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N° 190 : “VIVE ALGUÉM SEM ÁGUA?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 08 de Fevereiro de 2015

No final de Janeiro último, a seca assolava a região Sudeste, e algumas pessoas ainda brincavam com o assunto. Uma das charges que chamou atenção foi a de um caminhão pipa, em plena região Sudeste, percorrendo uma rua para socorrer a população, e enorme escolta policial, com armamento pesado, se via de todos os lados, para proteger o veículo. O estado de Minas Gerais sempre foi chamado de “caixa d’água” do Brasil; a ‘caixa’ está pingando. Tome-se, como exemplo, o Rio São Francisco, o maior rio cem por cento nacional: sua bacia hidrográfica beneficia seis estados brasileiros, numa área que está próxima de dez por cento do território nacional. É espantoso… Equivale a praticamente uma França inteirinha, ou quase duas Alemanhas, ou quase três Reino’s Unido’s. De uma vazão média que historicamente alcança 170 mil metros cúbicos por minuto, na foz, chegou ao final de 2014 com apenas trinta por cento disto. Calamidade! O reservatório paulista da Cantareira agoniza, com um volume lutando para se manter em seis por cento da capacidade total.

Tenho ouvido acerca de muitos cristãos que se mobilizaram para pedir chuvas, principalmente nos reservatórios e nas cabeceiras dos rios, uma vez que, nas cidades, além de não trazer benefícios ao consumo, as chuvas trazem grandes transtornos. Na cidade de São Paulo, em duas semanas pela virada do ano, foram cerca de mil árvores vindo ao solo. Sim, quem sabe, com um clamor aos céus, Deus mande chuvas torrenciais para encher a Cantareira, Guarapiranga, Furnas, o São Francisco, etc… E Ele pode fazer isto. Uma outra coisa ainda não percebi, nas mobilizações: será que Deus pretende, antes, fazer-nos perceber alguma coisa? Dizer a Ele o que queremos, do que precisamos, faz parte do nosso dia-a-dia; e Ele até afirma que tem ouvidos para ouvir. No entanto, e o que Ele tem a dizer, queremos ouvir? Estamos prontos a ouvir, a reconhecer? Ou, mais importante – queremos ouvir ANTES? Ou só depois que Ele nos ouvir?

Deus nos deu a natureza para dela usufruirmos, louvando-O por Suas boas dádivas, mas, cuidando dessa natureza. Ver o leito seco dos rios revelando a imensidão de lixo e entulhos não é sinal de cuidado com a natureza. E o desperdício, o descaso? Gastam-se anos e anos para se ver uma árvore frondosa, mas apenas minutos para, irresponsavelmente, jogá-la ao chão. Há quem prefira eliminar uma árvore do passeio simplesmente porque “suja muito”, com suas folhas (como se uma folha fosse sujeira).

O mais grave, agora: No passado, já houve caso em que Deus, explicitamente (por mediação do mensageiro profético, conforme registro bíblico), advertiu o povo que detinha a Sua Aliança, mostrando a razão da seca, da aridez, da sede. O profeta Amós, que ministrou cerca de oito séculos antes da vinda de Jesus Cristo, num contexto de amplas imprecações, assim se expressou: “Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se secou. Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.” (Amós 4. 7,8, ARA).

Segundo ele, as ações divinas através da natureza eram sinais de que, se o homem não se voltasse corretamente para o Senhor, pior seria depois. O profeta Jeremias, alguns anos mais tarde, vendo chegarem as piores consequências sobre o povo, lembrou que a falta de temor de Deus era a principal causa das consequências terríveis por via da natureza: Mas este povo tem coração obstinado e rebelde; eles se afastaram e foram embora. Não dizem no seu íntimo: ‘Temamos o Senhor, o nosso Deus: aquele que dá as chuvas do outono e da primavera no tempo certo, e assegura-nos as semanas certas da colheita’. Mas os pecados de vocês têm afastado essas coisas; as faltas de vocês os têm privado desses bens” (Jeremias 5:23-25, NVI).

Na história do povo de Deus no Antigo Testamento, era cíclica a manifestação divina na retenção das chuvas, quando prolifera a maldade, a corrupção, o destemor, a desobediência, o desprezo à Sua Palavra. Mesmo os fiéis, no seu meio, sofriam consequências. Por outro lado, também era cíclico o desapontamento divino quando, ainda que proporcionando bênçãos, chuvas, colheitas e bem-estar em seguidos períodos e anos, faltava ao povo o sentimento de gratidão, de contentamento; faltava, também, a noção de boa administração dos recursos naturais, a boa gestão do meio ambiente. Bastava a mão de Deus pesar, com a restrição das bênçãos sazonais, e logo vinha o povo, em choros e lamúrias, suplicar a misericórdia divina. Reiteradamente, a palavra profética advertia: “Portanto dize-lhes: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tornai-vos para mim, diz o SENHOR dos Exércitos, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos" (Zacarias 1:3, ACRF); e, ainda: Desde os dias de vossos pais vos apartastes de meus mandamentos e não os guardastes. Voltai a mim, e eu me voltarei para vós – diz o Senhor dos exércitos"(Malaquias 3:7, BCF).

Uma mensagem apocalíptica, aqui, não é precisamente a intenção. Mas, há gritantes semelhanças com o estado de vida daquele povo, no passado, com o que se vê em nossos dias. Tal como naqueles dias, é pertinente assinalar algumas lições oportunas:
1) Antes de gastar e desperdiçar, é oportuno aprender e exercitar a boa gestão dos recursos que Deus proporciona…
2) Antes de lamentar e lamuriar na escassez (inclusive contra os governos humanos, independentemente de quão culpados ou omissos sejam, eventualmente), é oportuno reconhecer as boas dádivas divinas e ser-Lhe grato pelas provisões diárias (apesar de nós)…
3) E, antes de clamar a misericórdia de Deus, quando da adversidade, é oportuno conhecer a Deus, conhecer e praticar a Sua vontade, em qualquer circunstância; os sinais didáticos da existência estão aí… É só aprender a notar, e refletir! 

Vive alguém sem água? Nas últimas gerações, sabe-se que é perfeitamente possível viver sem derivados de petróleo (que parecem mais fartos do que água potável, hoje), mas, “sem água ninguém vive!” – é o que se diz há tempos. Agora, a verdade do patamar de cima: sem autêntica comunhão com Deus, como pode alguém viver? Sem aprender a observar o que Ele pretende, o que Ele ensina, o que Ele demanda? Cada episódio da vida tem lá suas lições; estamos vivendo mais um cenário ‘escolar’… Aproveite-o o sábio de coração!

A melodia que acompanha a mensagem de hoje é um dueto ao piano e órgão, para momento de oração e reflexão.
No primeiro instrumento, Ralph Carmichael; no segundo, Rudy Atwood.

I Walked Today Where Jesus Walked (1937)
Jesus É Infinito 
Daniel S Twohig (1883-1961);
Melodia de Greg Nelson (1948…)
 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional