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Nº 336 : “RISORGIMENTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Março de 2018

Nesta última semana incidiu o dia em que, em 1861, a península itálica voltou a ser uma nação unificada. Só faltou Roma, que veio a ser integrada em 1870. Desde o fim da unidade do Império Romano, a península era desintegrada. No século XIX, havia oito nações, parte delas sujeita à dominação do Império Austríaco. O advento de 1861, que restabeleceu uma monarquia hegemônica à península, recebeu o nome de Risorgimento (Ressurgimento).

O personagem mais importante daquela história foi Giuseppe Garibaldi (1807-1882). Garibaldi nasceu francês (Nice), mas adotou a nacionalidade italiana. Veio parar no Brasil, onde liderou a mal-sucedida revolução pela “República Farroupilha”, em territórios gaúchos. Aqui, casou-se, em 1842, com Anita Garibaldi (1821-1849). Banido do Brasil, empreendeu luta idêntica no Uruguai, antes de voltar à Itália.

Não só ele – também sua fama correu o mundo, a ponto de o presidente Abraão Lincoln (1809-1865) oferecer-lhe o posto de comandante geral das tropas confederadas, na Guerra da Secessão.

Na luta pela tomada de Roma (1849), enfrentou as forças austríacas, aliadas a napolitanos, a franceses e a soldados dos estados papais. Foi obrigado a retroceder, de volta para a Sardenha, ao norte. Na fuga, faleceu-lhe Anita Garibaldi, com apenas 28 anos. Os livros registram o seu épico pronunciamento, em 30 de Junho de 1849:

“A sorte, que hoje nos traiu, sorrirá para nós amanhã. Estou saindo de Roma. Aqueles que quiserem continuar a guerra contra o estrangeiro, venham comigo. Não ofereço pagamento, quartel ou comida. Ofereço somente fome, sede, marchas forçadas, batalhas e morte. Os que amam este país com seu coração, e não com seus lábios apenas, sigam-me”.  

Pois assim foi: anos mais tarde, quando reuniu novo contingente para marchar sobre Roma, foi muitas vezes mais numeroso. Como Garibaldi conseguiu mobilizar tanta gente, se o que tinha para oferecer era fome, sede, marchas forçadas, batalhas e morte? Somente o ideal… Nada mais explica…

Vejo uma semelhança, no caso dos seguidores do “comandante Jesus Cristo”. Reproduzo algumas de suas afirmações:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz cada dia, e siga-me” (Lucas 9.23, BCF).
“As raposas têm seus covis, e as aves dos céus, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mateus 8.20, ARA).

Um dia, após um surpreendente diálogo com um moço rico, Jesus fez uma afirmação muito lembrada; melhor dizendo, muito lembrada em 96,5%: duas palavras, entre 57 que constituem a declaração (ou seja, 3,5% do total de palavras), costumam ser esquecidas, que aqui destaco: 
“Ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições, e, no século futuro, a vida eterna” (Marcos 10.29,30, ARC).  

Como cristãos, deveríamos pensar um pouco mais: que tipo de cristianismo é este que professamos, que tem se esforçado por se distanciar dessas características anunciadas pelo Mestre? Que tipo de cristianismo é esse nosso, que, quanto menos renúncia, quanto menos cruz diária, quanto menos privações, quanto menos perseguições, quanto menos batalhas, quanto menos riscos por amor Dele, quanto menos investimento pessoal, quanto mais conforto no travesseiro, mais será o cristianismo que julgamos ser o de Cristo?

Nosso Todo-Poderoso Senhor, que está entronizado no Reino das alturas (Salmo 110.1; Atos 2.33; I Coríntios 15.25; Filipenses 2.9-11), está prestes a voltar… Na sua volta, subjugará definitivamente os reinos deste mundo, estabelecendo seu triunfo universal para sempre. E, até lá, somos como Garibaldi e seus guerreiros: a sorte que hoje nos falta, nos sorrirá amanhã… Enquanto esse dia não chega, não são os galardões terrenos a promessa do Grande General; ao contrário… “Resisti-lhe [ao diabo] firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo” (I Pedro 5.9, ARA).

Por isto, não devemos estranhar as privações do presente. Mas, as glórias e faustos dos que se alistam nas Suas fileiras são seguras promessas do porvir: O Deus de toda a graça, que os chamou para a sua glória eterna em Cristo Jesus, depois de terem sofrido durante pouco de tempo, os restaurará, os confirmará, lhes dará forças e os porá sobre firmes alicerces” (I Pedro 5.10, NVI). Risorgimento! Até lá, é como se nosso Redentor dissesse palavras tais como a de Garibaldi: “Os que amam o meu Reino de coração, e não apenas de lábios, sigam-me”!

Na mensagem musical de hoje, três jovens militares do exército executam o clássico “Just a Closer Walk With Thee”: um ao trombone, dois aos trompetes…

JUST A CLOSER WALT WITH THEE (1941)
"Ao Teu Lado Quero Andar"

Autor desconhecido

Eu sou fraco e sem vigor,
Sê Jesus meu Salvador,
Tira todo o meu pavor

Ao teu lado Jesus quero andar.

Ao teu lado quero andar
Sempre mais a te amar
Cada dia eu quero orar
Seja assim, meu Jesus, seja assim.

Quando a vida aqui findar
E este corpo eu deixar
A minh'alma em teu cuidar,
Confiarei, meu Jesus, confiarei

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !

Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional