Agora no portal:

N° 293 : “BOM NEGÓCIO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 de Abril de 2017

   Precisamente no dia 30 de Março de 1867, cento e cinquenta anos atrás, um negócio dos mais loucos foi efetuado; embora amplamente criticado por toda a sociedade em volta do protagonista da compra, poder-se-ia dizer, na verdade, um “negócio da China”, não fossem outras as nações envolvidas.

   Pela bagatela de 7,2 milhões de dólares, a Rússia vendeu aos Estados Unidos um desprezado território, que todos estimavam não valer coisa alguma. O território era chamado Alyeska, que veio a ser, para os norte-americanos, Alaska. O secretário de estado que bancou a compra, com dinheiro público, foi William Seward (1801-1872). Por causa da opinião generalizadamente contrária, o negócio foi chamado de “A Loucura de Seward”.

   O que havia ali? O que, além de neve e gelo a maior parte do ano? Um território imenso, coberto boa parte do tempo por gelo e neve, pra que serviria? A Rússia já tinha muito disso, na Sibéria. Acontece que o tempo foi passando… Logo, os aventureiros que para ali migraram, começaram a descobrir ouro (e não foi pouco ouro). Depois, veio a descoberta de gás e de petróleo (e não pouco, de cada). Isto, sem contar outras riquezas minerais, e o pescado.

   Com o passar do tempo, a “loucura de Seward” demonstrou-se um dos melhores negócios (senão o melhor de todos) já estabelecido entre duas nações. Seward tem sua biografia descrita como um daqueles espíritos que, não raro, andam à frente da opinião pública, em vez de ficar seguindo atrás dela, domesticado. Mas, isto tomou tempo para suplantar a genérica opinião de negócio insano.

   Para se ter ideia, o maior estado dentro do território contínuo norte-americano é o Texas; este, é um pouco maior do que Minas Gerais (que já é grande). Pois bem! Na área do Alaska caberiam dois Texas, e ainda sobraria espaço para mais metade. Nada mau… Ao contrário: bom negóciο! Excelente!

   Eu posso falar de um ‘bom negócio’ também. À primeira vista, poderá parecer “loucura”, como disseram de William Seward. Mas, não: o tempo (ou, melhor ainda, a eternidade) mostrará que ‘bom negócio’ terá sido.  O construtor celeste garante: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar” (João 14.2, ARC).

   E, tem outra: assim como ninguém imaginava as grandes riquezas no solo do Alaska, que fizeram daquele estado uma potência econômica, também ninguém imagina as riquezas celestes do porvir, reservadas para os que vão com Cristo Jesus: “mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (I Coríntios 2.9, ARA).

   O investimento vale a pena, sem sombras de dúvidas: “Sabemos que, se a nossa morada desta casa terrestre for desfeita, temos de Deus um edifício, casa não feita por mãos humanas, que durará para sempre nos céus” (II Coríntios 2.9, BCF).

   E digo mais: assim como Seward era diferenciado, no meio de sua geração, porque andava na frente, com visão de futuro, e não a reboque, assim também sucede com quem envereda por este empreendimento celeste de que estou falando. Não cabe ficar seguindo a multidão, limitada de visão. Ao contrário, o melhor de todos os empreendimentos importa, também, numa postura arrojada, desafiadora, no meio de sua geração.

   Se nos zombam, o futuro fará a correção da zombaria; se dão de ombros diante de nós, o futuro reverterá o desdém; se nos acham loucos, nos lembraremos do que a Escritura diz, quanto aos loucos, em dois distintos sentidos: por um lado, “Louco: esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12.20, ACF); por outro lado, “Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (I Coríntios 1.18, NVI).

   Pois, “quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Lucas 12.25, ARA). Mau negócio, investir tudo nos lugares celestiais? Não, de modo algum! Sem querer mercantilizar a mensagem do evangelho redentivo, diria, apenas com as figuras das palavras: Bom negócio! Excelente!

   Termino com um áudio singular. Ira Stamphill  foi um pastor e evangelista norte-americano. Sua infância e adolescência foram muito sofridas, como ele próprio testemunhou. Pessoalmente, sou um grande apreciador de algumas de suas composições:Suppertime, I Know Who Holds Tomorrow,  He Washed My Eyes With Tears, We'll Talk It Over, e outras mais (foram muitas). Nesta gravação, um grupo canta ao vivo, informalmente regido pelo próprio Stamphill, pouco antes de haver falecido. O hino foi composto quando, pode-se dizer, Ira estava ainda em sua mocidade  – 35 anos de idade, quatro anos após a Segunda Grande Guerra. A voz que conduz, aqui interpretando, é a de Eva Mae LeFevre, aos 75 anos de idade, tendo seu filho (e pastor) Mylon LeFevre ao seu lado. Curiosidades: (1) o próprio compositor faz parte desta execução, com um contracanto; (2) este hino foi tangentemente interpretado, numa inusitada gravação de hinos, por Elvis Presley, em 1960.

Ouça aí e acompanhe a letra… Depois da letra, execute-a, no player…

MANSION OVER THE HILLTOP (1949)
A Mansão no Topo da Montanha
Ira Forest Stamphill (1914-1993)

I'm satisfied with just a cottage below
Eu tenho-me por satisfeito com apenas uma cabana cá embaixo
A little silver and a little gold
Um mínimo de prata e um mínimo de ouro
But in that city where the ransomed will shine
Mas naquela cidade, onde os resgatados há de fulgir
I want a gold one that's silver lined
Eu espero uma [morada] de ouro com brilho prateado (otimismo!)

    I've got a mansion just over the hilltop
    Eu ganhei uma mansão lá no topo do monte
    In that bright land where we'll never grow old
    Naquela terra brilhante onde nunca mais envelheceremos 
    And some day yonder we'll never more wander
    E algum dia lá adiante nós não mais haveremos de vaguear
    But walk on streets that are purest gold
    Mas [sim] andar nas ruas de puro ouro.

Don't think me poor or deserted or lonely
Não me imagine pobre, deserdada(o) ou solitária(o)
[I'm not one bit discouraged – 
Não estou nem um pouquinho atemorizada]
I'm not discouraged – I'm heaven bound
Não estou atemorizada(o) – Meu foco está no céu  
I'm just a pilgrim in search of the city

Não sou mais que uma peregrina em busca da cidade
I want a mansion, a harp and a crown
Eu quero uma mansão, uma harpa e uma coroa. 
 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Abraços, boa semana !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional