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Nº 006 – “POR QUE?… OU PRÁ QUE?…”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Julho de 2014

Não pergunto ‘por que’, mas ‘para que’… Qual o propósito de Deus nisto tudo”… Esta foi uma das frases de uma mãe, diante do quadro do seu filho. Outra, foi: “Não desistam, lutem com toda força mesmo que te digam o contrário. Coloquem seus filhos na mão de Deus que ele ampara”. Quem disse foi Rosana Polisel, empresária paulista, mãe de Tomás (29), Maíra (28) e Vítor (27). O filho mais velho há muito vinha sendo amante de esportes radicais. Já efetuou dezenas de saltos de pára-quedas no Brasil. Em 26 de Outubro de 2012, de férias nos Estados Unidos, Tomás, resolveu fazer, por lá, um salto de pára-quedas; estava em Phoenix, no Arizona. Da empresa onde trabalhava como analista de sistemas tinha ganho, como prêmio, um carro. Nem chegou a tomar posse do prêmio. Seu salto, o primeiro (e único) fora do Brasil, deu errado. O pára-quedas principal não se abriu. Paraquedistas relatam a estatística de que um em cada 6.500 saltos resulta neste dramático imprevisto. Mas, há o pára-quedas reserva, de emergência. As chances estatísticas de um pára-quedas reserva falhar, depois de o principal já ter falhado, são extremamente raras.

Entretanto, no caso do Tomás, a raridade aconteceu. Falhou o principal, falhou também o reserva, logo em seguida. Este último enroscou-se no principal semi-aberto, causando uma queda praticamente livre: morte certa. Ocorre que Tomás não morreu. Os socorristas que o resgataram no deserto de Phoenix ficaram impressionados. “Era prá ter tido todos os ossos triturados”, disseram eles. Tomás foi levado inconsciente ao hospital. Rosana, sua mãe, viajou rapidamente do Brasil para lá. Ao chegar, os médicos já tinham um documento para doação de órgãos para ela assinar. “Seu filho gostaria de viver como um vegetal, ou gostaria que fossem desligados os aparelhos que o mantêm vivo? ” – perguntaram-lhe. Rosana questionou se ele já tinha morte cerebral, e os médicos não a confirmaram. Então, ela declarou que sua vontade é que lutassem como todos os meios para que seu filho vivesse. “Deus me deu meu filho e eu não assinei nenhum contrato dizendo que só iria ter ele comigo enquanto ele estivesse bem. Ele será sempre meu filho e digo que Deus me dá forças todos os dias, pois meu lado humano de mãe não suportaria tudo isso”.  Tomás sobreviveu de uma forma que dizem ter sido miraculosa. Dos Estados Unidos, foi removido para o Hospital das Clínicas em São Paulo, embora tenha ficado tetraplégico. Hoje, ele se comunica com os olhos, através de um código de piscadas.

Nesse meio tempo, o outro filho, o Vítor, estava de casamento marcado. E, como arranjar forças para casar um filho, com outro entre a vida e a morte, já tetraplégico? Só em Deus, foi o que disse Rosana. Em setembro de 2013, Tomás pôde ir para casa. Para o neurologista, a palavra “milagre”, uma espécie de providência divina com caráter não usual, talvez seja difícil de pronunciar. Rosana sabe que não deve alimentar a esperança de que seu filho volte a andar. Mas, o fato de ele poder, mesmo sob todas as limitações típicas, exercer pessoalmente várias de suas escolhas (vestir ou não tal roupa, ficar na cama ou na cadeira, ficar em casa ou passear, etc…), já constitui um conjunto de pequenos “milagres”, além do “milagre” de ter sobrevivido. E, ao pensar que ele poderia ter morrido ali mesmo, no solo, com dois pára-quedas enroscados em volta do corpo no deserto, torna-se um presente especial de “dia das mães” ter o filho junto de si. Por causa disto, Rosana deixou as atividades pessoais, e passou a dedicar-se tempo integral ao filho.

“Por Que?” Convenhamos, esta já é uma pergunta um tanto difícil de se responder… Nenhum socorrista do Tomás, em pleno deserto do Arizona, poderia respondê-la… Nenhum médico no hospital de Phoenix tampouco poderia… Ninguém mais poderia… Pior ainda, é perguntar “Prá Que?”. Entretanto, se a Rosana Polisel diz que sua pergunta, diante de Deus, é a segunda, não a primeira, uma só pode ser a razão. Deve estar, ela, convicta de que Deus tem um propósito para que tal infortúnio tivesse acontecido (escolhi esta palavra, mas vontade que deu, francamente, foi a de escrever a palavra “desgraça”…). Lembre-se: não somos nós, os leitores, que estamos sugerindo a pergunta a fazer; é própria mãe, que abandonou o dia-a-dia da sua própria vida em favor da sobrevivência do filho, quem escolheu a pergunta que deveria fazer. O que eu quero dizer é: nenhum de nós está alcançando, ao ler essa história, o grau de sentimentos e turbulências que povoa o coração e a mente daquela mãe, desde então. Mas é ela quem diz – não vou perguntar a Deus ‘por que’! Apenas vou perguntar ‘prá que’!… Dá prá imaginar isso?

Honestamente falando, acredito que até será natural se a Rosana se esquecer do que disse, e voltar a questionar a Deus – Por que, meu Deus? No entanto, na sua obstinação, além de cuidar do Tomás a cada dia, sem abrir mão de ser mãe, é a de descobrir o que Deus quer com isso tudo. É força demais.

Será a situação do Tomás e da Rosana diferente da situação que muitos outros seres humanos possam estar vivendo, neste instante? Que tipos de infortúnios estarão alguns que você conhece, não importando de que lado do globo agora esteja, vivenciando, em atmosfera de extrema adversidade? Seja a enfermidade, seja a limitação, seja a angústia de alma, seja a angústia na própria pele, quantos serão? O salmista Davi (Salmo 119) também reconheceu que as adversidades que ele sofreu serviram de aprendizado diante de Deus. Sei que é mais fácil falar isso do que enfrentar isso. Mas, sabendo que também quem enfrenta fala (como a Rosana), vejo aí uma credencial mais forte.

É possível dizer que o consolo que sustentou o apóstolo Paulo é o mesmo consolo que hoje sustenta: ”Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.“ (II Coríntios 4.7-10, ARA).  Este apóstolo sofreu também perseguições, açoites, naufrágios, prisões, enfermidades, traições, tribunais, tentativas de homicídio, e daí prá diante. Mas, este consolo ele experimentou, de Deus, repetidas vezes.  E é o mesmo consolo que faz-se disponível hoje. Basta buscá-lo na fonte certa e segura: Deus! Por tal razão, o mesmo apóstolo Paulo acrescenta, adiante: "Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas." (II Coríntios 4.16-18, ARA); e, ainda mais:  "Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou… " (II Coríntios 7.6, ARA).

Por Que?… ou… Prá Que? É a visão de Deus, de quem Ele é, do que Ele é capaz, de quem somos diante Dele, que faz a diferença… E a diferença é que determina o tipo de pergunta… Penso que posso dizer que gente como Rosana Polisel é "arauto de vida". Gente que anuncia que, depois do "dilúvio", há vida outra vez, há renascimento de vida… Que, no meio do "dilúvio", há esperança (ainda que seja num 'broto', apenas)…

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. 

Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. 

Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida   
Some rain is bound to fall:

Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional