Agora no portal:

N° 53 : “VIDA POR MILAGRE!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Abril de 2012

Quero lembrar hoje do Titanic… A data é oportuna. Afinal de contas, nesta semana se completaram 100 anos desde que "o inafundável" afundou… Não há como não reconhecer que 'aquilo' foi uma verdadeira obra de arte da engenharia naval, para o início do século XX. Mais de 2.200 pessoas se acomodaram dentro daquele gigante (para a época), embarcando em Southampton, Inglaterra (e em mais dois portos), para a viagem inaugural rumo a Nova Yorque. Pela propaganda disseminada, parece que esses milhares acreditavam que o navio era a sua própria segurança sobre o oceano. Se é verdade, não posso afiançar… Mas, conta-se que a afirmação "Nenhum homem, nem Deus, afunda este navio!" é atribuída ao capitão Edward Smith; outros dizem que foi Thomas Andrews, o arquiteto naval mor do Titanic, quem o afirmou… Ou, pelo menos, que foi o navio projetado para nunca afundar… O fato é que a trágica história da grande embarcação traz consigo esta alcunha de ironia : "o inafundável". Ao bater num iceberg, na escuridão da noite para a madrugada de 15 de Abril de 1912, o impensável aconteceu. Em 18 de Abril, cerca de 710 sobreviventes chegaram a Nova Yorque, mas os que perderam a vida no oceano foram mais de 1500, entre tripulantes e passageiros. Desses milhares de corpos, apenas pouco mais de 200 foram encontrados.  

    Havia uma regra, a de priorizar mulheres e crianças. Mas essa regra não valeu para a terceira classe, alojada nas áreas inferiores do navio, e que era maioria entre os passageiros. A terceira classe, por ordens ditadas dentro do navio, logo que houve a colisão com o iceberg, teve seu acesso ao deck superior do navio bloqueada. Afirma-se que a razão para isto foi que o número de botes salva-vidas era suficiente para, no máximo um terço das almas. Assim, da terceira classe, não mais que 20 por cento das mulheres e crianças se salvou. Alguns poucos homens também se salvaram, vencendo o bloqueio imposto. Todo o restante foi condenado a submergir com o sinistrado, por ordens que se atribuem ao capitão.

    A neta de um dos poucos homens da terceira classe que se salvaram deu o seguinte testemunho: " Meu avô, um armênio que fugia das atrocidades impostas sobre seu país, buscava uma nova pátria na América. Ele embarcou na França, depois de uma longa viagem atravessando a Europa. Lutando e quebrando os bloqueios que o capitão mandou colocar nos caminhos de subida da terceira classe, foi um verdadeiro milagre (sic) que ele tenha chegado ao deck, de onde se lançou do alto do corrediço mar, com a única roupa que tinha – a do próprio corpo. E, nadando no meio da água gelada, foi assim que recolhido num dos barcos salva-vidas que se afastava, que estava ocupado por menos de metade de sua capacidade. Foi mesmo um verdadeiro milagre." Curiosamente, ele foi parar justo no bote onde estava Millvina Dean, a última sobrevivente do naufrágio a morrer, em 2009, aos 97 anos. Na época, ela estava nos braços da mãe, com somente dois meses de idade.

   A história de "O Inafundável" mexeu com as lembranças nesta semana, por causa dos 100 anos do fato. Se é verdade que a vaidade humana foi assim, soberbamente pronunciada, a ponto de exprimir palavras que desafiaram de tal modo a Deus,  os fatos passaram a mostrar que com Deus não se brinca."Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará". (Gálatas 6.7) A frase da neta do armênio, "salvo por um milagre", segundo o entendimento da família, faz-nos pensar em nosso curso de vida.Tempos atrás, pregando uma mensagem baseada em Jó 34, mencionei 3 verdades que penso serem insofismáveis:
   1ª) "
Estamos todos no mesmo barco"… "Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó.". (Jó 34.14,15) Além disto, o texto acrescenta, nos versos 18 a 23: "Dir-se-á a um rei: Oh! Vil? Ou aos príncipes: Oh! Perversos? Quanto menos àquEle que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima ao rico mais do que ao pobre; porque todos são obra de suas mãos. De repente, morrem; à meia-noite, os povos são perturbados e passam, e os poderosos são tomados por força invisível. Os olhos de Deus estão sobre os caminhos do homem e vêem todos os seus passos. Não há trevas nem sombra assaz profunda, onde se escondam os que praticam a iniqüidade. Pois Deus não precisa observar por muito tempo o homem antes de o fazer ir a juízo perante ele." Aos olhos do Criador, sob o ponto de vista da criação natural à qual se seguiu a Queda e a entrada do pecado universal, somos todos um bando de criaturas perdidas e dependentes da misericórdia divina. Numa tragédia, para o fundo do oceano vai, tanto o rico, quanto o pobre – tanto a "primeira classe", quanto a "terceira". Diante da mão poderosa, judicante, interventora do Criador, não faz a menor diferença ser fugitivo armênio ou lorde inglês; ser branco ou de qualquer outra 'cor'… O corpo do nobre arquiteto naval inglês Thomas Andrews jamais foi encontrado, assim como jamais foram encontrados os corpos de mais de mil 'desconhecidos'… Sob a perspectiva da dependência da graça de Deus, enquanto criaturas humanas sem Cristo (pela ótica designada em I Coríntios 2.14) , estamos todos num mesmo patamar – "estamos todos no mesmo barco"!

   2ª) "O Piloto desse 'barco' não é sádico"… Quando ocorreu o tsunami asiático de 2004 para 2005, o jornalista brasileiro Heródoto Barbeiro reproduziu o pronunciamento de um jornalista do New York Times, o qual afirmou que Deus estava brincando com a humanidade. E o brasileiro acresceu – "Se isto é uma brincadeira, que Deus é esse? Seria uma brincadeira de muito mau gosto. Mas, o que diz o Livro Infalível é:" Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte daquele que não teme, mas em que este se converta do seu caminho, e viva! ".  (Ezequiel 33.11) É preciso desconhecer a Deus, para levantar uma suspeita dessa (irreverente, arriscada, diga-se de passagem) Quem pensa que Deus está brincando com a humanidade, está em verdade brincando com Deus. Isso, sim, é de mau gosto! A própria Escritura adverte: "Pelo que vós, homens sensatos, escutai-me: longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-Poderoso o cometer injustiça. Pois retribui ao homem segundo as suas obras e faz que a cada um toque segundo o seu caminho. Na verdade, Deus não procede maliciosamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo. Quem lhe entregou o governo da terra? Quem lhe confiou o universo ? ". (Jó 34.1-13) Não, o "piloto não é sádico"! Não, o "piloto da existência humana".

    3ª) "Os acidentes do percurso são sinais da chegada ! Quando Jesus pronunciou o sermão profético e escatológico de Mateus 25, deixou claro que há eloquentes maneiras de o homem observar o curso da História, e mesmo de sua existência, e perceber que os sinais apontam para o desfecho da própria História: Na célebre mensagem diante dos sábios gregos, no Areópago ateniense, o apóstolo proclamou: "Ora, não levou Deus em conta os tempos de ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam. Porquanto estabeleceu um dia, no qual há de julgar o mundo com justiça, por meio de um Varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos". (Atos 17.30,31) Cada acontecimento de nossa vida, por mais simples e típico do seu curso natural, ou por mais complexo e contundente que seja, traz o 'dedo de Deus", em Sua providência. E a providência de Deus é um constante testemunho a favor do Seu desígnio criador, escatológico, redentivo.

    O 'barco' segue seu curso, há acidentes de percurso (sem dúvida, muitos), o piloto continua não sendo sádico, mas os acidentes  de percurso são sinais mais visíveis de que a chegada se aproxima. Nela, há dois desfechos, não um apenas. Para quem tem recursos "salva-vidas", há vida do outro lado. E o nosso "bote salva-vidas" é Jesus Cristo! "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu, não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos". (Atos 4.12) Isto é um verdadeiro milagre da mão do Todo-Poderoso !!!

   A moça canadense, descendente do armênio "salvo como que por um milagre", me faz associar o episódio com a minha própria salvação. Ela já está afiançada, naquEle que é único, singular. Não há nenhum outro ! Mas, reconheço que é também um milagre – o milagre do amor misericordioso de Deus ! John W. Peterson, um dos autores de antemas cristãos que mais aprecio, produziu a "pérola" que se pode ouvir hoje, cuja letra segue…

I Believe in Miracles, 1956
CREIO EM MILAGRES 
John W. Peterson (1921-2006)

1. Em toda a criação de Deus
   Eu vejo o Seu poder;
   E quem contempla a linda flor
   Milagres pode ver.

CORO: Creio em milagres,
      Pois Cristo me salvou!
      Tão grandioso é o poder
      Que assim me transformou!
      Minh'alma escura se abriu
      À luz do Salvador.
      Creio em milagres,
      Pois tenho um Deus de amor!

2. De Deus o amor, poder real,
   Milagres fez em mim.
   Perdão, felicidade, paz,
   Eu tenho agora, enfim.

3. Divino Pai, em Seu poder
   Renova o coração,
   E num milagre de amor,
   Opera a salvação.

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana
Ulisses

P.S.: No ano passado, mandei uma mensagem ("Mais Perto… em Betel"), anexando-lhe uma belíssima versão do hino que se atribui ter sido o último tocado pela banda do Titanic, antes do sinistro ("Mais Perto Quero Estar"). 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional