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N° 46 : “POR QUE ME AMOU ASSIM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Fevereiro de 2012

Notícias de estarrecer, chegam ao nosso conhecimento, vez ou outra. Em Sorocaba, nesta semana, foi presa uma mulher sob acusação de um crime antigamente raro, muito raro. Qual o crime de que é acusada? Tentativa de homicídio contra sua filha. Qual a idade da filha? Três meses de idade. Método: administração de um pesticida (Butox) junto ao leite da mamadeira. Razão: estava incomodando, o choro da criança. Bem, esta foi a alegação no primeiro depoimento. Sabe como é, né? Logo vêm exemplares de um certo tipo de "conselheiros", a sugerir como deve uma pessoa, em tal situação, pronunciar-se publicamente, ou perante as autoridades… Aí, as versões começam a modificar-se… "Fiz confusão com os frascos; pensei que era remédio para cólicas", passou a dizer ela…

    Onde é que estamos chegando, nestes tempos pós-modernos? Como pode uma "mãe" fazer uma coisa dessas? Se for verdade, pode merecer a nomeclatura honrada que estas três letrinhas designam? Pode merecer inclusão nesta categoria de seres humanos, categoria de altíssimo valor intrínseco? Certamente, não!

    Fala-se do amor de mãe, como uma espécie de amor de alta veneração, quando visto pelo paradigma. Mas cada coisa que se vê, hoje em dia… Aqui, em Belo Horizonte, já são registrados alguns casos de crianças recolhidas em "embalagens", próximo à lagoa da Pampulha. O ser humano é uma obra-prima da Criação, de fato. Mas, intrometeu-se um ingrediente tão nocivo nessa obra-prima (vide Gênesis 3 e Romanos 5.12), que as manchas vão ficando cada vez mais visíveis. Não obstante, uma coisa pode-se dizer, com certeza: Há uma modalidade de manifestação de amor que não muda,  e que permanece a mesma desde que o mundo é mundo: o amor de Deus!"Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer, tenha a vida eterna". (João 3.16) "De tal maneira significa também "de maneira inigualável, sem par, sem paralelo". "Mas Deus… por causa do grande amor com que nos amou… nos deu vida juntamente com Cristo". (Efésios 2.4)

    Este é o amor "AGAPE". Das formas vocabulares que a rica língua grega nos legou para designar as modalidades deste sentimento, não existe uma única que possa adequadamente designar o amor de Deus! Mas esta palavra é a que melhor se aproxima. Em português, "amor" é "amor" em qualquer dimensão, com seus sinônimos. Em inglês, "love" é "love" para qualquer finalidade. Em grego, EROS é o amor cujo objeto focal é o "eu próprio" – amor "egoísta";  FILIA é o amor cujo objeto é ambivalente, quer dizer, eu e o meu próximo, ou vice-versa – é o amor "fraternal" (há uma variação desta forma, que envolve as relações familiares – mas não vem ao caso, agora); AGAPE é o amor cujo objeto não inclui o "eu próprio", e sim o destinatário do amor – é o amor "altruísta" ! Esta palavra, com teor semântico mais específico, ainda é pobre para representar o amor de Deus; é muito pobre, ainda. Por mais distinta e sublime que seja, ao nível humano, é paupérrima, em se tratando de Deus… Mas, dentre as disponíveis, é a que melhor se aproxima do sentimento divino. E outra coisa: Deus amou (e ama) quem Ele amou (e ama) porque quis Ele amar; se fosse depender dos destinatários do Seu amor, Ele não amaria. Não amaria simplesmente porque não merecemos, se fosse para considerar este critério. "Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores". (Romanos 5.8)  

    Não há paralelo nisto. É constrangedor! Tão constrangedor que o apóstolo, via inspiração, acrescenta: "Ora o amor de Cristo nos constrange…" (II Coríntios 4.14) Constrange porque é assim, uma dádiva sem merecimento, graciosa, e com um  preço impagável… Constrange também porque concede um privilégio cuja avaliação escapa a qualquer capacidade humana: a filiação por adoção em Cristo. Somos filhos de Deus! "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus". (I João 3.1). O amor de Deus, de que podemos nos beneficiar (e somos beneficiados), não é volúvel, não é combalido por circunstâncias, não se amolda à correspondência do nosso amor por Ele. Ai de nós se fosse assim. "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua própria vida em favor dos seus amigos". (João 15.13) Nada a assemelhar-se com o inconstante amor que o ser humano, por mais sublime e virtuoso que seja, possa manifestar.

    Aquela mãe de Sorocaba, caso se confirme a denúncia, fica a dever às genuínas e honoráveis mães de verdade. Mas Deus nada fica a dever, nem à Criação, nem a nós, nem a Si próprio, nem a quem quer que seja, mesmo no imaginário. Seu Filho, encravado naquela cruz, foi a maior prova. E que prova ! Nós, sim, é que ficamos a Lhe dever –  e muito, e sempre, e tudo!  E ainda fica faltando !! E como fica !!!

    O nosso hino de hoje fala disto também. Foi composto por um homem que tinha dotes musicais, mas usava-os tão somente para o seu deleite, e dos conhecidos. Ouviu uma pregação, numa campanha evangelística, e tornou-se rendido àquEle que é amor (I João 4.8b). Rendido, profundamente impressionado pela expressão do amor divino em Cristo, compôs o hino. Além deste, compôs mais uns 2000 hinos e cânticos… Como exemplo, a música do conhecido (e belo) hino de nossos hinários – "Oscilando minha fé, Deus me valerá"… Vai aqui, num áudio coral em nosso idioma.  Segue também a letra original, para os que tiverem curiosidade.

WHY SHOULD HE LOVE ME SO (1924)
Por Que me Amou Assim?
Robert Harkness (1860-1961)

Love sent my Saviour to die in my stead
Why should He love me so ?
Meekly to Calvary's cross He was led
Why should He love me so ?…

   Why should He love me so?    
   Why should He love me so?
   Why should my Saviour to Calvary go

   Why should He love me so?

Nails pierced His hands and His feet for my sin
Why should He love me so?
He suffered sore my salvation to win
Why should He love me so?…

O how He agonised there in my place
Why should He love me so?
Nothing witholding my sin to efface
Why should He love me so?

 AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, boa semana !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional