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Nº 007 – “REUNIÃO”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Agosto de 2014

O que me conforta é que um dia vamos nos reunir outra vez… Quando isto acontecer, vamos estar juntos de novo, como fomos até agora…” Foi assim que o André Tavares terminou seu discurso de improviso, naquela tarde de Domingo, 23 de Fevereiro deste mesmo ano de 2014. É por conta daquelas palavras, na verdade as últimas do referido discurso, que designo esta mensagem de “reunião”. A palavra “reunião” vem da justaposição de dois vocábulos de origem latina: re, literalmente “para trás”, ou “de volta”, e união, que procede de unus, “um”, “unidade”; fica fácil entender a derivação semântica – “estar juntos outra vez”. Mais abaixo, vou transcrever, quase na íntegra, as palavras do André.

O momento das palavras do André foi singular, e o lugar era um, daqueles, de rara freqüência, para os vivos. Qual o lugar? O saguão do cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte, onde se apinhava uma multidão de gente, que não cabia em qualquer das saletas do hall. Qual o momento? Minutos de despedida de sua mãe – a Madalena – que estava para ser sepultada. A Madalena havia sido acometida de um forte AVC (Acidente Vascular Cerebral) dias antes, e não resistiu; ou melhor, resistiu enquanto aprouve a Deus. Na noite em que isto lhe aconteceu, em casa, estava apenas assistindo um vídeo junto com o seu esposo – o Juezer Júnior. A propósito, o filme versava sobre como pode um casal enfrentar, junto, o envelhecimento. Te parece irônico? Resolva isso com Deus… Depois de vários dias no CTI de um dos hospitais da capital das Alterosas, cumpriu Deus a Sua palavra de promessa, ilustrada pelas palavras da parábola proferida pelo Redentor: Madalena ouviu, do Pai, “muito bem, serva boa e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor!” (adaptado de Mateus 25.21, ARA).  Ela, com seu esposo, eram alunos recém matriculados na minha classe de estudos bíblicos. Deixe-me, então, transcrever todas as palavras do André, que a minha memória conseguiu guardar: A dor que nós estamos sentindo, neste momento, é muito grande. Porque  é muito grande a saudade… Falando por mim, acho que só vou sentir uma dor deste tamanho de novo, se meu pai for antes de mim. Deus tirou metade de mim, e está deixando a outra metade, que é o meu pai. Deus tirou a nossa princesa, a nossa rainha. É isso que a minha mãe era: nossa princesa. O que nos conforta, a mim e a meus irmãos, e ao meu pai, é sabermos que um dia vamos nos reunir outra vez – os seis. E vamos estar juntos de novo, como fomos até agora…”  

Mas, de onde o André tirou isto, em todo o viço da sua juventude? Os discípulos do famoso filósofo grego que viajou nas expedições de Alexandre, o Grande, não sustentariam uma expectativa desse tipo. Pirro de Eléia (360-270 a.C), expoente da filosofia do ceticismo, apregoava a impossibilidade de se alcançar qualquer certeza quanto a verdades absolutas, especialmente em se tratando das metafísicas (as que se abrigam no campo que extrapola o universo físico). Daí, ser reverenciado como o mais antigo expoente do moderno agnosticismo. Se há alguma verdade absoluta no ceticismo de Pirro, de onde, pelas barbas do profeta, tirou o André – e a sua família, a quem ele representava em seu discurso, e até mesmo sua mãe, que nada mais poderia falar neste mundo – sim, de onde tirou tal certeza?

Pois, eu lhes digo de onde tirou!  Ele tirou do livro que foi escrito segundo as palavras daquEle que sabe muito mais que Pirro, daquEle que sabe muito mais que o André, que o Júnior, que sabe muito mais do que a Madalena sabia, ou que sei eu, hoje, ou no futuro. Eu tenho certeza que foi de lá, daquele Livro, que o André tirou tal expectativa, tal esperança – a esperança da reunião. Porquanto, diz o Livro-Jamais-Desmentido, que os céticos (os discípulos de Pirro de Élis, de todos os tempos, desafiam, mas nunca podem vencer: Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.” (I Tessalonicenses 4.13-18, BCF).  Eu grifei, por minha conta, algumas palavras; “juntamente com eles”, aponta, indubitavelmente, para “reunião”. Aquela, de que o André falou… Não quero te assustar, mas, direi assim mesmo: Se à Madalena fosse dado, por um triz de momento, um pequeno retorno de vida, naquele momento, com uma única incumbência de poucos segundos, estou certo de que ela apenas diria – ‘Sim, meu filho, nos reuniremos outra vez, com certeza’!

O Antigo Testamento bíblico mostra a repetição de uma expressão, típica e significativa: … e foi reunido ao seu povo. Quem, por exemplo? Abraão, quando morreu (Gênesis 25.9). Da mesma forma, descendentes seus (Gênesis 25.17 e 49.33). Davi, quando estava para sepultar a criança que se lhe havia recém-nascido, de Bate-Seba, disse: ”Eu irei a ela, mas ela não tornará a mim“ (II Samuel 12.23, ARA).  É isso mesmo! Deus reservou um dia, no futuro (quem sabe, mui próximo), em que nos reuniremos aos que foram. Se esta reunião for mediante a redenção de Jesus Cristo, será uma “reunião” gloriosa no céu. E, se não for, apenas por força de expressão eu digo – nem queira saber (embora seja preciso!). É disso que o André estava falando… Aliás, deixe-me arriscar um palpite: se diz a Bíblia que Abel, mediante sua fidelidade e devoção para com Deus, também mesmo depois de morto, ainda fala” (Hebreus 11.4, ARC), estou prá dizer que a Madalena, mesmo depois de morta, ‘ainda fala’, reverberando as palavras de seu filho.

“Vamos nos reunir outra vez”, disse o André (e seu pai, e seus irmãos, e quase toda a multidão que lá estava, num "Amém" sonoro que se ouviu longe, naquele saguão); “vamos nos reunir outra vez”, concordava, tácita e inertemente a Madalena; “vamos nos reunir outra vez”, estou eu ecoando; “vamos nos reunir outra vez”, é a garantia da Escritura – a poderosa Palavra de Deus – que desafia os céticos! Eles foram eleitos, por mim, "arautos de vida"! Como Noé, e sua pomba…

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. 

Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. 

Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida   
Some rain is bound to fall:

Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional