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N° 237 : “CAPSULA MUNDI”

 Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 17 de Janeiro de 2016

Que árvore você quer ser, quando morrer? Isto mesmo: que árvore você quer ser? Um flamboyant ou um ficus? Quem sabe, um frondoso Ipê, ou um singelo Cinamomo? Talvez uma exuberante Bandarra, ou um frondoso Jequitibá? Uma Paineira, um Oiti, uma Sibipiruna… Iche! Opções não faltam. Estou falando do exótico projeto italiano, denominado Capsula Mundi. Projeto que tem uma ideia revolucionária: em vez de se derrubar árvores para construir caixões, produzir árvores, reflorestar o planeta… A partir de cadáveres!

A ideia provém de dois designers italianos: Anna Citelli e Raoul Bretzel. Como seria? A pessoa escolhe, em vida, em que árvore quer, biologicamente, se transformar, quando morrer. Pode até colocar no testamento, se quiser. Familiares seriam os primeiros incumbidos de cumprir sua vontade. Morrendo, em vez de ser colocado num caixão de madeira, seria colocado, em posição fetal vertical, numa cápsula ecológica, biologicamente degradável, em forma de ovo. Essa cápsula, ou seja, esse “ovo”, seria depositado na terra, sobre o que seria plantada a mudinha da árvore desejada. As raízes da muda deveriam ser situadas bem no topo do ovo, de modo a nutrir-se da matéria orgânica corporal em decomposição. Com o tempo, em vez de familiares virem reverenciar memórias à frente de um túmulo, o fariam sob a copa de uma árvore. O apelo pode até ser ecológico, mas dá a impressão de conter uma idéia meio mística, meio panteísta.

Que tal estas três espécies: carvalho, cedro e palmeira? Não exatamente da forma como os dois designers italianos propõem. Da forma como o designer da vida propõe. Veja só: Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes, para proclamar que o Senhor é justo. Ele é a minha Rocha; nele não há injustiça” (Salmo 92.13-15, NVI). Quanto à terceira opção: “Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua glória (Isaías 61.3, NVI).

Segundo a Bíblia, há a expectativa escatológica de que venhamos a nos ‘transformar’ em palmeiras, cedros e carvalhos. Como em quase toda palavra escatológica da Escritura, pode-se identificar um elemento presente e outro futuro nessa expectativa. Explicando: Os “justos” são aqueles que tomaram para si o único e fiel advogado junto a Deus – Jesus Cristo, o justo (I João 2.1); com isto, mesmo ainda pecadores são justificados no Cordeiro de Deus. E na glória eterna, serão transformados à semelhança da humanidade perfeita do Filho de Deus. “Florescer” significa mostrar uma forma de vida diferente, com cores que se desenham pelo caráter do evangelho; com perfumes e aromas que se fazem notórios nos ambientes em que se encontram, fazendo diferença saudável nesses mesmos ambientes. E, na glória eterna, hão de florescer como um jardim imenso e opulento, na presença do Todo-Poderoso.    

A palmeira e o cedro são símbolos de resistência e capacidade de sobrevivência (mesmo em condições adversas), de longevidade, de força, de beleza. “Plantados na casa do Senhor” significa o cultivo de vida sob o temor do Senhor e de Sua Palavra, sem a leviandade do ‘faz-de-conta’. Dar frutos ainda na velhice significa cumprir, com viço, toda a missão de vida outorgada por Deus, quer dure ela poucas dezenas de anos, quer chegue ao entorno de um século. E, na eternidade, esse viço será inigualável e inesgotável.

No texto do profeta Isaías ainda se fala do “carvalho”, plantado pelo Senhor. Faça uma pesquisa comparativa sobre as qualidades da palmeira (uma “imperial”, por exemplo), de um cedro, ou de um carvalho. É comum as tempestades arrancarem árvores inteiras do solo; dificilmente isto acontece com um carvalho. Suas raízes se instalam de uma tal maneira, que a tempestade da superfície não o abala no subsolo. De acordo com a Bíblia, essa ideia de nos transformarmos em árvores (aqui, no sentido simbólico) já foi pensada por Deus. E, para que? O profeta responde: para a manifestação da Sua glória!

Retomo a pergunta inicial deste texto, com um acréscimo: que árvore você quer ser, aos olhos de Deus, não apenas quando morrer, mas enquanto viver? Seja uma palmeira, seja um cedro, seja um carvalho – aí está a verdadeira capsula mundi, a cápsula de vida, de referencial de justiça, de manifestação de glória ao Criador e Redentor! Ele é a nossa rocha! E nEle não há injustiça! Para isto, não é preciso esperar o dia do sepultamento: melhor é sê-lo desde já!

Em 1929, a esposa de um pastor e evangelista compôs um poema a partir da experiência de vida, com base na reflexão sobre as promessas de que falamos. Ela não conheceu os pais: perdeu-os quando ainda na primeira infância, e foi criada num lar batista de órfãos, no estado do Texas. Casou-se com um descendente de judeus vindos da Alemanha, que fugiram dos horrores da 1ª Guerra Mundial. Seu esposo se converteu numa campanha evangelística. Os rigores do inverno no hemisfério norte, em determinadas regiões, destruíam (e ainda destróem) toda vida "verde". As rosas do jardim de Janie Metzgar se acabaram completamente, com a chegada do inverno. Seu poema falava do contraste entre esse cenário do inverno e a revitalização da primavera. Ela ansiou pela primavera outra vez. E ela pôs-se a pensar no céu. E assim, nasceu o poema. Anos mais tarde, seu próprio filho inseriu no poema uma formatação musical. Ei-los, ambos,  em nosso anexo de hoje. Não fala de palmeiras, de cedros ou de carvalhos; mas, não escapa do assunto… Após a transcrição da letra (traduzida), nosso AudioPlayer online…


WHERE THE ROSES NEVER FADE (1929)
Onde as Rosas Nunca Murcham)
Janie West Metzgar & Robert Metzgar
Choir: Where the roses never fade

Coral : Onde as rosas nunca murcham
I am going to a city
Estou a caminho de uma cidade
Where, where the streets gold're laid
Onde as ruas são pavimentadas de ouro
And they say the tree of life right there is blooming (besides that crystal water)
E, diz-se que lá a árvore da vida constantemente floresce (ao lado do rio de cristal)
And, and the roses never fade
E, as rosas nunca murcham. 

Chorus:
Here they bloom, but for a season

Por aqui, elas florescem, mas apenas por uma estação
And, oh Lord, all of their beauty is decayed
E, ó Senhor, toda a sua beleza logo fenece
But I wanna tell you about it now
Mas, quero falar-lhe disto agora
I am going to a city
Estou a caminho de uma cidade
Where, where  the roses never, never fade
Onde as rosas nunca murcham!

Loved ones gone to be with Jesus,
Os queridos que foram se encontrar com Jesus
In their robes of white arrayed (oh, yes they are!);
Em suas vestimentas brancas enfileirados (oh, sim, eles estão)
Now are waiting for my coming,

No presente aguardam pela minha chegada
Where the roses never fade.
Onde as rosas nunca murcham.

AudioPlayer online (controle de volume à direita) 

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses  

 Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional