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N° 54 : “ELE SABE TUDO QUANTO PRECISO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Abril de 2012

Conheço muito de perto uma pessoa que, nesta semana, recebeu  uma contemplação especial de Deus. Ao recebe-la, ele reconheceu que Deus não precisava fazer-lhe o favor que fez, nem tinha a mínima 'obrigação' de agraciá-lo, como agraciou… Mais que  isso, declarou que tampouco se sentia merecedor de qualquer favor divino… Há um contexto complexo por trás da circunstância toda. Não sei se vou conseguir transmitir, com poucas palavras, esse contexto inteiro em torno da contemplação que essa pessoa recebeu, para que possam tentar entender o que se passa dentro dele neste momento. Por isto, vou ser muito resumido, sem dar muitos detalhes das circunstâncias, senão apenas o que interessa. 

   Há cerca de 4 anos ele vinha sofrendo uma série de restrições, por ordem judicial de um juízo trabalhista, noutro estado brasileiro. Essas restrições vinham incluindo uma constrição de bens, sob apontamento factual de penhora de um veículo, arresto judicial de uma quantia em conta bancária (incidente sobre valores decorrentes do fruto do seu trabalho), etc… Prá ser bem sumário, posso dizer que eram consequências de atos de sua boa-fé em favor de um amigo e de sua empresa, coisa de muitos anos atrás. Mas posso afiançar também que nada havia no contencioso que dissesse respeito a esse meu 'conhecido', ou a seus atos. Absolutamente nada. Infelizmente, o verdadeiro responsável já vinha, há muito tempo, evadindo-se das investidas do juízo, passando ao largo das consequências (diferentemente do meu 'conhecido'). No caso, sei que pelos últimos quatro anos a situação do veículo sob apontamento de penhora, e recursos financeiros essenciais ao sustento familiar sob constrição judicial, sem que nada tivesse de responsabilidade direta esse tal com a questão, vinham sendo uma verdadeira angústia que o acompanhava dia e noite. Quantas e quantas noites de sono perdido – eu tenho conhecimento disso, fosse a perda do sono no começo dessas noites, ou a certa altura delas – tentando entender o que Deus estava querendo mostrar-lhe, no meio de um quadro que sempre lhe pareceu uma injustiça inominável. Isto, sem contar as despesas que teve que assumir em sua defesa. Bem! Preciso dizer-lhes que este veículo que até agora estava sob constrição judicial era também, sob certo aspecto, um utilitário, uma ferramenta de trabalho. Este veículo veio às suas mãos, quatro anos atrás, numa hora muito penosa: Ele tinha acabado de ter outro veículo utilitário furtado, sem haver deixado fumaça ou vestígio, tendo uma lavadora de roupas de sua casa na carroceria, e um notebook atrás do banco, onde estava (por assim dizer) toda a sua vida de trabalho. Sabe o que é imaginar que anos de trabalho, convertidos em arquivos de um computador, sem backup, estarão irremediavelmente perdidos? Sabe o que é imaginar que um HD de computador poderá permitir, por causa de um furto, marginais se infiltrarem em sua vida, até te chantagearem, através dos arquivos gravados ali descobertos?

   Humanamente falando, essa pessoa – tenho conhecimento – quase quis, por um breve momento, ser engolido pela terra, se ela se abrisse debaixo dos seus pés (falando metaforicamente). Alguém ligou para ele, quando soube daquele furto, indicando-lhe certas porções do livro do profeta Jonas para ler, em socorro do seu consolo. Ele respondeu, ao telefonema: "de ontem para hoje eu já li todo o livro de Jonas pelo menos duas vezes.Então: passada aquela fase dura do tríplice furto sofrido, e o esforço de substituir o veículo por outro, vem depois toda a circunstância de constrição acima referida. Pergunto: você ficaria inclinado a dirigir a Deus as célebres perguntas ? … Por que?  Ou… prá que, Senhor ? Foram perguntas que vieram à mente dele várias vezes. E ainda, depois disso, um outro veículo é adquirido para suprir a ausência do primeiro, mas viria a sofrer  a constrição judicial, além do bloqueio financeiro.

    Eis que nesta última quarta-feira, houve uma "audiência de conciliação" entre partes, na cidade onde o processo tramitava. Por circunstâncias que nem eu mesmo sei ainda esclarecer, neste momento em que escrevo, o verdadeiro responsável pela dívida da demanda compareceu perante o juízo. Segundo a advogada que representou essa pessoa que conheço, o responsável fez uma coisa inesperada: Não só assumiu, finalmente, a responsabilidade pelo contencioso, como ainda teceu um certo número de palavras elogiosas a respeito desse meu 'conhecido', e a respeito do seu caráter, reconhecendo que ele não merecia estar passando pelo que passava. E ainda pediu à advogada seu número de telefone, para que possa desculpar-se pessoalmente por todo o transtorno causado a quem lhe deu a colaboração, quando precisou. Resultado: a juíza mandou lavrar um despacho de liberação de todas as constrições que vinham pesando sobre este último – o meu 'conhecido'. Sabe quanto tempo lhe vinha durando essa angústia: quatro anos! Quatro anos de lutas! Nesta última semana, antes da audiência, ele mandou uma mensagem à advogada que lhe representou, e disse-lhe que sua convicção era simples: "Acima do juízo dos homens está o juízo do Supremo Juiz." E ainda acrescentou uma espécie de paráfrase à resposta dos três amigos de Daniel: "Se o meu Supremo Juiz quiser me livrar, Ele me livrará… Se não quiser, sofrerei o dano, mas jamais negociarei ou barganharei com pessoas movidas por uma circunstância oportunista recheada de injustiça". 

   Diante de um cenário deste, tal como tentei descrever sumariamente, há textos do "Livro-Que-Nunca-Falha-E-Nunca-Mente" que vêm à minha lembrança… Por exemplo, o texto da mulher que estava à porta do "juiz indolente" (Lucas 18.1-8). Por mais que a mulher insistisse no seu direito, reivindicando – por favor, julga a minha causa – o juiz parecia não se importar, cuidando de sua vidinha boa… Ou então, daquela célebre passagem no Sermão do Monte, proferido pelo Mestre Inigualável, que ensina: "Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." (Mateus 6.25-33, com grifos meus ). Por mais que duvidemos (é próprio do homem – coitado dele – duvidar)… Por mais que as interrogações ("por que? prá que?")  incomodem continuamente… Por mais que nos inquietemos diante das circunstâncias, ou diante do que injustamente nos é tirado (e isto não é raro, mesmo que seja a honra, a reputação, ou o direito – além dos bens)… Por mais que o corre-corre do dia-a-dia pareça insuficiente para amealhar tudo quanto achamos que nos é necessário… …há um fato que persiste sem revogação (e nem corre esse risco): Deus sabe de tudo! Deus a tudo vê! Deus sabe de tudo quanto precisamos, ou daquilo que não precisamos (mesmo que temporariamente). Deus sabe! Não sejamos teimosos ! Ele sabe ! Podemos, com confiança, fazer como nos diz o Seu ensino: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. ". (Filipenses 4.6,7) 

   Meu 'conhecido' sabia que tinha direitos sobre o "seu" veículo apontado em penhora; sabia também que tinha direitos sobre o "seu" valor arrestado em juízo… Sabia ainda que tinha o direito sobre sua honra, afetada pelas turbações que vinha sofrendo… Sabia até que tinha direitos de não gastar um só "tostão" em sua defesa, se a verdade tivesse prevalecido "a tempo"… Mas reforçou sua consciência de que, acima de tudo, tem Deus direitos sobre a nossa vida, e de que o melhor é esperar por Ele, depositar Nele a esperança. E Ele sabe a hora de agir, quando quiser agir… 

   Também veio à minha mente um hino… Quem o indicou foi um primo meu que reside lá no sul da Bahia, e que parece ler-nos com frequência nesta lista. Segundo ele, foi um pastor amigo (já falecido) que se hospedou em sua casa, em Governador Valadares, muitos anos atrás, que lhe presenteou com o disco que o contem… Trata-se de um hino cantado por um grupo típico da southern gospel music, no seu estilo, liderado por Tennessee Ernie Ford. O autor, Jimmie Davis, é também autor e co-autor de vários outros hinos. Curiosidade interessante é que ele trilhou uma trajetória contrária à de grande parte dos cantores country evangélicos norte-americanos: enquanto muitos partiram de sua repercussão como cantores evangélicos para a fama popular, Davis era já um popular country music singer, quando deu uma guinada em sua carreira, passando a dedicar-se à música evangélica, nos anos Sessenta. Ao ouvir o hino, use a minha versão "livre" que acompanha a letra abaixo, se for útil.

HE KNOWS WHAT I NEED
Ele Sabe de que Preciso, 1963
James Houston Davis (1899-2000)

I asked for a robe – He gave me no robe to wear
Eu pedi uma vestimenta – Ele não me deu vestimenta para usar
I asked for a crown – He gave me a cross to bear
Eu pedi uma coroa – Ele me deu uma cruz para carregar
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que preciso 
He knows what I need!
Ele sabe o que preciso! 

I asked for myself – He showed me a friend in need
Eu pedi a meu favor – Ele me mostrou um amigo em necessidade
Oh I must be fair – He gave me His Word to read
Oh Eu devo ser razoável – Ele me deu Sua Palavra para ler
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que precis
He knows what I need!
Ele sabe o que preciso!

Oh some happy day – I'll hear the trumpet sound
Algum dia feliz assim – Ouvirei a trombeta soar 
I'm going away – Oh, I will be heaven bound
Estarei de partida – Oh, serei um cidadão do céu  
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que preciso 
He knows what I need
Ele sabe o que preciso 

He'll wipe all my tears – He'll wipe my tears away
Ele vai lavar todas as minhas lágrimas – Ele vai lançá-las longe 
To hear his "well done!" – Oh that will be heaven to me
Vai propiciar-me ouvir seu "bem está!" [ Mt 25.41] – Isto será o paraíso para mim
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que preciso 
He knows what I need!
Ele sabe o que preciso! 

All the way, from heaven's throne, to a manger there alone
Trilhando todo o caminho, desde o trono do céu até àquela mangedoura solitária
Left to the cross, he came to suffer every pain 
Levado à cruz, Ele veio para sofrer toda a humilhação[dor]
He asked for a cup – but, oh, what a bitter cup
Ele pediu um cálice – mas, oh, que cálice amargo 
He never complained – He murmured not a word
Ele nunca contendeu – Ele não murmurou uma só palavra
He knows what I need, yes, indeed, He knows what I need
Ele sabe o que preciso, sim, de fato, Ele sabe o que preciso 
He knows what I need!

Ele sabe o que preciso!

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 Bom Domingo, boa semana
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional