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N° 347 : “POR UM TRIZ”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Junho de 2018 

Por um triz! Quem viu as chocantes imagens do incêndio do Edifício Wilton Paes de Almeida, em São Paulo, no dia 1º de Maio de 2018, teve oportunidade de ver a mais chocante de todas. O edifício, de propriedade do governo federal brasileiro, tinha 22 andares, situado no Largo do Paissandu, próximo à avenida Rio Branco.

Sob ocupação irregular por dezenas de famílias, o prédio começou seu incêndio por volta de 1h36 da madrugada. Rapidamente o fogo se alastrou, atingindo outros andares. Muitos ocupantes conseguiram sair para as ruas, mas mães com suas crianças ficaram para trás.

Um dos moradores era Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos. Ele conseguiu descer a tempo; mas, notando que crianças ainda estavam pelos andares em chamas, subiu e desceu várias vezes, carregando várias delas. Numa de suas ‘viagens’ pelas escadas do prédio em chamas, Ricardo estava em busca de uma mulher com dois filhos gêmeos, que estavam no 8º andar.

Já na altura do 15º andar, vendo que o fogo o cercara, correu para uma das janelas. Do lado de fora, sobre o prédio vizinho, estava o sargento Diego, do Corpo de Bombeiros, já tinha uma corda para resgatar o Ricardo, que implorava pela ajuda. Chegou a segurar a corda oferecida. Porém, foi por um triz… Apenas uma fração de tempo impediu Ricardo de salvar-se: o prédio, ardendo em alta temperatura, veio abaixo naquela fração.

A expressão “por um triz” significa por uma medida quase insignificante. Vem do grego “thricks”, que significa “fio de cabelo”; daí a expressão equivalente “por um fio”. Ricardo, que ajudou a salvar tanta gente naquele incêndio, deixou de ser salvo “por um fio” de segundo. 

Um triz pode fazer toda a diferença. Você, que está lendo, já deve ter passado por isto: por um triz, não aconteceu o acidente no trânsito; por um triz, se alcançaria (ou não se alcançaria) a aprovação num concurso, ou no ENEM;  por um triz, não ocorreu a perda de um bem precioso; por um triz, o gás que ficou aberto no fogão não provoca um desastre; por um triz, um incidente grave no corpo não tira a vida; por um triz, ninguém percebeu aquele flagrante indesejável… São muitas as situações que podem ocorrer, mas não ocorrem, por um triz, apenas.

Posso pensar no dia final, o dia do encontro com o supremo juiz da existência. Será que, apenas por um triz, alguém deixará de receber um galardão na eternidade? Será que, por um triz somente, alguém terá alcançado a redenção, como que, num único e decisivo momento derradeiro? Ou, por um triz, deixará de tê-la alcançado?  

Preste atenção no que disse Jesus: Enquanto é dia, precisamos realizar a obra daquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar” (João 9.4, NVI). Jesus estava falando do momento da oportunidade. “Enquanto é dia” significa enquanto há oportunidade. E, oportunidades passam, como que por um triz…

Agora, preste atenção no que ele também ensina, através do  escrito de um apóstolo: “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Coríntios 15.52, ARC).  “Num abrir e fechar de olhos” é, praticamente, o mesmo que dizer, num simples triz de tempo; um fio de cabelo de minuto. Por um triz do tempo, Jesus voltará, com o ressoar da trombeta derradeira; num triz de relógio, a ressurreição final e a transformação dos remidos. 

Oportunidades vêm, oportunidades passam; não é raro que  passem por um triz apenas, assim como os incidentes marcantes que nos impressionam. As oportunidades da esfera espiritual são as mais importantes. Eu, de fato, não sei em que condição, aos olhos de Deus, o Ricardo do Largo de Paissandu, que estava fazendo um trabalho realmente meritório, perdeu sua vida, e foi encontrar-se com Deus. De fato, por um triz, e o sargento Diego o teria salvo.

Para alguns de nós, as oportunidades de fazer o bem, algo aprovado por Deus, tal como as obras que Ele, de antemão, preparou para que andássemos nelas (Efésios 2.10) vêm, mas também escapam; e costumam escapar por um triz, apenas…

Para outros de nós, as oportunidades que os olhos e os ouvidos ganham, para agarrar a salvação eterna, vêm, mas podem ir embora por um triz… “Eis aqui, agora, o tempo aceitável; eis aqui, agora, o dia da salvação” (II Coríntios 6.2, BCF).

É como digo: tanto para os primeiros, quanto para os últimos, as melhores oportunidades estão sujeitas a escapar das nossas mãos; por um triz! Melhor não fora assim…   

Em nossa mensagem musical de hoje, o  autor, ainda relativamente jovem – 32 anos de idade, que viu o grande incêndio de Chicago de 1872, fala da expectativa do encontro com seu Mestre – algo forte no seu coração.

Ouça, com nosso AudioPlayer Online (logo após a transcrição da letra com tradução…).

LEAD ME GENTLY HOME, FATHER (1879)
Leva-me Ternamente Prá Casa, Pai 
Will Lamartine Thompson (1847-1909)


Lead me gently home, Father, lead me gently home, Father !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa, Pai! 
Lest I fall upon Your wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, [Pai], leva-me ternamente prá casa!
 
1. Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
When life's toils are ended, and parting days have come,
Quando as labutas da vida terminarem, e os dias da partida chegarem,
Sin no more shall tempt me, ne'er from You  I'll roam,
Pecado já não mais tentar-me-á, nunca me apartarei de Ti
If You'll only lead me, Father, lead me gently home.
Se apenas me conduzires, Pai, leva-me ternamente prá casa.

2.Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In temptations hour, Father, when so trials come…
Na hora das tentações, Pai, quando tantas provações chegarem… 
Oh! Beneath You keep me, take me as Your own
Oh! Sob Ti guarda-me, toma-me como um dos teus 
For I cannot live without You, leave me gently home!
Pois eu não posso viver sem Ti, leva-me ternamente prá casa! 
 

 AudioPlayer online (controle de volume à direita) 

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br

N° 174 : “FIRDOUS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Outubro de 2014 

“Alegro-me pelos meus irmãos que foram mortos, porque foram feitos mártires; ajudem-me, matem-me, pois quero unir-me a eles, e tomar a posse das 40 mulheres que me foram prometidas, no paraíso celeste”. O rapaz que assim implorou ao militante curdo Cuneyt Hemo para ser morto, visando a recompensa celeste, tinha apenas 20 anos de idade.  Vinha ele do Azerbaijão quando foi capturado como prisioneiro do Estado Islâmico do Iraque e Síria (ISIS, em inglês) pelos curdos sírios. O que mais impressionou, segundo Hemo, foi a ausência do medo de morrer. O rapaz estava tão seguro que, morrendo, iria para o céu, para desfrutar do paraíso, que chegou a implorar para que não demorassem. E conseguiu o que queria: menos de vinte e quatro horas depois foi executado, na sitiada cidade síria de Kobane. Para ‘fazer jus’ à rápida execução, bastou que fossem lembradas as atrocidades cometidas na milícia do ISIS. Assim pensava ele adentrar mais rapidamente ao Firdous, o paraíso celeste, na doutrina islâmica. 

O “Estado Islâmico do Iraque e Síria” é uma facção jihadista do Islam contemporâneo, que pratica o sharia, a “lei do Islam” (“estado islâmico”) de modo radical. Em decorrência de suas práticas, cidadãos ocidentais aprisionados naquela região têm sido mortos de modo cruel, com exploração político-religiosa da execução. Entre suas crenças, também peculiares ao Islam, está a que compeliu a atitude do militante jihadista supra mencionado: a esperança escatológica de recompensa celestial, especialmente em troca de sua militância dedicada, numa espécie de oásis paradisíaco, onde donzelas estarão à disposição, para sempre, dos recompensados. 

Há semelhanças e diferenças desta crença em relação à verdade. Bem! Discutir, aqui, quanto à fonte da verdade não será cabível. Logo, põe-se o fato, posterga-se a prova. De onde vem a verdade? Ah! Que pergunta!… O governador romano Pôncio Pilatos a fez a Jesus, durante o interrogatório para fins de  julgamento“Que é a verdade?” (João 18.38), foi o que perguntou. Faltando-lhe, porém, o interesse genuíno na verdade, nem a resposta esperou; e olhe que estava diante de quem mais autoridade tinha para dá-la. 

A verdade é que Deus existe, e que Deus é Deus! Sua descrição em outras fontes, não autorizadas pelo próprio Deus, não fazem jus à própria auto-descrição de Deus em Sua Palavra, a Bíblia. “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que Ele existe e que recompensa aqueles que o buscam.” (Hebreus 11:6, NVI). Nela, vemos o que é semelhante à fé islâmica: a vida não se resume ao tempo presente (como querem crer os céticos e materialistas), porque a alma ultrapassa o limite entre o finito de hoje e o eterno de além-morte. Há recompensa, sim; mas o meio e o fim são diferentes. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam  (I Coríntios 2.9, ARC). O meio não se constitui de uma “guerra santa contra os insubmissos”; nem, tampouco, de martírio por uma causa sublime (hipoteticamente ou factualmente). Ao contrário, o meio é Jesus Cristo somente, em seu significado como pessoa, como obra salvadora realizada, como palavra viva de Deus outorgada. É o martírio do Filho de Deus que vale a eternidade, não o do candidato. Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6, BCF). O fim não é o deleite sensual, segundo as medidas e os parâmetros desta existência. Ao contrário, é outro tipo de deleite, superior, sublime, inaudito. Ninguém dele vai jamais se cansar. Ninguém, ali, vai ter a mínima saudade dos efêmeros e fugazes deleites de aqui.  Não seremos à semelhança do que somos, hoje; antes, seremos à semelhança do que Jesus Cristo se tornou, após subir de volta ao céuE, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. (João 14.6, ARA). 

Em último lugar, há uma diferença extrema entre a natureza de apelo pela morte de um jihadista do ISIS, e a serenidade de um cristão quanto à morte. O cristão não é um kamikaze. Não procura a morte como parte do ônus pela recompensa, nem tampouco como fuga do desprazer pela vida. Seu coração é sereno, e seu destino é entregue nas mãos de Deus. Se tiver que morrer como cristão (como muitos vêm morrendo, sob execuções cruéis do próprio ISIS), morrerá nos braços do seu Redentor. Do contrário, viverá cônscio de “o viver é Cristo, e o morrer é lucro”  (Filipenses 1.21, ARA). Não busca, em sã consciência, a morte; mas, não a teme, se tiver que enfrentá-la. Muita diferença. Sei que você entende, se é cristão; se não é, provavelmente não entende, mas entender pode estar ao seu alcance. O paraíso celeste (Firdous, a palavra de origem persa que o designa, na linguagem islâmica) está preparado e reservado.   

Nossa mensagem musical de hoje é extremamente significativa, a propósito. Trata-se do mesmo compositor do hino "Manso e Suave, eis Jesus nos chamando", que foi um pedido especial de Dwight Lyman Moody, perto da morte, ao autor. Dentre os seus muitos belíssimos hinos, recuperei mais este das minhas gravações de rádio. O autor compôs o hino de hoje ainda relativamente jovem – 32 anos de idade. Mas, também ele viveu o grande incêndio de Chicago de 1872, que tantas vidas ceifou (mais de trezentas, fora os mutilados). A expectativa do encontro com seu Mestre falava sempre forte ao seu coração, desde então.

Ouça, com nosso AudioPlayer Online (a letra e a tradução vêm a seguir…).

LEAD ME GENTLY HOME, FATHER (1879) 

Leva-me Ternamente Prá Casa, Pai 
Will Lamartine Thompson (1847-1909)

Lead me gently home, Father, lead me gently home, Father !
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa, Pai! 
Lest I fall upon Your wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!
 
1. Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
When life's toils are ended, and parting days have come,
Quando as labutas da vida terminarem, e os dias da partida chegarem,
Sin no more shall tempt me, ne'er from You  I'll roam,
Pecado já não mais tentar-me-á, nunca me apartarei de Ti
If You'll only lead me, Father, lead me gently home.
Se apenas me conduzires, Pai, leva-me ternamente prá casa.

2.Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In temptations hour, Father, when so trials come…
Na hora das tentações, Pai, quando tantas provações chegarem… 
Oh! Beneath You keep me, take me as Your own
Oh! Sob Ti guarda-me, toma-me como um dos teus 
For I cannot live without You, leave me gently home!
Pois eu não posso viver sem Ti, leva-me ternamente prá casa! 
 
3.[Verso não cantado] Lead me gently home, Father, lead me gently home!
Leva-me ternamente prá casa, Pai, leva-me ternamente prá casa!
In life's darkest hours, Father, when life's troubles come,
Nas horas mais escuras da vida, Pai, quando os apertos da vida chegarem 
Keep my feet from wand'ring, lest from You I roam,
Guarda meus pés de vaguearem, para que não me aparte de Ti
Lest I fall upon the wayside, lead me gently home!
Para que eu não caia andando ao teu lado, Pai, leva-me ternamente prá casa!

 

 AudioPlayer online (controle de volume à direita) 

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br