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N° 162 : “UM MINUTO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 6 de Julho de 2014

O que é um minuto? Ora, uma soma sucessiva de sessenta segundos, diria aquele que é ágil em respostas pontas, na ponta da língua. Dependendo da circunstância, é coisa insignificante; por exemplo, quanto à expectativa de cumprir uma grande viagem, de horas de duração: um minuto mais, numa lanchonete à beira da estrada, não compromete o tempo da viagem. Em outras circunstâncias, porém, é tempo mais que suficiente para se fazer enorme diferença numa história de vida. Foi o caso de um parente meu, por estes dias. Na última quinta-feira, dia 03, o seu trajeto era a Avenida Dom Pedro I, em Belo Horizonte. Sua posição, no fluxo de tráfego, era de alguns metros antes do viaduto “Batalha dos Guararapes”, que desabou um minuto antes de sua passagem por baixo dele.  Segundo cálculos desse meu parente, um primo em segundo grau, com um minuto mais estaria ele bem ali debaixo. Naquele mesmo instante, metros mais à frente, foi o minuto que faltou à motorista Hanna Cristina; o ônibus que ela dirigia foi atingido, e ela teve apenas fração daquele minuto para puxar para trás a filha pequena, pisar no freio do veículo, e deslocá-lo de forma a evitar que fosse mais atingido. A filha e outros passageiros sobreviveram.  

São circunstâncias que carregam mais peso à advertência de que a vida é efêmera, é passageira. No que tange à ocorrência eventual de transição desta vida para a eternidade, um minuto tem, ao mesmo, valor insignificante e também o valor de uma eternidade. Um minuto, uma hora, um dia, não importa. O que importa é reconhecer que a vida não é uma propriedade natural do homem, ou por ele conquistada. A vida é dom de Deus, tem duração por Ele definida, e propósito por Ele estabelecido.

Por que lidamos com os fatos de cada dia como se tivéssemos a duração de todo o dia garantida e creditada na nossa conta? Por que lidamos com os planos e as expectativas, sejam elas pessoais, ou familiares, ou funcionais, ou de qualquer outra natureza, como se os meses e anos de existência já estivessem todos contabilizados a nosso favor? Por que não nos é freqüente, como deveria, a consciência matinal cotidiana de que chegar ao fim de cada dia, e chegar ao termo de uma longeva existência, é algo que depende fundamentalmente de Deus e de Sua vontade desconhecida? Resposta possível, que talvez sintetize todos os ensaios possíveis: é porque a nossa sensação de autonomia e de poder sobre o curso da nossa vida é bem maior do que o sensato.

Advertências da parte do Criador não faltam… Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? (Mateus 6.27, BCF).  “Porque somos estranhos diante de ti e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não temos permanência.” (I Crônicas 29.15, ARA). Advertências como estas deveriam produzir alguma diferença em nossa mente e em nosso coração, quanto à transitoriedade da vida.  Mas, temos que reconhecer – a nossa memória é fraca. Acontece um acidente natural, como um deslizamento de terra sob intensas chuvas, tal como pouco tempo atrás aconteceu em Angra dos Reis, e somos lembrados. Eu vi toda a reportagem daquele evento, mas não tinha consciência de quão próximo era, até que, poucos dias atrás, falei pessoalmente coma viúva de uma das vítimas, ainda jovem. Acontece um acidente automobilístico na rodovia que intercepta nossa viagem, como poucas semanas atrás ocorreu em minha própria viagem, ceifando a vida de um casal, e Deus toma o fato como mais um lembrete. Ei! A vida é passageira! Basta um minuto, e ela não mais existe! – é como se advertisse Ele. Tem muita gente que ignora os lembretes. Até que, um dia, o lembrete acontece bem diante dos seus olhos. Chega a dizer – Eu nasci de novo!

Em 1976, um cantor e compositor gaúcho fez enorme sucesso com certa música. Depois, parece que ele mesmo foi feito vítima de sua declaração musical, pois parece estar vivendo em certo ostracismo. Diz a sua composição: Eu sou nuvem passageira, que como vento se vai; eu sou como um cristal bonito que se quebra quando cai… Não adianta escrever meu nome numa pedra, porque essa pedra em pó vai se transformar! Você não vê que a vida corre contra o tempo? Sou um castelo de areia na beira do mar… Que poesia verdadeira! O profeta declarou Por isso serão como a neblina da manhã, como o orvalho que bem cedo evapora, como palha que num redemoinho vai-se de uma eira, como a fumaça que sai pela chaminé (Oséias 13.3, NVI). Se tivéssemos uma consciência mais sintonizada com os desígnios de Deus, não brincaríamos tanto com o nosso tempo e com os nossos dias de vida; não levaríamos tão pouco a sério a realidade da outra vida, e a iminência da eternidade. Se tivéssemos mais senso de urgência quanto à aproximação da porta da eternidade, não faríamos tão pouco caso quanto à demanda divina, que tem por fim levar-nos à compreensão de duas grandes verdades: A primeira, é que viver a vida, dure ela quanto durar, sem que ela esteja rendida efetivamente ao Criador é arriscar a própria sorte, pois a eternidade não permite retorno e segunda chance; é como Jesus ilustrou, quanto à parábola concernente a certo homem, cujos interesses diários estavam totalmente centralizados em si mesmo, pelo que disse para si próprio: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?  (Lucas 12.19,20, ACRF). A outra verdade, é que os que são já remidos pelo sangue do Cordeiro precisam cuidar melhor do investimento do seu tempo de vida em favor daquilo que glorifica ao Seu Criador. Enquanto é dia, precisamos realizar a obra daquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar” (João 9.4, NVI).

Um minuto, uma hora, um dia, um ano, muitos anos… Quanto te falta? Você sabe realmente? Você não sabe? Para a Hanna, não houve esse minuto adicional; para o meu parente, um minuto o salvou… Para você, quem sabe, alguns minutos lendo esta mensagem até aqui te farão pensar melhor no próximo minuto de vida, e nos próximos, se Deus o quiser. O que importa mais é saber em que posição Deus se encontra com relação à sua vida – se no eixo, se na órbita, ou se completamente distante… Quem pode garantir quantos minutos mais haverá para pensar nisto? Que tal gastar o próximo minuto (ou os próximos) pensando melhor no assunto?

O autor da peça musical que encerra a mensagem de hoje nasceu em uma propriedade rural de Oklahoma. Depois de anos de trabalho duro, plantando e colhendo algodão, sua aptidão para a música levou-o ao serviço de seu Redentor. Havendo composto mais de 800 hinos, estão alguns deles entre os mais lembrados do século XX. No seu primeiro verso, o autor toma emprestado um termo dos antigos poetas gregos – Elísio. Para Homero, era a terra paradisíaca das extremidades do mundo, terra dos virtuosos; para Hesíodo, eram as ilhas paradisíacas dos bem-aventurados.

I’LL MEET BY THE RIVER (1959)
Te Encontrarei Junto ao Rio
Albert Edward Brumley (1905-1977)

Over on the bright Elysian shore, 
Lá na brilhante praia Elisiana
Where the howling tempest comes no more,
Onde a uivante tempestade não mais ocorre
I'll meet you by the river, some sweet day!
Eu te encontrarei junto ao rio, algum doce dia! 
Far beyond the partings and the tomb, 
Muito além das despedidas e do túmulo
Where the charming roses ever bloom,
Onde as charmosas rosas sempre florescem
I'll meet you by the river some sweet day.
Eu te encontrarei junto ao rio, algum doce dia!


I'll meet you by the river some sweet day,
Eu te encontrarei junto ao rio, algum doce dia! 
By the bright and shining river far away 
Junto ao brilhante e reluzente rio, lá, distante 
After we’ve flown these prison bars, 
Depois que nos tenhamos livrado destes grilhões
To a city far beyond the stars,
Rumo a uma cidade bem além das estrelas 
I'll meet you by the river some sweet day.
Eu te encontrarei junto ao rio, algum doce dia!

After all the disappointments here, 
Depois de todos os desapontamentos de aqui
After all the shadows disappear,
Depois que desaparecerem todas as sombras
I'll meet you by the river some sweet day 
Eu te encontrarei junto ao rio, algum doce dia! 
When the evening sun at last goes down, 
Quando o sol decadente finalmente se for
When we go to wear a robe and crown,
Quando estivermos para vestir o manto e a coroa
I'll meet you by the river some sweet say.
Eu te encontrarei junto ao rio, algum doce dia!

 

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Abraços, até à próxima
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'