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Nº 04 : “PESSACH”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Abril de 2011

Hoje é Domingo de Páscoa. Há júbilo por toda parte. Na perspectiva cristã-romanista, assim como na perspectiva judaica, a celebração se restringe a um Domingo no ano. Na perspectiva cristã evangélica reformada não é bem assim: o ano inteiro, todos os domingos são dignos de tal celebração; contudo, não há mal algum em também a celebrar, de modo mais extensivo, neste domingo anual.

Páscoa, do hebraico "Pessach", significa "passar por sobre". A palavra criou uma milenar celebração quando, quase 3500 anos atrás, a décima praga [divina] sobre o Egito libertou os cativos de Israel, levando-os à Terra Prometida (Beulah). A praga consistiu na morte dos primogênitos, naquela noite, a décima-quarta noite do primeiro mês do ano do calendário hebreu, morte essa que subjugou toda a nação.

Mas, houve uma ordem divina para salvar os descendentes de Abraão:  matem um cordeiro, comam sua carne em família, e usem o seu sangue para tingir as portas de suas casas – vergas e umbrais! E o sacrifício do cordeiro pascal, conforme a promessa divina (Êxodo 11 e 12), cujo sangue foi passado "por sobre" as casas dos filhos da Aliança de Deus, evitou com  que o anjo de morte daquela noite atingisse tais casas – o anjo "passou por sobre" suas casas, livrando-as! Foi a noite de libertação, tanto da morte, quanto do jugo egípcio.

O evento era tipológico: gerações depois, Cristo, o Cordeiro de Deus, cordeiro pascal (I Coríntios 5.7), também morreria para fornecer um sangue remidor aos filhos da Aliança. Sua morte, na vesperal da Páscoa, foi seguida de sua ressurreição, "ao terceiro dia". Sua morte, e sua ressurreição que se seguiu, são acontecimentos pioneiros quanto ao que também há de ocorrer aos fiéis!

Colocando à parte todas as discussões sobre a incidência dos dias, este é um dia de cantar. Cristãos sempre cantaram a ressurreição de Jesus. E cantam também a Ressurreição final, prometida, à semelhança da dele.

Eu não sou um cantor, na própria acepção da palavra. Me aventurei a cantar, em anos passados: cantei em conjuntos musicais jovens (cheguei a fazer algo parecido com "tocar instrumento"); cantei em corais, cheguei até a fazer um ou outro solo, ou dueto, ou quarteto, imaginem. Mas nada que me permitisse a qualificação de "cantor", muito menos um "cantor gospel". Nem mesmo de longe!

Contudo, num senso diferente, sou um "cantor" em "treinamento". Estou, ao lado de uma multidão de cristãos por esse mundo fora, ao longo de séculos e milênios, em “treinamento" para aquele dia, quando há de se reunir, à volta do trono do Cordeiro redivivo, um grande, quase imensurável coral.
Para aquele dia, mesmo a multidão que hoje diz não saber diferenciar um "dó" de um "ré", ou aquela que diz não ter voz e afinação, está sendo treinada, no presente. Todos serão cantores daquele coral. Naquele dia, todos os que estiverem à sua volta hão de constituir um coro imenso, que vai ecoar pelo céu o inesgotável repertório celeste, começando pela celebração dupla da Ressurreição: a do Cordeiro que foi morto, e a sua própria. Naquele dia, em volta do Cordeiro, que foi morto, mas que reviveu, venceu a morte, e há de triunfar para sempre, haverá apenas "cantores".

“… e entoavam [os quatro seres viventes, ao som da harpa] um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação,  e para Deus os constituíste reino e sacerdotes, e reinarão sobre a terra. Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões. Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos, e cantavam em alta voz: ‘Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!’ Depois ouvi todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há, que diziam: ‘Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre!’ Os quatro seres viventes disseram: ‘Amém’, e os anciãos prostraram-se e o adoraram” (Apocalipse 5:11-14, NVI).

Tudo, por causa do Pessach: o sangue do Cordeiro de Deus, cobre, também, os pecadores remidos, e a morte não terá poder sobre eles. À semelhança do Cordeiro, que foi morto, mas vive eternamente, viveremos também.  

O poema que acrescento proclama a expectativa daquele dia. Infelizmente, ainda não conheço uma versão do mesmo em português, muito menos uma gravação. Então, com uma pobre tentativa de tradução das linhas, compartilho-o! Pense, não apenas nos que se apresentam em palcos ou em igrejas, que gravam ou não: pense em todos os que estarão, cantando, à volta do Cordeiro Vencedor, em sua "propria casa"!
Isto, quando todos os cantores de Deus chegarem, em [seu] LAR!

WHEN ALL OF GOD's SINGERS GET HOME (1937)
(Quando todos os cantores de Deus chegarem ao LAR)
Letra : Luther G. Presley  (1867-1974)
Music :  Virgil O. Stamps (1892-1940)

WHAT A SONG OF DELIGHT IN THAT CITY SO BRIGHT
Que música de deleite, naquela cidade tão refulgente
WILL BE LIFTED 'NEATH HEAVEN'S FAIR DOME
Será erguida sob a cúpula multicultural do céu
HOW THE RANSOMED WILL RAISE HAPPY SONGS IN HIS PRAISE
Tal como os remidos hão de elevar canções alegres no seu louvor
WHEN ALL OF GOD'S SINGERS GET HOME
Quando todos os cantores de Deus chegarem ao LAR.

CORO
WHEN ALL OF GOD'S SINGERS GET HOME
Quando todos os cantores de Deus chegarem ao LAR…
WHERE NEVER A SORROW WILL COME
Quando nunca mais uma tristeza sobrevier
OR HEARTACHE WILL COME
ou pesar sobrevier
THERE'LL BE NO PLACE LIKE HOME
Não haverá lugar tal como o LAR
THERE'LL BE NO PLACE LIKE HEAVEN MY HOME
Não haverá lugar tal como céu, meu LAR
WHEN ALL OF GOD'S SINGERS GET HOME
Quando todos os cantores de Deus chegarem ao LAR. 

II
AS WE SING HERE ON EARTH SONGS OF SADNESS OR MIRTH
Enquanto cantamos, aqui na terra, canções de tristeza ou melancolia
TIS A FORE-TASTE OF RAPTURE TO COME
Isto é um 'antegosto' do arrebatamento porvir
BUT OUR JOY CAN'T COMPARE WITH HE GLORY UP THERE
Mas nosso gozo não se pode comparar com a glória lá de cima
WHEN ALL OF GOD'S SINGERS GET HOME  
Quando todos os cantores de Deus chegarem ao LAR.

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Bendita Páscoa! 
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional

Nº 03 : “QUE AMIGO TENHO EM CRISTO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Abril de 2011

Hoje, quando praticamente acabo de chegar em casa, em Belo Horizonte, recordo-me que meu dia tinha uma convenção de ser especial… Mas, não seria mais que convenção… Uma viagem, sozinho no carro, saindo do litoral paulista, me aventurando por entrecortar a cidade paulista de São José dos Campos, de modo a alcançar, de modo nunca dantes aventurado, a cidade mineira de Pouso Alegre, rumo a Belo Horizonte. Andar por uma estrada aberta e conhecida, é uma coisa; por uma com vários trechos estreitos e desconhecidos, é outra coisa. 
 
Viagem solitária é assim: nem a esposa, nem um filho, nem, tampouco, um amigo para trocar palavras. Só o som no equipamento de áudio. De repente, surge entre as trilhas (não as do caminho, às vezes parecendo trilhas mesmo), mas a do somm tocado no interior do veículo, What a Friend We Have in Jesus! (Que Amigo Temos em Cristo!). Em português, há uma versão com forma expressiva um pouquinho mais pobre – Quão Bondoso Amigo é Cristo! Num dia tão comum e, ao  mesmo tempo, com pretensão de ser tão singular (pelo menos para mim), foi inspiração para repetir mais de uma vez a execução.   
 
A poesia original tem a assinatura de um irlandês, Scriven, com a idade de apenas 25 anos. Ele a escreveu quando morava no Canadá, com o propósito de dedicar o poema à sua mãe, que ficara do outro lado do oceano, na Irlanda, compartilhando consolações mútuas. Consolações mútuas, por que? Quase ao mesmo tempo, recebeu ele duas notícias amargas: que sua mãe estava seriamente enferma; e, um dia antes do seu casamento, que sua noiva tinha acabado de falecer, vítima de um afogamento. Por um momento, sem saber para onde ir, sem ter mais a sua melhor amizade próxima, nem a sua melhor amizade distante, sua consolação proveio ao se lembrar de que nenhum amigo há, melhor que Cristo. Scrivner viveu o resto de sua vida sem se casar, servindo ao Senhor Jesus, principalmente entre os mais necessitados. 
 
A sabedoria divina, escrita por mãos de Salomão, diz que “o homem que tem muitos amigos tem que ser amigável a todos, mas há amigo que é mais chegado do que o próprio irmão” (Provérbios 18.24, em tradução livre e parafraseada). Amigo é companheiro, é aliado, é apoio e suporte, é conselheiro. É coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, já disse outro poeta. “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor, mas tenho-vos chamado de amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (Jo 15:15, ARA).    
 
Qual amigo é presença para todas as horas, como Jesus? “Eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século” (Mateus 28.20, ARA). Qual amigo é tão fiel que, mesmo em horas as mais difíceis, não desgruda do lado, trazendo seu consolador e confortador suporte? “… de maneira alguma te deixarei nunca jamais te abandonarei” (Hb 13:5b, ARA). Qual amigo encoraja a ponto de transmitir paz suficiente no meio de todas as aflições da vida? “Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33, ARA). Qual amigo seria capaz de dar a sua própria vida pelo amigo condenado à morte? “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15:13, ARA). Não há melhor amigo!

WHAT A FRIEND WE HAVE IN JESUS (1844)
QUÃO BONDOSO AMIGO É CRISTO
Joseph Medlicott Scriven (1819-1886)  
 
Quão Bondoso amigo é Cristo
Revelou-nos seu amor
E nos diz que lhe entreguemos
Os cuidados sem temor 
Falta ao coração dorido
Gozo, paz, consolação
É porque nós não levamos
Tudo a ele, em oração…
 
Andas triste e carregado
De pesares e de dor
A Jesus eterno abrigo
Vai, com fé, teu mal expor
Teus amigos te desprezam?
Conta-lhe isso em oração
E, por seu amor tão terno
Paz terás no coração!
 
Cristo é verdadeiro amigo
Disto prova nos mostrou
Quando, para resgatar-nos
Ele, humilde se encarnou
Derramou precioso sangue
Para nos purificar
Gozo em vida e no futuro
Nós podemos alcançar !!! (Maranatha!)

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Meu abraço, neste final de Domingo.
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional