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Nº 003 – “PAZ?… QUE PAZ?”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Abril de 2014

Minha filha: em qualquer situação, a gente não deve perguntar prá Deus ‘por que’, mas sim, ‘prá que’!”. Eu, que aqui escrevo, já ouvi esta frase um punhado de vezes; até já a disse, não raro. Mas, há algumas destas vezes que sua citação se reveste de um significado todo especial (especialíssimo!). Pois foi assim que aquela experiente mulher, temente a Deus, a dona Laudelina, aconselhou a sua filha, quando tudo ocorreu. “Tudo”, o que? Espera um pouco, que já te digo. Vamos encontrar um ‘começo’ prá começar…

Laudezir Gularte de Paula casou-se com Silas de Souza em 13 de janeiro de 1990. Depois que se conheceram, num intercâmbio de jovens cristãos, descobriram que Deus os encaminhou um para o outro. Deus lhes agraciou com Simon, Mylena e Joshua. Tanto Silas quanto Laudezir tiveram o privilégio do conhecimento do Deus-Shalom (o Deus da paz) desde pequenos, em seus lares.  E, assim, tiveram a graça de retransmitir o legado que receberam aos seus próprios filhos. Trata-se de mais uma ocorrência de cumprimento glorioso do que disseram os filhos de Asafe, personagens que têm muito a nos contar e ensinar, como mencionei na história de Íngrid – “No Centro da Vontade de Deus”. Mas, que mesmo disseram eles? “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o Seu poder, e as maravilhas que fez” (Salmo 78.2,3, ARA).

Voltemos, entrementes, a Silas e Lau. A certa altura, todos os dias da vida deles tinham rotina conhecida… Os filhos mais novos estudavam perto de casa; Simon estudava no Colégio Tiradentes; Silas servia à coletividade como policial militar exemplar; Lau trabalhava na monitoria de uma escola integrada do sistema municipal. Era Silas quem levava Simon à escola – e também o buscava – como gostava de fazer. No início do ano letivo de 2009, ele o fazia na motocicleta que havia adquirido. Além disto, Silas era um oficial da igreja onde se congregava, sempre inspirador a outras vidas com o zelo e entusiasmo que exibia no que fazia. Eu mesmo, que escrevo estas linhas, tive um funcionário que teve em Silas um verdadeiro “pai espiritual”, nas palavras do próprio.

Cito Laudezir aqui: “No dia 25 de março de 2009, como fazia todos os dias, Silas se levantou às cinco da manhã, procedeu à sua leitura diária predileta e indispensável – a Palavra de Deus – fez o café da manhã, e levou o Simon à escola. Ia, depois, a uma consulta médica marcada de antemão. Por volta das 9 horas, quando o celular tocou, era Mylena dizendo que informaram do acidente…”. Costuma-se (e não poucas vezes, com razão) censurar muito os motociclistas, por sua imprudência. Naquele dia, não foi isso; até porque, Silas era muito prudente, até para pilotar. A imprudência do condutor de um veículo de quatro rodas acarretou um gravíssimo acidente do Silas, atingido sob um ônibus que vinha atrás. Ele não resistiu à gravidade das lesões, culminadas com severas hemorragias internas.

Bem! Segundo o conhecimento que o Criador-Provedor-Redentor nos deu a conhecer, na Sua Palavra, o que posso dizer do Silas, depois disso, é que sua alma foi recebida por Deus, no céu, na presença do Cordeiro, o Filho de Deus, e entre os louvores dos fiéis e dos anjos que se encontram lá. Descansa, lá, e usufrui da presença do Senhor de sua vida, aqui. Seu corpo foi levado à sepultura, onde aguarda a futura (provavelmente mui breve) ressurreição dos mortos, para o ingresso na Vida Celestial, a Bem Aventurança Eterna. Mas, minha narrativa continua, sobre Lau e seus filhos. Como ela mesma diz – não foram fáceis, os dias subseqüentes. Simon, estava com 17; Mylena, com 13; Joshua, com 12. No dia do acidente, a contínua oração da Laudezir era – “Deus, esteja comigo!”. Este é o tipo de oração que Deus, mesmo com a responsabilidade, divina e soberana, que tem no ocorrido, tem prazer em atender. “Quando me disseram – ‘Olha, fizemos a cirurgia, fizemos o que era possível…’, eu não senti as minhas pernas; era como se elas não existissem em mim…”, disse-me a Lau. Mas, a oração foi atendida… “Foi”, não! Tem sido, sem falhar! Eis uma das passagens bíblicas que se tornou marcante para Lau e seus filhos: “E o meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória, pelos séculos dos séculos. Amém! ” (Filipenses 4.19, ARA). ‘Lau, tem Deus suprido?”,perguntei-lhe, quase cinco anos depois… ‘Sem dúvidas, sempre!”, foi o que ela me respondeu. Foi nesse contexto, ainda em 2009, que a dona Laudelina fez aquela afirmação, transcrita no topo da mensagem. Perguntei ainda à Laudezir – ‘sua mãe tinha razão? ’ E ela me respondeu: ‘ Tinha, como sempre teve! ‘. Ainda arrisquei uma pergunta, meio perigosa: ‘Lau, você fez, ou tem feito uso de calmantes?’. Sem condenar o uso daqueles que o fazem, quando realmente necessitam, principalmente se não desprezam a verdadeira fonte de consolo, força e conforto, ao mesmo tempo, ainda registro o que ela me disse: ‘Graças a Deus, não… Deus, com a Sua Palavra, com a Sua presença, Sua comunhão, nas orações, nos tem sido suficiente!Muitas vezes, muitas noites, perdi o sono – é normal. Mas, tenho preenchido esse tempo com oração e com a Bíblia! ’. Então, é verdade: “Deus é nosso refúgio e, nossa fortaleza, socorro bem presente na angústia!” (Salmo 46.1, ARC)

Laudezir é uma cristã firme na igreja evangélica onde congrega, junto com seus três filhos. Aliás, todos três têm uma parcela de efetiva participação nos ministérios da igreja. Louvam a Deus com palavras e com vida. Será que a dona Laudelina tinha razão, pergunto, não mais para a Laudezir… Este testemunho vai chegar a muitos lugares; pela internet, não tem limites no planeta. Em cada lugar pode encontrar um outro testemunho que confirma a resposta da Laudezir. Mas, pode também estar chegando diante dos olhos de quem esteja passando por duras provas, no momento em que ler. O mesmo Deus do Silas, da dona Laudelina, da dona Maria Hilária (piedosa mulher, mãe do Silas), da Laudezir, dos seus filhos, dos familiares de ambos, é o Deus que se coloca ao lado daqueles que O buscam, mesmo que na maior aflição.

Último registro: naquele dia, hinos foram cantados… Foram parte de um culto de louvor a Deus, por uma vida de inspiração a muitos. Entre eles, um em especial ficará para sempre na memória da família:

Se paz, a mais doce, me deres gozar… 
Se dor, a mais forte, sofrer…

Oh! Seja o que for, Tu me fazes saber, 
Que feliz, com Jesus, sempre sou!

Sou feliz, com Jesus, sou feliz com Jesus, meu Senhor!”
(“It Is Well With My Soul”, Horatio Spafford, 1873, depois de perder quatro filhas num naufrágio)

Paz? Que paz? Como assim – paz? Numa situação dessa? Como a de Spafford, como a de Laudezir e filhos, como a família de Silas?

Sim! Porque está escrito:
E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus!” (Filipenses 4.7, ARA). 

Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. 

Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida   
Some rain is bound to fall:

Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 140 : “PAZ?… QUE PAZ?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 de Fevereiro de 2014

Em qualquer situação de provas, não se deve perguntar a Deus ‘por que’, mas ‘para que’…”. Foi assim que a dona Laudelina falou com sua filha, Laudezir, na ocasião em que esta perdeu o esposo num acidente de moto. Silas tinha levado o filho mais velho, Simon, à escola, e seguia depois para o médico. A imprudência de um motorista o jogou no chão, a ponto de ser atingido em cheio pelo ônibus que vinha atrás. Isto se deu em 25 de março de 2009, em Belo Horizonte. Bem! Dona Laudelina tinha lá suas razões para assim falar à filha, no meio de tal sofrimento. Prá ser franco, talvez não sejam muitas as pessoas que tenham tanta propriedade de falar a outrem (mesmo a própria filha) essa já conhecida sentença. Silas deixou Lau e três filhos: Simon (então com 17), Mylena (então com 13) e Joshua (então com 11). Também toda a família de Silas, da casa de dona Maria Hilária, foram abalados com o duro acontecimento. Se Lau, se seus filhos, se dona Maria Hilária e sua família, não tivessem o conhecimento e a comunhão com Deus que têm, a história deles não seria como tem sido (leia um registro mais amplo em http://efrata.cmeinformatica.com/mod/page/view.php?id=88).

Silas teve sua alma recolhida aos tabernáculos celestes, onde aguarda a ressurreição final, para o gozo da Vida Eterna na morada celestial. Naquele dia, certamente que todos os seus vão se reunir a ele, assim também muitos de nós, para o mesmo gozo eterno. Seu corpo foi entregue à terra. Naquele dia de março de 2009, entre os muitos hinos cantados no culto que louvou a Deus por sua vida, cantou-se “Se Paz a Mais Doce” (“Sou Feliz”). Aquela mensagem cantada está na lembrança particular de toda a família, que também tentou cantar, naquele dia, mesmo com voz embargada. Mas, convenhamos: Paz?… Que paz? Que história é esta de alguém poder cantar – “Se dor a mais forte sofrer… Oh! Seja o que for, Tu me fazes saber, que feliz com Jesus sempre sou!”, quando se encontra no meio de um turbilhão de tal monta, que revoluciona a vida de modo tão inesperado? Como experimentar ‘paz’, quando tudo à volta parece encaminhar para a enxurrada do desespero?

Ah! Se fosse uma novidade… O livro de Hebreus, na Escritura Sagrada, fala-nos de tantos outros que nos antecederam, e que, enquanto caminhando sobre a terra, olharam com a poderosa luneta da fé, sustentada no forte tripé da esperança da glória, oravam e cantavam como estrangeiros e peregrinos, porque “aguardam a cidade [eterna] que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11.10, ARA). A História oferece registros de tantos outros mais… Estes experimentam, com verdade, realidade e propriedade, aquilo de que fala o Espírito por mãos do apóstolo: “E a paz de Deus, que excede a todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4.7, ARC). Então, é paz sim. Diferente da que dá o mundo. Veja como diz aquele que no-la outorga: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!” (João 14:27, BCF). Mas é paz! E é a melhor espécie de todas.

Jesus preveniu: “Eu lhes disse estas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham bom ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33, NVI). Logo, se o Mestre falou, tá falado! Se ele disse para nos precavermos, porque seriam inevitáveis as aflições, as desditas, as horas angustiantes (como até ele passou), quem é aquele que, arvorando-se falar em nome de Deus (sem o ser), esbalda-se em dizer que os filhos de Deus não passam por adversidades? Que isto não lhes é próprio? Muito pelo contrário, senhores pregadores da mentira!!! Passaram muitos, passamos nós, passarão outros, enquanto Ele não retorna. Mas, tem um detalhe, e não posso dizer que seja pequeno, nem por mera figura de retórica. Não seria justo. O detalhe é grande e significativo. Por isto, vou até registrar tudo em maiúsculo: “CONTUDO, TENHAM BOM ÂNIMO! EU VENCI O MUNDO”. Faz toda a diferença!!!

Então, ante a pergunta: “Paz?… Que paz?”, que empresta título a esta mensagem, basta uma resposta: A Paz de Cristo, que excede a todo entendimento! Diferente de todas as demais formas. Forte, fortíssima. Suficiente! Regozijante até na dor. Pode parecer estranho, mas não deixa de ser verdade, por isto.

O nosso hino de hoje é o hino que ficou na lembrança de Laudezir, de filhos, de dona Maria Hilária e familiares. Quem o compôs experimentou forte desdita também. Era um cristão, do tipo que dizem ser bem-sucedido, porque suas atividades profissionais em Chicago lhe renderam boa soma financeira, e bens. No entanto, em 1871 sobreveio desdita: morreu-lhe seu filho… Ano seguinte, um pouco mais: o grande e histórico incêndio de Chicago lhe arruinou… Mais um ano adiante (1873), e aumenta a desdita: despachou a esposa e as quatro filhas num navio para a Europa, prometendo encontrá-las logo que pudesse viajar. O navio naufragou e poucas pessoas se salvaram. De sua família, a esposa Anna, única que chegou ao “velho mundo”, mandou-lhe um telegrama: “salva, sozinha”. As quatro filhas pereceram no naufrágio. Ao viajar ao encontro da esposa, passou pelo lugar do naufrágio; chorou muito, é verdade, mas compôs o hino, cujo estribilho original diz:

It is well, with my soul, it is well, it is well with my soul !  (Tudo bem com minh’alma; tudo bem, tudo bem, com minh’alma).

Ouça, com nosso áudio player, numa execução do Quarteto Templo.  

SOU FELIZ  (1873, It Is Well)
Horatio Gates Spafford  (1828-1888)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'