele nos permite, até, tentações. E, seja num caso, seja no outro, Ele mesmo controle os limites.  

Dizem os filólogos que “paciência” tem uma raiz em “paz”; mas, sua origem latina (“patientia”) une dois vocábulos: pati, que vem do grego pathe, pathos (sentimento) e a parte final de dolentia (dor, sofrer). Daí, fica bem definir-lhe como a virtude de aguentar em paz o sofrimento.  

Deus quer que sejamos pacientes; quer que aprendamos as lições da paciência. Essas lições são muito mais práticas do que teóricas. O salmista nos encoraja, dizendo: “Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor” (Salmo 40.1, ARA). Nisto, ele revela seu aprendizado; duro, mas que valeu a pena.

As exortações bíblicas sobre o assunto não podem ser esquecidas: “Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas” (Hebreus 6.12, ACF). “Tomai, irmãos, por modelo de paciência e de coragem os profetas, que falaram em nome do Senhor” (Tiago 5.10, BCF). “Portanto, irmãos, sejam pacientes até a vinda do Senhor. Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera. Sejam também pacientes e fortaleçam o coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5.7,8, NVI). Por último, por ora, vede o contraste quanto à escala de valores na admoestação petrina: “Pois, que glória é essa, se, quando cometeis pecado e sois por isso esbofeteados, sofreis com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é agradável a Deus” (I Pedro 2.20, ARA).   

Nenhum exemplar maior de paciência houve, senão Cristo Jesus, que suportou com paciência todos os que o perseguiram e difamaram. Deus quer que sejamos à sua semelhança! Não se trata de fisioterapia, para quem quer imita-lo: é psicoterapia, é cardioterapia. Imprescindível!

Finalizo com a mensagem cantada de Vencedores Por Cristo. Recordar é viver!

MENTE & CORAÇÃO (1973)
Guilherme Kerr Neto (1953-…) & Sérgio Paulo Muniz Pimenta (1954-1987)

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Abraços, boa semana
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
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BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
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Nº 253 : “NÃO BASTA PRENDER…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Maio de 2016

O juiz paranaense Sérgio Moro disse, recentemente: “No combate à corrupção, no Brasil, não basta prender o criminoso; é preciso, também, recuperar os valores desviados, para que o criminoso perceba que, também financeiramente, o crime não compensa…”.

Sérgio Moro (1972-…) se tornou tão destacado nas ‘revoluções’ do cenário brasileiro, que foi eleito o “Homem do Ano’, pela Globo; e foi eleito uma das cem personalidades mais influentes do planeta, tanto pela revista Time quanto pela Fortune. Sua implacável atuação na condução da “Lava-Jato” tem sido tão marcante, que políticos criticam tal atuação, com o título irônico de “a República do Paraná”.   

Não obstante ser extremamente elogiável sua declaração, tenho um acréscimo… Sei que não basta prender; entendo, ademais, que também não basta arrancar de volta a fortuna desviada do erário público (e isto é muito bom). É preciso arrancar algo mais… Arrancar o coração!

Calma! Aos leitores mal avisados, quero logo ir dizendo que não estou preconizando algum tipo de barbárie física, com referência ao principal músculo do organismo humano. Uso a palavra no sentido figurado. Uso-a no mesmo sentido que Deus o faz, referido-se ao coração petrificado de homens e mulheres que ainda não passaram pelo “transplante cardíaco espiritual” do “cirurgião” Jesus Cristo.

A Bíblia diz que a fonte primária da corrupção está, não na escola, nem na família, nem na convivência nefasta dentro do Congresso Nacional. A fonte primária está no coração: “Enganoso é o coração do homem, e desesperadamente corrupto: quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9, ARA). 

Para extirpar a corrupção do coração humano, não basta prender, nem penalizar no bolso (ou no banco, mesmo que da Suíça): é preciso extirpar o primeiro coração, e acolher um novo coração, da parte de Deus: “E eu lhes darei um novo coração, e derramarei em suas entranhas um novo espírito: tirarei de sua carne o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 11.16, BCF). Aliás, o mesmo profeta Ezequiel se refere a esse fato simbólico mais uma vez (Ezequiel 36.26), mostrando que, sem mudança do coração, não há a menor chance de se alcançar favor diante do juiz que é mais poderoso que o Sérgio Moro – não só mais poderoso: mais íntegro, mais justo, mais conhecedor dos fatos e da vida de cada um de nós, mais rigoroso… Esse juiz é Deus!

Bill e Gloria Gaither contam que a vida de um homem lhes ‘inspirou’ a compor um hino: Pecador Salvo Pela Graça! Esse homem foi George Younce (1930-2005). George tinha 17 anos, quando deixou seu lar, alistando-se entre os paraquedistas. Lá, o que se esperava durar três meses de aprendizado de uma arte, tornou-se uma ‘escola’, por três anos, de tudo de que deve um jovem se afastar: fumo, maconha, álcool, vida de bar, e assim por diante. Dali, já um tanto esquecido dos valores espirituais que antes aprendera, seguiu para o Alasca, em busca de aventuras. Foi lá, longe de casa, que Deus lhe mostrou, numa noite de sono inconciliado, quão corrompida estava sua vida, quão apodrecido se tornara seu coração. E a esperança, onde fora parar? George reconheceu quão sem esperança estaria, sem Jesus…

 Voltando, dedicou seu coração ao Senhor, e sua vida ao seu Mestre. Quando contou sua história ao casal Gaither, encomendou-lhes: Que tal vocês comporem uma canção que fala da minha história? Vocês já sabem o que sou – não passo de um pecador, resgatado pela graça de Deus!… Não tardou surgir o hino, cujo estribilho diz:

Sou apenas um pecador, salvo pela graça de Deus
Quando eu caminhava para a morte, Ele tomou o meu lugar
Agora, eu vivo e respiro sob liberdade
Com cada fôlego de vida que eu tenho
Amado e perdoado, de volta à vida
Sou, tão somente, um pecador, salvo pela graça!

Ouça o hino, sob a interpretação de Heritage Singers.

SINNER SAVED BY GRACE (1986)
PECADOR SALVO PELA GRAÇA
Bill (1936-…) and Gloria Gaither (1942-…)

If you could see what I was once
Se você pudesse ver o que fui, certo dia
If you could go with me
Se você pudesse ir comigo
Back to where I started from
Lá atrás, de onde comecei
Then I know you would see
Então eu sei que você veria
A miracle of love that took me
Um milagre de amor que me arrebatou
In its sweet embrace
Em seu terno abraço
And made me what I am today
E me fêz o que hoje sou
An old sinner, saved by grace!
Um velho pecador, salvo pela graça!

CORO
I’m just a sinner saved by grace
Sou apenas um pecador, salvo pela graça
When I stood condemned to death,
Quando caminhava condenado à morte
He took my place
Ele tomou o meu lugar
Now I live and breathe in freedom
Agora eu vivo e respiro em liberdade
With each breath of life I take
Com cada fôlego de vida que tenho
Loved and forgiven
Amado e perdoado
Back with the living
De volta à vida
I’m just a sinner saved by grace!
Sou, tão somente, um pecador salvo pela graça!

How could I boast of anything
Como eu poderia me vangloriar de qualquer coisa
I’ve ever seen or done?
Que eu jamais tivesse visto ou feito?
How could I dare to claim as mine
Como eu ousaria reivindicar como minhas
The victories God has won?
As vitórias que Deus conquistou?
Where would I be, had God not brought me
Onde eu estaria, não me tivesse o Senhor
Safely to this place?
Trazido a salvo até onde me encontro
I’m here to say I’m nothing but
Estou aqui para dizer que nada mais sou, senão
A sinner saved by grace!
Um pecador salvo pela graça!

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Abraços, até à próxima (Tiago 4.15)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
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Nº 252 : “YOGA, JUGO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Maio de 2016

A milenar prática da Ioga, oriunda de culturas orientais regidas pelo hinduísmo e pelo budismo, torna-se, a cada dia, prática mais difundida no ocidente. Da princesa britânica Kate Middleton (que, segundo a mídia, se preparou para seus partos praticando Ioga) até famosos e famosas (que procuram, na prática, “harmonizar” corpo e espírito), a propaganda se faz ampla. Pratique Ioga como Gisele Bündchen, para ter um corpo torneado, diz um apelo…  Jean Claude Van-Damme equilibra exercícios físicos com Ioga, diz outro apelo…

Ioga é uma palavra importada ao Português. Lá atrás, vem do sânscrito Yuj, que significa “juntar”, “unir”, “harmonizar”, “conjugar”. A figura mais adequada para ilustrar é a do jugo de uma parelha de bois. Daí, ser trazida também por via de outros idiomas, como o inglês (yoke), o francês (joug) e o espanhol (yugo).    

Por mais contraditório que pareça, os gurus da Ioga (jugo) dizem que o fim último dessa prática é a liberação (moksha). Variando um tanto, as explicações parecem apontar o seguinte: Ioga põe o corpo sob o jugo do espírito, liberando o ser aos seus mais altos ideais, cujo limite é a plena consciência onisciente com a natureza. Estudos tidos como científicos elegem a Ioga como um valioso suporte a tratamento de diversas enfermidades: do câncer à esquizofrenia.    

Então, combinado: você quer alcançar controle total sobre seu corpo e sua mente? Faça Ioga, ok?  Você quer alcançar os mais altos ideais do seu papel como criatura? Faça Ioga, ok? Você quer sublimar as inclinações ‘animalescas’ da natureza humana mal evoluída? Faça Ioga, ok? Você quer alcançar a perfeição em tudo na vida? Faça Ioga, ok?

Entretanto, eu tenho uma proposta bem mais segura, mais original, mais eficiente e mais poderosa. Anda meio esquecida, é verdade… Meio subestimada, é fato… Desdenhada até, sem dúvidas. Mas, insuperável, sempre.  Chama-se “oração”. Pronto! Daqui para frente, já alguns vão querer não mais ler… Será? Prejuízo seu, direi…

  Trata-se de um jugo muito mais leve, diz o autor do incomparável método (Mateus 11.30). É a porta de acesso a Deus: Jr 33.3. É o único recurso para a verdadeira harmonia que interessa – a do homem com Seu Criador, por meio do Seu Filho: João 14.13,14. Aliás, essa perfeita harmonia é garantida porque pode contar com um agente extremamente eficaz: Rm 8.26,27. É a melhor técnica de ‘relaxamento’ que existe: Sl 37.7. Por isto, não há ansiolítico melhor: Fp 4.6,7. Para isto, a sua ‘bula’ encoraja a usá-lo rigorosamente conforme as prescrições: Hb 4.16.  

Outra coisa: nem precisa de mantra, porque dispensa as vãs repetições: Mt 6.7,8. Nem por isto, porém, recusa a persistência: vide a parábola do juiz leniente – Lucas 18.1. No entanto, detém a garantia de segurança em sua eficácia: Mt 7.7,8.

Então, você leu até aqui? Sabe o que te digo? Não vou te dizer: pratique Ioga… Diria, se você não tem tempo para ir ao ‘manual’, conferindo todas as indicações bíblicas até aqui indicadas, você não teria tempo até para a Ioga; porque, não tem tempo tampouco para a melhor e mais eficaz das alternativas para todas as ansiedades, dependências, fraquezas, necessidades, expectativas de harmonia, carências pessoais, que jamais foram proporcionadas por Deus ao homem: a oração! Que pena! Perde, não só melhor: perde tudo!

Orar, até orar de verdade – eis o desafio do cristão!”, diz Aiden Wilson Tozer (1897-1963), citando uma das regras de oração de Alexander Moody Stuart (1809-1898).

Finalizo com uma bela mensagem cantada em dueto, por Jake Hess (1927-2004) e seu filho Chris Hess.   
Ouça com nosso

Segue, para os que desejarem ouvir acompanhando letra e "tradução similtânea", a letra nos dois idiomas: 

Prayer is the key to heaven
Oração é a chave para o céu
But faith unlocks the door
Mas fé destranca a porta
Words are so easily spoken
Palavras são tão facilmente ditas
Prayer without faith is like a boat without an oar 
Oração sem fé é como um bote sem remo
Have faith when you speak to the Master
Tenha fé quando você falar com o Mestre
That's all He'll ask you for
É tudo quanto Ele te requer 
Prayer is the key to heaven
Oração é a chave para o céu
But faith unlocks the door!
Mas fé destranca a porta. 

You'll never find complete peace of mind
Você nunca há de achar inteira paz de espírito
In this old world, until you find the Lord
Neste velho mundo, até que se encontre com o Senhor
You'll never live completely set free
Você nunca vai viver completamente livre
In this old world until you find the Lord
Neste velho mundo até que se encontre comm o Senhor
Although you may have riches and power at your control
Ainda que você tenha riquezas e poder sob seu controle
There will always be something missing
Sempre haverá algo faltando
Way down deep in your soul
Na senda profunda da sua alma

I  believe in the Man in the sky
Eu creio no Homem que está no céu
I believe with His help I'll get by
Eu creio que com Sua ajuda eu chegarei a bom termo
My footsteps may falter
Minhas passadas podem falhar
My eyes may grow dim
Meus olhos podem escurecer
But He's my Gibraltar
Mas Ele é meu Gibraltar(*)
I'm trusting in Him
Confio nEle
Though a sparrow is all I may be [sparrow, sparrow am I] Ainda que um pardal seja tudo que eu sou [Pardal é o  que sou]
On me He will still keep an eye [Keep an eye] Ele ainda há de preservar seu olhar em mim [Mantém o olhar]
Yes, I'm singing His grace till the end of my days
Sim, eu sigo cantando Sua graça até o  fim dos meus dias
I believe in the Man in the sky!
Eu creio no Homem do céu!

He knows the way, the road is wending
Ele conhece a direção para a qual aponta a estrada
He can see around the pathway's bending
Ele pode ver por detrás das curvas do caminho
He'll take me through when day is ending
Ele me levará seguro quando o dia estiver findando
Oh, what a friend He is to me!
Oh, que amigo Ele é prá mim!

Have faith when you speak to the Master
Tenha fé quando você falar com o Mestre
That's all He'll ask you for
É tudo quanto Ele te requer 
Prayer is the key to heaven
Oração é a chave para o céu
But faith unlocks the door!
Mas fé destranca a porta. 

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Até a próxima! (Tg 4.15)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional.

Nº 251: “MISSÃO DE MATERNIDADE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Maio de 2016

Ártemis, no Olimpo, filha de Zeus e Leto, irmã gêmea de Apolo, também chamada de Diana pelos latinos, era a “deusa” grega da fertilidade, da concepção, da caça, protetora dos animais e das meninas. As mulheres de Éfeso eram religiosamente induzidas a depositar nela sua esperança e confiança em ter uma “boa hora”, um bom parto.  Na Espanha medieval, a figura mitológica foi substituída pelas primeiras venerações à “Nossa Senhora do Bom Parto”, naquele tempo chamada de “Nossa Senhora do Ó” (em São Paulo, a capela de um bairro, dedicada a esse ícone de Maria, originou o próprio nome do bairro – “Freguesia do Ó”).

Quando o apóstolo Paulo escreveu a primeira carta pastoral ao seu discípulo Timóteo, estava este na Éfeso de Diana, Ártemis. Na carta, dirigiu ele ao pastor diversas instruções sobre como pastorear os cristãos efésios. Entre as instruções, algumas dirigidas às mulheres (especialmente no capítulo 2, versos 9 a 15). Quero dedicar atenção especial aos versos 14 e 15, que vou, aqui, reproduzir em tradução livre, do grego: “E, Adão não foi seduzido; a mulher, sim, sendo enganada, caiu em transgressão. Todavia, ela se redimirá, em sua missão de maternidade, se resignar-se no exercício da fé, do amor e da santidade”.

O que é a “missão da maternidade”? É gestar um (ou mais) filho. A gestação é a primeira fase da missão; árdua, penosa, mas graciosa e gratificante, proeminente, destacada, galardoada. É, também, conceber o(a) filho(a); esta segunda fase também é penosa, preocupante, às vezes muito desconfortável e desgastante… Mas, também é ilustre, é privilegiada, é sublime, mais do que todas as coisas deste mundo.

Numa terceira fase, essa missão implica em amamentar; esta fase representa algo que a mãe mais vai fazer por seu filho(a) em toda a vida: dar de si, por ela(a)! A quarta fase da “missão” é a administração da infância: alimentar, instruir e educar, ensinar a andar sobre os próprios pés, ensinar a relacionar com os semelhantes… A fase, em si, é uma poesia, o que faz das minimamente hábeis nela verdadeiras poetisas.

A quinta fase da “missão” é complicada e conflitante: nenhuma mãe consegue lidar facilmente com ela. É a fase em que começa o desgarramento… Seu ‘bezerrinho’ (ou seria um ‘cabritinho’, uma ‘cabritinha’?) já não mais anda só juntinho com a mamãe; descobriu o senso de ‘libertação’. No entanto, o senso da "missão" não lhe traz qualquer alteração de essência: é a mesma missão de mais de dez anos passados.  

Chega a pior fase da “missão”: parece que o desgarramento se tornou inevitável… Apareceu um 'usurpador' (ou uma 'usurpadora') a tomar-lhe ‘a propriedade’ (“Assim, deixará o homem a seu pai e à  sua mãe, e se unirá à sua mulher…”). Variam as maneiras de lidar com a situação, mas a “missão” continua, porque é para a vida toda, entende ela.

E depois? Já que a “missão” é para a vida toda, não será o  desgarramento que vai mudar, radicalmente, a ‘missionária’; ou, encerrar sua “missão”… O jeito é adaptar-se à situação, ao novo quadro. E há, não poucas, que se adaptam maravilhosamente bem, porque descobriram, com sabedoria, os requisitos e os papéis da nova fase da “missão”.

Mas, Paulo, o apóstolo, não explicita tudo isso; faço-o eu, no meu devaneio hermenêutico sobre uma única expressão: “missão de maternidade”. Diz mais o que, o apóstolo? Diz que essa “missão”, para a mulher, é uma espécie singular (e também sublime) de redenção: ela se redime de ter sido, através de Eva, enganada e iludida, levando seu marido à queda. E mais um pouco: diz que há uma condicionante, para a “missão” valer, para ela, como redenção: se resignar-se no  exercício da fé, do amor e da santidade. Fé, Amor e Santidade!!! Três palavras, três virtudes, três exercícios, três exclamações. Já dizem tudo.

Não diz o apóstolo que a maternidade própria é um caminho único para tal espécie de “remissão”. Seria um contracenso, especialmente conhecendo tudo o mais quanto ele ensina nesta seara. Ele usa uma linguagem genérica. Aquelas que não têm o dom pessoal da maternidade não devem se sentir de fora; não estão alijadas. Há ‘corredores’ próprios nesse pavilhão para o exercício resignado da fé, do amor e da santidade, que faz muito bem aos filhos, ainda que não sejam propriamente seus. Não estou falando de gatinhos e cãezinhos (sem nenhuma restrição ao cuidado pelos animais). Estou falando de uma capacidade e uma sensibilidade superiores que estas recebem, do Criador, para serem hábeis preceptoras de filhos alheios, como se fossem seus. Nisto, também se redimem, em sucessão a Eva.

“Missão de maternidade”: excetuando a Missão Maior, a do Filho de Deus em favor da humanidade perdida, compartilhada com Seus seguidores, não há, no mundo, outra maior!    

Para celebrá-la, homenageando as mães, deixo mensagem musical sobre o amor de Deus, do qual o materno é a mais perfeita figura terrena. Seu compositor clamou pelo amor remidor de Deus quando ainda estava atrás das grades de uma prisão. Ao ouvir o hino, você poderá ter uma idéia sobre o que pensou e sobre o que vislumbrou, no futuro, quando passou pelas portas da prisão, libertado.

GRANDE AMOR, SUBLIME, ETERNO
HE THE PEARLY GATES WILL OPEN (1917)
[Ele Abrirá as Brilhantes Portas ] Frederick Arvid Blom (1867-1926)

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Bom Domingo, até a próxima!!… (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 250 : “SEM MERECER”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Maio de 2016

         “Você sabe o que é graça, não é?… Graça é favor imerecido. Quando a graça é da parte de Deus, esse favor imerecido é impossível de ser retribuído!” Foi isto que eu ouvi, nesta semana, de alguém que colecionou mais uma prova da bondade de Deus. Deus havia acabado de proporcionar uma grande vitória, o cumprimento de uma longa expectativa; aliás, não apenas uma: três vitórias muito especiais sobre longas expectativas, no mesmo mês.

O sentimento era de graças recebidas, favores imerecidos. No mesmo mês, mais um membro na família, tendo tudo corrido bem, e duas aprovações em processos públicos dos quais tomou parte, que antes chegaram a parecer impossíveis. Sentimento forte de favores imerecidos…

Ao sul da Turkia, na Ásia, existe um vilarejo chamado Klistra, nos arredores da cidade de Gokyurt. Cerca de 15 anos após a morte e ressurreição de Jesus, chegou lá o apóstolo Paulo, acompanhado de Barnabé. Naqueles tempos, chamava-se Listra. Ao chegarem lá, por causa da cura de um homem, aleijado de nascença, viram vários do povo se inclinarem diante deles, dizendo: “Os deuses baixaram entre nós, em forma de homens”.

Mas os apóstolos reagiram rasgando suas vestes, em sinal de humilhação e simplicidade, procurando impedir-lhes de cultuá-los (atitude bem diferente de certos ‘gurus’ de hoje). Então, disseram:

– “Varões, por que fazeis isto? Nós também somos mortais, homens assim como vós, e vos pregamos que destas cousas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra e o mar, e tudo o que há neles… E nunca se deixou por certo a Si mesmo sem testemunho, fazendo o bem lá do céu, e chuvas e tempos favoráveis para os frutos, enchendo os nossos corações de mantimento e de alegria” (Atos 14.14-16, BCF).

 

E não é? No meio de tantas incertezas, no meio de tantas previsões negativas, no meio de tantos vaticínios cinzentos, Deus nos tem alegrado com Sua boa mão. Ele ainda tem aprovisionado mantimento, vitórias e alegrias que podemos experimentar. Cada manifestação de Sua bondade é um ‘oásis’ de conforto no meio da dura jornada.

Os ouvintes de Paulo e Barnabé, na cidade de Listra, tiveram que considerar que seu desconhecimento do Deus vivo e verdadeiro não O impedira, por séculos, de derramar sobre eles os seus dotes de favorecimento. Tal como os ‘listrenses’, e tal como o autor das palavras que no topo reproduzi, somos compelidos a considerar: que fiz eu para merecer as graças que o Senhor tem derramado? Nada, de fato!

Mas, Deus é assim: “Deus não nos trata conforme os nossos pecados, e nem nos retribui conforme as nossas iniquidades” (Salmo 103. 10, NVI).  Deus é rico em misericórdia (Efésios 2.3). Ele é capaz de galardoar Seus filhos com dádivas e favores, mesmo sem que estes mereçam; e assim Ele faz!

Foi assim que o cristão da minha lembrança de hoje, anonimamente mencionado ao início, entendeu as benesses divinas experimentadas. Que vitórias! Que favores! Favores sem merecer! Só um faz como Deus faz: Ele mesmo, e mais ninguém! “Bendito  seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a Sua graça!” (Salmo 66.20, ARA).

Robert [Bob] Cain (1939-2000) era um cantor de rock e do rhythm & blues; era, também, um exímio trompetista e, com voz e instrumento, embalava noites e danceterias. Mas, um dia, o seu encontro com Jesus mudou sua vida; mudou, também, sua canção e seu horizonte: “I have a new song to sing [eu tenho uma nova canção para cantar]”, compôs e expressou. Na mensagem musical  de hoje, ele toma emprestada uma composição, e faz dela um testemunho; quão bem se encaixa para desfecho da reflexão de hoje.

WHY ME, LORD? (1972)
POR QUE EU, SENHOR?
Kris Kristofferson (1936-…)

Why me Lord? what have I ever done
Por que eu, Senhor? O que eu tenho feito
To deserve even one of the pleasures I've known?
Para merecer sequer um dos privilégios que tenho  
Tell me, Lord, what did I ever do
Diz-me, Senhor, o que eu fiz
That was worth lovin' you
Que fosse digno de te amar
Or the kindness you've shown?
Ou a ternura que me tens mostrado?

Lord, help me, Jesus, I've wasted it so
Senhor, ajuda-me Jesus, tanto eu desperdicei
Help me Jesus, I know what I am
Ajuda-me Jesus, eu sei quem eu sou
Now that I know that I've needed you so
Agora que eu sei que tanto tenho de ti precisado
Help me, Jesus, my soul's in your hand!
Ajuda-me, Jesus, minh'alma está em tua mão!
Try me, Lord, if you think there's a way

Prova-me, Senhor, se o Senhor pensa que há um meio
I can try to repay all I've taken from you
Pelo qual eu possa tentar retribuir tudo que de Ti recebo
Maybe Lord I can show someone else
Talvez, Senhor, eu possa mostar a mais alguém
What I've been through myself
O que tem-se dado comigo, por mim mesmo,
On my way back to you!
Em meu caminho de volta para Ti!

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Bom Domingo, até a próxima!!… (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional