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N° 193 : “ARREPENDIMENTO TARDIO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Março de 2015

Em Outubro de 2002, o casal Manfred e Marisia von Ritchtofen foi encontrado em sua casa, ambos mortos por assassinato. Poucos dias depois, o Brasil se estarreceu, ao saber que a própria filha do casal,  Suzane von Ritchtofen, então às vésperas de completar 19 anos, foi ativa participante ocorrido. Por conta de tal participação, foi condenada a 39 anos de detenção, pelos crimes de parricídio e matricídio.

Recentemente, já com 31 anos de idade, Suzane deu entrevista a certo apresentador de televisão. Nessa entrevista, ao expressar que sempre teve o sonho de ser mãe, foi inquirida sobre o que diria a seus filhos sobre a morte dos pais. Na resposta, além de indicar lamento pela cessação do relacionamento com o irmão, Andreas, Suzane indicou também arrependimento quanto ao episódio: “Fiz uma grande besteira na vida, me arrependo muito; se pudesse voltar, tudo seria diferente, mas não tem como voltar”. Foi assim que alguns veículos de imprensa escrita reproduziram a parte da entrevista.

Esta afirmação ressalta um fato do qual ninguém duvida, embora praticamente todo mundo aja, em muitas circunstâncias, como se fosse falso. O arrependimento por algo feito, praticado, dito, ou mesmo não feito ou não dito, parece insistentemente suscitar tal tipo de lamento – Ah! Se eu pudesse voltar no tempo… Ah! Se eu pudesse… teria feito outro curso, teria assumido outra profissão, teria buscado outro casamento, teria me relacionado de forma diferente com meus pais, teria me relacionado de modo diferente com meus filhos, não teria promovido aquele julgamento precipitado, não teria dado crédito àquela mentira, não me teria entregue àquele prazer sensual momentâneo e ilícito (que agora me traz a responsabilidade de uma criança), não teria confiado em tal pessoa, não teria jogado fora a oportunidade que tive nas mãos, e assim por diante… Então, podem ir se perdendo de vista (e de memória) os inúmeros exemplos, tirados das vidas de cada um de nós.

O tempo não volta atrás, é dito popular já sobejamente conhecido. O curioso (e desastroso) é que, mesmo sabendo disto sem qualquer margem de dúvida, teimamos em ignorar a realidade, precipitando-nos em pensamentos, atos, palavras ou mesmo omissões, que novamente nos conduzem ao mesmo tipo de arrependimento e lamento. Nalguns casos, o motivo para arrependimento e lamento pode ser extremamente forte – o de Suzane é; noutros casos, pode não ser tão forte, mas o que muda é apenas o grau de arrependimento e lamento, não a essência.

A Bíblia conta a história de Esaú, irmão de Jacó. Vendeu ao seu irmão um direito seu, por ser primogênito, em troca de um repasto efêmero para o ventre; passado o momento do deleite que satisfez o olfato e a gustação, arrependeu-se do que fez. Tarde demais! Não havia mais oportunidade para arrependimento que fizesse voltar o tempo. E chorou amargamente, sem chances…  Não, o tempo não volta mesmo! Não são muitas as ocasiões na vida em que ao arrependimento produz novas chances, como se dá com a oportunidade da salvação.  A Bíblia conta também histórias do rei Davi. Numa delas, quando tinha todo poder, teve também grande sedução pela mulher de seu oficial de exército. Quando veio, efetivamente, se arrepender, já tinha adulterado, o oficial já era morto, e a mulher que não lhe pertencia estava grávida. Davi pode também ter pensado: Ah! Se o meu cetro real incluísse o poder  de fazer voltar o tempo… Uma nota sem rodapé: esse poder, só um tem, mas não o usa – é Deus!

Por tal razão, ainda vital, essencial e atual é o lembrete da Palavra de Deus: “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” (Provérbios 19.2, ARA). A sucessão de arrependimentos na vida – tanto os próprios quanto os alheios – deveria ser conselheiro mais frequentemente consultado (e ouvido) por nós; se fosse, gastaríamos um pouco mais de tempo refletindo nas possíveis conseqüências, para calcular melhor a conveniência do ato, do juízo, da palavra, ou da negação destas atitudes. Depois, costuma ser como diz o ditado dos ancestrais: Não adianta chorar o leite derramado!

Pense bem, pense mais!  O prazer, a sedução, a ambição costumam ser, ao mesmo tempo, fortes demais, efêmeros demais, desastrosos demais! Consulte a Deus, consulte Sua Palavra! Ande cada dia do caminho com mais reflexão e menos precipitação! Dê cada passo debaixo da instrução divina! Será saúde para os ossos, saúde para a carne e saúde para a alma. 

A mensagem musical de hoje foi convertida de minhas fitas cassete gravadas décadas atrás, do som da Keswick Radio(Moody Bible Institute Broadcasting System). 
O hino é inspirado na vida do pequeno Samuel. 
O seu compositor, escocês de Edimburgo, não obstante haver composto mais de uma centena de hinos, viveu apenas 41 anos de idade. Foi ministro do evangelho na sua terra natal, na ilha da Madeira e ainda em Londres, Inglaterra, onde faleceu de uma severa pneumonia. 
O coral masculino que canta preservou a mensagem segundo o costume do canto 'a capella'. 
Embora a gravação não esteja mais com grande qualidade, dá gosto perceber a harmonia das vozes, e a tangente oração.  

THE CHILD SAMUEL (1854)
O Menino Samuel
James Drummond Burns (1823-1864)
(Melodia de Arthur S. Sullivan : 1842-1900)

Oh, give me Samuel's ear…
Oh, dá-me os ouvidos de Samuel…
The open ear, O Lord,
O ouvido aberto, ó Senhor, 
Alive and quick to hear
Atento e lépido a ouvir 
Each whisper of Thy Word!
Cada sussurro da Tua Palavra!
Like him, to answer at Thy call,
Tal como ele, responder ao Teu chamado, 
And to obey Thee first of all.
E obedecer a Ti antes de tudo.  

Oh, give me Samuel's heart…
Oh, dá-me o coração de Samuel…
A lowly heart, that waits
Um coração humilde, que contempla
Where in Thy house Thou art,
Onde, em Tua casa, Tu estás, 
Or watches at Thy gates!
Ou vigia em Teus portais!
By day and night, a heart that still
Seja ao dia, seja à noite, um coração que, silente
Moves at the breathing of Thy will.
Move-se sob o resfolegar da Tua vontade.  

Oh, give me Samuel's mind…
Oh, dá-me a mente de Samuel…
A sweet, unmurmuring faith,
Uma doce fé, sem murmuração,  
Obedient and resigned
Obediente e resignada
To Thee in life and death!
A Ti, seja na vida ou na morte!
That I may read with childlike eyes
Que possa eu ler com olhos como de criança
Truths that are hidden from the wise!
Verdades que são ocultas aos sábios! 

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Abraços, até próximo Domingo (Tg 4.15) 
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br 
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional