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N° 353 : “EFEITO MANADA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Agosto de 2018

Estima-se que o Brasil tem um rebanho bovino de 220 milhões de cabeças; maior, portanto, do que a população humana do país, que é de 214 milhões. Oitenta por cento desse rebanho bovino brasileiro é da raça nelore.

A raça nelore é originária da Índia, onde, para a maior parte da população, o boi é um animal sagrado. Proveio do distrito de Nelore, que fica nos arredores de Madras, oriente indiano.  No Brasil, popularizou-se por causa de sua fácil adaptação ao clima quente tropical. Diferentemente da Índia, onde o boi, além de reverenciado, só serve aos humanos para fornecer leite e transporte, no Brasil é objeto do altíssimo consumo de carne, inclusive para exportação.  

Bovinos são animais de vida tipicamente coletiva. É muito comum o produtor tomar certos cuidados com o “efeito manada”. Por causa desse efeito, ao que parece, surgiu o ditado – “por onde passa um boi, passa uma boiada”! Mas, o que vem a ser o “efeito manada”? É o fenômeno pelo qual um rebanho segue a atitude de determinado animal que, por um momento, se torna um líder. Se um membro da manada pular uma cerca fugindo do pasto, é bastante provável que todo o restante (ou quase) da manada vá atrás e pule também.

Por estes dias, o “efeito manada” deixou um produtor rural do município de Castelo, ES, em profunda desolação. Giovani Dorigheto havia adquirido 29 reses no dia anterior ao fato. Investiu economias de muitos anos. Passada a noite, soltou as reses num pasto cedo pela manhã, mas não se deu conta do risco. Havia uma pedra sobre uma encosta. Um dos bois avançou por essa pedra, acabou caindo ribanceira abaixo, e morreu. As outras reses, uma a uma, fora atrás – todas, menos uma só – e foram caindo também. O vaqueiro ouviu o barulho dos primeiros animais, correu para ver, e desesperou-se vendo cair uma por uma, sem nada poder fazer…

Ver o vídeo e ouvir a voz do produtor, desolado com o prejuízo de cerca de 40 mil Reais, de fato foi de dar dó… Tanto que, um dia depois, outro produtor rural que também viu se solidarizou e doou uma novilha ao produtor prejudicado, na esperança de que outros produtores fizessem o mesmo para ajuda-lo.  A falta de familiaridade da manada em ambiente novo ajuda a explicar a tragédia. Dizem os especialistas na espécie que o “efeito manada” é muito comum em nelores…

Pouco diferente, a situação que atingiu a raça humana. Somos informados de que “portanto, assim como por um homem entrou o pecado neste mundo, e pelo pecado a morte, assim também passou a morte a todos os homens por um homem, no o qual todos pecaram” (Romanos 5.12, BCF). Então, vê-se que Adão, o primeiro homem, provocou algo similar a um “efeito manada”: ele pecou primeiro, e todos pecaram com ele, nele e após ele; pelo pecado dele lhe sobreveio a morte, mas também sobreveio a todos os seus descendentes, e todos temos pecado.

Assim como Adão foi tentado e sucumbiu, assim somos tentados e sucumbimos. A corrupção, a imoralidade, a cultura da “fábrica de ídolos” no coração, a sina de desobediência, o amor à discórdia, ao sentimento faccioso, à impureza de toda sorte, a sucumbência a vícios incontáveis, a maledicência não raro desenfreada e irresponsável, e muito mais… Há uma lista em Gálatas 5.19-21, chamada de “obras da carne”… Isto, sem contar as inclinações pecaminosas que já existem, por natureza, no nosso coração “desesperadamente corrupto” (Jeremias 17.9).   

“Efeito manada”! Somos, mesmo, um bando de “maria-vai-com-as-outras”, no que concerne ao pecado. Desde pequenos… Basta uma criança pequena conviver com outra, mais evoluidinha, por um ou dois dias, e já aprenderá rapidamente muita coisa errada: afrontar os mais velhos, desafiar os pais e os avós, por língua, mentir, e daí pra pior… Difícil é copiar o que é bom: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gálatas 5.22,23).      

Se a nossa memória ajudasse, e o exercício fosse dedicado, conseguiríamos identificar cada “líder de manada” para o pecado em nossa vida. Vemos o mal, achamo-lo atraente (como Adão e Eva acharam, no Éden) e nos precipitamos pela ribanceira, copiando-o. E o resultado sempre é o mesmo: morte!

Graças a Deus que temos um escape: Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados” (Colossenses 1.31, NVI).

Lembra da história do Giovani Dorigheto? Eram 29 reses, e só uma não foi atrás da manada. Redimidos por Cristo, por ele guiados, a ele submissos, somos como aquela única rês que se salvou do precipício! Maravilhosa graça que nos salva e nos redime do “efeito manada”!

Finalizo com a mensagem cantada da autoria de um dos principais colaboradores de Jack Wyrtzen (1913-1996):

SOU DE JESUS AGORA
Now I Belong to Jesus (1943)
Norman John Clayton (1903-1992)

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

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