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Author Archives: Ulisses Horta

N° 262 : “O MELHOR LUGAR DO MUNDO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Agosto de 2016

 

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, fez o seu papel e declarou que o Rio é o melhor lugar do mundo. Já os britânicos, que elegeram Belo Horizonte como sua “capital” nessas Olimpíadas, se encantaram e disseram que esta cidade é o melhor lugar do mundo. O compositor baiano que participou da abertura dos jogos olímpicos diz, em sua canção: “O melhor lugar do mundo é aqui e agora!”. Já a cronista e poetisa Martha Medeiros propõe: “O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço!”.

Afinal, qual é o melhor lugar do mundo? Eu, que não conheci tantos lugares no mundo (e, talvez, nunca venha a conhecer), também já tenho, não obstante, o meu palpite. Mas não vou me basear em impressões ou opiniões próprias. Vou me basear no Salmo 16. Se você quiser entender porque, confira o salmo inteiro, antes de mais nada. Dali, retiro que o melhor lugar do mundo não é um lugar paradisíaco, em algum dos cinco continentes (ainda que haja deslumbrantes lugares neles); não é, nem mesmo, o Brasil (ainda que haja lugares encantadores em nosso país); tampouco é um abraço caloroso (ainda que seja algo de sublime deleite). O melhor lugar do mundo é O ACONCHEGO DA MÃO DIVINA!

Do salmo, com o qual concordo na íntegra, tiro cinco boas razões para isto afirmar. Uma por uma:

1) Porque ali está o meu refúgio seguro: Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio!” (Salmo 116.1, ARA).
Refúgio é o abrigo seguro para a hora de tempestade, ou de fuga de animais ferozes, ou de seres humanos animais. Corrie Tem Boom (1892-1983) e sua família acolheram, no sótão de sua casa, na cidade holandesa de Haarlem, muitos judeus, por causa da fúria hitlerista. O local ficou conhecido como “Refúgio Secreto”. No aconchego da mão de Deus temos mais que um refúgio secreto. Como diz o poema: Abrigo eterno tenho no Salvador, ele esconde a minha vida em seu poder…”.

2) Porque é meu único bem legítimo e duradouro: Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente” (Salmo 16.2, ARA). A maioria das pessoas valoriza bens – casa, carro, móveis, sítio, jóias… Quem não tem, sofre por ver quem tem… Que tem, pensa que tem… Nenhum bem é legítimo, ou duradouro. Ou melhor, somente um, um único: o aconchego da mão divina. Outro bem não possuo, somente a ti, a tua boa mão, Senhor…  É o melhor lugar do mundo!  

3) Porque é a porção da minha herança e do meu cálice: O SENHOR é a porção da minha herança e do meu cálice” (Salmo 16.5, ARA). Quando alguém vai a um cartório, registrar uma certidão de óbito, ouve, do oficial: Que bens o(a) finado(a) deixou? Se forem bens de herança, exige-se o inventário, a partilha… Mas, toda herança é passageira; nunca ficou nas mãos do herdeiro, porque sempre passa a outras mãos. No aconchego da mão divina, porém, eu tenho uma herança legítima e duradoura, que não se transmite a mais ninguém: é minha, somente minha. E cada um que estiver nesse aconchego terá a sua. Portanto, não há melhor lugar no mundo do que o aconchego da mão divina.

4) Porque é o arrimo da minha sorte: “tu és o arrimo da minha sorte” (Salmo 116.5, ARA). Arrimo é um muro bem fincado e estruturado para conter a terra na encosta. Se a chuva encharca a terra atrás do arrimo, maior o perigo de desmoronar; precisa ser bem firme. Qual é a minha sorte, que serão dos meus dias? Não sei… Mas o que sei é: se Deus é o arrimo da minha sorte, seguro estarei. Então, o aconchego da mão divina é o melhor e mais seguro lugar do mundo!

5) Porque ali há alegria e perenes delícias: “Na tua presença há plenitude de alegrias e na tua destra, delícias, perpetuamente” (Salmo 16.11, ARA). O “Shangri-la”, o “horizonte perdido” do filme baseado no romance (1933) de James Hilton (1900-1954) não existe. Mas o “Shangri-la” que existe, o melhor lugar do mundo, é o aconchego da mão divina. Ali há alegrias que se experimentam até em meio à dor, ao infortúnio e à adversidade. Ali há delícias de projeção eterna. Não há melhor lugar no mundo!

Por fim, o que é o aconchego da mão divina? A existência humana começa na via denominada Criação; todos provêm dessa estrada. Depois, chega-se a uma bifurcação, onde ambas as placas – direita e esquerda – indicam o mesmo nome para uma das vias a percorrer – via da Providência. A diferença é que uma desemboca na via da Redenção, a outra, não. Triste daquele que, na bifurcação, deixando a via da Criação, pega a via da Providência à “esquerda”; vai dar num abismo sem volta. Feliz aquele que, na bifurcação, pega a via da Providência à "direita"; ela é trilhada sobre o leito da via da Redenção. Andar ali é estar no melhor lugar do mundo: o aconchego da mão divina!

Em 1926, certa autora compôs um belo hino, que o Quarteto Templo interpreta aqui, em nosso idioma. 

ROCK OF AGES, HIDE THOU ME (1926)
Rocha Eterna, Esconda-me em Ti
L. R. Tolbert (?-?)  
Música de Thoro Harris (1874-1955)

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Bom Domingo, boa semana,
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 261 : “DA BACIA PARA AS CESTAS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 31 de Julho de 2016

Dez anos depois, lá na cidade sul-mineira de Pouso Alegre, pouco antes do início da Olimpíada do Rio, ele voltou para pagar a bacia da avó. Ela recebeu a “devolução” rindo à toa, embora observando: “não é igual, mas tá ótimo!” Em 2006, vidrado pelo basquetebol, sem ter como treinar, num ambiente familiar de muita limitação, Cristiano da Silva Felício (1992-…) pegou a bacia usada da avó, cortou o fundo e improvisou o “aro”. E assim começou a treinar, em casa mesmo. Foi na casa dos avós, porque era ali onde ele morava, com os irmãos, e os pais; não tinham como morar em sua própria casa…

Dois anos depois, uma equipe paulista o levou, em troca de hospedagem e material esportivo. Pouco depois, uma temporada numa equipe de Belo Horizonte e outra numa equipe do Rio. Foi quando foi “descoberto” pelo Chicago Bulls, nada menos que a ex-equipe do astro Michael Jordan. Ali, depois de contratado, deslumbrou a América, e é chamado de “a fera brasileira” (a despeito de sua ‘docilidade’ pessoal). Nesta semana, ele deve estrear numa Olimpíada, com a seleção brasileira, com seus 2,08 metros de altura e 125 kg. Da bacia da vó, para as cestas de uma Olimpíada: dez anos!

A vida nem sempre é assim, com reviravoltas positivas de curto prazo. Bem! Isto, para quem pensar que dez anos seja curto prazo. Mas, a história de Cristiano Felício é uma ilustração interessante. Entrou no grupo da seleção que disputará a Olimpíada por causa do corte de outro jogador, por problemas físicos. O infortúnio de um transforma-se na oportunidade do outro. De garoto humilde, família humilde, treinando num aro de bacia cortada, para a vitrine do mundo. Dez anos atrás, podia sonhar. Mas, sentar, pela primeira vez, no banco do Chicago Bulls, como jogador profissional, o manteve rindo do começo ao fim do jogo: “Eu simplesmente não conseguia parar de rir!”.

Faz-me lembrar o salmista do exílio babilônico: “Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Salmo 126.5,6, ARA). O povo de Deus vinha passando mais do que uma geração no exílio, em terra estranha. O retorno, a retomada da vida normal, traduzem o significado: o júbilo da ceifa é bem maior, quando a semeadura é em lágrimas; carregar os feixes da colheita depois que o andar semeando foi sofrido e chorado é recompensa que valoriza o que passou.

Qual de nós ‘olhará’ para o passado – seja mais remoto ou mais recente – sem reconhecer que houve provas suficientes da bondade de Deus, proporcionando superação? Bendiga ao Senhor a minha alma! Não esqueça de nenhuma de suas bênçãos!  É ele que perdoa todos os seus pecados e cura todas as suas doenças, que resgata a sua vida da sepultura e o coroa de bondade e compaixão, que enche de bens a sua existência, de modo que a sua juventude se renova como a águia” (Salmo 103.2-5, NVI).

Outra coisa: ainda que a enfermidade seja definitiva, nesta vida, ela se limita a esta vida: no céu não haverá enfermidade. Ainda que não haja fartura de bens nesta existência, esse déficit se limita a esta vida: no céu haverá uma tal fartura como ninguém, jamais, imaginou. Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas” (Habacuque 3.17-19, ACF).

Neste exato momento, cada um de nós sabe como está sua própria vida. Se está, ainda, na fase da bacia, ou na fase das cestas… Se está na fase do exílio, ou na fase da restauração… Na fase da semeadura entre lágrimas, ou na fase da colheita sob júbilo… Não importa! Deus é o mesmo: o mesmo do passado, seja no presente, ou mesmo no futuro. Não te esqueças, ó minh’alma, de nenhum dos Seus benefícios!

“…no seu favor está a vida; o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30.5, ARC). Se pensarmos bem, se prestarmos atenção, sempre há incontáveis razões para agradecer a Deus, para louvar Sua Providência, para jamais esquecer de Seus preciosos benefícios. A despeito de tudo, de todos e de nós mesmos!

Quando Jake Hess (1927-2004) cantou, junto com o grupo, So Many Reasons  (Muitas Razões), sua vida já andava por um fio. Depois de algumas paradas cardíacas, andava com um indispensável desfibrilador dentro do peito. Mesmo assim, cantou com alma o  que cantou…  

SO MANY REASONS (1964)
TANTAS RAZÕES
David Reece (1928-1999) & Jimmie Davis (1899-2000)

Grupo:
So many reasons why I love the Lord,

Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His Word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra 
So many reasons I can't count them…
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las… 

Jake Hess:
One is how He saved me at an old-time altar,

Uma [delas] é como Ele me salvou
Diante de um altar daqueles, dos antigos 

He placed within my heart this joy I know
Ele pôs dentro em meu coração este gozo que [agora] eu conheço 
And He changed my life completely,
E Ele mudou minha vida completamente 
Gave me hope for tomorrow,
Deu-me esperança face ao amanhã 
That's the reason why I love Him so !
Eis a razão porque eu tanto O amo !
(Lágrimas rolam da face daquele que canta, com voz embargada)

So many reasons why I love the Lord,
Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His Word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra 
So many reasons I can't count them…
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las… 
There's just so many reasons I can't count them.
Simplesmente há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las. 

So many reasons I can't count them…
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las… 

 

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Bom Domingo, boa semana,
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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Nº 260 : “PORQUE DEUS É DEUS!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Julho de 2016

 

Já havia perdido a noção de como é… Afinal, já se vão lá algumas décadas em que eu e minha esposa passamos pelas circunstâncias. Mas, foi só chegar o ansiado privilégio de ter em casa a filha, com a netinha de um ano e meio e com o netinho de três meses, e pronto! Veio tudo à tona, na lembrança…

Uma hora é um, que precisa ser amamentado; outra hora é a outra, que requer seu alimento… Mas, tem hora que os dois demandam ao mesmo tempo. Aí, ou alguém mais ajuda, ou um fica pra depois… Uma hora é uma, que precisa, ‘urgentemente’, de uma troca do vestuário… Outra hora, é o outro, por semelhantes motivos… Mas, tem hora que os dois combinam, ajustam os cronômetros sem que ninguém saiba, e pronto! Corre-se de um lado e do outro, ao mesmo tempo, se possível fosse.

E à noite? Embora voz de criança não permita discernir se um vai ter timbre de baixo ou de tenor, se a outra vai ser soprano ou vai ser contralto, os ensaios do ‘dueto’ não perdem a hora. E não se importam com horário: começam, não raro, adiantando o horário, e avançam, fazendo até “hora extra”. Nessas horas que a memória volta no tempo. Cuidado desdobrado! Criança não tem horário… Alguém já conseguiu dizer para crianças, na primeira infância – agora é hora de dormir – sendo prontamente atendido? Ou, então – agora que é a hora de brincar, de conversar… – sendo compreendido? Ou então – Por que sempre prefere chorar nas madrugadas? Que tal deixar pra chorar de dia, que é a hora mais apropriada? – o ‘trato’ dando certo? Pelo contrário, a experiência demonstra que uma criança exige atenção o tempo todo, cuidado integral, porque não há muita ‘programação’ de horários; duas crianças, trabalho dobrado. Fico imaginando quem tem trigêmeos… Ou quadrigêmeos…

Daí, eu, como filho de Deus, penso: ainda bem que Deus é divino, e não humano. Deus tem filhos em toda parte. Ele lhes dedica (mesmo que a olhos humanos não pareça) Seu cuidado da mesma forma, ao mesmo tempo, com o mesmo zelo. Já pensou se Deus se visse sob o apuro das mães, quando exclamam: Ai, socorro! Quem eu vou socorrer primeiro? De jeito nenhum… O fato de ter incontáveis filhos em incontáveis lugares do planeta, ao mesmo tempo, não Lhe subtrai capacidade de devotar atenção plena a todos; porque Deus é Deus! Nem, tampouco, de Lhes oferecer igualdade na atenção… Nem de Lhes perceber, detalhadamente, cada necessidade… Não raro, mães (principalmente as pouco treinadas) dizem – o que é ela (ou ele) tem agora? Deus, não! Conhece cada uma de nossas ‘manhas’, cada uma de nossos anseios, cada um de nossos ‘choros’. Não importa quantos filhos sejam, ao mesmo tempo, nem em quantos lugares estejam…   

Pois os olhos do Senhor estão atentos sobre toda a terra para fortalecer aqueles que lhe dedicam totalmente o coração (II Crônicas 16.9, NVI). Foi assim que o profeta advertiu a um rei de Judá, depois de 36 anos de reinado deste, quando tal rei deixou de confiar em Deus, confiando mais no homem. E o apóstolo lembra, depois de várias exortações: “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atento à sua súplica” (IPedro 3.12, ARA). O mesmo apóstolo encoraja cada filho de Deus a lançar sobre o Todo-Poderoso toda ansiedade, “porque Ele tem cuidado de vós” (I Pedro 5.7, ARA).

Veja só a diferença entre o ser divino e o humano: Seus olhos estão em toda a terra; Ele não perde uma cena… Homem e mulher, depois que lhes chega o primeiro filho, aprendem o valor de uma boa noite de sono; ficam ávidos por ter, de novo, esse privilégio. Deus, porém, não cessa o Seu cuidado, seja de dia, seja de noite: “… não dormitará aquEle que te guarda; é certo que não dormita, nem dorme, o guarda de Israel” (Salmo 121.5, ARA). “Israel”, nesse texto, equivale, por figura, a todos os filhos de Deus, em todos os tempos, em toda parte. Cuidado constante, sem intervalo para descanso… É assim que Deus é… Porque Deus é Deus!  

Certo mensageiro musical buscou capturar essa idéia em sua composição. Com ela, desfecha-se esta reflexão de hoje…  

DEUS CUIDA DE MIM (1999)
Kleber Lucas Costa (1968 – …)


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Abraços, até próximo Domingo (Tg 4.15) 

Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 259 : “DESIDERATA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Julho de 2016

– Agora, vamos aprender um belo poema em inglês! Foi assim que o professor de Inglês introduziu um exercício da literatura norte-americana à sua classe de aprendizes do idioma. Tratava-se do poema “Desiderata”. A palavra, por sinal, é de origem latina – significa aspirações. E logo exibiu o poema surgido em 1927, de autoria do norte-americano Max Ehrmann (1872-1945). Em 1942, foi usado na guerra, para encorajar soldados; da mesma sorte, na guerra do Vietnam (1955-1975). Em 1956, se tornou texto padrão na liturgia de uma igreja evangélica em Baltimore, e daí ampliou a fama. Leonard Nimoy, o dr. Spock, de Jornada nas Estrelas, o recitou; no Brasil, a versão ficou famosa na voz singular de Cid Moreira.

Eis algumas partes do texto: "Siga tranqüilamente entre a inquietude e a pressa, lembrando-se de que há sempre paz no silêncio…  Tanto quanto possível sem humilhar-se, mantenha-se em harmonia com todos que o cercam. Fale a sua verdade, clara e mansamente. Escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história… Viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar… Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas… Seja você mesmo. Sobretudo, não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira,  pois, no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva. Aceite, com carinho, o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude…Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui e, mesmo se você não pode perceber, a terra e o universo vão cumprindo o seu destino. Procure, pois, estar em paz com Deus, seja como for que você o conceitue… Caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade".

Max Ehrmann, de origem germânica, era cristão evangélico em sua formação familiar. Entretanto, seu afamado texto tem mais de auto-ajuda do que preceitos divinos. Por exemplos: enaltece a paz que provém do silêncio; Jesus propõe outro tipo de paz, “a minha paz” (“não vo-la dou como a dá o mundo, diz Jesus – João 14.27). Propõe que cada um tem sua verdade, o que é bem típico da pós-modernidade; no entanto, a Escritura reivindica que ela e Cristo são uma única verdade, verdade única! Propõe – seja você mesmo (o que parece bom), mas a melhor proposta é ser o que Deus quer sejamos. Doutrina que nós, seres humanos, tanto quanto o restante da natureza, somos filhos do universo, como se a Natureza fosse “mãe universal”; o pior de tudo é a aceitação de que o homem pode estar em paz com o ‘deus’ que ele próprio concebe.

O mesmo está acontecendo hoje em dia. Quantos têm ‘aproveitado’ a beleza poética, a linguagem estética de pensadores, abandonando a legitimidade suficiente da Palavra de Deus. Pregadores e sacerdotes têm feito seus malabarismos verbais e áudios-visuais, no intuito de prender atenção. Mensagens e pregações, que deveriam ser cristocêntricas e fundamentadas na Bíblia, resvalam para apelos sensoriais. Professores procuram cativar a inquieta geração com entretenimentos, divertimentos e piadas.

Estes registros não deixam de ser uma denúncia. Mais que isso, um alerta. Cumpre-se a Escritura: Pregue a Palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos [fábulas] (II Timóteo 4.2-4, NVI). Nisto, o apóstolo cobra do seu discípulo pregador: não misture a verdade de Deus com a pretensa verdade humana; não substitua a Palavra de Deus por outros atrativos.

Tempos perigosos, os de hoje. A estética se sobrepõe à ética, que se sobrepõe aos genuínos princípios. Melhor é o oposto: os princípios governam a ética; a estética é ornamento. O apóstolo tinha razão, pois o Espírito de Deus o inspirou. É preciso cultivar a verdade com mais carinho, pois as fábulas e os mitos são tais quais ervas daninhas: brotam e crescem mesmo sem se plantar ou regar. Preste atenção: “Eu me espanto de que, deixando aquele [evangelho] que vos chamou à graça de Cristo, estejais passando assim, tão depressa, a outro evangelho” (Gálatas 1.6, BCF).

Não há desiderata mais sublime: quer um norte seguro (1)? Quer aprovação (6)? Quer integridade e pureza (9,11)? Fonte de regozijo (14)? Tesouros e conselhos (18, 24)? Conforto, consolo, alento (28, 50, 57, 81)? Respostas para as dúvidas (41, 42)? Fonte de bem (65)? Força para a hora da angústia (92)? Sabedoria e prudência (100)? É só ir ao Salmo 119, e usar os números entre parêntesis como índice, para os versos. Desiderata de Davi, a nos inspirar hoje! 

Volto com uma expressiva mensagem musical, inspirada na vida do pequeno Samuel. 
O seu compositor, escocês de Edimburgo, não obstante haver composto mais de uma centena de hinos, viveu apenas 41 anos de idade. Após a transcrição da letra, nosso AudioPlayer online, para ouvir, em canto A Cappela… 

THE CHILD SAMUEL (1854)
O Menino Samuel
James Drummond Burns 
(1823-1864)
(Melodia de Arthur S. Sullivan : 1842-1900)

Oh, give me Samuel's ear…
Oh, dá-me os ouvidos de Samuel…
The open ear, O Lord,
O ouvido aberto, ó Senhor, 
Alive and quick to hear
Atento e lépido a ouvir 
Each whisper of Thy Word!
Cada sussurro da Tua Palavra!
Like him, to answer at Thy call,
Tal como ele, responder ao Teu chamado, 
And to obey Thee first of all.
E obedecer a Ti antes de tudo.  

Oh, give me Samuel's heart…
Oh, dá-me o coração de Samuel…
A lowly heart, that waits
Um coração humilde, que contempla
Where in Thy house Thou art,
Onde, em Tua casa, Tu estás, 
Or watches at Thy gates!
Ou vigia em Teus portais!
By day and night, a heart that still
Seja ao dia, seja à noite, um coração que, silente
Moves at the breathing of Thy will.
Move-se sob o resfolegar da Tua vontade.  

Oh, give me Samuel's mind…
Oh, dá-me a mente de Samuel…
A sweet, unmurmuring faith,
Uma doce fé, sem murmuração,  
Obedient and resigned
Obediente e resignada
To Thee in life and death!
A Ti, seja na vida ou na morte!
That I may read with childlike eyes
Que possa eu ler com olhos como de criança
Truths that are hidden from the wise!

Verdades que são ocultas aos sábios! 
 

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Abraços, até próximo Domingo (Tg 4.15) 
Ulisses

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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 258 : “ENKRATEIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Julho de 2016

Há poucos dias, ainda me dediquei à tarefa do desfazimento de pertences remanescentes que foram de minha tia, falecida em 2015. Desta feita, livros que pertenceram ao seu esposo, meu tio Onofre, falecido em 1990. E, dentre eles, indivíduos como “T. Lobsang Rampa”, pseudônimo de Cyril Hoskins, farsante britânico que se proclamava como tendo recebido a reencarnação do suposto lama tibetano de seu codinome. Os livros eram “A Terceira Visão” e “O Médico de Lhasa”, que tanto sucesso fizeram na década de Setenta, no Brasil. Uma das marcas da sua doutrina era a pregação do autodomínio.

Disse o filósofo Aristótles (384~322 a.C.): “O sábio não fala tudo o que pensa, e sim, pensa tudo o que fala!”. Se isto for verdade, digam-me: alguém pode me indicar onde existe um sábio? Martin Luther King (1929~1968) afirmou: “Para suscitar inimigos, não é preciso iniciar uma guerra; basta falar o que se pensa!”.  

De um modo geral, somos reservados em reconhecer, publicamente, quanto somos precipitados. Mas, quando provocados, acabamos obrigados a reconhecer a verdade: que precipitação é marca universal nossa. Por estes dias, pensando na virtude do auto-domínio, fiz uma pequena enquete por amostragem empírica. Minha enquete, mostrou o que eu já imaginava (e, nela, incluí a mim mesmo): de cada dez pessoas consultadas, não menos que dez já se arrependeram por causa de alguma precipitação – seja no falar, seja no agir, ou ao menos no pensar. Não escapa um de nós…

A sabedoria divina ensina: Assim como não é bom ficar a alma sem conhecimento, peca aquele que se apressa com seus pés” (Provérbios 19.2, ACF); e, ainda: “Você já viu alguém que se precipita no falar? Há mais esperança para o insensato do que para ele!” (Provérbios 29.20, NVI). Por isto, exalta a virtude do "domínio próprio" que se encontra entre as que frutificam do Espírito, em Gálatas 5.23.

A palavra grega que o texto ali usa é ENKRATEIA. Ela tem duas partes justapostas – uma preposição e um radical. A preposição é EN (no grego é EG, que vem de EGO, “eu”; mas, na junção, pronuncia-se EN); traz a idéia de self (auto). KRATEIA é governo, domínio, e é a mesma palavra que aparece em democracia, autocracia, burocracia, etc…  

Por que “domínio próprio” é uma virtude? Porque ela evita as conseqüências danosas e nefastas da precipitação. E por que é virtude considerada como “fruto do Espírito”? Primeiro, porque o apóstolo, nessa epístola aos gálatas, ao estabelecer seu contraste, o faz em relação às obras da "carne"; precipitação é inteiramente peculiar à natureza humana dada a si mesma. Segundo, porque, ao usar a metáfora do fruto, aponta que a virtude é um resultado a ser cultivado; não brota ‘por conta própria’, como o mato, que ninguém precisa plantar ou cultivar. Terceiro, porque não se trata de uma qualidade natural do espírito humano, e sim, operada pelo Espírito divino. Basta ler-se o verso 16 do mesmo capítulo, e seremos convencidos de que o seu contraste não é meramente dualista, gnóstico – carne versus espírito (humano). Seu contraste é “carne” (isto é, metonímia para o homem em sua natureza ‘natural’) e Espírito (isto é, o Espírito de Deus, naquele trabalho que Ele realiza em nosso espírito, para controlar, purificar e amoldar a natureza ‘natural’).

Curioso dilema: ENKRATEIA é autodomínio; mas, se depender somente do “auto” (do ego, do eu), nunca ocorrerá a contento. Por isto, a necessidade do Espírito de Deus. Na ministração do domínio próprio que provém do Espírito de Deus, somos conduzidos ao refreamento de toda forma de precipitação. Pelo ensino divino através do apóstolo, temos: “…aplicando, vós, todo o cuidado, ajuntai à vossa fé a virtude, e à virtude o conhecimento, e ao conhecimento a temperança…” (II Pedro 1.5,6, BCF). “Temperança”, segundo o dicionário, equivale a autodomínio; é a qualidade de quem tem sobriedade, equilíbrio, moderação, comedimento.

No ensino dos lamas tibetanos, do budismo, e de outras formas de doutrina centradas no homem e seu próprio ego, seu espírito (como na Yoga), trata-se de um exercício pessoal. No ensino que a tudo sobrepuja, nenhuma virtude pode o homem cultivar só por  si – muito  menos a ENKRATEIA. Por isto diz a Bíblia : “Andai  no Espírito, e jamais satisfareis a concupiscência da carne” (Gálatas 5.16, ARA). É, portanto, um exercício humano com a ajuda indispensável do 'fisioterapeuta' divino; quer dizer, o "psicoterapeuta" divino.  

Encerro com mensagem musical de um clássico sulino norte-americano, estilo negro spiritual. A autoria precisa é desconhecida; a tradição diz que proveio da cultura afro-americana, oriunda de escravos cristãos, em tempos que levaram à guerra da secessão do século XVIII. A execução é meramente instrumental – dois trompetes e um trombone, executados por três militares cristãos do exército  brasileiro. Na letra, o poeta (ou a poetisa) declara:

Eu sou fraco, mas Tu és forte (I am weak, but Thou art strong)
Jesus, guarde-me de todo o mal (Jesus, keep me from all wrong)
Eu estarei satisfeito enquanto (I'll  be satisfied as long)
Enquanto ando, permita-me andar juntinho de Ti! (As I walk, let me walk close to Thee)

JUST A CLOSER WALK WITH THEE
Tão Somente um Andar Íntimo Contigo

Compositor e data desconhecidos

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Até à próxima


Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 257 : “R-M-D”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Junho de 2016


Segundo a imprensa noticiou, a partir de informações de familiares, no último dia 14, o ex-marido de Patrícia Teixeira atirou contra ela e contra a sogra, Maria dos Santos Teixeira. Sua motivação foi o inconformismo com o fim do casamento, ocorrido dois anos antes. Patrícia estava morando com a mãe no Complexo do Alemão, favela do Rio de Janeiro. Maria foi baleada na cabeça e morreu na hora; Patrícia agonizou por três dias num hospital estadual, mas não resistiu. Deixou um filho de sete anos, agora sob cuidados da tia. No dia do sepultamento, o garoto ainda não sabia da morte da mãe, nem que o autor era o próprio pai, que suicidou-se depois dos desatinos.

Numa das reportagens escritas sobre esse trágico evento havia aquele tradicional espaço para comentários de matérias publicadas na internet. Reproduzo aqui, pasmado, o que um cidadão comentou:
A favela é uma fábrica de bandidos. Eu não moro em favela nem de graça; prefiro minha casa grande, com 3 quartos e 2 banheiros kkkkkk (sic).

Ao pé-da-letra, isto mesmo! Além de exibição de falta de sensibilidade com tamanha desgraça, uso do espaço para pilhéria com o assunto. E a matéria, só de se ler, faz lembrar a figura usada por Jesus em uma de suas parábolas – o “ladrão”: “O ladrão veio somente para roubar, matar e destruir…” (João 10.10, ARA). Embora o contexto de Jesus, na passagem, aponte para líderes religiosos mercenários, não há dúvidas de que a carapuça se encaixa bem no diabo.

A Bíblia diz que ele vive pecando desde o princípio (I João 3.8), que é mentiroso, pai da mentira e homicida, também desde o princípio (João 8.44), que semeia o joio (Mateus 4.11), que é opressor de almas (Atos 10.38), que é como um carcereiro que aprisiona, para que pessoas façam a sua vontade (II Timóteo 2.26), que seu ofício é promover a perdição (Lucas 8.12), que é armador de ciladas (Efésios 6.11), que vive a enganar o mundo todo (Apocalipse 12.9), que tem o poder da morte em suas mãos (Hebreus 2.14) e que anda cirandando, como leão que ruge, à procura de alguém para  devorar (I Pedro 5.8).

Por tais razões, não tenho dúvidas de que o seu mister, tal como o “ladrão” da parábola de Jesus, é R-M-D: Roubar, Matar e Destruir. Quando alguém (mesmo os líderes religiosos contra quem Jesus imprecou) preta tais serviços, presta, em primeira mão, ao Adversário. Não é, portanto, matéria para rir, para se fazer piada, para tripudiar. É para se deplorar, e chorar, e lamentar, por ser este o estado vil da humanidade.

A boa notícia é que não está aí o final da história. O final da história tem outro desfecho, e Jesus anunciou-o no mesmo momento: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (João 10.10, NVI). Vida em plenitude (ou, em abundância, como noutras traduções) não é ter dinheiro que cubra todos os anseios humanos; não é ter saúde de ferro que resista a todos os vírus e bactérias; não é ser popular a ponto de ser tido como o melhor guru da atualidade… Vida em plenitude, vida em abundância, é vida que conta com passagem garantida para aquele lugar eterno, onde “não haverá mais morte, não haverá mais choro, nem mais gritos, nem mais dor, porque as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21.4, BCF).   

Hoje, visitei na UTI de um hospital alguém recém operado de tumor no cérebro; está se recuperando. Ele me disse que no box à sua frente está outro paciente, com câncer terminal; gemeu e clamou a noite toda. Meu paciente visitado me disse: acho que não aguento ficar aqui nem mais uma noite – me tirem daqui, por favor! Isto me parece quase um retrato involuntário da própria humanidade, olhando pelo prisma de um cenário mais amplo que o do dia-a-dia. No cenário que põe o tempo diante da eternidade, somos como aquele paciente, em condições de dizer ao Senhor, que está prestes a vir: Senhor, tira-nos daqui, onde impera a miséria, a morte e a destruição!

Por isto que é boa notícia, o que Ele diz: O ladrão veio para roubar, matar e destruir; eu, ao contrário, vim para dar vida! A vida que eu tenho para dar é plena, abundante, eterna! Subjuga o poder do diabo, subjuga o poder da morte e do inferno!

E ali [na cidade celestial] nunca mais haverá maldição contra alguém;  e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão.  E verão o seu rosto,  e na sua testa estará o seu nome. E ali não haverá mais noite,  e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia,  e reinarão para todo o sempre” (Apocalipse 22.3-5, ARC).

Bill e Gloria Gaither compuseram uma belíssima poesia que lembra Salmo 30.5. Segue, com letra original, tradução e áudio…

JOY COMES IN THE MORNING (1974)
Alegria Vem Pela Manhã
William J Gaither (1936…) & Gloria Gaither (1942…)

If you've knelt beside the rubble of an aching broken heart
Se você já se ajoelhou sobre o entulho de um coração dolente e partido
When the things you gave your life to fell apart
Quando as coisas que você, em sua vida, precisou descartar    
You're not the first to be acquainted with sorrow, grief or pain
Você não é o primeiro a estar envolvido com tristeza, pesar ou dor
But the Master promised sunshine after rain!
Mas o Mestre prometeu o brilho do sol após a chuva!

Hold on my child: Joy comes in the morning…
Aguente, meu filho: A alegria vem pela manhã… 
Weeping only lasts for the night!
O choro dura somente pela noite!
Hold on my child: Joy comes in the morning…
Aguente, meu filho: A alegria vem pela manhã… 
The darkest hour means dawn is just in sight!
A hora mais negra significa que a alvorada está bem à vista [por vir]! 

To invest your seed of trust in God in mountains you can't move
Investir seu gérmen de confiança em Deus em montanhas que você não pode mover  
You have risked your life on things you cannot prove
É arriscar sua vida em coisas que não te é dado experimentar 
But to give the things you cannot keep for what you cannot lose
Mas dar coisas que você não pode conservar pelo que você não pode perder  
Now, that's the way to find the joy God has for you: 
Então, eis o caminho para encontrar a alegria que Deus tem para você… [repete o coro]

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Até à próxima
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
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BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 256 : “TÁ DIFÍCIL…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Junho de 2016


“Tá difícil encontrar um ministro para o governo Temer!” Essa frase foi publicada, nesta semana, em vários (e importantes) veículos de mídia brasileiros, atribuída a um personagem próximo ao presidente em exercício, cuja identidade foi preservada no anonimato. Primeiro, caiu o ministro Romero Jucá; depois, o ministro Fabiano Silveira; nesta semana, caiu o ministro Henrique Eduardo Alves. Todos, pelo mesmo motivo: menções em delações da Operação Lava-Jato. Mas, esperam-se outros, para breve. “Tá difícil” por que? Será que não há um, ao menos, que não esteja envolvido?

Na Grécia antiga havia um filósofo, discípulo de Sócrates e de Antístenes. Seu nome era Diógenes, Diógenes de Sinope (412-323 a.C.). Ficou famoso pelo dia em que saiu pelas ruas de Atenas, em plena luz do dia, com uma candeia acesa. Os “homens de bem”, as mulheres “da sociedade”, os estudantes, os professores, os simples e os poderosos, olhavam, atentos. Diógenes repetia seu gesto, dia após dia, espicaçando a curiosidade das pessoas. Primeiro, curiosidade; depois, incômodo; por fim, julgamento: estarias louco, ó homem? E Diógenes, depois de dias, aguçando-lhes, respondeu: “Estou á procura de um homem honesto!”.

Para o Criador do homem, não há surpresa. Desde que o pecado entrou no mundo (fato registrado em Gênesis), a “fôrma” modelou todos que vieram depois (vide Romanos 5.12). E afetou todas as “ferramentas”: mãos, pés, olhos, ouvidos, boca, coração…

Mãos se inclinam a apropriar-se do que não lhe pertencem; pés se inclinam a plantar-se em terreno alheio; olhos se inclinam a cobiçar o que ao próximo pertence (ou, à coletividade, como se fosse pessoal); ouvidos se inclinam a rejeitar a admoestação da virtude, a fazerem-se moucos; boca profere palavras com apropriação indébita, e mente, oculta a verdade; coração, ah! Coração! Quão enganoso és tu!    

O Espírito de Deus proclama, por Moisés: “Não cobiçarás…coisa alguma que pertença ao teu próximo” (Êxodo 20.17, ARA); por Salomão, diz Ele: “O justo anda na sua integridade; bem aventurados serão os seus filhos, depois dele” (Provérbios 20.7, ARC); e, ainda: “O Senhor detesta pesos adulterados, e balanças falsificadas não o agradam” (Provérbios 20.23, NVI). Por meio do apóstolo, diz mais: “Pois zelamos do que é honesto, não só diante de Deus, mas também diante dos homens” (II Coríntios 8.21, ACF).

Não só diante de Deus, mas, também, diante dos homens, é o que diz Paulo… O assunto daquele momento era gestão de dinheiro alheio. A ordem pode parecer estranha: mais importante é ter constatada a honestidade por Deus, não pelos homens. A única explicação adequada para a forma como o assunto aqui se coloca, é que, ainda que importe mais SER honesto, importa também PARECER honesto. O SER Deus avalia bem; ser visto como o tal está na esfera cá de baixo. É parecer por ser, e não parecer sem ser…

Quem não precisa de mais disciplina neste assunto? Vejamos: Quem não se trai pela boca? Quem não se trai pela cobiça? Quem não se trai pelas mãos? Quem não se trai pelos pés, ou pelo coração? Se alguém respondeu, pronta e sinceramente, “eu!”, a todas estas perguntas, das duas, uma: ou está enganado quanto a si mesmo, ou já está entrando no céu!

Então, por que “tá difícil encontrar um ministro para o governo Temer”, como disse um dos seus aliados? Será porque, entre eles repete-se a sina de sua antecessora? Por que Diógenes saiu, candeia acesa em punho, à luz do dia, procurando um homem honesto? Será porque essa espécie, mesmo no século IV antes de Cristo, já seria uma raridade?

O ideal é que, não só para o governo Temer, mas, também para qualquer governo, para qualquer sociedade – seja ela a civil, seja uma empresa, seja uma organização social, seja uma igreja, seja uma família – não fosse assim, difícil encontrar homens e mulheres honestos, de quem nada se pudesse dizer, de modo a manchar a reputação. Isto agrada a Deus…

Dottie Rambo tinha um irmão mais velho, chamado Eddie Luttrell. Eddie já tinha sido preso, já tinha mergulhado em drogas e álcool. Aos 37 anos, estava hospitalizado, com câncer terminal. Dottie foi visitá-lo, leu a Palavra de Deus com ele, e conclamou-o a reconciliar-se e entregar sua vida a Cristo. Eddie falou:
– Do jeito que tem sido minha vida, não creio que Deus tenha algum interesse em alguém como eu…  
Dottie, então, lembrou ao irmão que Jesus ensinou que o bom pastor deixou no redil 99 ovelhas, para ir em busca de apenas uma, a centésima, desgarrada…
Indo para casa, compôs uma poesia, a qual encaixou numa tradicional melodia irlandesa. Voltando ao hospital, no outro dia, cantou-a para seu irmão, levando-o à reconciliação com Deus, antes de sua partida.
Está no desfecho de nossa mensagem de hoje, na interpretação de Heritage Singers.

HE LOOKED BEYOND MY FAULT (1968)
Ele Olhou para Além das Minhas Faltas
Dottie Rambo [Joyce Reba Luttrell – 1934-2008] Música : Londonderry Air (1855, “hino nacional” da Irlanda do Norte)

“Amazing Grace” shall always be my song of praise
“Preciosa Graça” será sempre minha canção de louvor
For it was grace that brought my liberty
Porquanto foi a graça que me trouxe liberdade
I do not know just how(*) He came to love me so
Eu simplesmente não sei como(*) veio Ele tanto me amar
He looked beyond my fault and saw my need
Ele olhou para além das minhas faltas e viu minha carência.

I shall forever lift mine eyes to Calvary
Eu sempre vou erguer meus olhos até o Calvário
To view the cross where Jesus died for me
Para contemplar a cruz onde Jesus por mim morreu
How marvelous the grace that caught my falling soul
Quão maravilhosa a graça que conquistou minha alma degenerada
He looked beyond my fault and saw my keed
Ele olhou para além das minhas faltas e viu minha carência.

(*) Na poesia original de Dottie Rambo, a palavra não é “how” (como), e sim “why” (porque): Sua declaração poética é:
Eu simplesmente não sei porque Ele veio tanto me amar…

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Ulisses

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Nº 255 : “NÃO DEU CERTO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 12 de Junho de 2016

“Depois do que vi no Haiti, acho que a humanidade não deu certo!” Essa foi a exclamação que soltou o brasileiro, apresentador de tevê, Luciano Grostein Huck (1971-…), nesta semana. Em 2009, Huck foi o primeiro brasileiro a alcançar um milhão de seguidores no Twitter. Seus programas de televisão costumam ter um forte apelo social, valendo-se de uma agenda em que, ao realizar anseios de alguns, ou ao explorar temas de forte emoção, encontra repercussão favorável nos milhões que o assistem.

Ao visitar pessoalmente o Haiti, país duramente atingido por um catastrófico terremoto em 2010, que deixou mais de 316 mil mortos, Luciano deparou-se com miséria nunca vista. Como, por exemplo, Cité Soleil, cidade-favela, junto a Porto-Príncipe. No relato dessa viagem foi que o apresentador soltou sua frase: Depois de tudo o que vi hoje, em Cité Soleil, uma favela com mais de 300 mil habitantes, à beira do maravilhoso mar turquesa do Caribe, acho que definitivamente a Humanidade não deu certo. Falhamos.”

Há um erro e dois acertos na declaração de Luciano Huck. O erro, ao que se me aparenta, está num pressuposto implícito, que esconde a verdade maior. Luciano decreta: “Falhamos”, para, ao que parece, justificar o diagnóstico de que a humanidade não deu certo. Se foi sua intenção insinuar que a humanidade foi um empreendimento humano, errou! E Luciano, que teve aprendizado nas páginas do Torah, o Pentateuco mosaico da Bíblia, deveria se lembrar disso. A humanidade é um empreendimento divino perfeito: “O que eu unicamente achei foi que Deus fez o homem reto, e ele se meteu em infinitas questões” (Eclesiastes [Cohelleth] 7.29, BCF).

Por outro lado, não há como negar: falhamos mesmo. Este é o primeiro acerto da declaração, embora eu não saiba se a base dele é a mesma que uso. Falhamos quanto ao propósito divino para com Ele próprio, falhamos quanto ao Seu propósito para conosco mesmos, quanto ao Seu propósito para com os semelhantes, para com o Seu propósito quanto à natureza, e assim por diante. “Não há distinção, pois todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23, NVI).

O segundo acerto, é que a humanidade não deu certo. Se Luciano conhece as anotações do patriarca Moisés, escritas segundo o Espírito de Deus, se recorda de que o que era para o homem ter feito, não fez; e o que era para evitado, acabou fazendo. Deu tudo errado, lá no jardim do Éden. Por conseqüência, deu tudo errado para toda a descendência de Adão e Eva (incluindo o Luciano, a Angélica, eu, e cada telespectador dele ou leitor meu). “Como está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus” (Romanos 3.10,11, NVI).

Por causa do erro e dos acertos, identificados pelo Huck (cujo diagnóstico não sei se corretamente embasado), Deus resolveu uma coisa; ou duas, até; três, melhor dizendo: Primeiro, por fim em tudo que não deu certo; segundo, começar tudo de novo, de outro jeito, que não tivesse como falhar; terceiro, descartar, para um inferno de tormento sem fim, quem não concordar com seu novo plano. A linguagem profética do Apocalipse bíblico aponta para o futuro, com o seguinte registro: E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” (Apocalipse 21.5, ARA). Então, tudo novo se fará!… E todo o restante do texto bíblico demonstra cada uma das três dimensões que acima apontei. Então, o que não deu certo da primeira vez, dará certo, definitivamente, eternamente!!!

Alguém aí pode contar isso tudo para o Luciano Huck? Se não tiver acesso a ele, pode contar para alguma outra pessoa, que precise saber disso?  

Na Inglaterra do século XIX, uma cristã compôs um belíssimo poema que fala da esperança de uma nova criação; a nova criação que vai suplantar a presente, que “não deu certo”… Essa cristã, que era jovem esposa de um membro do parlamento inglês, parecia estar antevendo sua ‘mudança’ de domicílio: pouco antes de completar 25 anos de idade, a ‘mudança’ se deu,e ela já não mais vivia entre os seus… E, poucas semanas antes da 'mudança', compôs o antema:

JUNTO AO TRONO DE DEUS
We Speak of The  Realms of the Blest (1829)
Elizabeth King Mills (1805-1829)
A música é de George Coles Stebbins (1846-1945).

Ouça-o, aqui, numa de suas versões em Português, com nosso

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Até à próxima
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
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BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 254 : “PACIÊNCIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Junho de 2016

Depois do terrível acidente que sofri, em 19 de Novembro de 2015, chegou, finalmente, o tempo de uma nova etapa. Naquele dia, às 5.40h da matina, ainda tudo escuro, e eu me encaminhando, de motocicleta, para meu local de trabalho, fui repentinamente colhido por um veículo em batida frontal. Ele estava todo errado: ultrapassando em contra-mão, numa esquina, acelerando ao sair de trás do veículo que seguia em sua via, sem olhar o tráfego, acabou por me colher de frente sem deixar-me o mínimo espaço de escape. A equipe do resgate que me trasladou para o hospital disse que tive sorte: quase todo dia fazem atendimentos desse tipo de emergência em que, quando o piloto não morre, fica, em geral, tetraplégico ou paraplégico. Então, tive “sorte”: ‘apenas’ quebrei o quadril, com ruptura total da cabeça do fêmur, luxação no joelho direito (já operado, há 12 anos) e luxação na coluna, entre L4, L5 e L6.

Minha cirurgia, no mesmo dia, implicou no implante de elementos metálicos de fixação, com placa, pinos e parafusos. Depois de seis meses na dependência de muletas, estou livre delas, finalmente. Agora, vem uma longa jornada, chamada “fisioterapia”, que teve início há duas semanas. Para quem me conhece, e conhece o meu ritmo de trabalho, sabe porque não comecei antes, como deveria. Mas, não foi por falta de ‘cobradores’ (todos, obviamente, bem intencionados e por mim interessados).

Para isto, é preciso ter paciência, qualquer um há de admitir. Mais fácil para quem está de fora, menos para mim. Para quem, a cada dia, a mera fração de uma hora vem sendo algo valioso demais para desperdiçar, importa, agora, investir uma hora de cada dia, nos exercícios fisioterápicos. Até porque, atrofia foi acentuada. Isto me faz pensar em todos aqueles que, por razões de cuidados consigo mesmos, precisam ter paciência quando de uma hemodiálise, quando de uma quimioterapia,  ou mesmo quando em repouso compulsório por uma dengue.

Paciência é uma virtude, cada vez mais escassa. Mas, necessária, diante de todas as pressões que a vida moderna impõe. E é, também necessária, quando Deus mesmo nos condiciona ao ‘treinamento’  para a vida: Ele nos permite aflições, Ele nos permite, até, tentações. E, seja num caso, seja no outro, Ele mesmo controle os limites.  

Dizem os filólogos que “paciência” tem uma raiz em “paz”; mas, sua origem latina (“patientia”) une dois vocábulos: pati, que vem do grego pathe, pathos (sentimento) e a parte final de dolentia (dor, sofrer). Daí, fica bem definir-lhe como a virtude de aguentar em paz o sofrimento.  

Deus quer que sejamos pacientes; quer que aprendamos as lições da paciência. Essas lições são muito mais práticas do que teóricas. O salmista nos encoraja, dizendo: “Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor” (Salmo 40.1, ARA). Nisto, ele revela seu aprendizado; duro, mas que valeu a pena.

As exortações bíblicas sobre o assunto não podem ser esquecidas: “Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas” (Hebreus 6.12, ACF). “Tomai, irmãos, por modelo de paciência e de coragem os profetas, que falaram em nome do Senhor” (Tiago 5.10, BCF). “Portanto, irmãos, sejam pacientes até a vinda do Senhor. Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera. Sejam também pacientes e fortaleçam o coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tiago 5.7,8, NVI). Por último, por ora, vede o contraste quanto à escala de valores na admoestação petrina: “Pois, que glória é essa, se, quando cometeis pecado e sois por isso esbofeteados, sofreis com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é agradável a Deus” (I Pedro 2.20, ARA).   

Nenhum exemplar maior de paciência houve, senão Cristo Jesus, que suportou com paciência todos os que o perseguiram e difamaram. Deus quer que sejamos à sua semelhança! Não se trata de fisioterapia, para quem quer imita-lo: é psicoterapia, é cardioterapia. Imprescindível!

Finalizo com a mensagem cantada de Vencedores Por Cristo. Recordar é viver!

MENTE & CORAÇÃO (1973)
Guilherme Kerr Neto (1953-…) & Sérgio Paulo Muniz Pimenta (1954-1987)

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Abraços, boa semana
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
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Nº 027 – “ÂNCORA”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Maio de 2016

Você já ouviu falar de Joni Eareckson Tada? Deixe-me te contar…  Joni nasceu em 1949. Aos 17, gostava de tudo que qualquer jovem gosta: passeava, praticava esportes, cavalgava, etc… Em Julho de 1967, foi à praia, em Maryland; num dos mergulhos, brincando com as ondas, não percebeu quão rasa estava a água; a onda do momento lhe atirou ao fundo de cabeça, e quebrou o pescoço. Resultado: tetraplegia definitiva, aos 17 anos.

Os anos seguintes foram de experiências mistas. Tratamento hospitalar, fisioterapia, mas também um espírito revoltado. A pergunta de sempre: Por que? Ou melhor: Por que EU? Imagine quantas coisas passaram na cabeça dela, dali prá diante: até desistir da vida, te asseguro. Mas, a Palavra de Deus foi a sua "âncora de alma": "Para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu…" (Hebreus 6.18,19).

Joni pinta quadros maravilhosos, manejando os pincéis exclusivamente com a boca. Escreve, canta e, com suas palestras, encoraja. Em 1982, casou-se com Ken Tada, com quem mantém uma vida conjugal feliz, desde então. Em 2010, teve que passar a enfrentar um rigoroso tratamento de câncer de mama; nem assim, enfraqueceu-se sua fé. Seu primeiro livro, “Joni”, vendeu mais de quatro milhões de cópias, em 50 idiomas. Ela afirma que, com seus livros e vídeos, deseja ser canal de bênçãos divinas aos mais de um bilhão de deficientes no mundo.  

E assim se deu… Joni encontrou "âncora", não só para si mesma, mas para oferecer a muita gente mais. Seus livros, suas palestras (sempre em cima da cadeira de rodas), seus discos, suas campanhas, em várias línguas, têm sido provas vivas de que os "Por que's?" podem esperar, porque a graça divina preenche todas as lacunas, até que este "tabernáculo terreno" se revista de um novo…
"Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus"! (II  Coríntios 5.1).

O que Joni Eareckson Tada anuncia, ainda hoje, depois daquele insólito acidente de 44 anos atrás, é o mesmo em que cremos, pela confiança que temos na Palavra de Deus, a qual é "viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes"! Não importa se… tetraplégicos, ou atletas com a maior habilidade e rapidez em pernas e braços; não importa se… deficientes auditivos ou visuais, ou se com a mais aguçada audição ou visão; não importa se… com altíssimo QI, ou se com algum tipo de deficiência cerebral que os médicos não conseguem explicar origem, ou solução…

O fato é que seremos todos transformados à semelhança dEle, à semelhança de Sua glória, do Filho de Deus – pioneiro da glória entre os homens!  Ver Joni Eareckson Tada, sentada em sua cadeira de rodas, cantando sua mensagem de esperança em Cristo, “âncora de sua alma”, é tocante demais. Por isto, Joni Eareckson Tada é mais uma “Arauto de Vida”. Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson, ouça a mensagem, com o nosso player online…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida 
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional