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N° 297 : “RENÚNCIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 07 de Maio de 2017

Reproduzo, aqui, parte do recente depoimento do ex-diretor de serviços da Petrobrás, Renato Duque, ao juiz Sérgio Moro, começando com uma das perguntas deste último:
… o senhor também recebeu esses valores [propina]?
Recebi, sim senhor, e me arrependo!…  Gostaria de dizer, desde já, que o dinheiro que tem, gostaria de assinar qualquer documento para repatriar o mais rápido possível; não tenho interesse nesse dinheiro [sic].

– As investigações apontam que o senhor tem duas contas offshore em Mônaco, com um saldo de 20 milhões de Euros [cerca de 70 milhões de Reais]; esse dinheiro, essas contas são do senhor mesmo?
– São, e eu gostaria novamente de enfatizar: quero assinar qualquer documento para repatriação, para que esse dinheiro volte a quem de direito.
– Só essas duas contas, ou tem mais?
– Tem outra, no Banco Cramer; também renuncio!    

Assim, não tendo declarado o saldo da terceira conta fora do país, é certo que tenha juntado um montante superior a 70 milhões de reais, só de propinas do Petrolão. Renato Duque é o mais antigo detento de prisão preventiva da Lava-Jato: foi preso, inicialmente, em Novembro de 2014; novamente (e desde então) em Março de 2015. Só agora, mais de dois anos passados, a prisão preventiva dele surte algum efeito prático benéfico para as investigações.

O que chama atenção, porém, é o tom de declaração de renúncia. Condenado em três processos criminais, somando penas que ultrapassam 50 anos de prisão, Duque, que tem 61 anos de idade, confessou seus crimes. Tendo confessado, é pouco provável que as instâncias superiores mudem sua situação. Em cada dia de sua permanência na carceragem, além do aparente conflito a que chegou, por uma fortuna que não lhe era lícita, é um tanto certo que uma pergunta se repete na sua mente: tenho mais de 70 milhões lá fora, mas estou condenado a ficar na prisão algumas dezenas de anos; que me adiantará toda essa fortuna?  Mesmo que fique preso apenas um terço, ainda assim, sairia da prisão apenas quando já tivesse mais de 85 anos de idade. Corre o risco de sair só para o cemitério…     

É uma história que muito bem ilustra o que ensina o Senhor, na Escritura: “E chamando para si o povo, com seus discípulos, disse-lhes: se alguém me quer seguir, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque, o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á. Pois, de que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder a sua alma? Ou, que dará o homem em troca pela sua alma? (Marcos 8.34-37, BCF).

Pode Renato Duque ter tido um surto de bondade, de bom caráter, de alta moralidade? Pode! Ele e Deus sabem… Mas, o que ninguém tem dúvidas é que ele está abrindo a boca, confessando culpa, renunciando à fortuna, delatando outras pessoas, para ganhar, em troca, algum tempo de redução de pena.

Mudando de personagem: se eu e você não fizermos o mesmo, renunciando, corremos o sério de risco de passar todo o tempo de vida neste mundo e, no fim, perder a alma. E isto não tem volta; é caminho de eternidade. Jesus disse claramente: quem quiser salvar a sua vida, isto é, quiser tirar todo o proveito possível da sua vida, sem pensar em como Deus quer que ela seja vivida, pode perder sua alma… Por outro lado, quem renunciar a privilégios da vida por amor de Jesus Cristo e do seu evangelho, salvará a sua alma! Salvará a sua alma!! Salvará a sua alma!!!

De modo análogo ao que uma fortuna de mais de 70 milhões de Reais para nada serve a um condenado, sem chance de aproveita-la, assim o mundo inteiro debaixo de nosso braço, ou sob nossos pés, valerá alguma coisa, com a alma fadada ao inferno.

Infelizmente, há muitas pessoas que ainda preferem o mundo (ou a maior porção dele possível), sem perceber que suas almas estão na beira do inferno…  E, há também um grande número de pessoas que tiveram suas almas livradas do inferno, mas ainda não conseguem cumprir, corretamente, o que Jesus exigiu para segui-lo: “Se alguém quer vir após mim, a si  mesmo se negue, tome dia a dia a sua cruz, e siga-me” (Lucas 9.23, ARA). Renúncia! Renúncia diária! Algo difícil de se entender, raro de se fazer, imprescindível a quem quer viver! Viver em graça, aqui; em glória, na eternidade!

 Judson Wheeler Van DeVenter (1855-1939) era um homem muito talentoso, artista. Converteu-se ao evangelho aos 17. Tocava e ensinava treze instrumentos musicais, tal era sua versatilidade. A certa altura da vida, sentiu-se chamado a dedicar-se aos empreendimentos evangelísticos; a promissora carreira, porém, lhe segurava. O dilema se transformou em crise, até que, em 1896, num momento de clímax, resolveu ele ceder ao apelo do Espírito. Disto, logo surgiu a composição musical que influenciou tanta gente  -de Billy Graham a Oprah Winfrey. Aqui, na voz de Giselli Cristina, em versão vernacular.

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional