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Tag Archives: O MAIOR MILAGRE

N° 312 : “OUTROS 500”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 03 de Setembro de 2017

Já ouviu a expressão “outros 500”? Depois de 500 anos em que o cristianismo se firmou pelo ministério dos apóstolos e pelo fechamento do cânon revelado da Escritura, o Oriente passou a se preparar para sucumbir diante de uma nova força religiosa que estava para surgir – o Islam. E o Ocidente? Começava a se perder no meio de tantas inovações que não haviam sido ensinadas por Jesus nem pelos apóstolos. Essas inovações começam a abrir o fosso entre o cristianismo do Oriente e o do Ocidente. Era ‘outro cristianismo’!

Depois de 500 anos daquela transição, o cristianismo do Oriente já estava muito enfraquecido; e logo veio a primeira ruptura (ano de 1054). E o Ocidente? Seu cristianismo se deteriorou numa versão tão desfigurada – o Escolasticismo, as Inquisições, a vida de clausura em mosteiros e conventos, que fez a Igreja mergulhar num período sombrio, infrutífero, árido e inerte. Era ‘outro cristianismo’!

Depois de 500 anos naquela decadência espiritual profunda (ainda que crescente a força política e secular da Igreja), não restou a alguns homens iluminados alternativa outra, senão a de promover a Reforma. Naquela época, Pedro Álvares Cabral descobria o nosso território.

Lutero (1483-1546), Zuínglio (1484-1531), Bucer (1491-1551) e Calvino (1509-1564) são os quatro pioneiros que desencadearam o mais retumbante movimento de busca e retorno daquela igreja apostólica, perdida no tempo e no espaço. Porque, ser religioso, ser cristão, nos dias em que aqueles homens de Deus começaram a Reforma, significava tudo, menos cristianismo verdadeiro. Era ‘outro cristianismo’!

Vê-se que a cada 500 anos, alguns fatos destacados marcam a história do cristianismo no mundo. 500 anos depois da Reforma, chegamos ao nosso tempo. Dentro de poucos dias, por todo o mundo estarão ocorrendo celebrações dos 500 anos. Aqui no Brasil também…

Sobre esse significativo evento, a jornalista Miriam Leitão (1953-…) escreveu um texto, no qual reafirma sua “educação protestante”. É verdade: eu mesmo conheci seu pai – o pastor Uriel Leitão, e também seus tios pastores, e também seus irmãos… O texto tem importantes asseverações, mas falha em não apresentar a verdadeira dimensão da Reforma: a Reforma é, sobretudo, uma efeméride laica porque representou valores universais que marcaram o fim da Idade Média e prenunciaram o Iluminismo”“…nunca achei que 31 de outubro é o dia das bruxas. Sempre foi o dia em que Lutero, em 1517, começou uma revolução”…  Foi tudo o que ela apontou…

E, onde estamos? Para onde vamos? Leio, nestes dias, uma notícia sobre a igreja alemã de Lutero: perdeu os focos que levaram o reformador a agir e a pregar como fez. Seus focos, 500 anos depois, são a vida social, a adoção da agenda mundana – casamentos homossexuais, ordenação de pastores e pastoras sem qualquer compromisso real com a doutrina de Jesus Cristo, e assim vai…

Na posição de educador da área teológica em que Deus me colocou, amplio a minha resenha: vejo costumes se deteriorando no meio do povo ‘herdeiro da Reforma’; vejo a vulgarização do ministério, vejo a sedução materialista e soberba atingindo, impiedosamente, aqueles que deveriam primar pela vida de piedade; vejo o empobrecimento da vocação ministerial, que parece ser, hoje, muito mais atraente pelo status que pode proporcionar, do que pelo desvelo por almas sem pastor; vejo o desvirtuamento de interesses que acentuam a confusão de identidade entre cristãos e gentios; vejo a destruição de valores que estão deixando o mundo admirado pelo tipo de cristianismo que vai sendo exibido diante dos seus olhos – repudiando-o. É um ‘outro cristianismo’!

Depois de apenas mais 500 anos… E estamos precisando muito mais de restauração da Reforma, do que de celebrações por ela. Estamos precisando muito mais de revitalização e reavivamento dos valores que acarretaram a Reforma, do que de lembranças envaidecidas sobre a sua história. Estamos precisando de ‘outro cristianismo’: o cristianismo bíblico, simples, autêntico, fiel, desprendido, modelar, genuíno, inspirador, altruísta, sacrificial, denodado, dos dias dos apóstolos!

“Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem?” (Deuteronômio 10.12, ARA).

“Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Miquéias 6.8, ARA).

Aí está! Depois de outros 500 anos!… E Deus continua desejando isto mesmo que os profetas Moisés e Miquéias proclamaram.

Que tal, prá terminar, ouvir o coro de Don Wyrtzen cantando o hino do Apocalipse ao Cordeiro? Clique o nosso

AUDIOPLAYER ONLINE (Controle de volume à direita)

WORTHY IS THE LAMB THAT WAS SLAIN (1970)
DIGNO É O CORDEIRO QUE FOI MORTO
Don Wyrtzen (1942…) 

Worthy is the Lamb that was slain (3x)
To receive power, and riches, and wisdom, and strength, honour, and glory, and blessing.
Worthy is the Lamb (3x) that was slain…Worthy is the Lamb!

A tradução é precisamente o texto de Apocalipse 5.12:
Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, as riquezas, a sabedoria, a força, a honra, a glória e os louvores.

 

Bom Domingo, boa semana,
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

N° 311 : “PROCRASTINAÇÃO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 27 de Agosto de 2017

Quando eu comecei a estudar à noite, por trabalhar de dia, estava ainda no nível médio; era um curso técnico. Senti na pele quão precioso é o tempo de cada dia. A luta para cuidar de todas as incumbências, no decorrer de cada semana, se mostrou severa.

Durante o dia, precisava dar conta das rotinas do trabalho, e tentar aproveitar um pouco do intervalo do almoço; ao fim da jornada, corria pra casa, apenas com o tempo do banho e de engolir alguma coisa; pegava a minha velha bicicleta Philips (aquela, que tinha sido do meu avô ainda antes da Segunda Guerra Mundial), e percorria os quilômetros entre a casa e a escola. Mas, isto incluía atravessar o Rio Doce numa balsa de madeira, movida pela correnteza, presa a um cabo de aço; ritual diário, tanto para a ida quanto para a volta, à noite (com chuva, ou não). Pela manhã de cada dia, a ‘magrela’ era, também, o meu transporte para buscar o pão do café da manhã para a família.

Assim era a rotina, de Segunda até Sexta. Alguns poucos intervalos me permitiam rever as matérias do dia anterior. Chegava o Sábado, e tinha que administrar várias incumbências: afazeres em casa, compras para minha mãe, cuidados pessoais, matérias prá estudar…

Amanhecia o Domingo e, antes da Escola Dominical, tinha o ensaio do conjunto musical da mocidade. Nas tardes de Domingo, não raro, havia atividades, na igreja ou fora dela. Fazíamos, com alguma freqüência, algum trabalho de evangelização externo. Assíduo na mocidade, e até na federação, não escassos finais de semana nos levavam a outras igrejas e até a outras cidades, em trabalhos.

Naquele tempo, não existia celular, nem PC, nem notebook, nem tablet, nem smartphone. Ninguém ainda sonhava que, um dia, surgiriam aplicativos para ajudar a organizar a vida e administrar o tempo. Mas, fui feliz em encontrar um texto assessório de um curso que fiz, por correspondência: ensinava a montar uma agenda de compromissos. Tive que faze-la “na marreta” mesmo: folha de papel, caneta, lápis e régua… O dia, dividido em três turnos, de Domingo a Sábado, com os horários para cada incumbência. Para cada semana eu tinha uma “agenda”, feita a mão mesmo, para acompanhar diariamente.

Comecei ali a descobrir o significado prático de ensinamentos bíblicos preciosos. Por exemplo: “Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens jamais segará” (Eclesiastes 11.4, ARC). Esse é o tipo de atitude de quem se perde em devaneios nas ocorrências diárias, e “perde o bonde” quando a hora exige providência, ação. É muito relaxante ficar olhando como o vento move as nuvens no céu; mas, se você tem que plantar, pare de contempla-lo; se você espera um dia colher, esqueça o divertido mover das nuvens.

Outro exemplo: a Bíblia, decerto, nos recomenda arrependimento e tristeza pelo pecado; nos permite o sentimento abatido pelo infortúnio. O que ela não nos permite é ficarmos por muito tempo “curtindo a fossa” do infortúnio, ou abatidos pelo pecado. Chega uma hora (e não demora), é preciso tomar atitude: “Portanto… desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus…” (Hebreus 12.1,2, ARA).

Um dos principais problemas com que temos que lidar, diariamente, semanalmente, mensalmente, anualmente, é o do vício da procrastinação. ‘Procrastinação’ é uma palavra que deriva do latim, e que significa, literalmente, “deixar para amanhã”. Já te ocorreu, por exemplo, de passar o dia de Ano Novo, você assumir um compromisso consigo mesmo, ou com Deus, e o dia de começar nunca chegar? Por exemplo, ler a Bíblia diariamente (preferencialmente toda) no novo ano… Por que? Porque facilmente procrastinamos! “Amanhã eu começo”… E sempre fica para amanhã, até que o novo ano se acaba.

Muita gente acaba chegando àquele tenebroso dia do arrependimento por ter deixado de fazer, no tempo certo, o que era prá ter sido feito; ou, de ao menos ter começado, quando a hora era para começar… Pense na sabedoria desta recomendação: “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria” (Eclesiastes 9.10, NVI). Por isto a sabedoria popular diz: “não adianta chorar pelo leite derramado”.

Se você é daqueles que facilmente se deixa envolver pela carícia do vento, pelo entretenimento das nuvens (entenda como quiser esta alegoria), saiba que chegará o dia da tristeza pela procrastinação. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso” (Pv 6,6, ARA); “no cuidado que deveis ter, não sejais preguiçosos” (Romanos 12.11, BCF).

Agora, um deleite: Jake Hess cantando emcompanhia do Gaither Vocal Band uma oração declaratória contagiante… Após nosso AudioPlayer online, a letra e a tradução…

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

JESUS, I BELIEVE WHAT YOU SAID (1966)
Jesus, Eu Creio no Que Dissestes
Bill (1938-…) & Gloria Gaither (1942-…)

Though the world should all forsake me
Ainda que o mundo inteiro me abandone
I will never fear or dread
Nunca temerei ou apavorar-me
For You said that You'd go with me
Pois dissestes que irias comigo
And, Jesus, I believe what You said
E, Jesus, eu creio no que dissestes

Though the skies are gray above me
Ainda que o céu esteja cinza sobre mim
Though I cannot see ahead
Ainda que eu não consiga ver adiante
Yet, You promised You’d protect me
Não importa, prometestes proteger-me
And, Jesus, I believe what You said
E, Jesus, eu creio no que dissestes

 

I believe You really love me
Eu creio que realmente me amas
I believe You really care
Eu creio que realmente te importas
I believe You died to save me
Eu creio que morrestes para me salvar
And at the crossing You'll be there
E na transposição, lá estarás

When my eyes with tears were blinded
Quando meus olhos cegaram em lágrimas
You took my hand and gently led
Minha mão tomastes, ternamente conduzindo
Oh, how sweet it is to trust You
Oh, quão doce é confiar em Ti
And, Jesus, I believe what You said
E, Jesus, eu creio no que dissestes

 

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

N° 310 : “NÃO ME IMPORTA!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Agosto de 2017

As décadas de Cinquenta e Sessenta viram, no Brasil, o  florescimento de movimentos e organizações que alcançaram muitos jovens da época e os mobilizaram nas fileiras cristãs evangélicas. A partir de 1952, chegaram os pioneiros da Mocidade para Cristo – Donald Philips, Paul e Jane Overholt. Pouco depois, chegaram os pioneiros do Palavra da Vida – Haroldo Reimer e Ary Bollback. Estes últimos, começaram seu ministério missionário no Brasil entre índios Xavante. Poucos dias atrás, o pastor Reimer foi ao Araguaia, onde recebeu, por batismo, novas gerações dos primeiros Xavantes que ele mesmo batizou, sessenta anos atrás. Emocionante! Fui convidado para a marcante celebração, mas não tive condições… Perdi a festa (e o privilégio)!

Aquela geração, seguidora dos pioneiros norte-americanos, a saber, Jack Wyrtzen (1913-1996), Torrey Johnson (1909-2002), e o próprio Billy Graham (1919-…), influenciou uma nova geração quase inumerável. Como disse Waylon Moore (1928-…): “só o céu dirá quantos mais compõem essas fileiras…”. Muitos e muitos pregadores e missionários surgiram sob sua influência. Também, hinos e canções marcantes. Reproduzo, aqui, uma delas, que me marcou, nas décadas de Sessenta e Setenta:

Não me importa se o sol não brilhar: Jesus é meu, sim, sempre meu!
Não me importa se escurecer, Cristo comigo está!

Nunca me desampara, pois seguro estou
Nas horas difíceis, sim cantando eu vou
Sempre alegre e alegre, pois
Não me importa se o sol não brilhar: Cristo comigo está!
(Composição original em 1951: Why Should I Care? de Phillip Stanley Kerr, 1906-1959).

Provavelmente a geração atual nunca cantou, ou nem ao menos ouviu. Não é difícil de aprender… A melodia é simples, e muito harmônica, bonita. Mas, é difícil de cantar. Não me refiro à melodia: refiro-me à letra. Refiro-me à declaração pessoal em que ela se transforma, quando pronunciada. Quem refletir seriamente no que estará cantando, e analisar a si próprio, sua real disposição interna, seriamente, talvez não se atreverá.

É preciso ter uma disposição férrea, como a de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, amigos de Daniel – homens tementes a Deus. Eles eram administradores de províncias no grande império da Babilônia. O rei Nabucodonosor havia erigido uma grande imagem de escultura para ser adorada, em sua própria honra, por todos no império. Mas, os três, tementes a Deus que eram, levando a sério o Segundo Mandamento (ainda que com o risco de suas próprias vidas), se recusaram a obedecer ao rei. Era uma questão de escolha entre duas opções em frontal conflito: obedecer ao rei, ou obedecer a Deus… Não tiveram dúvidas! Sua resposta foi: "Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se Ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer" (Daniel 3.16-18, NVI).

Aqueles três sabiam que Deus é soberano; Ele governa até sobre os poderosos. Sabiam, também, que, em Sua soberania, Ele realiza Seus feitos de acordo com Seus planos, com Seu querer, com Sua sabedoria proposital; não, de acordo com preferências de qualquer criatura (mesmo que profundamente temente a Ele). Além disto, aqueles três já tinham sua decisão sobre ante quem se curvarem: se curvariam ante o Soberano Celestial Todo-Poderoso e Eterno; não, ante o terreno soberano, poderoso em escala finita  e temporária.  

É assim! Tiago nos lembra: "Se o Senhor quiser, não somente viveremos, como faremos isto ou aquilo” (Tiago 4.15, ARA). Assim, fica claro, mesmo que implícito: se o Senhor não quiser, nem faremos isto ou aquilo, e nem tampouco viveremos. Mas, que isto importa? Importa é estar com Cristo. Aqui, ou, ainda melhor, “lá”! Se o sol  não brilhar, se o céu toldar, se o mundo se revirar, se o amparo  humano  faltar, se a força falhar, se a base embaixo afundar, se a saúde o  tempo levar, se o fim do túnel se ocultar, nada vai  importar… Melhor é com Cristo estar! Sempre melhor.

Phillip Stanley Kerr parou de compor e de cantar aos 53 anos de idade, apenas. Foi para a glória celeste, cantar com mais propriedade e infindo gozo! Os três, na Babilônia, disseram ao rei: se o Senhor não quiser nos livrar de sua fornalha, ó rei, não importa! Não nos curvaremos à imagem!  Teríamos a mesma coragem?

Num episódio entre três testemunhos de pessoas enfrentando a dureza do câncer (todos três, inclusive seu próprio irmão, foram vencidos pela doença), Bill Gaither cantou a canção que desfecha a nossa mensagem de hoje. Ela se ‘inspira’ no apelo daquele pai angustiado, de Marcos 9.24. Depois da poesia traduzida, nosso player…

I BELIEVE, HELP THOU MY UNBELIEF (1975)
Eu CREIO, AJUDA-ME NA MINHA FALTA DE FÉ

Bill (1936-…) & Gloria Gaither (1942-…)

I believe, help Thou my unbelief
Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé
I take the finite risk of trusting like a child
Tomo o risco finito de confiar como uma criança
I believe, help Thou my unbelief
Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé
I walk into the unknown trusting all the while!
Caminho rumo ao desconhecido, confiando o tempo todo!  

I long so much to feel the warmth
Aspiro tanto sentir o ardor

That others seem to know
Que outros parecem conhecer
But should I never feel a thing
Mas, se nunca eu sentir coisa alguma
I claim Him even so!
Eu clamo a Ele, mesmo assim!
I believe, help Thou my unbelief
Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé
I walk into the unknown trusting like a child…
Caminho rumo ao desconhecido confiando como uma criança…
I walk into the unknown trusting…
Caminho rumo ao desconhecido confiando…

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

 

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 309 : “FÉ & MILAGRE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 13 de Agosto de 2017

Não é de hoje que cristãos confundem milagres com alvos da genuína fé do dia-a-dia. Essa confusão se mostra quando alimentam expectativas de milagres como se fossem sinais visíveis de sua fé, como se fossem objetos de promessas que lhes pertencem. Por conta disso, nutrem expectativas de se cumprirem, em suas vidas, promessas que, na verdade, não lhes pertencem.

Exemplo disto se viu, nestes dias, na atitude do pastor Jonathan Mthethwa. Um jornal do Zimbabwe, país africano, divulgou que ele resolveu desafiar a natureza, assim como Jesus fez. Em Mateus 14, lê-se que Jesus, depois de despedir a multidão à qual ele alimentou, miraculosamente, com a multiplicação de cinco pães e dois peixes, subiu ao monte próximo da margem do Mar da Galiléia para orar. Seus discípulos tomaram o barco e rumaram para Genesaré, do outro lado. E Jesus foi ao encontro deles, alta madrugada. O detalhe é que Jesus foi visto pelos discípulos, que estavam no barco, do lado de fora deste, andando por sobre as águas. Ele não estava em outro barco; simplesmente, mas sobrenaturalmente, desafiou a lei da gravidade.

Então, num rio do Zimbabwe, chamado de Mpmumalanga, o pastor resolveu dar uma demonstração de fé e poder, imitando Jesus. Para isto, ficou uma semana, previamente, em oração e jejum.  Mpmumalanga significa “terra do sol nascente”. Jonathan entrou no rio, e foi se afastando, diante dos olhos de muitas pessoas, proclamando que andaria por sobre as águas. Mas, antes que conseguisse ao menos flutuar na horizontal, aconteceu uma tragédia: um dos membros da igreja do pastor, ali presente, relatou que, estando a cerca de trinta metros da margem, foi violentamente atacado por três grandes crocodilos, que deram cabo de sua vida quase instantaneamente. Muitos outros viram isto. O resgate da cidade, então chamado, nem teve tempo para o socorro.

Em muitas igrejas vejo (e ouço) crentes cantando que Deus vai  lhe fazer mover no sobrenatural,  que se diante deles não se abrir o mar, Deus vai lhes fazer andar por sobre as águas…  Outros, cantam sua aspiração sob a lembrança do episódio miraculoso de Marcos 5, em que uma mulher hemorrágica foi curada só de tocar nas vestes de Jesus. Pode até ser que seja mero uso de licença poética, como alguns chegam a defender. Mas, a verdade é que tais cânticos, e atitudes como a do pastor no Zimbabwe, insinuam (quando não até reivindicam) um tipo de fé sem autenticidade. Há muitas ocorrências e muitas promessas de feitos sobrenaturais, na Escritura, que pertencem apenas a quadros particulares da Revelação; não pertencem a outros personagens da história do povo de Deus. Reivindicar tais promessas, alimentar esse tipo de fé é um grande equívoco… Pode ser frustrante, desastroso mesmo, como no caso do rio Mpmumalanga.

Bater com um cajado na beira do rio provavelmente não vai abri-lo, só porque Deus deu essa promessa a Moisés; Deus deu a promessa a Moisés, e só a Moisés, para uma única ocasião. Orar em cima do cestinho de pães e peixes provavelmente não vai repetir o feito de Jesus. Andar por sobre as águas não é uma promessa que alguém mais possa reivindicar, como demonstração de sua fé, só porque a Pedro foi dado esse privilégio, momentaneamente; Pedro andou um pouquinho, e depois nunca mais… Todas as outras ocasiões em que Pedro precisou cruzar sobre águas, usou barcos.  

Há uma grande e generalizada confusão entre muitos seguidores da Palavra de Deus, por não saberem entende-la e usa-la. Outro exemplo disso é a definição de fé em Hebreus: “Fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11.1, ARA). Alguns são convencidos por pregadores enganados (e enganadores) de que podem sonhar grandes sonhos, até para ganhar o mundo, como o colombiano César Castelhanos garantiu aos seus discípulos. Este mesmo afirmou que Deus lhe deu uma promessa semelhante à que havia dado a Abraão: uma descendência (de discípulos) como a areia do mar, como as estrelas do céu.

Ora, a fé de que fala o texto em Hebreus não é a dos anseios e sonhos pessoais; não é a que espera o que parece impossível aos homens, ainda que possível para Deus. Aquela fé ali pontuada é a fé no cumprimento de promessas que Deus deu a todo o seu povo. É disto que falam as palavras antecedentes em Hebreus. São as promessas registradas na Escritura – revelação de Deus para todo o Seu povo, em todos os tempos – que ainda não se cumpriram, que consiste nas coisas que se esperam, nos fatos que se não vêem. No caso particular dos hebreus, eram as promessas do Antigo Testamento, que começavam a se cumprir…

Milagres podem acontecer – e alguns acontecem. Não são a provisão corriqueira de Deus para o Seu povo. São muito extraordinárias. Os que alimentam expectativas de que o extraordinário se transforme em usual incorrem em grande erro. E ainda podem causar dano à fé de muitos neófitos.  Muito cuidado! Milagre não é sinal de fé verdadeira… Não é provisão divina corriqueira.  Não sejamos incrédulos, mas também não sejamos tolos!

"O Maior Milagre" (It Took a Miracle"), de John W. Peterson (1921-2006), é a nossa mensagem melódica para terminar esta reflexão. Ouça, com nosso.. 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 37 : “O MAIOR MILAGRE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Dezembro de 2011

Minha mensagem hoje é breve: estou com poucos minutos de folga entre meu "agora" e o embarque para uma viagem, daqui a pouco. É uma viagem que eu preferiria não fazer agora, mas não tem outro jeito.

   Dezembro, no ocidente do planeta, é um mês diferente. Vai chegando o final do ano, vai chegando o Natal. Cada fase da nossa vida, essa época do ano reúne impressões diferentes a ocupar espaço na mente. São lembranças diferentes, e expectativas diferentes, em cada uma dessas fases. Me lembro da minha primeira infância… Natal significava uma expectativa de presente – é verdade. Mas a lembrança que trago mas forte não é a de expectativa de presentes; afinal, a fase que vivíamos não nos permitia nutrir muitas expectativas nisto. Reunir a família, ouvir e cantar as músicas de Natal, os belos hinos que pareciam servir para uma única época do ano, participar de um culto singular, normalmente com uma cantata de coral, não raro uma celebração com peça teatral no auditório do colégio, tudo isto constituía uma experiência única, para uma só ocasião anual. Veio a segunda infância e a adolescência: mudaram um pouco – tanto as lembranças (agora, mais recheadas) como as expectativas (agora, mais ecléticas) Mas, o clima da época ainda era doce e agradável. E a consciência sobre seu significado, havia crescido, havia se encorpado.

   Da mocidade, me lembro de um misto de tudo. Eu, que nem era mais criança ou adolescente, mas também não tinha ainda as "pesadas" apreensões e os encargos de um pai de família, misturava um pouco do "ar festivo" de antes com um pouco de sensação de que os "encantos" de antes começavam a passar.Os anos se passaram, uma nova família – extensão da primeira… Agora, chegava o tempo de "fazer os doces embalos natalinos" de mais três vidas, acrescidas a mim e Maiza; Mas, sem descuidar de incutir o verdadeiro espírito da ocasião. E já se passaram, agora, muitos anos.

 De todas as lembranças que trago das ocasiões de Natal de todas essas fases, as cantatas ocupam um lugar especial. E, dentre essas, eu, que já era "arcaico" antes de chegar a idade de o ser, tinha como mais especial ainda as que são de autoria de John W. Peterson. "Rei dos Reis", "Noite de Milagres", "Maior amor", "O Maior Milagre", etc… Aquele prodígio da música evangélica produziu mais de cem, fora os hinos… Por mim, chegando o Natal, ficaria sempre realizado se presenciasse um "rodízio": uma atrás da outra…  Falando em "Maior Milagre", isto é propício para a época: Deus em Cristo, Emanuel, o "maior milagre"…Como isto é interpretado nos hinos, nos sermões, nas mensagens natalinas?

 – "Deus estava em Cristo"…

– "Deus fez-se homem, encarnou-se"…

– "Deus entrou na humanidade, entrou na história, para redimir, para salvar"…

– "Natal, natal, natal, natal – é vindo ao mundo o rei divinal!"

– "Glória a Deus nas alturas, na terra concórdia e paz!"

– "Em linda noite ao mundo, a nós, em coro angelical…"

– "Vinde, cantai: Jesus nasceu… à terra a luz desceu… "

– "Nasce Jesus, nasce Jesus, glória a Deus nas alturas, paz na terra, graça e amor, a quantos Deus quer bem!"

– "Exultai, ó terra e céu, dando glória ao homem-Deus!"

– "Vinde ouvir a doce história, que dos altos céus nos vem…"

E o clássico… "Noite de paz, noite de amor"…

 "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombos. E o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Isaias 9.6). 

   Foi um verdadeiro milagre dos céus, de Deus. Onde já se viu isso? De onde se poderia imaginar? Que Deus é esse, que vê um homem, sua própria criatura, afastado de Si mesmo, e que, por iniciativa própria, se volta de novo para ele, vindo a ele na encarnação do seu Filho divino? Encarnação? Nascimento virginal? Deus-homem? "Porque Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões…" (II Coríntios 5.19). Deus, em Cristo feito homem, assumindo a humanidade…Nasceu por mim… Viveu por mim… Morreu por mim… Ressurgiu por mim! Só de ter ele tudo isto feito, já foi um estupendo milagre… Mas, o milagre fica ainda maior com o complemento… Qual? Tudo isto ele fez – nasceu, viveu, morreu, ressurgiu –   ……………. POR MIM! Ele veio por mim – isto é um segundo milagre… "Dificilmente alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer.Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores " (Romanos 5.7,8). São dois milagres: O primeiro: Ele desceu! Ele se encarnou! Ele nasceu! Ele viveu! Ele morreu! Ele ressurgiu! O segundo: tudo isto, ele fez por mim! É como dizem que afirmou Spurgeon: "Eu sei que foi Deus quem me escolheu, pois do contrário, eu não O escolheria… E sei que foi antes de eu nascer, porque depois, não o faria… E sei ainda que foi por razões que desconheço, porque não sei de uma só razão, em mim mesmo, para que escolhesse a mim!" É um verdadeiro milagre – um duplo milagre, aliás.

 Falando em John Peterson, como falei, não poderia deixar uma mensagem musical de outra autoria. Aí vai, pois "O Maior Milagre" (It Took a Miracle"), de John W. Peterson (1921-2006).Foi ele quem declarou:"Em muitos dos meus vôos pela força aérea americana, eu ficava só; e só, pensava em Deus, enquanto lá nas alturas. Um dos pensamentos que me deixava perplexo, é que o mesmo Deus que criou este universo, com suas ilimitadas maravilhas,  é o Deus que me amou, e que me enviou seu único Filho, para tomar o meu lugar na cruz! – um verdadeiro milagre de Deus"

Para os que apreciarem, a letra original:

IT TOOK A MIRACLE

My Father is omnipotent,
And that you can't deny;
A God of might and miracles –
'Tis written in the sky. 

  It took a miracle, to put the stars in place,
  
It took a miracle to hang the world in space;
  
But when He saved my soul, cleansed and made me whole,
  
It took a miracle of love and grace! 

Though here His glory has been shown,
We still can't fully see
The wonders of His might, His throne –
'T will take eternity. 

The Bible tells us of His power
And wisdom all way through,
And every little bird and flower
Are testimonies too.

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional