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N° 132 : “QUANDO DEUS FALHA…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Dezembro de 2013

O título desta mensagem é instigante – eu sei! Não é uma interrogação; antes, é uma afirmação. Diz respeito àquelas diversas situações da vida em que o anseio que qualquer de nós nutre, durante certo tempo, se mostra frustrado de repente. Pois, se não, vejamos: quando uma família inteira – esposa e filhos, sem contar pais e outros familiares – vai acompanhando a trajetória de um varão em seus estudos superiores e, quando ele está perto de formar-se, ‘desaparece’ num súbito acidente, deixando viúva e filhos a dizer – “e agora, o que será de nós?”, não falhou Deus? ‘Inda mais se esses familiares são tementes a Deus, e dia-a-dia ajudam a colocar o futuro exercício profissional daquele varão diante de Deus… Vejamos mais: quando um pai e uma mãe, dias, semanas, meses e anos a fio, cultivam valores na vida de um filho, investem nele, até oram constantemente por ele, pelo seu futuro, mas ele resolve “chutar o balde”, um dia, dizendo a todos – “deixa eu viver minha vida”, não falhou Deus? Ou, outra situação: Quando um cristão, temente a Deus, ‘constrói’ tantas expectativas para o sonhado futuro que vai chegando, e vem a enfermidade, e parece que ele vai ter que lutar com ela (ou, contra ela) por muito tempo, não está Deus falhando? Vejamos mais uma só: quando uma esperada criança não vem ao mundo (ou, se vem, logo o deixa), para triste surpresa de todos que o pediram a Deus, não está, também, falhando Deus?

Há gente que assim pensa. E mais: por nutrir uma espécie de “fé” que é estranha ao ensino do próprio Deus, confusa entre tempos, circunstâncias, promessas e personagens, tão logo se lhe sucede o inesperado, logo põe em contas indevidas esse inesperado: se não julga que faltou fé, há de considerar que Deus falhou (ainda que o não diga…). Há um tipo de ‘fé’ assim, alheio ao que Deus mesmo ensina (e preconiza, e demanda). Por isto, tão logo a ocorrência contraria a expectativa humana, quem deve ser o ‘culpado’? Deus, certamente… (é o que o seu coração sentencia). “Ah! Mas eu fiz tudo tão certo…” (então, o infiel é Deus – conclusão única que sobra). “Ah! Mas eu só fiz reivindicar as promessas divinas…” (e, apropriando-se de promessas que não lhes pertencem, aos que assim ponderam só restará uma conclusão desafortunada: Deus falhou!). Prá piorar o quadro, constatando quanta gente errada há neste mundo, que parece não passar pelos mesmos infortúnios dos que esperam em Deus, tal constatação acaba por acentuar ainda mais as decepções com Deus. “Ah! Como pode ter Deus deixado passar tantos apertos aquele que estava a Seu serviço, que agia em nome Dele?” (falhou, de novo, Deus?).

Digo logo, para esclarecimento geral e refugo do escândalo iminente: eu uso a instigação do título acima, admitindo que seja essa a nossa sensação potencial quando “as coisas dão errado”, mas não creio que Deus falha; pelo contrário, creio que Ele NÃO falha. E, se tivesse que simplificar numa só afirmação todo o ‘rosário’ de razões que sustentam minha convicção, diria apenas: não falha, porque Deus é Deus!

Alguns lembram (já cobrando, indevidamente): “mas, não diz a Bíblia – “Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração” (Salmo 37.4, BCF)??? Sim, é verdade! Mas o grande equívoco é pensar que os desejos do coração que Deus satisfaz podem ser aqueles de mera procedência (ou genitura) humana, sem prévia procedência Dele mesmo. Melhor é entender a promessa como ela deve ser entendida: na medida em que as nossas aspirações interiores se amoldam, se rendem, se sintonizam com o que agrada ao Senhor, com o que Ele pretende, é infalível que Ele satisfaça tais desejos. Não há nenhuma garantia da parte de Deus, de render-se – Ele próprio – aos desejos humanos que se fazem ‘soberanos’, não importando o que Deus queira. Não é assim não, minha gente. Alguns dizem, de modo muito equivocado – “Deus honra a quem o busca!”, pensando que Deus realizará os anseios humanos, no tempo e no modo que tais humanos aspiram, como se Ele fosse o ‘servo’. E, quando Deus não cumpre o esperado, falhou! Deus não honra a ninguém, a não ser ‘por tabela’, por decorrência, na medida em que Ele honra a Si mesmo; quando nos curvamos diante Dele, aprendemos o que significa essa honra; de onde ela provém… A quem ela se destina! 

O que estou asseverando não quer significar que nossas petições, nossas esperanças em Deus, na Sua provisão, na Sua Providência (ainda que dependa de um milagre, por estar fora do alcance da mão humana), não possam, ou não devam ser colocadas, insistente e confiantemente diante do Todo-Poderoso. Muito pelo contrário: podemos, e devemos. Mas, há segredos misteriosos do agir de Deus que pertencem a Ele mesmo. Por causa disso, há uma dimensão da fé que a maioria dos cristãos ainda não tem aprendido a cultivar: a fé que não reivindica promessas alheias (como as que se destinaram exclusivamente a Abraão, ou a Jacó, ou a Moisés, ou a Davi, ou a Elias, ou a Pedro, ou a Paulo, no tempo e nas circunstâncias particulares de cada um deles), mas que nutre a esperança de que Deus compartilha, com todos os que O temem, as promessas gerais da riqueza de Sua graça, e que atende, de modo particular, nossas petições na medida em que seja Ele, assim, honrado, glorificado; que Ele o faz no Seu tempo, e do Seu modo, porque “… o coração do sábio conhece o tempo e o modo ” (Eclesiastes 8.5, ARA). Veja bem:  “Quem teme ao homem cai em armadilhas, mas quem confia no Senhor está seguro” (Provérbios 29.25, NVI). Por esta razão, o ensinamento que não deve ser olvidado é : “Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.” (Tiago 4.13-15, ARC).

Você se surpreende com Deus? Acha que Ele falhou em algum momento, ou pode falhar? Então, eu te pergunto: Quem, na mais pura verdade, é o seu ‘Deus’? É aquele mesmo, de que fala a Escritura Sagrada? Se for, eu digo mais – lembre-se, Deus é Deus! “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu.” (Salmo 42.5, ARA). Mais ou menos como diz o antigo hino :
Quando tudo perante o Senhor estiver, e todo o teu ser Ele controlar
Eis , então, que hás de ver, o Senhor, Seu poder, quando tudo deixares no altar!

A mensagem musical de hoje é de uma poetisa sacra de vasta produção. Uma de suas composições é cantada em programações de crianças há décadas no Brasil (Meu Deus é Tão Grande). Esposa de um ministro de Deus, filha de um ministro de Deus, ainda pequena foi encorajada pelo seu pai no sentido de respeitar os limites da soberania do agir de Deus,e confiar nEle. O hino de hoje é fruto de uma vida com tal tipo de experiência com Deus.

BUT I DO KNOW
Oh! Eu Não Sei, Senhor
Ruth Harms Calkin (1919…)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional