Agora no portal:

Tag Archives: QUANTO MAIS… QUANTO MAIS

N° 17 : “QUANTO MAIS… QUANTO MAIS…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Julho de 2011

Outro dia falei de Policarpo de Esmirna. Esmirna, a "pérola do Egeu", era uma cidade da então chamada "Ásia Menor". Aquela região era exatamente a península situada entre o Mediterrâneo, o Egeu e o Negro, que hoje constitui a Turquia. Atualmente, Esmirna é a terceira maior cidade turca, atrás apenas de Istambul e a capital, Ancara (antigamente, Ancyra). Policarpo (69-155 AD) foi um genuíno "pai apostólico":  não apenas conviveu com alguns dos apóstolos, como também foi ordenado ao ministério da Palavra de Deus pelo próprio apóstolo João era ele contemporâneo de dois dos mais destacados "pais" : Inácio de Antioquia e Irineu de Lion (o qual havia sido discípulo de Policarpo em Esmirna). Dele, Inácio dá o seguinte testemunho : "Sua consciência está fundada em Deus, como em uma rocha inamovível". Foi também dele a famosa resposta, quando os verdugos romanos, com apoio de judeus, tentaram demover-lhe a fidelidade a Cristo: "Por 86 anos tenho eu servido ao meu Senhor, e ele nunca me desapontou; como eu o desapontaria agora "? Isto à frente de uma armação de lenha e palha, já preparada para ser-lhe ateada fogo, caso Policarpo se esquivasse de negar ao seu Senhor.  Momentos depois, inevitavelmente, foi ele levado às chamas da fogueira.

   No seu "julgamento", o procônsul romano ameaçou-o de lançá-lo às feras selvagens, caso não se arrependesse de suas "heresias". Sabe o que Policarpo retrucou ? – "Chame as bestas-feras, então, porque nós, verdadeiros cristãos, não somos habituados a nos arrepender do que é bom, em troca do que é mau; além do mais, para  mim é lucro ser transferido deste mundo mau para um mundo de justiça "! O procônsul, então, ameaçou-o com o fogo consumidor, já que desdenhava das feras. Mais uma vez, Policarpo lhe respondeu: – "Tu ameaças a mim com um fogo que consome por uma hora, e pouco depois se extingue; pena que esteja tão ignorante quanto ao fogo inextinguível do juízo vindouro, e sua punição eterna, reservada para os  ímpios. Mas, por que se demora? Vamos com isso;  efetua logo o teu intento "! E contemplava acima, como Estêvão, fixando os olhos naquele que se assenta em Seu trono de glória! O que faz um homem dedicar-se assim ao seu Senhor? O que pode sustentar-se o seu espírito assim, à frente da fogueira que haveria de consumi-lo? O que pode suscitar tal força, coragem e destemor, desse modo? O que, senão a graça do Cordeiro? O que, senão a reverberação das graciosas palavras daquele que proclamou: "Não temais os que podem matar o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno,  tanto a alma quanto o corpo" (Mateus 10.28) O que, senão a lembrança revigorante, acompanhada da presença consoladora do Espírito, aquele que nos foi dotado e que em nós habita (I Coríntios 6.19), que nos traz à memória – "No mundo passais por aflições; mas, tende bom ânimo: eu venci o mundo!" (João 16.33). O apóstolo Paulo nos doutrina: "Em quem [Cristo] também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória" (Efésios 1. 13,14). O Espírito Santo – penhor da nossa herança! Apesar de nós! 

    Nesta semana reencontrei-me com um conhecido, posso dizer – um amigo. Fazia quase dois anos que não nos víamos. Ele não é um cristão evangélico; é um católico romano. Trata-se de um piauiense de fibras fortes de caráter, que tem nome homônimo do meu pai. Fiquei chocado ao saber que cerca de apenas um mês atrás ele perdeu uma filha de 31 anos de idade, pouco depois de esta haver perdido seu primeiro filho. Prometi a ele um exemplar de um livro fantástico : "Nunca Perca a Esperança", de J. I. Packer. Já até o comprei – só falta entregar. O que me impressiona nesse livro é a habilidade do autor de descobrir em "heróis" bíblicos, a começar de Sansão, que eles foram como nós, suscetíveis das mesmas falhas e fraquezas. Eram de carne e osso, como qualquer de nós. Mas também me impressiona a habilidade com que o autor explora as circunstâncias de fraquezas de cada um deles para mostrar – se Deus foi com eles, sobre quem estava depositada uma enorme responsabilidade, se foi misericordioso com eles, quando falharam, por que não o será também conosco?

   Não somos nenhum "Policarpo de Esmirna". Aliás, sempre é oportuno lembrar I Coríntios 4.7: "Pois, quem é que te faz sobressair? E, que tens tu, que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido? Mas o Deus dele é também (e ainda) o nosso Deus! Quanto mais andamos com Ele, quanto mais O servimos, mesmo em meio a muitas fraquezas, mais percebemos o quanto Ele anda conosco. A palavra "penhor", que o apóstolo usa na carta aos efésios, referindo-se ao Espírito Santo, tem um significado ímpar. Ela remete à idéia de que há um "sinal de entrada" relativo a um compromisso muito mais amplo de "pagamento". O sinal é dado por penhor; o pagamento virá depois. Esse "sinal", esse "penhor", é o próprio Espírito, uma vez por todas derramado ("batismo") no Pentecoste (Atos 2.33), mas sucessivamente aplicado, em cada extensão individual daquele batismo histórico e escatológico, em cada crente (I Co 12.13). Ele é a "garantia" de que o "resgate de sua propriedade", a propriedade de Cristo, que somos nós, há de cumprir-se afinal, por ser o Espírito Santo o "penhor" daquela herança futura e gloriosa. Assim sendo, quanto mais com ele andamos, mais conosco ele se torna presente.

   Há um hino que escolhi para fechar esta edição de hoje. Apesar de um pequeno "deslize" do autor, que relevo por ser facilmente explicado pela perspectiva que adota, trata-se de um hino tocante. Na apresentação indicada abaixo (Youtube), o próprio autor toca diante de um público grande, quando Mark Lowry o interrompe, e coloca o próprio irmão do autor para cantar a segunda estrofe. Danny Gaither, ao lado da esposa e da filha, estava sob tratamento quimioterápico de câncer reincidente na garganta …

 Inicialmente, resiste, por temer ser incapaz: sob tratamento de câncer na garganta, como poderia cantar em público?  Enfim, ele canta a segunda estrofe com profunda emoção, a qual tem que vencer para conseguir … Agora, note bem a letra da estrofe que lhe deram para cantar… Para alguém sob tratamento de câncer, pode? Notou? O público aplaude, pois sabe de sua luta , pela qual viria a falecer pouco tempo depois. Dá prá ver Ernie Haase, ao lado de seu sogro George Younce, também tocados de emoção, olhos carregados. Não menos que  isso, ao final, a aparição da sra. Lela Gaither, mãe de Danny e Bill.

    A versão musical a seguir , é com a belíssima interpretação de Heritage Singers (com minha singela ajuda para quem a precise).

THE LONGER I SERVE HIM,THE SWEETER HE GROWS (1965)
Quanto mais O sirvo, mais doce ele se torna
William Jennings Gaither (1936-…)

Since I started for the kingdom,
Desde que passei a tomar parte do Reino
Since my life He controls
Desde que minha vida Ele controla
Since I gave my heart to Jesus,
Desde que dediquei meu coração a Jesus 

The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

Coro:
The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna
The more that I love Him, more love He bestows
Quanto mais eu O amo, mais amor Ele proporciona
Each day is like Heaven, my heart overflows
Cada dia é como o céu, meu coração transborda
The longer I serve Him, the sweeter He grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

Every need He is supplying
Cada necessidade Ele vai suprindo
Plenteous grace He bestows
Plenitude de graça ele derrama 
Everyday my way gets brighter
Cada dia minha jornada se torna mais brilhante (Pv 4.18)
The longer I serve Him, the sweeter he grows
Quanto mais eu O sirvo, mais doce Ele se torna!

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional