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N° 123 : “RUMO AO DESCONHECIDO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 22 de Setembro de 2013

Brasileiros estão em terceiro lugar, no certame mundial. Na frente deles, somente norte-americanos e chineses. Mas, em que, esta competição de que falo? Trata-se da concorrência mundial entre os candidatos a mudarem-se, em definitivo, do nosso planeta, para o planeta vizinho mais distante do sol – Marte!  Quase duzentas mil pessoas, de mais de 140 países, já se inscreveram para o programa Mars One – e já são cerca de nove mil brasileiros, em visão de futuro no “planeta vermelho”…

Nele, os 24 primeiros contemplados terão o privilégio de formar a população colonizadora marciana pioneira (isto, se não houver resistência dos ‘marcianos’). Para tanto, terão de enfrentar uma ‘pequena’ viagem de 215 dias, mesmo que movendo-se a mais de duas vezes a velocidade do som. Por curiosidade, como os planetas giram em torno do sol em voltas elípticas, a posição mais favorável entre a terra e Marte os coloca a não insignificantes 60 milhões de distância, um do outro. Os ‘colonizadores’ terão que assumir compromisso singular, porque a viagem é sem volta. Mas, há algumas vantagens: por exemplo, Marte tem duas luas, e não apenas uma, como é o caso do nosso planeta. Não sei se isso anima a alguns dos candidatos, mas, os mais românticos, talvez…   

Fazer uma viagem de mudança para um país alheio já é algo que balança as emoções todas; embaixadores, empreendedores, missionários, e outros que tais, passam por esse tipo de experiência. Se a mudança for sem expectativa de volta, como os missionários do passado empreenderam, balança mais ainda. Mas, pergunto: como você acha que estaria se sentindo, se fosse a esposa ou o filho do João Carlos Leal, 52 de idade, morador de São Pedro da Serra, RJ? Notícias dão conta de que ele recebeu confirmação como “aceito” no programa, e já sabe em que lugar poderá estar, na fila. Está, agora, na contagem regressiva… Contagem regressiva para partir, para ele, e para despedirem-se, para esposa e filho – João Carlos vai sozinho!

Se essa pequena história verídica mexe com a imaginação de cada um de nós, que dizer, então, da ‘outra viagem’, aquela, cujo transcurso vai muito além de Marte? Sete meses por uma ‘estrada’ inusitada, rumo ao desconhecido sem volta, parece não assustar duzentas mil pessoas no mundo; e, só não é maior o número, porque encerrou-se o prazo de inscrições (se você estava pensando na hipótese, vai ter que esperar pela reabertura). Mas, querendo ou não, estamos todos ‘inscritos’ num outro ‘programa’, que tem duas modalidades… Quando digo todos, quero dizer todos, mesmo! Eu, cada um dos meus leitores (este número é pequeno), e cada um dos não-leitores (este, não tenho conta).

Há similaridades e dissimilaridades entre o que aponto e o programa Mars One. Para o primeiro caso, indico inicialmente o desconhecido…

Embora já se saiba algumas coisas do planeta que emprestou nome ao terceiro mês do ano, e até bom número de imagens tenham sido trazidas de lá, o fato é que ninguém jamais lá pisou, pessoalmente.

Pois, também, “é como está escrito: coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para os que o amam” (I Coríntios 2.9, BCF).

Além disto, trata-se de uma viagem sem volta; todos os que estão se inscrevendo, quando confirmarem sua ida, estarão isentando (com anuência dos familiares) os organismos promotores, ligados à NASA, de qualquer esforço para trazê-los de volta…

Pois, foi assim que se expressou o histórico e afamado Jó: “… antes que eu vá para o lugar do qual não há retorno… ” (Jó 10.21, NVI).
Mas, há dissimilaridades também.
Por exemplo, a única companhia que o programa garante ao pioneiro, num primeiro momento, é a de 23 outros pioneiros… Nada mais! Chegando lá (se chegarem), vão ter que se virar com os recursos que tiverem…

No entanto, diz o Mestre àqueles que são feitos seus discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século” (Mateus 28.20, ARA).

Essa companhia incomparável, inigualável, indispensável, é garantida aos que esperam pela outra jornada, quando nutridos com a esperança da vida eterna. E, trata-se de uma companhia já presente, e não, tão somente, futura.

Ademais, já se sabe o suficiente para garantir que as condições de vida naquele planeta vizinho, são tremendamente inóspitas e desfavoráveis. Ninguém, lá, pode sair livremente, num final de semana, e encaminhar-se para alguma das belas paragens, como há nas serras em torno da cidade onde provisoriamente eu habito, e respirar o ar puro das montanhas. Até onde se saiba, lá eles terão que fabricar o seu próprio ar…

No entanto, a descrição que o Livro das Divinas Promessas apresenta da “cidade celestial” é : “O seu fulgor é semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina… Os fundamentos da muralha estão adornados de toda espécie de pedras preciosas… a cidade não precisa do sol nem da lua para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou e o Cordeiro é a sua lâmpada… as suas portas nunca se fecharão de dia, porque nela nunca haverá noite… nela, jamais penetrará coisa alguma contaminada… há um rio de água viva, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro… no meio da praça, está a Árvore da Vida, cujas folhas são para a cura dos povos… já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos ” ( e muito mais, em Apocalipse 21.9, até 22.5).

Isto é, definitivamente, outro tipo de “programa”. Incomparavelmente melhor, e singularmente necessário! Isto, sim, é que é glória!!!

Veja! Eu disse que este outro programa apresenta duas modalidades. Mas, nem queira arriscar a segunda, de que me excetuei de falar…

Bem! Eu não me aventuraria, em hipótese nenhuma, a uma aventura daquelas, como implica o primeiro programa – o Mars Ones… “Cada doido com sua mania!”. Entretanto, posso dizer três coisas em acréscimo:

1.      Estou, segura e irreversivelmente, inscrito e garantido no “segundo programa” (e, na modalidade melhor) que a minha mensagem de hoje contempla… Só não sei em que lugar estou na fila… Mas, que estou com lugar garantido nela, estou!
2.      Estou efetuando uma jornada no planeta terra, que já tem, lá, suas enormes barreiras e freqüentes percalços… Mas, além das boas companhias que me ajudam na caminhada, há uma boa e sublime companhia – é aquele que se pôs em meio aos discípulos e disse: “Paz seja convosco! ” (João 20.19). Esta palavra vem aos meus ouvidos também… Da mesma sorte, vai aos ouvidos de uma mãe, que acaba de ter uma criança, ou daquela que por ele anseia, ou daquela mãe e daquele pai que o sabe distante… Vai aos ouvidos do filho, ou da filha, que anseia estar junto aos seus pais, ou daquele que almeja por melhores dias…  E muito mais!!!
3.      Minha segura companhia, o Senhor Jesus, o pioneiro que adentrou o véu celestial, que me acompanha aqui, me acompanhará também até ao dia do ‘embarque’. Ele nunca me tem deixado sozinho, e não me deixará na transposição. Ao contrário, ele próprio me introduzirá por entre os portais da glória, onde as miríades de anjos estarão alçando inefáveis arpejos em coro, festejando minha chegada, junto com a chegada de milhares de milhares, igualmente festejados. 

Milhares entenderam que o desconhecido de uma viagem sem volta a Marte é programa ideal para seus poucos anos de vida – vindouros, mas, derradeiros; muito mais do que milhares têm encontrado na esperança da viagem, junto ao Senhor da Glória, no presente e no porvir, o programa ideal para sua eternidade. Eis possibilidades que, mercê da misericórdia divina, coloco ante seus olhos…

No nosso hino de hoje, Bill Gaither (na voz dos Heritage Singers) confessa o anseio de sua alma pela companhia do Senhor Jesus, mesmo quando tiver que enveredar pelo grande desconhecido que está à frente. Desculpe por oferecer o hino em língua inglesa; tentando compensar, ofereço uma pobre tentativa de tradução. Mas, é que, infelizmente, não o temos ainda vertido em nosso idioma…

EVEN SO, LORD JESUS, COME! (1963)
Ainda Assim, Senhor Jesus, vem!
William J. Gaither (1938…)

In a world of fear and turmoil…
Em um mundo de temor e turbulência…
In a race that seems so hard to run…
Em uma jornada que parece tão difícil de enfrentar…
Lord, I need thy rich infilling
Senhor, eu preciso de tua rica plenitude
Even so, Lord Jesus, come!
Ainda assim, Senhor, vem!

Even so, Lord Jesus, come…
Ainda assim, Senhor, vem!
My heart hath long for thee!
Meu coração tem anelado por ti!
Though I failed and betrayed thy trust
Ainda que eu tenha falhado e traído tua confiança
Even so, Lord Jesus come!
Ainda assim, Senhor, vem!

When my eyes shall span the river
Quando meus olhos virem do outro lado do rio
When I gaze into the vast unknown
Quando eu admirar o vasto desconhecido
May I say with calm assurance
Possa eu dizer, com terna segurança,
Even now, Lord Jesus, come!
‘Mesmo agora, Senhor Jesus, vem!’

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional