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N° 115 : “NUNCA MAIS?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 28 de Julho de 2013

Nunca mais terei a chance de matar a saudade !

Foi assim que o mineiro Edson Arantes do Nascimento (mineiro ao menos de nascimento, sem trocadilho) se referiu publicamente, na última quarta-feira, 24 de Julho, em relação à morte de outro mineiro – Djalma Santos (1929-2013). Aos 84 anos de idade, este desportista do futebol foi a óbito, depois de um período acometido de grave afecção pulmonar, culminada com uma parada cardiorrespiratória letal. Ambos foram colegas de trabalho na seleção brasileira de futebol em três copas do mundo, de 1958 a 1966. Pelé se disse "amigo antigo" do colega, o qual chegou ao topo do destaque mundial na posição que ocupava  nos gramados.

Nunca mais, disse Pelé. Devo reconhecer que a expressão pode comportar diferentes significados. Pode estar se referindo a apenas o curso da presente vida; neste caso, "nunca mais" seria mera forma de hipérbole, sem prejudicar a esperança de um reencontro, após a presente vida. Pode estar se referindo ao resultado de uma espécie de convicção agnóstica, cética – será que Pelé pensa como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) pensava? "Morreu, acabou! ", dizia o decano da poesia brasileira…  Pode estar se referindo à expectativa de que, depois que a morte alcançar a ambos (tendo começado pelo antigo amigo), os dois se encontrarão, eternamente, porém em lugares distintos, a julgar pela força da expressão "nunca mais" (pessoalmente, não tenho qualquer convicção de que Pelé tenha desejado traduzir isto). Bem! Só ele poderia explicar o que realmente quis dizer… Mas o fato é que, quem lê, ou ouve, tem logo tendência de interpretar pela primeira impressão que a mente produzir. Tento, pois, comentar cada possibilidade…

Em verdade, não sei de fato quanto a Pelé e a Djalma Santos. Mas que a realidade de dois destinos diferentes após a morte é indiscutível, isso é. É exatamente o que diz o Livro dos Livros, a Revelação Divina, a Bíblia.
"Para o entendido, há o caminho de vida, que o leva para cima, a fim de evitar o inferno, embaixo" (Provérbios 15.24, ARA).
"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram" (Mateus 7.13,14, BCF).  

Quanto à ótica agnóstica (melhor dizer, cética), quem quiser adotá-la, que adote. Só não deveria fazê-lo sem ciência dos riscos de sua escolha. Esse tipo de convicção é equivalente à de um ateu. Se Deus não existe, parafraseando Dostoievski (1821-1881), também não há continuação da existência após a morte, e até fica impossível explicar como a vida surgiu; "impossível nada", dirão os evolucionistas… Mas, o tratamento deste dogma da "fé" ateísta não cabe agora, dentro desta mensagem. São claras as advertências do Criador, o Justo Juiz e Amoroso Redentor, de que a morte não encerra a existência, senão apenas o primeiro de seus três ciclos: a presente existência, o estado intermediário na morte, e a eternidade após a ressurreição. Mas, se Deus existe – como de fato existe – então não se encerra a vida com a morte. 
"Diz o insensato no seu coração: Não há Deus! Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem".  (Salmo 14.1, ARA).  
"Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno".  (Daniel 12.2, NVI).

Por fim, a primeira hipótese –  a de que um "nunca mais", como usou o famoso personagem do mundo do futebol, seja mera expressão hiperbólica, sem prejuízo da expectativa de retomar a contagem dos dias numa dimensão futura, se faz parelha com as anteriores aqui tratadas. Enquanto aqui no mundo, somos todos passageiros de uma mesma nau, ainda que os passageiros usufruam de classes diferentes a bordo, e cada um veja o curso à frente com visões diferentes. Blaise Pascal (1623-1662) disse que é mais sensato 'apostar' que Deus existe, ainda que haja dúvida sobre isto. Se Ele não existir, a morte não fará a menor diferença entre quem crê e quem não crê; mas, se Ele existir, crer que Ele existe terá feito toda a diferença em relação a quem crê que não existe. Quer maior prova de que Deus é o Criador e o Mantenedor, que encaminha o curso da existência para o dia final, no qual um dentre os dois destinos eternos será selado a cada criatura humana, do que estarmos vivos? Além disto, de usufruirmos a harmoniosa beleza do nosso planeta-habitação? Além disto, de podermos descobrir e contemplar a imensidão espetacular de todo o universo, e das profundezas dos mares? Além disto, de nos haver enviado Seu próprio Filho, para nossa salvação?  E, de nos haver revelado todos os Seus mistérios reveláveis em Sua Palavra? Ora, sendo verdadeira e real toda a percepção dos portentosos atos divinos, nada mais sensato do que olhar para o futuro com o óculos da Escritura Sagrada. Por ele, aguardamos um dia, sim, em que toda a saudade será suprida, toda nostalgia será acalentada, toda separação tanatológica será consolada… Sim, haverá um dia em que não haverá mais saudade que aperte, nem separação que doa, nem nostalgia que faça sofrer, nem morte que possa de novo atingir.

"E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras." (Apocalipse 20.13, ACRF).
"E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá; já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram"  (Apocalipse 22.4, ARA).

Não tenho a menor expectativa de que minhas toscas linhas cheguem ao conhecimento de Edson Arantes do Nascimento, pela distância que separa o astro de um desconhecido inexpressivo. Se chegassem, eu lhe diria: "Nunca mais" é uma expressão que merece reparos, para o benefício da verdade. É possível um reencontro. É possível matar, no sentido mais profundo da palavra, a própria saudade. Aquele íntegro cidadão da terra de Uz, que perdeu bens (e, com eles, até o respeito que desfrutava na sociedade), saúde e parte expressiva da família, exclamou, em meio aos seus infortúnios:
"Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro em mim "  (Jó 19.25-27, ARA). Por conseguinte, para os que vivem sob a esperança bendita da redenção futura no Redentor Jesus, aquele dia por vir é dia de "matar a saudade"… Definitivamente! "Nunca mais", para estes, é hipérbole, é exagero linguístico.

Em 1979, o pastor sueco Pelle Karlsson (que completou 63 anos de idade no mesmo dia em que Pelé proferiu a frase) e a norteamericana de origem norueguesa Evie Tornquist se uniram em matrimônio.

Pelle era pregador e compositor sacro já bastante conhecido. Um de suas composições mais divulgadas se tornou um hino relativamente frequente em ocasiões propícias à sua mensagem. Bill Gaither o "adotou" especialmente quando da perda de seu irmão, Danny Gaither. Na gravação anexa, feita na casa de Billy e Ruth Graham, um grupo presencia Evie cantando com profunda expressão a mensagem que se baseia na promessa que desmente a sensação de "nunca mais"… Ouça-a, se preferir acompanhando a letra original ou a tradução livre abaixo!


I SHALL SEE YOU SOON AGAIN (1973)
Eu Logo Te Verei De Novo
Pelle Olof Nils Karlsson (1950-1981)

I shall see you soon again in the land of life
Eu logo te verei de novo na terra da vida [eterna] 
I shall hear your voice again, singing praise to the Lamb
Eu ouvirei de novo tua voz, cantando louvor ao Cordeiro
No more heartache, no more pain, you are homefree
Nenhum pesar de novo haverá, nem dor, tu estás aliviado para sempre  
So I'll see you soon again in the land of life…
Então eu logo te verei de novo na terra da vida [eterna] …

Where there is peace, peace in His presence
Onde existe paz, paz em Sua presença
And joy evermore… You will never more depart,
E gozo para sempre… Tu não mais te despedirás,
Never face one more 'goodbye', you are home…
Nem jamais há de encarar um outro 'adeus', estás no lar …

So I'll see you soon again in the land of life
Então, eu logo te verei de novo na terra da vida [eterna] 
I shall hear your voice again, singing praise to the Lamb
Eu ouvirei de novo tua voz, cantando louvor ao Cordeiro
No more heartache, no more pain, you are homefree
Nenhum pesar de novo haverá, nem dor, tu estás aliviado para sempre  
So I'll see soon again in the land of life ! [What a hope!!!]
Então eu logo te verei de novo na terra da vida [eterna] … [ Que esperança !!!]

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional