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N° 159 : “ELE É MEU FILHO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Junho de 2014

 – Venha comigo! Eu sou teu pai, eu não te criei para isto…

– Me deixa ir… Eu quero ir, quero melhores estudos, quero uma sociedade melhor, quero meus direitos…

– Ei, cara! Você é meu filho, quem te ama sou eu, e eu pago os seus estudos. Você terá os seus direitos quando estiver trabalhando e ganhando seu próprio dinheiro!, respondeu o pai. 

O garoto tinha saído de casa dizendo à mãe que ia andar de skate; mas o pai foi à sua busca, junto com a mãe, porque disse ter temido por sua integridade. E, puxando pelo braço o filho Renan, o motorista paulistano Osvaldo Baldi, de 50 anos, arrebatou-lhe da multidão. A multidão – um tanto de mascarados na frente – seguia para fazer o que denominara “manifestação”. Tentando impedir o pai de tirar do seu meio o filho, a multidão cercou o menino de 16 anos, gritando em coro “deixa, deixa”. O pai, resoluto, com o apoio da esposa, conseguiu vencer a barreira, tirando Renan dali, exclamando:- Ele é meu filho! E assim, arrancou a máscara que lhe cobria a cabeça, justificando-se (e com razão):- Manifestação debaixo de máscara não é manifestação! 

Deve ter sido uma cena forte, carregada de adrenalina de ambos os lados. Corajoso, esse pai. Pelo menos naquele ato, demonstrou ser homem de iniciativa, de determinação. Não o conheço, não sei da vida dele. Pode até ser que tenha seus defeitos, como pai (assim como eu tive e ainda tenho os meus). Mas, consigo acreditar que ele de fato ama o filho. Vi a cena. Não cabe na minha cabeça que ele estava bancando o artista para as câmeras, enfrentando o que enfrentou. Ao contrário, o que me parece, de verdade, é que ele acredita firmemente na inconsequência quanto a um filho de 16 anos mentir para a mãe quanto às suas intenções, vestir uma máscara preta a cobrir toda a cabeça, e sair junto de um punhado de outros mascarados dispostos a enfrentar até a polícia. A sua exclamação, a justificar o corajoso ato, me ecoa, ainda, aos tímpanos : Ele é meu filho!

Faz-me lembrar uma voz, muitos anos atrás, com declaração parecida – ao menos na primeira parte. Aliás, não foi uma única vez, senão duas. Na primeira ocorrência, o brado celeste foi:  “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mateus 3.17, NVI). A ocasião disto foi o batismo de Jesus, ao início da sua missão terrena. A segunda vez ocorreu pouco mais de dois anos após a primeira. Estava Jesus num monte, e em sua companhia estavam três discípulos. No alto monte, no meio de uma nuvem fulgurante que os envolveu, a mesma voz repetiu as palavras, com um acréscimo – “Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o.” (Mateus 17.5, BCF). Percebeu o acréscimo? Um verbo e um pronome pessoal do caso oblíquo. OUVI-O.  

Quem bradou do céu? Deus, o Pai! De quem Ele falou, ou a quem se referiu, na forma apontada por esse pronome? Deus, o Filho. Deus, o Pai, o Todo-Poderoso, do céu determinando – Ouvi ao meu Filho!  Se me fosse dado fazer comparações, compararia aquela voz celestial à voz do paulistano Osvaldo Baldi – Ele é o meu Filho. Mas, há uma diferença crucial: Osvaldo, se fosse fazer algum acréscimo, ante os apelos do filho Renan, diria, talvez – Não deis ouvidos a ele, porque é meu filho!  Deus, não. Seu único Filho genuíno e eterno tem dEle – Deus – credencial suprema: Ouvi-O.

Então, como vamos fazer para ouvir Jesus? Porventura tem Ele algum email, lá no céu, onde se encontra? Não, não tem. Bem! Por estes dias, ouvi uma exclamação, de alguém bem mais jovem que eu: Email é coisa do passado, careta!  Entendi! A ‘onda’ agora é a rede social onde todo mundo está plugado. De acordo com as estatísticas do mundo da internet, são simplesmente 1,1 bilhão de usuários com perfil na rede. Que tal procurar o perfil dEle, por lá? Não, não vai achar. Mas há um meio infalível (e até suficiente): Tudo quanto Ele tem a nos dizer, prá tudo que nos seja necessário e útil, de forma a cumprir-se o desiderato divino, está escrito em letras colossais na Escritura Sagrada. Novidade? Não, eu acho que já posso adivinhar, no seu caso – nenhuma novidade!

A novidade, talvez, esteja naquele pequeno complemento da voz no monte: Ouvi-O! Ouvi-O! Ouvi-O! Entendeu? Precisa repetir outra vez? Falta-te ouvi-lo? Carece você de ouvi-lo? Ouvi-lo mais? Com mais frequência? Com ouvido mais dócil? Reverbero uma vez mais, então: Ouvi-O! É o que demanda o Pai celeste. Sabe por que? “Quem ouve a minha palavra, e crê naquEle que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida ” (João 5.24, ARC). E mais: “As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida ” (João 6.63, ARA).

Sabe de uma coisa? Se ocorrerem mais manifestações, daqui em diante, me lembrarei do Osvaldo Baldi, com seu gesto heróico, arrancando o filho de onde ele não o queria, como pai – “Ele é meu filho! ”, disse, com todo direito. Mas, em seguida, me lembrarei também, imediatamente, daquEle que, de lá do céu, bradou amorosa e condescendentemente: ‘Ele é meu Filho! Escutem o que Ele tem a dizer!’ É o que pouca gente quer fazer; é o que todo mundo deveria fazer; é o que eu te convido a fazer!… Afinal, foi um insondável sortimento da graça divina que O fez enviá-lO a nós, e proporcionar-nos as únicas palavras de vida eterna e de graça que valem a pena ser ouvidas. Disse o Osvaldo, junto ao Renan: Ele é meu filho! [Mas, não o ouçam], deduzo, em acréscimo. Disse Deus, junto a Jesus: Ele é meu Filho! Ouçam-no, para o próprio bem de vocês!   

Para terminar, o hino de um compositor norueguês, que se radicou em solo norte-americano. Pastor, compôs milhares de hinos, coros e produções poéticas cristãs. Uma característica da letra original deste hino, em língua inglesa, é a forte compulsão de textos bíblicos em sua poesia. Trata-se de uma evidência de quão impressiva foi a ordem divina – A Ele ouvi ! – na consciência deste compositor sacro. Segundo testemunho do próprio autor, era ele já casado, servindo ao Senhor na pregação, quando resolveu colocar seus dons musicais também a serviço do Mestre. Todos os seus parcos recursos eram investidos na subsistência do lar simples. “Foi num pequeno órgão a pedal, arrematado num bota-fora por cinco dólares, onde comecei minhas composições. Este hino surgiu exatamente naquele período de grandes dificuldades”.

Wonderful Grace of Jesus (1919)
Maravilhosa Graça [de Jesus]
Haldor Lillenas (1885-1959)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'