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Author Archives: Ulisses Horta

Nº 291 : “QUEM CORROMPE O HOMEM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Março de 2017

   “O homem nasce bom; a sociedade é que o corrompe”. Certamente já ouvimos (ou lemos) isto em algum lugar, em algum momento. Alguns atribuem esta afirmação ao filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Por ela, dissemina-se que a grande infelicidade do homem está ao seu redor, porque no meio em que ele vive, a sua pureza natural se contamina, se deteriora, se corrompe.

   Na verdade, o que Rousseau disse foi um pouco diferente. Segundo ele, a natureza do homem, quando nasce, é dotada de liberdade, mas correntes de supressão da liberdade o cercam; é dotado de singeleza de espírito, de simplicidade, e depende de educação, para impedir que as forças corruptoras da sociedade o prejudiquem. É como se ele nascesse neutro e isento, piorando quando em contato com o meio em que vive.  Por causa disso é que se associa a frase lá do início com Rousseau.

   Se for assim, não se pode atribuir a uma espécie de maldade inerente do homem vender salsichas e linguiças, por melhor que seja o rótulo, embutidas com uma de quantidade de papelão, a preencher-lhe certa porcentagem; não se pode julgar o homem, quando mistura produtos químicos com a carne já em decomposição, de modo a mascarar sua decomposição; não é culpa da própria natureza do ser humano, quando alguns profissionais do alimento, com a concordância (ou, quem sabe, ordem) dos seus superiores da hierarquia da empresa, reprocessam parte de uma carne moída, ou  de mortadela, ou de presunto, já além do prazo de validade, para aproveitar a parte que está a se perder.

   Quando um grupo de operários, cumprindo ordens de seus superiores, mistura cabeças de porco junto à carne a ser processada e vendida, ou mistura resíduos em decomposição de aves, para aumentar a quantidade da embalagem, ou adiciona ácido ascórbico para restaurar aspecto sanitário à carne putrefata, não é isto um vício decorrente da natureza própria do homem. Quem assim procede foi induzido pela corrupção da própria sociedade. É assim que pensam – e defendem – os seguidores dessa concepção, em toda a sua extensão.

   Sinto muito desapontá-los, todos. Amparado na autoridade e no conhecimento de quem conhece o homem, tanto por fora quanto por dentro, direi que não é assim. Essa autoridade, na qual me amparo, pertence a ninguém menos do que quem fez o homem, viu a sua derrocada moral, mas também providenciou sua recuperação, a seu modo.

   De fato, podemos começar aqui: “Vede, isto tão somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas ele foi em busca de muitas invenções” (Eclesiastes 7.29, ARC). Algo lhe aconteceu, ainda no começo, que mudou toda a trajetória – sua e de seus descendentes: “Portanto, assim como por um homem entrou o pecado neste mundo, e pelo pecado a morte, assim passou também a morte a todos os homens por um homem, no qual todos pecaram” (Romanos 5.12, BCF).   Então, veja como Deus descreve os fatos, em Sua Palavra inerrante: Deus primeiro fez o homem bom, mas o pecado o corrompeu.

   Você há de convir que parece com o que os seguidores de Rousseau (e até ele próprio) defendem. O diagnóstico derivado do conceito de Rousseau é verdadeiro; porém, somente para um homem, não para todos: o primeiro, Adão. Depois dele, não há um justo, nem um sequer (Romanos 3.10, ARA). Assim, depois de haver-se corrompido o primeiro, todos que dele procedem também nasceram corrompidos, e não são naturalmente bons. Não é a sociedade que o corrompe, na verdade…

      O procurador federal Deltan Dallagnol disse, poucos dias atrás, que a corrupção, no Brasil, é sistêmica; o ministro do STF Luis Roberto Barroso disse que a corrupção, no Brasil, é sistêmica e estrutural; o jornalista Marco Antonio Villa disse que a corrupção, neste país, é sistêmica e arraigada. Entendo que eles estão certos, e estão falando de um conceito específico de corrupção. Eu, que não sou procurador, não sou ministro, nem sou jornalista, digo até mais do que eles: todos nós – o procurador, o ministro, o jornalista e eu também, como meras amostras de toda a humanidade (“toda”, mesmo) já nascemos com uma tal inclinação pecaminosa (a Bíblia chama de corrupção), que só um poder efetivo pode mudar isso: o evangelho remidor e resgatador de Jesus Cristo!

   Que fique bem claro, e que ninguém se iluda: “Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, da parte de Deus, nosso Salvador, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tito 3.4-6, NVI).  Amém! Graças a Deus!  

   Bill e Gloria Gaither contam que a vida de um homem lhes ‘inspirou’ a compor um hino: Pecador Salvo Pela Graça! Esse homem foi George Younce (1930-2005). George tinha 17 anos, quando deixou seu lar, alistando-se entre os paraquedistas. Lá, o que se esperava durar três meses de aprendizado de uma arte, tornou-se uma ‘escola’, por três anos, de tudo de que deve um jovem se afastar: fumo, maconha, álcool, vida de bar, e assim por diante. Dali, já um tanto esquecido dos valores espirituais que antes aprendera, seguiu para o Alasca, em busca de aventuras. Foi lá, longe de casa, que Deus lhe mostrou, numa noite de sono inconciliado, quão corrompida estava sua vida, quão apodrecido se tornara seu coração. E a esperança, onde fora parar? George reconheceu quão sem esperança estaria, sem Jesus…

 Voltando, dedicou seu coração ao Senhor, e sua vida ao seu Mestre. Quando contou sua história ao casal Gaither, encomendou-lhes: Que tal vocês comporem uma canção que fala da minha história? Vocês já sabem o que sou – não passo de um pecador, resgatado pela graça de Deus!… Não tardou surgir o hino, cujo estribilho diz:

Sou apenas um pecador, salvo pela graça de Deus
Quando eu caminhava para a morte, Ele tomou o meu lugar
Agora, eu vivo e respiro sob liberdade
Com cada fôlego de vida que eu tenho
Amado e perdoado, de volta à vida
Sou, tão somente, um pecador, salvo pela graça!

Ouça o hino, sob a interpretação de Heritage Singers.

SINNER SAVED BY GRACE (1986)
PECADOR SALVO PELA GRAÇA
Bill (1936-…) and Gloria Gaither (1942-…)

If you could see what I was once
Se você pudesse ver o que fui, um dia
If you could go with me
Se você pudesse ir comigo
Back to where I started from
Lá atrás, de onde comecei
Then I know you would see
Então eu sei que você veria
A miracle of love that took me
Um milagre de amor que me arrebatou
In its sweet embrace
Em seu terno abraço
And made me what I am today:
E me fêz o que hoje sou:
An old sinner, saved by grace!
Um velho pecador, salvo pela graça!

CORO
I’m just a sinner saved by grace!
Sou apenas um pecador, salvo pela graça!
When I stood condemned to death,
Quando caminhava condenado à morte
He took my place
Ele tomou o meu lugar
Now I live and breathe in freedom
Agora eu vivo e respiro em liberdade
With each breath of life I take
Com cada fôlego de vida que tenho
Loved and forgiven
Amado e perdoado
Back with the living
De volta com vida
I’m just a sinner saved by grace!
Sou, tão somente, um pecador salvo pela graça!

How could I boast of anything
Como eu poderia me vangloriar de qualquer coisa
I’ve ever seen or done?
Que eu jamais tivesse visto ou feito?
How could I dare to claim as mine
Como eu ousaria reivindicar como minhas
The victories God has won?
As vitórias que Deus conquistou?
Where would I be, had God not brought me
Onde eu estaria, não me tivesse o Senhor
Safely to this place?
Trazido a salvo até onde me encontro?
I’m here to say I’m nothing but
Estou aqui para dizer que nada mais sou, senão
A sinner saved by grace!
Um pecador salvo pela graça!

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Abraços, até à próxima (Tiago 4.15)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

N° 290 : “ALEPPO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Março de 2017

 

    Os irmãos de Yamen, de apenas 9 meses de idade, disseram aos resgatadores que a criança nunca havia dado um sorriso. Sonya Krush, resgatadora da Caritas International, sugeriu que a criança jamais tinha dado um sorriso porque jamais tinha visto alguém sorrir.

    Foi em condições precaríssimas, em meio a muito lixo e escombros de guerra, que a Caritas encontrou as seis crianças em Aleppo. Dividindo um único colchão nas ruínas, racionavam, diariamente, a pouca comida que o mais velho conseguia. Mohammed, de 12 anos, e sua irmã Hanna, de 10 anos, ficaram com a responsabilidade dos demais irmãos, desde que, num bombardeio à cidade, seu pai desapareceu, e sua mãe foi levada presa entre os ‘rebeldes’ sírios. Ibrahim (9), Doha (6), Zakaria (5) e o pequenino Yamen, de apenas nove meses, juntavam-se a Mohammed, o mais velho, fazendo de Hanna a única menina do grupo, a nova ‘mãe’ de Yamen. Este deixou a equipe admirada de como sobreviveu: quando os pais desapareceram, tinha 7  meses.

    Para conseguir alguma comida e água, Mohammed saqueava casas destruídas, em busca de metais para vender. Ele próprio, escondeu dos resgatadores um frasco de perfume que tinha, e que usava para beber: o álcool era sua fuga. Nas noites frias, além de se defender do frio, as crianças também tiveram que se defender, várias vezes, de intrusos que lhes vinham pilhar a comida racionada. E assim, sobreviveram por dois meses, depois do desaparecimento dos pais, até o  resgate. As fotos, delas tiradas quando ainda estavam em seu “lar”, mostram semblantes tristes, abatidos e desesperados. Roupas imundas, cabelos imundos, mãos imundas, foram todos recolhidos a um orfanato, onde ganharam comida e roupa limpa. Uma história profundamente comovente, que mostra a crueldade da guerra civil.

    “Aleppo”, em aramaico antigo, significa “branco”, em referência ao solo rico em mármore. Situada no extremo noroeste da Síria, fica bem ao lado de Antakia, a antiga Antioquia dos tempos bíblicos; esta, hoje, não mais no território sírio, e sim no turco. Próximo da metrópole que teve mais de cem mil cristãos, após o tempo do mártir Inácio, discípulo de João, que sucedeu a Pedro no pastorado da cidade, Aleppo recebeu a influência do cristianismo de Antioquia. Nos tempos de Alexandre, o Grande (356-326 a.C.), Aleppo foi chamada de Beréia; a motivação foi a Beréia da Macedônia, onde, mais tarde, os ouvintes de Paulo foram taxados de mais nobres que os de Tessalônica, porque conferiam na Escritura o que Paulo lhes dizia (Atos 17).

    Que dizer de um cenário e uma história tristes como estes? Primeiro, dizer do reconhecimento de mérito que merecem todos os que estão  se esforçando por minorar o sofrimento daquele povo, envolvido num conflito que já dura seis anos. Os que empreendem tais esforços por causa do evangelho de Cristo, são dignos de ouvir sua declaração: “Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mateus 25.40, NVI).

    Depois, ainda lembrando quanto um fato como esse incita o espírito solidário, agradecer tocantemente a Deus, porque vivemos sob paz; os que vivem sem ela dariam tudo para tê-la. “Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, na qual também fostes chamados em um mesmo corpo. E sede agradecidos" (Colossenses 3.15, BCF).

    Ademais, é inevitável voltar a pensar no lugar do descanso eternal que nos aguarda, onde “a morte já não existirá; já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisa passaram" (Apocalipse 21.4, ARA). É o lugar da nossa bendita  esperança. É ali que toda lágrima será enxugada, toda separação será reparada pela doce companhia do Cordeiro de Deus e dos remidos com ele, toda tristeza será suplantada pela alegria que ali, com fartura inesgotável, será usufruída. Oh! Que glória, que gozo será! Imagens como as das ruínas de Aleppo, do  desamparo de Mohammed, Hanna e seus irmãos, ficarão definitivamente para trás, no esquecimento da eternidade, que trará o cultivo somente dos fatos bons e gratificantes da existência celestial.

    O último dizer é uma oração, comovida e solidária: Deus, tu que estás no céu, mas também estás aqui no Brasil tanto quanto estás na Síria, alivia o sofrimento daquele povo, faz cessar aquela guerra atroz, e leva a redenção ao Mohammmed, à Hanna, aos seus irmãos, e a tantos quantos a graça bendita puder, segundo teu querer e tua bondade, alcançar. No Cordeiro, o Resgatador!

    Deixe concluir com minha mensagem musical. Foi escrita por um missionário da Georgia, Estados Unidos. Após passar longo tempo fora de casa, em seus estudos e depois no ministério missionário, decidiu que era hora de visitar os pais em casa. Isto se deu em 1914. Entretanto, com o tempo passado, foi ele advertido: – Olha, já se passou muito tempo desde que você saiu de casa;  seu pai passou por algumas enfermidades e lutas, e essas enfermidades o envelheceram muito. Não se assuste quando chegar em casa e, principalmente, não o assuste". De fato, o susto ocorreu. Pensando e reconhecendo que seu pai já não era mais o mesmo, que em breve já não estaria mais no mundo, e que ele próprio – filho, ainda que mais novo – caminhava para a mesma sina, mas lembrando das promessas do Livro das Palavras do Eterno, compôs ele esse magnífico hino. A interpretação, em inglês, é de Jim Reeves, apenas com a primeira e a última estrofes.

IN A LAND WHERE WE'LL NEVER GROW OLD (1914)
Numa Terra Onde Nós Nunca Envelheceremos
James Cleveland Moore (1888-1962)

I have heard of a land on the far away strand,
Eu tenho ouvido de uma terra naquela praia distante
’Tis a beautiful home of the soul;
Trata-se de um belo lar para a alma
Built by Jesus on high, where we never shall die,
Edificado por Jesus nas alturas, onde nunca morreremos
’Tis a land where we never grow old.
Trata-se de uma terra onde nunca envelheceremos.

Never grow old, never grow old,
Nunca envelheceremos, nunca envelheceremos
In a land where we’ll never grow old;
Numa terra onde nunca envelheceremos
Never grow old, never grow old,
Nunca envelheceremos, nunca envelheceremos
In a land where we’ll never grow old.
Numa terra onde nunca envelheceremos

When our work here is done and the life crown is won,
Quando nosso labor aqui se cumprir, e conquistada a coroa da vida 
And our troubles and trials are o’er;
E quando nossos problemas e provações terminarem
All our sorrow will end, and our voices will blend,
Toda a nossa tristeza vai findar, e nossas vozes se misturarão
With the loved ones who’ve gone on before.
Com os amados que tiverem ido antes de nós.

Ouça, com nosso

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Bom Domingo, boa semana,

Ulisses.

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 289 : “OU + TOPOS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Março de 2017

Finalmente, as previsões para o nosso país mostram um cenário diferente. Afasta-se o risco de reforma da previdência que venha a exigir aumento da idade de aposentadoria; o setor econômico passa a esperança de um 2018 completamente diferente, com otimismo; o desemprego, que hoje atinge mais de 15 milhões de famílias, vai cair para um patamar quase inexistente.

O melhor das previsões está no cenário político: já toma corpo a ideia de uma renúncia coletiva de todos os políticos, para promoção de novas eleições. A promessa é de que eles venham a público, mostrar, com transparência, suas contas bancárias, seus bens, e até o demonstrativo dos recentes apoios recebidos, para o eleitor distinguir claramente quem está sendo honesto.

Vislumbra-se uma mudança radical no setor de saúde brasileiro. O SUS vai se estruturar, de modo a superar, em qualidade, os serviços dos planos de saúde particulares. A inflação, que hoje tanto preocupa a economia nacional, vai cair a nível próximo de zero. O cenário é tão distinto do que se vê no presente, que a comunidade internacional já afirma: o Brasil é país do futuro, mas futuro próximo.

Será abalizada, confiável a fonte das informações que acima foram catalogadas? Que fonte é essa? Eu lhes digo: minha imaginação. Só mesmo na imaginação é que se pode conceber um cenário assim, para o Brasil dos tempos que a seguir hão  de vir. O nome que se dá para essa descrição é “utopia”.

Utopia é uma palavra que vem da língua grega. É constituída de duas partes: OU, que significa “não”, “negação”; TOPOS (donde veio ‘topia’), que significa “lugar”. Utopia, originalmente, se referia a um lugar que não existe, ainda que sonhado; um Shangri-La. Com o passar dos tempos, ampliou-se a aplicação: refere-se, também, a situação, cenário imaginário e quase impossível de se concretizar. À luz dos fatos que hoje conhecemos, descrever como acima descrevi o Brasil dos próximos dias é utopia.

Certa feita, participando de um congresso de professores, ao falar do padrão ético (procedimento, comportamento) que Deus espera daqueles que o temem, fiz menção de lembrança do que Jesus afirmou no Sermão do Monte: “Portanto, sejam perfeitos como  perfeito é o Pai Celestial de vocês” (Mateus 5.48, NVI). Imediatamente, um colega, também professor noutra instituição, refutou:
-­ Mas isto é uma utopia!
Isto me fez rebater, também de imediato:
– Utopia ou não, Jesus não nos deixou referencial ou parâmetro algum, inferior a este, em que pudéssemos nos espelhar…

E é verdade! Se alguém ler, com atenção, todo o capítulo 5 de Mateus – a primeira parte do Sermão do Monte – vai notar que Jesus prescreve vários procedimentos que parecem um tanto utópicos. Logo depois, arremata com a determinação destacada.

E, felizmente é assim: imagine se o referencial fosse algum ser humano, por melhor e mais qualificado que fosse… Imagine que fosse Sócrates, Platão ou Aristóteles; imagine que fosse Moisés, o varão mais manso sobre a terra; imagine que fosse Davi, o rei Davi, o “homem segundo o coração de Deus”; imagine que fosse Salomão, o homem mais sábio do planeta; imagine que fosse Pedro, o apóstolo mais destacado dentre os apóstolos; ou, imagine que fosse Paulo, o apóstolo mais dotado em revelações divinas.

Qualquer deles, feito referencial em lugar de Deus mesmo, geraria motivos para desapontamento. Sócrates, Platão, Aristóteles, Davi, Salomão, os apóstolos – todos foram nobres… Mas, todos cometeram também erros. Todos ofereceram ao menos algum motivo de decepção, algum dia. Assim, não serviriam para referencial indiscutível.

Portanto, a melhor escolha que Jesus Cristo poderia apontar, para nos apresentar referencial de conduta – melhor, não: a única – seria o Pai Celestial, “em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tiago 1.17, ACF). É claro: perfeição é com Ele mesmo, e só com Ele. “O caminho de Deus é perfeito e a palavra de Deus, refinada” (II Samuel 22.31, ARC).  

Mas, na hora de decidir por um modelo de ética para nos deixar, Jesus não escolheu nenhum exemplar humano; somente o ser divino lhe seria oportuno. Isto significa que não podemos nos desculpar por causa das falhas de outras pessoas. Utopia ou não, somente Deus, o Pai Celestial, perfeito como é, é o nosso modelo. Por isto, é nosso dever aprender tudo o que for possível sobre Deus: seu ser, seus atributos, predicados e qualidades. Temos que imitá-lo. Se te parece utópico, deixe de lado esse pensamento; apenas siga o que Jesus ensinou.   

Prá terminar, deixo na particularidade de sua audição um hino composto mais de um século atrás. O autor, que também teve um ministério pastoral muto envolvido com missões cristãs, o compôs quando perdeu duas queridas sobrinhas de difteria. O coral do Park College, em Parkville, Missouri, o cantou ao redor do hospital onde as sobrinhas do compositor estiveram internadas, por haver várias outras crianças infectadas.  

Near to The Heart of God (1903)
Junto ao Coração de Deus
Cleland B. McAfee (1866-1944)

There is a place of quiet rest, 
Há um lugar de suave descanso, 
Near to the heart of God; 
Junto ao coração de Deus;
A place where sin cannot molest, 
Um lugar onde o pecado não pode molestar,
Near to the heart of God!
Junto ao coração de Deus!

 O Jesus, blest Redeemer,
OH, Jesus, bendito Redentor, 
 Sent from the heart of God, 
Enviado da parte do coração de Deus,
Hold us who wait before Thee 
Sustém-nos, a nós que ante a Ti esperamos 
Near to the heart of God! 
Junto ao coração de Deus!There is a place of comfort sweet, 
Há um lugar de doce conforto, 
Near to the heart of God; 
Junto ao coração de Deus; 
A place where we our Savior meet, 
Um lugar onde nos encontramos com nosso Salvador
Near to the heart of God!
Junto ao coração de Deus!
There is a place of full release, 
Há um lugar de plena libertação, 
Near to the heart of God; 
Junto ao coração de Deus;
A place where all is joy and peace, 
Um lugar onde tudo é gozo e paz, 
Near to the heart of God! 
Junto ao coração de Deus!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 288 : “FANTASIAS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Fevereiro de 2017

O carnaval ‘taí, de novo. Eta Brasil devotado! Cada ano, mais que o precedente. Sem o menor pejo, transitam pelas ruas, e mesmo dentro dos estabelecimentos (como ontem vi, no supermercado), seres humanos fantasiados das mais variadas figuras. Uma das mais freqüentes que se passou a ver, ultimamente, é uma figura ‘feminina’, com diversos retoques artificiais, no corpo de alguém que nasceu homem. No estacionamento do supermercado, dois rapazes ‘transformados’ em figuras efeminadas, aparentemente paramentados para algum bloco, se beijavam sem qualquer recato…

As fantasias carnavalescas nasceram como disfarces. Bobos da corte, na Europa (especialmente França e Itália) usavam disfarces e máscaras para ocultar sua verdadeira identidade, produzidos para fazer rir os da corte. Assim surgiram os pierrots, arlequins e colombinas do Carnaval. Sob a inspiração dos bacanais e das saturnálias romanos, fantasias passaram a servir como uma espécie de salvo-conduto para todas as formas de licenciosidade. Transformou-se numa forma de exceção ao que, noutros dias, ainda se considerava ilícito.

Entretanto, o passar dos tempos vai estendendo a licenciosidade do Carnaval aos demais dias do ano.  Por isto, fantasias de Carnaval, hoje, não têm mais a pretensão de esconder identidades. A cultura dos nossos dias está proclamando que isto não é mais preciso.

Nesta reflexão, para os seus fins, ainda vou usar o vocábulo fantasia como sinônimo de disfarce. No ‘livro’ bíblico de Josué, capítulo 9, vê-se como os gibeonitas enganaram terrivelmente os israelitas com um disfarce; a Bíblia diz que os israelitas deram ouvidos aos fantasiados de forasteiros distantes, caíram na sua armadilha porque “não pediram conselho ao  Senhor” (Josué 9.14).

Com um disfarce, o rei Acabe desafiou a palavra do Senhor, entregue pelo profeta Micaías; disfarçado de plebeu, enquanto  Josafá, rei de Judá, trajava suas vestes reais, Acabe achou que se livraria do rei da Síria, que o perseguia; achou, mais que isso, que se livraria das mãos do Deus vivo. Um flecha, atirada ao acaso por um flecheiro sírio, foi suficiente para acabar com a vida de Acabe (ver todo o relato em I Rs 22).

Mas, na Escritura, o maior farsante das fantasias é o diabo. No princípio, ele derrubou Adão e Eva, ‘fantasiado’ de serpente. Eis o que o Espírito de Deus denuncia, a seu respeito: Isto não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. Portanto, não é surpresa que os seus servos finjam que são servos da justiça. O fim deles será o que as suas ações merecem” (II Coríntios 11.14,15, NVI).

Na realidade, o que a fantasia de disfarce, como “anjo de luz” esconde, é que ele é como “leão que ruge, procurando alguém para devorar” (I Pedro 5.8, ARA). No entanto, poucos percebem o leão; muitos enxergam o suposto anjo de luz.  Poucos enxergam os demônios, como serviçais de Satanás; muitos se enganam, quando pensam ver “ministros de justiça”.

Oportunamente, o Espírito adverte, pelo apóstolo Pedro, que a chave para não cair nas armadilhas do leão fantasiado de anjo de luz, dos demônios fantasiados de ministros de justiça, é ser sóbrio e vigilante. O ébrio sofre danos (além de provocá-los), e nem sabe quem o lesou; o inadvertido não percebe as astúcias. Mas o sóbrio, o vigilante, é capaz de discernir…

Sob o disfarce das tradicionais fantasias carnavalescas dos arlequins, dos pierrots e das colombinas, o mal era e é praticado sob a aparência de diversão – tudo é permitido! Desastrosa diversão; maligna diversão! Os olhos crus não conseguem perceber o verdadeiro autor dos atos, que está oculto atrás da fantasia.

Assim também quanto ao astuto inimigo das almas. Quantos de nós nos tornamos como que fantoches e marionetes, nas suas mãos nefastas, fazendo e falando o que ao terrorista do inferno  interessa, sem perceber que estamos servindo aos seus insanos propósitos.

“Resisti-lhe firmes na fé” (I Pedro 5.9, ARA), ordena-nos o Espírito de Deus; esteja, ou não, com fantasia, ou disfarce. Para tanto, usemos, todos os dias, a armadura eficaz de Efésios 6_10-20 (clique prá ler).

Nosso hino de hoje se espelha no Salmo 18. Fala daquEle que fornece toda a proteção da armadura de que falamos.

HE IS MY STRENGHT (1991)
Ele é a Minha Força
Paul Johnson (1946-…) & Steve Amerson (1954-…)

Acompanhe o grupo Prisma, cantando em Português, com nosso …

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 Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 287 : “VAGUEANTES”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Fevereiro de 2017

“Ele é uma tela em branco!”. Foi assim que a diretora do centro de apoio a idosos de Hereford, arredores de Londres, Inglaterra, se referiu àquele ‘interno’, sem qualquer identidade, quando a policial Sarah Bennett visitou o local, em 2016.

Sarah foi escalada para descobrir quem era aquele idoso desconhecido, com sotaque norte-americano, encontrado vagueando na cidade em 07 de Novembro de 2015. Quando foi encontrado, ele não sabia seu nome, não sabia onde estava, não sabia de onde viera, nem o que ali estava fazendo; não portava um documento sequer, ainda que trajando roupas novas. Exames médicos apontaram um caso de demência. Investigações policiais em toda a cidade e região não levaram à identificação de sua família. O sotaque reforçava a tese de ser cidadão norte-americano.

Repetidas vezes lhe perguntaram o nome, até que um dia, meses depois, pronunciou “Roger Curry”. Será que teria tido um rasgo de lucidez? Será que seus familiares morreram repentinamente, ficando ele só? Procuraram nas listas de desaparecidos, na imprensa, na interpol, e nada. Puseram na internet, nas redes sociais… Um dia, chegou pelo Facebook da BBC uma foto, com uma descrição, vinda de um casal da costa oeste dos EUA. Era, não só do outro lado do Atlântico, mas até na borda do Pacífico.

A história intrigante mobilizou uma legião de ‘detetives’: repórteres, internautas das redes sociais, e assim por diante. Um repórter da BBC, de Londres, tomou por empreitada descobrir as origens do suposto “Roger Curry”. Viajou aos Estados Unidos, foi ao casal, foi a Los Angeles, até que descobriu o que procurava. E o que descobriu foi de estarrecer. Chacoalhou e emocionou todos os que acompanhavam a história, curiosos pelo desfecho; um desfecho  surpreendente.  

O homem era, de fato, Earl Roger Curry. Viajou à Inglaterra levado pelo filho (Kevin) e pela esposa (Mary Jo), já em seu estado de demência. As investigações levaram à descoberta de três passagens aéreas para Londres, mas apenas duas de retorno. Lá, de acordo com o que foi arquitetado pelo filho, sob a passividade da mãe, foi abandonado num estacionamento, na cidade da Inglaterra. Depois, os dois voltaram para os Estados Unidos. Depois de oito meses num lar de idosos de outro país, Roger Curry voltava para sua cidade. Hoje, o ex-vagueante mora noutro lar de idosos, em sua própria terra, sob cuidados permanentes, enquanto o filho responde a processo.

A Bíblia fala de homens como Abel, Enoque, Noé e Abraão. Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar” (Hebreus 11.13-15, ARA). Depois deles, fala de mais outro tanto de vagueantes sobre a terra.

Na verdade, somos todos vagueantes, peregrinos, identificados em dois grupos: os “sem rumo”, e os “por rumo”. O primeiro grupo se refere aos que não têm consciência do seu destino, e simplesmente esperam que o futuro o mostre, vivendo um dia após outro.

O segundo grupo se refere aos que se assemelham aos personagens bíblicos acima citados: Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (Hebreus 11.16, ARA).

Estar no primeiro grupo corresponde à situação do Roger Curry, enquanto sua intrigante história não fora desvendada; não tinha identidade, nem origem, nem ninguém; não sabia o que se lhe faria. Estar no segundo grupo corresponde à situação do Roger Curry resgatado. Não voltou ao mesmo lar, pois o que tivera havia sido destruído por um incêndio; voltou à sua pátria, voltou à sua identidade, voltou às pessoas, dentre seus conterrâneos, que lhe deram atenção e carinho.

É assim que será, dentro em breve. Sairemos deste exílio terreal, vagueantes que somos. Conquanto no segundo grupo, encontraremos descanso, reencontros felizes, cuidado terno e eterno. Abraão vagueou em terra estranha, “porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11.10, ARA). Nós outros, ainda hoje também vagueantes, também aguardamos, pois logo vem. 

Ouça o hino de hoje, do nosso player  online (a primeira vez que o ouvi já se encontra muitos anos passados, quando ainda criança eu era): Seu autor foi companheiro de composições de ninguém menos do que Fanny Jane Crosby; se você não sabe quem foi, merece dar uma pesquisada na biografia – de ambos. 

O, THE WAY IS LONG AND WEARY
INDA É LONGE CANAà?
George Frederick Root (1820-1895)

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 Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 286 : “LIÇÕES DE VIDA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Fevereiro de 2017

Um dos meus maiores prazeres é garimpar histórias de vida de gente simples, detentores de ‘outras riquezas’. Por estes dias, um casal de vendedores ambulantes tentava convencer minha esposa a comprar algo em suas mãos. Escalado para pagar a conta, não resisti à curiosidade de lhes conhecer um pouco a história.

Sandra veio aos cinco anos de idade de Timbaúba, Pernambuco, para São Paulo. O irmão mais velho convenceu seus pais a vender tudo por lá, e vir tentar a vida cá no Sudeste. Mas, as coisas não deram certo, e tentaram, em vão, voltar para o nordeste. O pai, desiludido, adoeceu e faleceu sem realizar o sonho do retorno. Pouco depois, faleceu a mãe dela. Já na juventude, Sandra conheceu o Ademilton; para ela, apenas Milton. Ah! O Milton, pouca escolaridade, mas que nunca começa um dia sem leitura da Bíblia e oração a Deus.

Milton é mineiro de Turmalina, de onde saiu por causa da escassez no sertão mineiro. Desceu até Três Corações, à procura de emprego. Numa indústria em Elói Mendes, se tornou mecânico de montagem e manutenção de máquinas. Uma lesão grave na coluna, uma cirurgia de risco, o ‘encostaram’. Afastado do trabalho, enfrentou uma dura luta de seis anos para aposentar-se; foi tentar a vida em São Paulo, onde conheceu Sandra.

Um dia, depois de muitas lutas enfrentando os advogados do INSS (coisa que, em Brasília, muitos nem precisam fazer, mesmo com pouco tempo de “trabalho”, para ter boas aposentadorias), veio a boa notícia: sua esperada aposentadoria de um e meio salários mínimos tinha sido julgada a seu favor, lá no STJ. Direitos retroativos de seis anos lhe deram uma soma inesperada (mesmo com trinta por cento já ficando com o advogado).  

 Milton chamou Sandra numa conversa:
– Fia, se seu pai tivesse ‘inda vivo, era hora d’eu ajudar ele… Vamos a Turmalina? Preciso ajudar minha mãe, coitada…
Sandra, sem reservas, logo concordou. De São Paulo a BH, de BH a Araçuaí, de Araçuaí a Turmalina, de Turmalina à roça… E lá chegaram, alegrando o coração da pobre viúva. Entrar de novo naquela “tapera de adobe e taipa” (sic), com apenas duas portas que mal cabiam um corpo, e duas janelas que mal cabiam um rosto, trazia muitas recordações.
Mãe, quero fazer um barraco pra mim aqui nesse terreno, e quero saber se a senhora concorda e me ajuda…
Ajudo sim, meu filho.
E ajudar com que? Pelos três anos da construção, até os irmãos, cunhados e cunhadas criticaram Milton e Sandra: “Tão querendo tomar um pedaço do terreno de nossa mãe”.

Chegou o dia, três anos passados, casa pronta – casa de alvenaria e laje, bacana, uma “mansão”…
– Mãe, tá tudo pronto, tá na hora da mudança…
– E cadê tuas coisa, meu fio?
Milton e Sandra se dirigiram para a velha tapera, e foram buscando, um a um, os poucos pertences da idosa. “­Mãe, a casa num é pra nós não; já temo casa… É prá senhora mesmo! Se eu dissesse antes, nem tinha graça!”. Os olhos da mulher viraram torrente de cachoeira. Os irmãos, cunhados e cunhadas, engoliram em seco, enfiando a viola no saco.

E, prá mim, também já me segurando, a essa altura da história, ainda ‘filosofou’ o Milton: “A gente tem que fazer o bem com o que tem, e enquanto está por aqui, porque daqui não se leva nenhum bem material; só o espiritual”.

O Milton está certo; em tudo. Primeiro, tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes 9.10, ACF); segundo, “e poderoso é Deus, para fazer abundar em vós toda a graça, para que, abastados em tudo, abundeis em toda boa obra” (II Coríntios 9.8, BCF); terceiro, tal como disse Jó, “saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor” (Jó 1.21, NVI); quarto, “honra ao teu pai e à tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êxodo 20.12, ARA); quinto, não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.  Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração (Mateus 6.19-21, ARC).

Lição de vida, transmitem o Milton e a Sandra, em toda a sua simplicidade. Acabei comprando mais do que na intenção inicial: paguei pela ‘aula’, e meus netos ganharam, cada um uma lembrancinha.  O hino de hoje retrata de onde provém a mais genuína inspiração de vida: daquEle que, com desvelo e compaixão sem fim, demonstra a mais alta expressão de amor solidário.  

NO ONE EVER CARED FOR ME LIKE JESUS (1932)
(Ninguém Jamais Se Interessou Por Mim Como Jesus)
Charles Frederick Weigle (1871-1966)

Você vai poder ouvir uma versão em nosso idioma. 

Enquanto o coro da versão diz … 
Sempre cuidará de mim, meu Mestre,
Com desvelo e compaixão sem fim!
Nenhum outro tira a culpa do pecado.
Oh! como Ele ama a mim!

A letra original diz :
No one ever cared for me like Jesus
Nenhum outro jamais se importou comigo como Jesus
There's no other friend so kind as He
Não existe outro amigo tão gentil  quanto Ele
No one else could take the sin and darkness from me
Ninguém além dele poderia livrar-me do pecado e da escuridão
Oh! How much He cared for me!
Oh! Quanto se importou Ele comigo!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 285 : “PEQUENOS COMEÇOS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Fevereiro de 2017

 

Vocês podem dividir um único quarto, se quiserem, porque é somente um que temos livre… Assim disse o recepcionista da hospedaria, naquela noite, ao hóspede que acabara de chegar de viagem, procurando lugar para pernoite.  Era 14 de Setembro de 1898, cidade de Boscobel,  Wisconsin; a hospedaria era, na verdade o Boscobel Central House Hotel. O ar estava contaminado com a fumaça de tabaco, e com o ruído incômodo dos jogadores de pôquer, no hall e no salão  anexo do hotel.

John Nicholson (1859-1946), viajante, era hóspede frequente naquele hotel. Porém, tanto a cidade quanto o hotel estavam lotados, por causa de um evento. Nicholson teve que aceitar uma única cama que estava vaga, mas num quarto duplo, onde já havia um ocupante, Samuel Hill (1867-1936). Os dois homens foram apresentados, e Samuel Hill aceitou acolher o outro hóspede no seu quarto. Já no aposento, conversando, os dois homens recém apresentados um ao outro descobriram algo em comum: ambos eram cristãos convertidos.

Ante a surpresa, leram juntos e Bíblia, e começaram logo a se indagar sobre quantos outros hóspedes seriam, também, cristãos. Decidiram montar uma associação, com o fim de evangelizar, provendo Bíblias para os quartos de hotéis; depois, poderiam chegar a escolas, a hospitais… Marcaram uma data, e começaram a convidar pessoas para se aliarem a eles. No dia marcado – 1º de Julho de 1899, além deles dois, somente um terceiro cristão se ajuntou a eles: William (Will) Knights (1853-1940).

Não desanimaram, não desistiram. Naquele encontro, lendo em Juízes 6, 7 e 8 sobre a história de Gideão, e como este derrotou um poderoso e bem armado exército, de centenas de milhares de soldados, com apenas 3 centenas de homens, resolveram que sua associação evangelística seria chamada de “Os Gideões”. Apenas três cristãos, viajantes e comerciantes… Mas, logo receberam apoio de um pastor; depois, outros pastores e homens de negócios.

Passado um século, Nicholson, Hill e Knights não estavam mais vivos para ver o que se deu: em 2001, aquela associação alcançou o seu primeiro bilhão de porções bíblicas (Bíblias e Novos Testamentos) distribuídos. Em 2015, quatorze anos depois, dobraram a conta (2 bilhões), presentes em cerca de duzentos países, com o nome de “Os Gideões Internacionais”. O ritmo de 2016 projeta mais cinco anos para chegarem ao terceiro bilhão. Um pequeno e humilde começo, uma obra de grande vulto.

Se os dois homens desanimassem e desistissem, no dia daquela reunião de 1899, só porque apenas uma terceira pessoa atendeu seu convite, não se contaria essa empolgante história. Não se despreza o dia dos pequenos começos (Zacarias 4.10). O que aprendemos na ‘escola divina’, é que os pequenos começos podem chegar longe, alçar vôos elevados, surpreender com maravilhosas realizações, se estiverem nas mãos de Deus.

A Escritura contém vários exemplos: “Não é dos ligeiros o prêmio, nem dos valentes a vitória” (Ec 9,11, ARA); “Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes”  (I Coríntios 1.27, NVI).

De fato, na linha do tempo da ação divina, pequenos começos são germens que podem frutificar surpreendentemente. Ninguém deve pensar que, por conta da singeleza dos empreendimentos, ou das ideias, não haverá valor. “O Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (I Samuel 16.7, ACF).

O rei Asa, com um pequeno exército, derrotou o poderoso exército etíope daquela época – um milhão e trezentos mil guerreiros, porque Deus estava com ele (II Crônicas 14). Gideão, com seus trezentos, derrotou o poderoso exército midianita, de mais de cento e trinta mil soldados (Juízes 7).

Para redimir o mundo, Deus escolheu uma humilde vila na Judéia para enviar Seu Filho; e este, escolheu alguns pescadores e outros galileus, para transformar o mundo. Para Deus, não há pequeno, simples, humilde que não possa ser multiplicado e usado. Assim foi o pequeno grupo de Wisconsin; assim é em qualquer lugar. Pequenos começos, nas mãos de Deus, podem chegar longe, alcançar alturas.

 

Bom final de semana, boa semana a seguir!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 284 : “SE DEUS EXISTISSE…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Janeiro de 2017

 

Há poucos dias, Reinaldo dos Santos, 52 anos, conduzia seu carro de uma fazenda a outra, em Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul. Com ele, viajavam a esposa, Madilene Godoi, 34 anos, e uma filha de 5 anos. Numa determinada curva, ao que se investigou, Reinaldo perdeu o controle do carro, que capotou e bateu de lado numa árvore.

Reinaldo morreu na hora; Madilene, bastante ferida, orientou a pequena filha que saísse do carro, e andasse pela estrada deserta, em busca de socorro. A menina – 5 anos, apenas – andou cerca de um quilômetro, até que encontrou, numa fazenda vizinha, um operário; contou-lhe do acidente, falou que o pai tinha falecido, mas que a mãe estava viva.

O rapaz avisou seu patrão, e eles conseguiram avisar um parente da família, noutra fazenda. Ao chegarem ao local com o socorro, eis que Madilene também já havia falecido.  A notícia, veiculada ciberneticamente num meio jornalístico de grande circulação, provocou vários comentários dos leitores. Alguns chamam a atenção:
“Se deus existisse, eu daria uma doze (SIC) para essa criança se vingar dele quando crescer.”
– “Na hora da necessidade, descobre-se que deus é um ser imaginário.”
– “Deus salva a criança e deixa os pais morrerem… Deus é cruel e pedófilo”.
– “Deus é um ser imaginário. Se existisse um ser que sabe da tragédia que acontecerá com inocentes e nada faz pra evitar, este seria um ser mais perverso que um bandido”.

É fato: a história daquele casal e daquela criança traz um forte sentimento de consternação. Fico a imaginar as emoções que arrebataram o rapaz que primeiro ouviu o relato da menina. Acompanha-me um desejo intenso de que a vida daquela criança seja envolvida pela terna graça divina.

Mas, atinge-me um outro sentimento de piedade humana. E este se refere aos diversos leitores que escreveram comentários como os que transcrevi. A insolência das palavras, a audácia do pensamento que as impulsiona, produz mais temor por suas vidas do que a preocupação por aquela criança.

Ali está alguém que ficou órfã de pai e mãe; mas, poderá superar o trauma. Conheço quem conseguiu… No caso dos que se investem contra Deus, dos que afrontam o Altíssimo, dos que insultam e ultrajam o Ser Supremo, o risco que correm é muito maior e mais grave. Deus foi tolerante com os acintosos e desbocados habitantes de Sodoma e Gomorra. Porém, quando sua tolerância chegou ao fim, caiu o cálice da ira divina sobre aqueles arrogantes: Então, fez o SENHOR chover enxofre e fogo, da parte do SENHOR, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na terra” (Gênesis 19. 24-25, ARA).

É inconsequente inquirir o caráter de Deus, quando ocorre uma infeliz tragédia como a daquela menina tão pequena. Também questionaria eu: poderá alguém escarnecer de Deus, aquEle em quem só há retidão e não há injustiça, e ainda esperar que fique impune? Que Ele mesmo responda, em Sua Palavra: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7, ARC).

Por menos do que essas insolências, ordena o Soberano: “Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar em vão o Nome do Senhor seu Deus!” (Êxodo 20.7, BCF). Se já é grave ofensa a Deus usar Seu Nome com irreverência, com motivos fúteis, também o é faze-lo com tom desafiador, cético, crítico, leviano. Nós, seres humanos, não podemos perder a noção de quem é Deus! Portanto, muito cuidado com o que se pensa, e o que se diz de Deus (e a Deus)!

“Se Deus existisse…”, diz o insensato (Salmo 14). No fim das contas, o cético fala assim porque seu coração se rebela contra Deus; daí, tenta inverter os papéis, fazendo-se juiz e colocando Deus no banco dos réus. Deus não cabe no banco dos réus, que foi feito sob medida para o homem, para os que dEle se distanciam, e para os que o afrontam… Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra" (Oséias 6.3, ARC).

 

Nosso hino de hoje foi composto numa situação típica: seu autor estava passando por uma dura prova. Com a chegada do duro e longo inverno de 1974, os negócios (que dependiam de verão) foram de mal a pior – chegou a acumular uma dívida de não poucos milhares  de dólares. A família sentia a escassez e o racionamento. Perderam a própria casa. Sua esposa se dispôs a intensificar a oração junto dele, mas tudo parecia um tanto sem solução. Que contraste com dias de outrora.  Noites mal dormidas faziam fila, uma após outra.
Numa delas, lá pelas duas da fria madrugada, veio à sua memória a lembrança de que o Deus da fartura é também Deus na escassez; que o Deus das alturas é também o Deus dos vales, e que Ele promete andar junto, com sua vara e com seu cajado, também nos vales. 
Foi naquela madrugada fria, em meio a lágrimas e oração, que veio à luz esse hino de hoje. 
A interpretação de Lynda Randle é tocante; mexeu com o coração de todos, especialmente George Younce (1930-2005).

THE GOD OF THE MOUNTAIN…(1975)
O Deus da Montanha… 
Tracy Dartt (1944-  )

Life is easy when you're up on the mountain
A vida é fácil quando voce está no topo da montanha
And you've got peace of mind like you've never known.
E voce desfruta paz de alma como nunca dantes.
But things change when you're down in the valley.
Mas, a coisa muda, quando você está no fundo do vale
Don't lose faith for you're never alone!
Não perca a fé, porque você nunca está sozinho! 

CORO (ao final, três vezes):
For the God on the mountain is still God in the valley:
Pois o Deus da montanha é também Deus lá no vale:
When things go wrong, He'll make them right.
Quando as coisas não dão certo, Ele há de ajustá-las
And the God of the good times
E o Deus dos tempos bons
Is still God in the bad times; 
É também o Deus dos tempos maus;  
The God of the day is still God in the night.
O Deus do dia é também Deus durante a noite. 

You talk of faith when you're up on the mountain
Você fala de ‘fé’ quando está no topo da montanha
But talk comes so easy when life's at its best…
Oh, mas o falar vem fácil quando a vida está no seu melhor..
Now, it's down in the valley of trials and temptations
Mas é quando descemos ao vale das provas e tentações
That's where your faith is really put to the test.
Lá é que a tua fé é ralmente posta sob teste. 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Se vc desejar ver o vídeo desta interpretação, clique AQUI

Bom final de semana, boa semana a seguir!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 283 : “O MAIS IMPORTANTE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Janeiro de 2017

 

 

 

   Na Operação Lava-Jato, nos recentes dias, ele era personagem mais importante do que o próprio juiz federal Sérgio Moro. Afinal de contas, as delações premiadas de setenta e sete executivos da empresa brasileira Odebrecht estavam em suas mãos, aguardando homologação. Homologadas, estariam liberadas para publicação na imprensa. É óbvio que a expectativa desse momento polarizava-se entre dois extremos: a curiosidade da nação, e o receio dos delatados.

   Nesse ínterim, enquanto a força-tarefa e os assessores trabalhavam, resolveu ele tirar uns dias de folga. Para isto, a alternativa segura e despercebida da casa de um amigo rico em Paraty. Protegido por estratégias de anonimato, embarcou ele, na companhia do amigo, empresário do setor hoteleiro, num avião bimotor, além de duas convidadas. O ponto de partida foi o Campo de Marte, zona norte de São Paulo; o destino, a pequena pista de Paraty, antes de navegar para a ilha onde estaria, na casa do amigo.

   Porém, a apenas dois quilômetros da pista, por sobre o mar, alguma coisa ainda misteriosa aconteceu. O avião rompeu-se abaixo, caiu no mar, onde morreu o ministro Teori Zavascki (1948-2017), relator da Lava-Jato no STF. Aliás, morreram todos os cinco ocupantes da aeronave.

  Veículos da imprensa informam algumas coisas sobre o ex-ministro. Por exemplo, de sua personalidade introvertida, de seu recato, de seu profissionalismo técnico, de sua identidade histórica com correntes políticas – chegou a pedir votos, publicamente, para a ex-presidente, que o levou ao STF.

   Falam, também, de sua crença religiosa; contam que, horas antes da fatal viagem daquele dia 19 de janeiro, mandou um vídeo por whatsapp ao grupo da família; no vídeo, o místico indiano Sadhguru Jaggi Vasudev (1957-…) fala sobre a brevidade da vida, encorajando seus ouvintes a sorrirem para si mesmos todas as vezes que checarem as horas, e verificarem que ainda estão vivos. No vídeo, diz o guru que quase 250 mil pessoas morrem a cada dia; assim, quem está vivo deve celebrar. Para ele, o mais importante da existência humana é estar vivo.

   Não dá pra saber se, nos segundos finais de queda do avião, na fração de tempo do sinistro, Teori Zavascki se tenha lembrado daquela mensagem… Mas, o fato me compele a pensar numa mensagem alternativa à do guru indiano: a coisa mais importante da existência humana não é, simplesmente, estar vivo. Ora, bolas: usando uma expressão popular da moçada, ninguém pode “segurar a onda pra sempre”! Um dia, cai da prancha, vira e toma o caldo inevitável. Ninguém vive aqui para sempre…

   O mais importante da existência humana tem dupla dimensão: viver como se deve viver, morrer preparado para morrer! É isto! Se alguém está vivendo como não deve viver (nesta hipótese, incluo a mim mesmo, incluiria Zavascki, se ainda estivesse entre nós, e incluo o Sadhguru, além de quem me lê), está “batendo de frente” com quem lhe outorgou e mantém a vida; e, se alguém está caminhando para a morte sem estar para ela preparado, está desafiando quem mantém, em Suas Poderosas Mãos, o ‘controle remoto’ para cada um. Falo figuradamente: se Ele apertar o botão, desliga! A propósito, se há alguém que chega a ler estas linhas, e que não caminha para a morte (não importa se longe ou perto), pare logo de ler: este assunto não lhe interessa.

   Para um caso e para o outro, lembro conselhos muito úteis:

1) “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e antes que se aproximem os anos em que você dirá: ‘Não tenho satisfação neles’… Então o homem se vai para o seu lar eterno, e os pranteadores já vagueiam pelas ruas. Sim, lembre-se dele, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço, o pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12.1-7, NVI – Leia o texto completo AQUI). Em outras palavras, viver constantemente sob o temor de Deus (tem muita gente que ainda não sabe o que é isto).

2) “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam” (Salmo 23.4, ARA – Leia o texto completo AQUI). Em outras palavras, esperar pela morte (‘cedo’ ou ‘tarde’) na companhia do Bom Pastor, que é o Senhor Jesus Cristo!

   Isto é o mais importante! O resto, é nota de rodapé!

De uma das minhas gravações de trinta anos atrás, extraio uma mensagem musical para desfecho da reflexão de hoje.  Ouça, com nosso Audio Player online, logo após a letra (original e tradução)…

BEFORE YOU DIE, MEET THE LORD
ANTES DE MORRER, ENCONTRE-SE COM DEUS

Before you die, meet the Lord
Antes de morrer, encontra-te com Deus
Reach out and take His hand, heed His Word
Sê alcançado por Sua mão, dá ouvidos à Sua Palavra
Confess to Him you’re wrong, eternity is long!
Confessa a Ele que estás errado, a eternidade é longa!
Before you die, meet the Lord!
Antes de morrer, encontra-te com Deus!

If you could see and know just what a future holds
Se puderas ver e saber o que reserva o futuro
You’d never take a chance and loose your soul
Jamais terias chance, e perderias tua alma
But God above can see from here to eternity
Mas Deus do alto pode ver, daqui para a eternidade
So give it a thought my friend: meet the Lord!
Portanto, pense nisto, meu amigo: encontra-te com Deus!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

 

 

Bom Domingo, boa semana,
Ulisses

 Notas das citações bíblicas: 
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional 

 

 

 

 

 

 

 

N° 282 : “NOVO ANO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Dezembro de 2016

 

É a mesma coisa, ano após ano. Vai se aproximando o final do ano, e começam as retrospectivas do ano que vai se acabando. Por que será que, em geral, mais de dois terços das retrospectivas se concentram em fatos de desespero?

Algumas das retrospectivas que já se vão construindo: os atentados terroristas, na França e em outros lugares; a devastação do Estado Islâmico na Síria; os desastres aéreos alarmantes (EgyptAir, no Mediterrâneo; LaMia, na Colômbia; Tupolev russo no Mar Negro, e assim por  diante); as crises políticas severas em diversos países (inclusive Brasil); as revelações de que o fundo do poço nos casos de corrupção ainda não chegou; a recessão que parece não dar trégua; massacres étnicos; terremotos nos cinco continentes. É quase uma raridade aparecerem ‘boas’ notícias…

Olho para minha neta, olho para o meu neto, e me pergunto: em que mundo eles estarão vivendo, quando se aproximarem da idade adulta? O cenário parece lembrar o sexto século antes de Cristo, para um povo e um profeta, em particular. O povo era o judeu; o profeta era Jeremias. Qual era o cenário, qual o contexto do segundo livro bíblico (especialmente o capítulo 3) daquele profeta?  

Seu país se transformara numa espécie de joguete entre duas nações em conflito; muitos dos seus concidadãos já estavam cativos em terra estranha; na capital do seu país, havia fome, devido ao cerco militar; ele próprio – o profeta – teve que passar por várias provações e privações: além da forme, prisão numa masmorra, prisão numa cisterna, exílio em terra estranha, apedrejamento pelos seus compatriotas em pleno exílio. O choro do profeta é ouvido diante de Deus, à vista dos acontecimentos.

Depois de dois e meio anos de cerco a Jerusalém, as tropas de Nabucodonosor entram na cidade e promovem a destruição; era o ano de 586 a.C. O que as tropas deixaram de pé, o fogo, que se seguiu, consumiu. É nesse contexto que o profeta prega e escreve: Eu sou o homem que viu a aflição pela vara do Seu furor [de Deus]” (Lamentações 3.1, ARC). Daí em diante, até o verso 17 desse mesmo capítulo, o choroso profeta relata, em seu poema, a sequência de suas aflições. Os dois versos seguintes retomam o tom de prece: “Por isso digo: "Meu esplendor já se foi, bem como tudo o que eu esperava do Senhor". Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar” (Lamentações 3.18,19, NVI).

Entretanto, há uma luz no fim do túnel! Nem tudo está perdido! Nem tudo é só má notícia! Nem tudo é só desastre, recessão, consternação, miséria, intempérie, corrupção ou massacre: Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca” (Lamentações 3.20-25, ARA).

         Que motivos tinha o profeta para ver além, por trás do véu denso e sombrio do noticiário, e sentir-se aliviado, fortalecido, revigorado? Alguns elementos despontam, refletindo:

1.     Ainda que, em volta, nenhuma informação do noticiário traga alento, há alento em lembranças que podem trazer a esperança de volta; e ele diz – quero [ou, eu vou] trazer à memória o que me pode dar esperança!

2.     Se, a despeito de tudo em volta, ainda estamos vivos, de pé, e com força, tudo isto é mérito das misericórdias do Senhor, que são a causa de não sermos consumidos; tais misericórdias não têm fim – elas se renovam a cada manhã!

3.     A garantia de que as misericórdias do Senhor são inesgotáveis está no fato de que a Sua fidelidade também é inesgotável – Ele promete, Ele cumpre, e não falha! Nunca falhou!

4.     Então, o que mais me pode dar esperança, senão este alento que vem do Senhor? O Senhor é a minha porção… Nele esperarei… Não são as meras boas lembranças do passado que me podem alentar neste final de ano, véspera do Novo… O Senhor, o Soberano, o Todo-Poderoso, que tem o mundo, os governantes, a natureza em Suas mãos, é quem me pode dar esperança; portanto, esperarei nEle!     

O autor da mensagem cantada de hoje era muito próximo de Dwight Lyman Moody (1837-1899). Sua mensagem é de esperança, a verdadeira esperança, e de confiança em Deus!

LEAD ME GENTLY HOME, FATHER (1879)
GUIA-ME TERNAMENTE PRÁ CASA, PAI
Will Lamartine Thompson (1847-1909)

Lead me gently home, Father, lead me gently home, Father !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa, Pai! 

Lest I fall upon Your wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!

1. Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
When life's toils are ended, and parting days have come,
Quando as labutas da vida terminarem, e os dias da partida chegarem,
Sin no more shall tempt me, ne'er from You  I'll roam,

Pecado já não mais tentar-me-á, nunca me apartarei de Ti
If You'll only lead me, Father, lead me gently home.

Se apenas me conduzires, Pai, leva-me ternamente prá casa.

2.Lead me gently home, Father, lead me gently home !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In temptations hour, Father, when sore trials come…
Na hora das tentações, Pai, quando duras provações chegarem… 
Oh! Be near to keep me, take me as Your own
Oh! Sê perto para gaurdar-me, toma-me como um dos teus 
For I cannot live without You, leave me gently home!

Pois eu não posso viver sem Ti, leva-me ternamente prá casa! 

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'