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N° 36 : “POR QUE EU, SENHOR?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Dezembro de 2011

   Há doces privilégios que tomam parte da nossa vida de uma maneira que nos surpreendem. Chegam, subitamente, se esgueiram por entre os fatos da rotina diária e, de repente, estão lá… Esses fatos são mais rotineiros, porque pertencem à rotina dos acontecimentos que teimam em querer nos arrebatar a alegria, insistem em sufocar o ânimo, e fazem das lutas diárias a diária tentação para entregarmos os ponto. Mas Deus, que nos dá motivos para NÃO entregarmos os pontos, e que a cada dia nos renova forças, vela por nós no dia-a-dia, e ainda nos dá algumas "lambujas". São os privilégios. Regalias de quem sabe que nada merece, nem nada faz (ou fez) por merecer graça (porque, mesmo que fizesse, já não mais a teria  – graça, quando vem de Deus, nunca vem porque alguma coisa fez por merece-la). Como disse um pregador que ouvi nesta semana, comentando II Crônicas 31: Estamos mal acostumados, superestimando os eventos, sendo movidos a novidades, e esquecendo-nos de nos alegrar no dia-a-dia, na rotina, no cuidado divino que é diário. "Ezequias fez o que era bom, reto e verdadeiro perante o Senhor, seu Deus. Em toda obra que começou no serviço da casa de Deus, na lei e nos mandamentos, de todo o coração o fez… e prosperou" (II Cr 31.20,21). Esta "toda obra" era a do dia-a-dia, das rotinas do serviço a Deus. Mesmo sendo rotina, Ezequias nisso se alegrou. Fantástico. Nunca tinha percebido por esse ângulo.  "Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel" (Zacarias 4.10).  

João Calvino comenta, sobre este versículo, como é brilhante a fé e a esperança daquele que confia nos humildes começos, quando a mão de Deus está presente. Diz ele que o propósito divino é provar o tipo de fé que temos.Quando nos regozijamos em cima das grandes experiências, dos grandes eventos, dos grandes começos, não há tão rica experiência de fé. Diz ainda :

"Mas quando esperamos pelo que não se vê, damos a Deus a honra que lhe é devida, pois dependemos exclusivamente do seu poder e não de recursos imediatos. Não há quem às vezes não esmoreça ao ver diante do mundo um começo, no âmbito da igreja, tão insignificante e tão desprovido de dignidade.
Entretanto, sabemos que Cristo é o mestre de obras e os seus servos são os operários que militam sob as suas ordens." (Livro de Orações e Devoção)

   No entanto, Ele, que é tão gracioso, nos dá "lambujas", vez por outra. São os privilégios da vida. Um jeito especial com o qual somos galardoados pela Sua mão – sem merecer… Uma maneira especial como somos homenageados – sem merecer… Um presente que "cai" em nossas mãos… E assim vai; cada um pode reconhecer seus exemplos. Eu acho que tive a minha cota, nestes últimos dias. Numa delas, disse aos meus alunos que se formaram: Ter o nome de um professor a designar sua turma, principalmente ainda vivo, vale o que, na verdade? Definitivamente, não vale coisa alguma. O que mais vale é ser lembrado pelo Nome que compele ao zelo intenso por Sua causa… Mais vale ser lembrado pelo Nome que compromete toda a seriedade pelo Seu evangelho… Mais vale ser lembrado pelo Nome que demanda todo denodo por Si, pelos Seus alvos divinos…  

    Aquele homem que olha para si, quando é laureado pelos homens, é destacado pelos seus pares e então diz de si para si mesmo: – Eu não sabia que eu era tão importante… … esse, já diluiu, num só instante, todo mérito aparente. João Batista, o profeta-precursor, disse: "O homem não pode receber coisa alguma, se do céu não lhe for dada. O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo, que está presente e o ouve, muito se regozija por causa da voz do noivo. Convém que Ele cresça, e que eu diminua". (João 3.27,29,30) Precisa dizer mais alguma coisa? Quem somos nós? Quem somos nós ? Ou – o que somos nós ? Davi estava certo: "Porque quem sou eu, e quem é este povo, para que pudéssemos dar todas essas coisas? Porque tudo vem de Ti, e das tuas mãos to damos.  Porque somos estranhos diante de ti, e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não temos permanência". (I Crônicas 29.14,15) Convém que Ele cresça, que diminuamos nós… Até quando, Senhor, seremos auto-suficientes, e o Senhor nos tolerará? Até quando, Senhor, seremos soberbos, e o Senhor condescenderá? Até quando, Senhor, agiremos como se o 'fazer' estivesse em nossas mãos, como se o 'poder' pertencesse aos nossos dotes naturais, como se a 'graça' não fosse a causa única? Não somos coisa alguma; Ele é tudo, em todos nós!

   Bob Cain era um prestigiado cantor e trompetista, dono de um clube de jazz, e sempre aclamado em grandes eventos musicais.Nasceu em 1939, mas foi levado ao céu aos 60 anos de idade. Tocava seu trompete em bailes, em festas, em cabarés, cantava, e assim por diante. Um dia, o evangelho o alcançou. Convertido ao evangelho, fechou o clube, e passou a dedicar voz e talento a serviço da proclamação do evangelho. Uma de suas composições tem no título o retrato da sua nova vida em Cristo : "New song" (Nova Canção). Aqui, para fechar nossa mensagem de hoje, ele canta algo que fala fundo, e é expressão daquele que sabe que tudo, em sua vida, provém de Deus, não lhe permite esquecer de Deus, e tributa a Deus a gratidão por Sua graça, sem saber a razão dela. O autor que compôs esse hino após um culto, o fez num período de profunda reflexão sobre sua vida, numa busca da presença de Deus. Dele, foi assim dito: "retrata a experiência de um homem que viveu intensamente, mas que chega a um momento de humilhação perante Deus!"

WHY ME LORD – 1972 
Por Que Eu, Senhor
Kristopher Kristopherson (1936…) 

Why me Lord? What have I ever done
Por que eu, Senhor? O que tenho eu alguma vez feito
To deserve even one of the pleasures I've known
Para merecer ao menos um dos privilégios (prazeres) que tenho experimentado
Tell me Lord:
Dize-me, Senhor:
What did I ever do that was worth loving you
O que fiz, alguma vez, que fosse digno de amar-te 
For the kindness you've shown…
Por tanta bondade que o Senhor tem revelado

    Lord, Help Me Jesus! I've wasted it
    Senhor, ajuda-me Jesus! Quanto tenho desperdiçado
    So help me Jesus I know what I am…
    Então, ajuda-me Jesus, eu sei quem (o que) eu sou…
    Now that I know that I needed you so
    Já que eu sei quanto preciso (e precisei) de ti
    Help me Jesus, my soul's in your hands!
    Ajuda-me Jesus, minh'alma está em tuas mãos!

Try me Lord, if you think there's a way
Prova-me, Senhor, se o Senhor tem um meio
I can try to repay all I've taken from you
Pelo qual eu possa retribuir tudo quanto tenho recebido de ti
Maybe, Lord, I can show someone else
Talvez, Senhor, eu possa mostrar a mais alguém 
What have been through myself
O que tem ocorrido comigo mesmo
On my way back to you!
Em meu caminho, de volta para o Senhor!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional