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N° 322 : “ORAÇÕES DIÁRIAS IMPRESCINDÍVEIS – V”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Novembro de 2017

"PERDOA-NOS, ASSIM COMO TEMOS PERDOADO…"

O senso de humor dos britânicos é um caso especial. Enquanto no resto do mundo o humor é dependente especialmente de produção de palavras, britânicos, com seu temperamento peculiar, conseguem produzir um humor sem depender tanto das palavras. O seriado “Mister Bean” é um exemplo famoso. Isto não quer dizer que britânicos sejam desajeitados com palavras; aliás, muito pelo contrário. É verdade que nem todos os cérebros conseguem captar o toque de humor de algumas de suas produções; mas, engatando uma marcha de cada vez na atenção e no raciocínio, vai…

Meu amigo David Searle, que conheci ainda em 1995, então diretor da Rutherford House, em Edimburgo, raramente começava uma mensagem sem introduzir com uma narrativa de refinado humor. Lembro-me, por exemplo, do caso que contou de certo cristão, e sua oração:
– Ó Senhor Deus, eu te dou graças porque hoje eu não quebrei um só dos teus mandamentos: não te troquei por outro senhorio, não idolatrei, não menti, não cobicei o alheio… Nada, Senhor! Nenhum pecado! Por isto te dou muitas graças! E te dou graças, também, por este abençoado café da manhã que Tu me destes!… E assim, logo terminou o personagem a sua oração.

Convenhamos: se eu tiver que explicar, perde a graça. Mas, não tenho como aproveitar a história (ou estória, não sei), sem pincelar. A oração tinha tudo para ser [quase] verdadeira: afinal, o dia mal começara…

A verdade é que não precisamos de muitos minutos, a cada novo dia, para depender acentuadamente que Deus nos seja generoso com Seu perdão. O pecado jaz à porta, como disse o próprio Deus a Caim (Gn 4.7). Basta que os primeiros impulsos de impressão cheguem a qualquer dos nossos sentidos físicos (visão, audição, tato, etc…), e a infeliz oportunidade de pecado já abateu mais um…

Por isto, a quinta parte da ‘Oração Didática do Sermão do Monte’, ensinada pelo Senhor Jesus, se mostra, também, como uma imprescindível oração diária: e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores… Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.12,14,15, ARA).

Certa vez, preguei uma mensagem com o seguinte título: “3 Passos no Trato com o Pecado”. Os três passos envolvem as três faculdades espirituais que todos nós – humanos – portamos: intelecto, vontade, sentimento. O primeiro passo é quando eu tomo conhecimento do que desagrada a Deus; meu intelecto fica indesculpável… Daí, digo: “não posso pecar!”. O segundo passo é quando avanço para o domínio da vontade, mesmo que ela ainda se incline ao pecado… Daí, digo: “não quero pecar!”. Mas, isto ainda não é tudo, não é a sublimidade, porque ainda estou sujeito à atração do pecado, mesmo resistindo-o. O terceiro passo é quando o pecado já não mais cria atrativos sobre mim; meu sentimento está mudado, santificado, aperfeiçoado. Daí, digo: “não gosto de pecar!”. Aí está o topo.

O pecado é uma realidade tão infeliz e frequente em nossa vida, que não podemos passar um só dia sem dirigir a Deus as palavras desta oração indispensável – Pai, perdoa as minhas faltas!  

Agora, presta atenção na condicionante: “…assim como eu perdôo…. Em Mateus 18, a partir do verso 23 até o verso 35, Jesus contou a parábola de dois devedores – o primeiro, que devia altíssima soma a um rei; não tendo com que pagar, foi perdoado. Mas, ele tinha um conservo que lhe devia uma pequena quantia. Tendo sido perdoado de uma fortuna, foi impiedoso com seu amigo, que lhe devia uma merreca. Lembra-se do fim da parábola? Não? Que tal ir dar uma conferida no texto?

Quando oramos – Pai, perdoa-me a mim, que te ofendo tanto, da mesma maneira que eu tenho perdoado a quem me tem ofendido – precisamos ter muito cuidado. Com a medida que medimos, podemos ser medidos. Aliás, com a medida que medimos, seremos medidos!

Deus se agrada da confissão genuína de pecados; principalmente, se for acompanhada de contrição sincera, de domínio da vontade, de rendição de coração. Mas, também, se for acompanhada do exercício pessoal do perdão… A Bíblia, por intermédio de Tiago, nos diz: Todos tropeçamos de muitas maneiras” (Tiago 3.2, NVI). E eu diria: todos os dias! Aí está, portanto, uma oração diária imprescindível: aquela, em que buscamos, com mente, vontade e sentimento rendidos, o perdão divino! Dispostos a imita-LO!…

Finalizando, ouça esssa bela interpretação coral da Oração do Senhor:

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Bom Domingo, boa semana,

Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional