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Author Archives: Priscila

N° 152 : “ÉTICA DA RECIPROCIDADE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 27 de Abril de 2014

Gente! O rapaz achou a grana que eu perdi junto com o boleto que eu ia pagar e pagou a fatura. Isso é verdade mesmo! Existem pessoas assim, sim. Muito obrigado, Marco Antonio: o universo vai te abençoar sempre”. Quem publicou isso na maior dede social mundial foi a corretora de imóveis Karine Peyrot, da cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Ela se referia ao profissional de segurança Marco Antonio da Silva. A história, em resumo, foi assim: Karine juntou seiscentos Reais com uma conta a pagar que vencia naquele dia, saiu de moto para fazê-lo, e o dinheiro caiu na rua junto com a conta. Marco Antonio, junto com uma senhora cujo nome não foi revelado na matéria publicada que li, estava para pegar um ônibus e encontrou o dinheiro junto à conta, no chão; na verdade, ele achou quinhentos Reais, e a tal senhora achou os outros cem. Então, decidiram ir até uma lotérica, e Marco Antonio pagou a conta. Isso mesmo: sem nem saber de quem era, mas deduzindo os fatos, pagou a conta, que teve troco. Depois, postou uma digitalização da conta paga na rede, na esperança de encontrar a dona e até devolver o troco. Karine mal pôde acreditar, quando alguém que lhe conhecia avisou ter visto o post, notificando o feito. Depois de contatos, foi à casa do rapaz, que tinha nas mãos para entregar-lhe a conta – devidamente paga – e o troco. E nasceu uma inusitada amizade.

Uma verdadeira ‘enxurrada’ de comentários sobre o fato incomum se desencadeou pelas diversas redes sociais; centenas, ou talvez milhares. Afinal, não é tão usual ver uma atitude desta. Muito interessante… No quinto século antes da Era Cristã, o sábio chinês Confúcio (551-479 a.C.) disse notáveis palavras: Não façais aos outros aquilo que não quereis que os outros vos façam!  Este preceito, conhecido historicamente como o “Princípio da Ética da Reciprocidade”, ainda hoje é venerado no meio dos colossais modelos de comportamento social e até político que o afamado preceptor ensinou – hoje tão carentes, ainda. Mas, o que a história acima retrata, havida entre os personagens recentes do ‘berço da imigração germânica’ no Brasil, se assemelha a um modelo ético que avança mais, que dá um grande passo adiante, ensinado por alguém que sobrepujou Confúcio. Esse outro preceptor assim ensinou: ”Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a Lei e os Profetas “ (Mateus 7.12, ARA). Notou a diferença? Um modelo é de afirmação negativa, preventiva – “Não façais…”. Já o outro modelo é de afirmação positiva, proativa – “Fazei…”.

Ninguém há de pensar, se pretende ser legítimo, que Jesus Cristo apenas adaptou, em paráfrase, o eminente chinês. Primeiro, porque Jesus Cristo, embora aparecendo na história quase cinco séculos depois de Confúcio, o antecede em medida eterna: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU“ (João 8.56-58, ARA). Mas, também, porque Jesus esta sumarizando a Lei e os Profetas, o que antecede Confúcio em séculos. E Jesus é o próprio  inspirador dos profetas (como se vê em I Pedro 1.11).

Neste caso, estamos aí, diante de um ‘inovador’ e desafiante modelo: fazer a outrem o que desejamos que nos façam eles, à semelhança do que o Marco Antonio fez com a Karine nos pampas, é algo notoriamente incomum, mas ingentemente necessário. Já pensou se surgisse uma nova geração de políticos praticando esta máxima?  Seria mais longa a sua carreira política, ou é melhor seguir o pragmatismo do ‘corrupto, mas ativo’ (uma variante minha do slogan “rouba, mas faz!”)? Já pensou se surgisse uma nova geração de profissionais e empresários da saúde que, após o juramento de Hipócrates, praticasse essa máxima? Teríamos uma amenização do tormento que costuma ser (com honrosas exceções) a peregrinação por assistência nessa necessidade?  Já pensou se surgisse uma nova geração de juristas (advogados, legisladores, magistrados) que, além de esperar dos depoentes e as testemunhas o cumprimento do juramento típico (“juro dizer a verdade, somente a verdade, e nada mais que a verdade”), passem a ser, eles próprios, praticantes dessa máxima? Já pensou se surgisse uma nova geração de comerciantes, industriários e prestadores de serviços à sociedade que, além de buscar o resultado econômico de seus investimentos (não raras vezes, buscando-o bem mais acima do que deveriam), se entendessem, acima de tudo,  como servidores do semelhante, à luz do que o Mestre-Maior-de-Todos-os-Mestres ensinou na sua ética? Já pensou se surgisse uma geração de cristãos (incluindo esses que se metem a escrever mensagens de plataforma cristã, como o que escreve estas linhas), verdadeiramente praticante da ética desse mestre, fazendo notável diferença em sua sociedade? No seu modelo, a ética, mais que um modelo sucessor e preventivo, é antecedente e proativo. O que quero dizer é o seguinte: Muito mais importante do que retribuir com o bem a quem pratica o bem, é praticar o bem que se espera vir do outro lado… 

A Karine publicou que a sociedade precisa de gente como o Marco Antonio. Jesus, ao proferir tais palavras, publicou que o mundo inteiro precisa de gente como ele, Jesus, o professor e o único exemplar perfeito nessa prática: “Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem se desanimem” (Hebreus 12:1-3, NVI).

Nenhum referencial ético será completo, ou suster-se-á, se não for ancorado nesse modelo singular – Jesus. É curioso: Quando ele terminou de proferir o famoso Sermão da Montanha, “a multidão ficou impressionada com a sua doutrina; com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os escribas” (Mateus 7:28-29, BCF). Qualquer político, qualquer jurista, qualquer comerciante, qualquer industrial, qualquer servidor, qualquer cidadão, cristão ou não (mas, principalmente, cristão) que quiser ter um referencial ético cristalino, genuíno, modelar, digno de ser copiado, tem uma boa opção: leia, releia, ‘treleia’ (e, não pare nunca, porque a memória é fraca, e a natureza humana mais ainda) as páginas dos evangelhos bíblicos. Elas retratam o maior modelo, e sintetizam (especialmente nos capítulos 5 a 7 de Mateus) o melhor compêndio. Se quiser ampliar a leitura, faça contínuo também o seu acesso ao capítulo 20 de Êxodo (onde está o Decálogo). Se ainda quiser adição à riqueza, pelo menos o ‘livro’ de Provérbios de Salomão entra nessa imprescindível conta, que, prá ser perfeita, carece ‘apenas’ dos outros mil cento e cinqüenta e quatro capítulos bíblicos. E basta!

Extrapolando o registro da Karine sobre o Marco Antonio: o nosso mundo de século XXI está precisando, urgentemente, de gente que “faça aos outros aquilo que aspira que os outros lhes façam”. Última consideração: por quem começaremos? Bem, se eu mesmo tenho que responder a esta pergunta, não tenho outra resposta se não – eu mesmo! Se eu mesmo não começar, nem posso pleitear.  Que tal você pensar do mesmo modo?  

O autor da canção que acompanha esta mensagem referenciou-se num importante texto do Antigo Testamento: II Crônicas 7.14. 

Oportuno, para tempos como os que estamos vivendo… Canta o Quarteto Vozes da Liberdade.

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 151 : “CEDO OU TARDE?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 20 de Abril de 2014

Meu Deus, que tristeza! O meu grande amigo Luciano do Valle foi ao encontro de Deus! Tão cedo… Meu coração está triste, mas não esquecerá jamais todo o carinho que você me deu. Ah! Meu amigo…”.  Foram estas as palavras que vários meios de imprensa reproduziram, ‘em nome’ de Hélio Castroneves (1975…), piloto de “Fórmula Indy”, quando da morte do mencionado. Luciano da Valle (1947-2014) era considerado o apresentador desportivo televisivo mais renomado do país. Sofreu um infarto cardíaco em 19 de Abril recente, quando de uma viagem de trabalho entre São Paulo e Uberlândia, para cobertura de mais um evento de futebol. Contava 66 anos de idade, então. Hélio Castroneves firmou grande amizade com o narrador, especialmente quando de eventos turbulentos que afetaram sua vida em passado relativamente recente, durante os quais Luciano do Valle se posicionou claramente solidário ao piloto.

E não é que a frase deste último arrebatou a minha atenção? Quero dizer, mais especificamente a exclamação central – “…foi ao encontro de Deus! Tão cedo…”. É muito clara a pertinência de se entender a frase dentro do seu contexto, como uma expressão de simpatia saudosa, fruto de elo afetivo genuíno. Então, minhas considerações a seguir não terão qualquer tom de crítica à afirmação. Tão somente se aproveitarão do dito para propor uma reflexão: Afinal, ir ao encontro de Deus é um fato que pode, eventualmente, ser qualificado como “cedo” ou “tardio”, como “antecipado” ou “atrasado”?

Bem verdade é que, se depender exclusivamente dos próprios seres humanos, ‘mandar’ certas pessoas, outras, “ao encontro de Deus” mais cedo acabaria sendo tributado ao caráter de um ‘serviço à humanidade’ (o que não discuto aqui e agora). Por outra ótica, não são raros os casos de alguém que, olhando para determinada vida, em seu estado de existência, ou então em seu perfil de personalidade e feitos, e palavras, diriam: “o que ainda está fazendo este (ou esta) neste mundo? ” Ao partirem deste, ainda que não digam com a boca, talvez com o coração ajuizariam: “já foi tarde”! E, similar ao caso acima reproduzido, inegavelmente há aquelas situações, muitíssimas, em que diríamos – “Mas, já Foi muito cedo! ”  Afinal, cedo, tarde, ou na hora precisa? Eis a questão (por empréstimo do famoso poeta inglês).

Sinto que preciso pontuar algumas verdades que, a despeito do meu pretexto, nada têm a ver, especificamente falando, com as menções da biografia do personagem Luciano do Valle (nem tampouco com a do automobilista que soltou a frase). A primeira verdade: “Deus não precisa de maior tempo para examinar os homens, e levá-los à sua presença para julgamento” (Jó 34.23, NVI). Neste caso, vale o preceito para todo homem, uma vez que, aos olhos de Deus, podem ser chamados à Sua augusta presença quaisquer dos seres humanos, a qualquer tempo, quando Ele bem entender. Deus não precisa observar, por muito tempo, a mim e a ti, para a decisão já tomada sobre o momento de chamar à Sua presença, ao Seu encontro, a mim e a ti.

A segunda verdade, é que todos temos (e teremos) de comparecer ante a presença do Todo-Poderoso: “Por que julgas, então, o teu irmão? Ou por que desprezas o teu irmão? Todos temos que comparecer perante o tribunal de Deus.” (Romanos 14.10, BCF). O Luciano do Valle já foi a esse encontro; outras 101 pessoas também se foram do nosso planeta, no mesmo minuto em que ele foi… Divulga-se a estatística de que são cerca de 102 mortes por minuto no mundo; daí, a razão de minha asseveração. No entanto, o Hélio Castroneves, eu e você, que ainda respiramos, também chegaremos ao nosso próprio minuto, quanto à marcação na agenda de Deus.

A terceira verdade: Sob o domínio de Deus, tudo tem seu tempo determinado; nada ocorre, rigorosamente falando, mais cedo ou mais tarde do que deveria… “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz…” (Eclesiastes 3.1-8, ARA). Deixando de lado o eufemismo motivado pela simpatia pessoal e pelo natural sentimento, ninguém morre ‘antes da hora’; tampouco ‘depois da hora’. Não há descuidos da parte de Deus (Deus é Deus! Sempre foi, e sempre será!). Deus não se atrasa, nem se adianta; nem neste assunto, nem em qualquer outro assunto.

A quarta verdade, é que, postas as três verdades anteriores, importa que cada ser humano se prepare, devidamente, para o encontro com o Altíssimo. O profeta Amós traduz esta verdade em forma de advertência profética – “Portanto, assim te farei, ó Israel! E, porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com teu Deus “ (Amós 4.12, ARC). Que ninguém se deixe iludir com a suspeição de que esta verdade é válida apenas para aqueles cidadãos asiáticos da borda leste do Mar Mediterrâneo, que em 1949 tiveram a sua autonomia nacional restaurada pela ONU; ou mesmo, para seus ancestrais dos tempos proféticos, apenas. Lembre-se do que explicitei mais acima, na segunda verdade, “todos temos que comparecer perante o tribunal de Deus”… Este “todos” inclui também os romanos do tempo do apóstolo, inclui o próprio apóstolo (todos estes já morreram), mas inclui também os cidadãos de qualquer nação do planeta, em qualquer tempo, sem excluir os de hoje. Não seja cético a ponto de dizer – ‘eu pago pra ver’… A hora de cada um chega… Se dissermos, em acréscimo – “…chega, mais cedo ou tarde”,  não passa isto de força de expressão, de caráter puramente idiomático. Não será, em qualquer das hipóteses, “cedo ou tarde”: será na hora precisa e no tempo marcado por Deus, porque, “qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? ” (Lucas, 12.25, BCF).151 – Ralstom Clements – NO NIGHT THERE (1899)

Pense nisto:

  • Todos compareceremos perante Deus!
  • “Mais cedo ou tarde” é mera força de expressão; ninguém vai mais cedo ou mais tarde do que deveria, sob os olhos de Deus!
  • Para Deus, tudo tem seu tempo certo, determinado!
  • Ninguém pode acrescentar um cúbito (ou côvado, medida de extensão) ao curso de sua vida!
  • É necessário ter o devido preparo para esse encontro!
  • O único “manual” que pode preparar qualquer pessoa para esse encontro é a Bíblia, a Palavra de Deus! 

A composição musical que hoje nos segue na mensagem é uma obra prima. Sua mensagem aproxima nossas aspirações ao dia daquele encontro. 

NO NIGHT THERE (1899) 
Nenhuma Noite Lá (Há na Glória Um Bom País)}
John Ralstom Clements (1868-1946)

Ouça, nas vozes do Quarteto Templo, com o nosso 
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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
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N° 150 : “ALÉM DO AZUL”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 13 de Abril de 2014

A data era 12 de Abril de 1961; portanto, 53 anos atrás. O protagonista estava a bordo de um meio de transporte, denominado “Oriente” (é a tradução da palavra russa “vostok”). A viagem durou exatos 108 minutos, ou pouco menos que duas horas; no entanto, mais de 42 mil quilômetros foram percorridos, numa linha diagonal em relação ao eixo equatorial da terra. O protagonista era Yuri Gagarin (1934-1968), e o seu feito pioneiro foi a primeira órbita completa tripulada em torno do nosso planeta.

Na sua boca, colocam-se algumas frases de efeito que se tornaram marcantes. Por exemplo, afirmar “olhei para todos os lados, em torno do mundo inteiro, mas não vi Deus algum”. No entanto, a autoria desta declaração tem sido disputada, pois há quem a atribua ao presidente Nikita Khrushchev, valendo-se da publicidade em torno da figura do cosmonauta, em favor da propaganda comunista. Outra exclamação marcante do pioneiro foi: “A terra é azul ! ”. Há quem diga que até se emocionou, ao dizê-lo. Como foi o primeiro homem a ocupar uma posição no limiar da atmosfera, a cerca de 315 quilômetros acima da superfície terrestre, teve uma visão do planeta que, até então, somente Deus já tivera. Hoje, há imagens captadas de distâncias ainda bem maiores, mas nenhuma jamais conseguirá ver o nosso globo como Deus vê.    

Então, Gagarin descobriu que a terra é azul, não é? Fantástico! E, por que ela é “azul”? Dizem os físicos tratar-se de mero fenômeno cromatográfico, dependente da incidência da luz solar e da refração dessa luz no meio físico. Qual? A atmosfera, ora bolas. A quantidade de oxigênio na atmosfera, assim como a quantidade dele na água dos oceanos, que perfazem três quartos da superfície do globo, é que ‘empresta’ tal cor. Pelo mesmo fenômeno, até o céu é azul. Num dos meus estágios técnicos do curso de engenharia, estive algumas vezes numa ‘fábrica’ de oxigênio, indispensável aos processos siderúrgicos. Lembro-me que o chefe da fábrica mandou um funcionário trazer-me um balde de oxigênio líquido, à temperatura de ‘mais’ de 183 graus… negativos! O funcionário brincou: “põe aí dentro o dedo! ”. E o chefe logo advertiu: “faz isso, que o dedo vai ficar lá dentro! “. Mas, o interessante da minha lembrança é que o líquido, ali dentro, era azulzinho “da Silva”. É isso, então: somos privilegiados por viver num planeta, por enquanto caso único no universo, chamado pelo cantor e compositor Guilherme Arantes de “planeta água”! Oxigênio em larga escala nas águas dos mares, até pouco tempo atrás fartamente nutridos por seus tributários fluviais; oxigênio em larga escala na atmosfera também.  E, prá que? Para prover e sustentar a vida. Sem oxigênio, não há vida humana, e nem a esmagadora maioria das espécies tradicionais. Coisa de ‘arquiteto’ e ‘edificador’ extremamente sábio, mesmo; a propósito: Deus!

Yuri Gagarin descobriu a grande evidência do fenômeno; só não sei se chegou a conhecer o autor do fenômeno. Vinte séculos atrás, um homem ingressou na cidade mais avançada em Ciência no mundo de então (Atenas), e falou sobre esse ‘arquiteto e edificador”: “Pois Ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo o mais… pois nEle nos movemos e existimos; como alguns dos vossos poetas têm dito: ‘porque dele também somos geração “ (Atos 17. 25,28, ARA). Esse home era o apóstolo Paulo, que espantou a avançada civilização de ‘sábios’ gregos de então. O que eles pensavam sobre este assunto? A maioria, seguindo a amplidão das reivindicações dos sábios pré-socráticos, achava que a vida humana era o resultado evolutivo de alguma substância arquetípica qualquer – talvez a água (Thales de Mileto – 623~556 a.C.), o ar (Anaxímenes – 585~528 a.C.), a terra (Xenófanes – 570~460 a.C.), o fogo (Heráclito – 535~475 a.C.), ou outras hipóteses…

No entanto, passados cerca de dois e meio milênios, mesmo perpassando por Darwin, a Bíblia continua desafiando todas as hipóteses, com a sustentação da melhor e mais segura das alternativas: Deus criou o universo, Deus formou o homem, e forjou Ele também todas as condições favoráveis para que a vida progredisse… “Esta é a história das origens dos céus e da terra, no tempo em que foram criados: Quando o Senhor Deus fez a terra e os céus!” (Gênesis 2:4, NVI). E Yuri Gagarin, apenas 53 anos atrás, foi um pioneiro naquela visão privilegiada, que o levou a dizer – “A terra é azul!”.

Você pode seguir o profeta que quiser, prá modelar a explicação do fenômeno. Richard Dawkins (1941…), de Oxford, por exemplo. Se você se contenta em ser tachado de descendente de espécies primitivas, que advieram do caos, ou da terra, ou do ar, ou da água, ou do fogo, problema seu. Sinto-me muito confortável seguindo o ensino do profeta Moisés, e de todos que o sucederam, em cima do fato de que somos criação divina, prá viver num meio ambiental também por Ele construído – sabiamente construído, diga-se de passagem. Não apenas prá viver, meramente por viver, mas para observar e cumprir o propósito daquEle que nos criou. “A terra é azul!”, disse o cosmonauta. E nem poderia ser diferente… Pois Deus nos supre com vida, respiração, e tudo o mais, disse o escritor sagrado. O oxigênio nos é indispensável. E, temo-lo com fartura (ainda): na água e no ar. Por isto, é azul… É a evidência da sabedoria construtiva de Deus. Não é admirável? A frase de Yuri Gagarin trouxe atestado ocular à sapiência da obra divina. Mas, preciso dizer que Davi foi mais sábio: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão da terra, e as suas palavras, até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol, que é qual noivo que sai do seu tálamo e se alegra como um herói a correr o seu caminho. A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso, até à outra extremidade deles; e nada se furta ao seu calor(palavras registradas cerca de três mil anos antes da frase de Yuri Gagarin, conforme Salmos 19.1-6, ARC).

Que maravilha: “a terra é azul!” Também, pudera: é obra sublime de Deus, com propósitos que vão muito além da nossa existência. A Bíblia o diz! E esse “azul” aponta prá mais longe… Aponta prá além do “azul”…

Alfred B. Smith, em plena fase final da Segunda Guerra Mundial, captou de modo singular esta percepção, e lançou-a em poesia e métrica musical. Foi por aquele tempo que participou do lançamento de “Youth for Christ” (Mocidade para Cristo). Como pastor e como ministro de música, trabalhou com Billy Graham, George Beverly Shea e John Peterson. Vale a pena ouvir…

“SOMEWHERE BEYOND THE BLUE” (1944)
ALÉM DO CÉU AZUL
Alfred Barney Smith (1916-2001)

Somewhere beyond the blue 
There's a mansion for me 
Somewhere beyond the blue 
I am longing to be 
I'll see my Saviour's face 
And sing of saving grace 
Somewhere beyond the blue, some day

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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N° 149 : “OS EQUÍVOCOS DE DEUS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 06 de Abril de 2014

Ele já realizou, desde os anos Oitenta, mais de 320 operações cirúrgicas de mudança de sexo. A média dá mais de dez por ano. É o médico coreano Kim Seok-Kwun, 61 anos, que assim falou numa recente entrevista: “Eu decidi desafiar a vontade de Deus. No início, me era agonizante pensar se eu deveria fazer tais operações, porque me incomodava que estivesse desafiando Deus. Isto me causava uma espécie de vergonha. Mas, meus pacientes precisavam desesperadamente daquelas cirurgias. Do contrário, se matariam. Alguns nascem sem genitais, outros com lábios leporinos, ou então sem ouvidos, ou com dedos colados. Por que Deus cria pessoas assim? Não são equívocos de Deus? Uma identidade sexual desajustada também não o é? Descobri que meu papel é ajudar a corrigir erros de Deus”.  Aparentemente, esse médico, protestante de origem, decidiu que neste tipo particular do que ele chama de erros de Deus deve concentrar-se sua especialidade. Um(a) de suas/seus famosas (?) pacientes declarou ter “nascido de novo”, depois de ‘mudado’ da anatomia externa de homem para a de mulher.

Que Deus é esse? Quer dizer, que Deus é esse, que comete equívocos com seres humanos? E, que depende de alguns destes bem dotados para corrigir seus supostos equívocos? Então, se você conhece alguém que, por circunstâncias conhecidas ou não, nasceu com lábio leporino, está diante de um erro de Deus? Se é alguém que nasceu com deficiência visual, também? Se for alguém que tem um severo joanete nos pés, mais um erro divino? Se tiver uma esterilidade indesejável, outro mais? Se a pessoa descobre que, em vez de dois rins plenos sob as costelas, tem apenas um que funcione – Oooops! Mais um erro de Deus! Se tem uma costela maior que a outra, ou uma perna mais atrofiada que a outra, mais erros para a lista na conta computada contra Deus!…

De acordo com estatísticas oficiais, há cerca de 15 mil nascimentos por hora, no globo; mas, também, há quase 7 mil que morrem, nos mesmos 60 minutos. Isto traz a conta de cerca de 250 bebês por minuto, ou mais de 4 por segundo; por outro lado, há mais de 100 morrendo, a cada minuto, ou duas mortes em pouco mais de um segundo. É! Deus não deve, mesmo, estar dando conta de cuidar de tanta gente, só entre os que estão nascendo e os que estão morrendo. Isto, sem contar os bilhões que estão entre um evento e o outro. Quac! (diria o pato Donald). Como é que se pode evitar tantos descuidos divinos? E, assim, parece que vamos chegando à ‘inevitável’ conclusão de que, com tanta gente nascendo e morrendo, ao mesmo tempo, no planeta, Deus não está dando conta de tanta demanda; por isto, alguns casos dão errado… São equívocos de Deus, disse o doutor.

Se alguém por aí, lendo estas toscas linhas, pensar ao menos a certa distância como o afamado médico coreano, que tem mais de vinte e oito anos de carreira (chamada, pela mídia, de “bem-sucedida”), precisa, urgentemente, fazer uma reciclagem sobre Deus. Se alguém precisa entender de aviões, não vá buscar informações em gibis (com o do pato Donald, por exemplo); se alguém precisa entender de felinos, de como cuidar adequadamente deles, não vá buscar informação em revistas de exploração da vida de artistas (ainda que alguns sonhem em ver bons exemplares de felinos e felinas entre eles); se alguém precisa entender de filosofia da educação, não vá procurar em revistas especializadas em jogadores de futebol, ou em personagens da política. Assim, também, se alguém quer reciclar com segurança seu conhecimento sobre Deus, é unicamente no livro de Deus que terá possibilidade de o alcançar. ‘Inda mais, quando alguém, como todo o peso do seu PhD, e com o suposto aval da experiência “bem-sucedida”, vem propor deformidades insanas sobre Deus.

Em primeiro lugar, estão acusando o culpado errado por todos os desvios e males que ocorrem no mundo. No evangelho de João, Jesus propõe duas figuras no seu ensino: o pastor de ovelhas e o ladrão de ovelhas. Em sua figura, ele – Jesus, Filho de Deus, Deus de Deus – é o “pastor”; o diabo, o homicida de que falava poucas linhas antes, é o ladrão. Nessa parábola, ele declara: “O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância.“ (João 10.10, BCF). A pergunta correta seria: por que Deus permite que o tentador, o ladrão, faça tanto estrago? Bem! Jesus declarou que, com sua morte e ressurreição, o começo do julgamento do diabo, e sua derrota cabal, estava se instalando, para consumar-se em tempo que parece breve, diante de nós: “Chegou a hora de ser julgado este mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo” (João 12:31, NVI). O “príncipe deste mundo” é o mesmo que veio para matar, roubar e destruir – o diabo! Isto significa que Deus permite mas, tudo isto é temporário: seus dias estão contados, e a miséria e desordem que ele semeia também!!!

Em segundo lugar, quem fica procurando por culpa em Deus acaba por desconhecer (ou deliberadamente ignorar) as conseqüências de suas próprias culpas. O salmista Davi indaga, em tom retórico e pedagógico: “Quem pode discernir as próprias faltas? ” (Salmo 19.12, em versão livre); destarte, até pede a Deus perdão, mesmo pelas faltas que lhe sejam ocultas, reconhecendo que o homem é que se apresenta faltoso diante de Deus – não o contrário!

Em terceiro lugar, o ‘recado’ de Deus é claro: enquanto muitos de vocês ficam se preocupando com questões da vida deste mundo, que está com seus dias contados, por que não passam a se preocupar com a vida futura, que é eterna? Neste ponto, preciso fazer uma ressalva importante: reconheço que há algumas anomalias genéticas. Mas não é possível colocar na conta de anomalias genéticas inclinações doentias e deliberadas que este mundo está nutrindo, em clara afronta, ou desprezo, à vontade de Deus. Homem que aspira ser mulher, mulher que aspira ser homem… Tais inclinações não são apenas de hoje, do presente. Já nos tempos bíblicos existiam.  Mas, ali mesmo, no manual de vida dos seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus, são diagnosticadas como abominação a Deus. Isto, sim, é grave erro, mas é humano: “Porque até as suas mulheres mudaram o contato natural, contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.“ (Romanos 1.26,27, ARC). Trata-se de uma evidência de que o que Deus pensa não importa. O que Deus prescreve, não interessa. Parece até que ninguém terá que prestar contas a Ele, no dia final que é início da eternidade: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas “ (Hebreus 4.13, ARA). Já que temos que prestar contas a Ele, que tal nos preocuparmos mais com o que Ele pensa, com o que Ele quer, com o que Ele manda?

Na minha opinião, é o cúmulo da arrogância, da petulância, arvorar em “corrigir os equívocos” daquEle que a Seu próprio Filho enviou ao mundo, para corrigir o maior de todos os erros – o pecado e a rebeldia humana, inveterada, contra Ele próprio. Mas, há esperança: “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo… Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados… “ (II Coríntios 5:18-19, ACRF). Até para o doutor Kim Seok-Kwun…

Andrae Crouch, o mesmo autor de “Meu Tributo” (“Como Agradecer”), nos declara na canção que hoje nos acompanha  – Jesus Ainda é a Resposta.
Sempre foi, e sempre será!  

“JESUS’S STILL THE ANSWER” (1973)
JESUS AINDA É A RESPOSTA
Andrae Crouch (1945…)

Some men try so hard to prove
Alguns homens insistentemente tentam provar
That God's not really real
Que Deus não é real de fato

While others say they know for sure
Enquanto outros dizem certamente saber

His love you cannot feel
Que Seu amor você não pode sentir

But I know He is real within my soul  
Mas eu sei – Ele é real em minh'alma

For one day He cleansed, then made me whole  
Pois um dia me redimiu, e me restaurou

And Jesus is still the answer
E Jesus ainda é a resposta

For that longing deep in your soul  
Para aquele profundo vazio na alma

Jesus is still the answer
Jesus ainda é a resposta

And though time and ages roll
E, ainda que o tempo e as eras avancem

Jesus is still the answer
Jesus ainda é a resposta

He's the answer for your soul
Ele é a resposta para tua alma

And though some may say  
Mesmo que alguns digam

He doesn't fit with their philosophy
Que Ele não se enquadra na sua filosofia

I know Jesus is still the answer
Eu sei que Jesus ainda é a resposta

He's always been and always will be!  
Ele sempre foi, e sempre será!

Some men pretend that things of this world  
Alguns homens pretendem que as coisas deste mundo

Have brought them peace of mind
Tragam-lhes paz interior

But with the dawn of each new day
Mas, com o crepúsculo de cada novo dia

New thrills they try to find
Por novas sensações procuram

Not until they meet the Prince of Peace  
A não ser que encontrem o Príncipe da Paz

Can't they ever hope to find reliefs
Não poderão, jamais, esperar por alento

For Jesus is still the answer
Pois Jesus ainda é a resposta
For a world that's seeking for peace
Para um mundo que procura por paz

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

Nº 003 – “PAZ?… QUE PAZ?”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Abril de 2014

Minha filha: em qualquer situação, a gente não deve perguntar prá Deus ‘por que’, mas sim, ‘prá que’!”. Eu, que aqui escrevo, já ouvi esta frase um punhado de vezes; até já a disse, não raro. Mas, há algumas destas vezes que sua citação se reveste de um significado todo especial (especialíssimo!). Pois foi assim que aquela experiente mulher, temente a Deus, a dona Laudelina, aconselhou a sua filha, quando tudo ocorreu. “Tudo”, o que? Espera um pouco, que já te digo. Vamos encontrar um ‘começo’ prá começar…

Laudezir Gularte de Paula casou-se com Silas de Souza em 13 de janeiro de 1990. Depois que se conheceram, num intercâmbio de jovens cristãos, descobriram que Deus os encaminhou um para o outro. Deus lhes agraciou com Simon, Mylena e Joshua. Tanto Silas quanto Laudezir tiveram o privilégio do conhecimento do Deus-Shalom (o Deus da paz) desde pequenos, em seus lares.  E, assim, tiveram a graça de retransmitir o legado que receberam aos seus próprios filhos. Trata-se de mais uma ocorrência de cumprimento glorioso do que disseram os filhos de Asafe, personagens que têm muito a nos contar e ensinar, como mencionei na história de Íngrid – “No Centro da Vontade de Deus”. Mas, que mesmo disseram eles? “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o Seu poder, e as maravilhas que fez” (Salmo 78.2,3, ARA).

Voltemos, entrementes, a Silas e Lau. A certa altura, todos os dias da vida deles tinham rotina conhecida… Os filhos mais novos estudavam perto de casa; Simon estudava no Colégio Tiradentes; Silas servia à coletividade como policial militar exemplar; Lau trabalhava na monitoria de uma escola integrada do sistema municipal. Era Silas quem levava Simon à escola – e também o buscava – como gostava de fazer. No início do ano letivo de 2009, ele o fazia na motocicleta que havia adquirido. Além disto, Silas era um oficial da igreja onde se congregava, sempre inspirador a outras vidas com o zelo e entusiasmo que exibia no que fazia. Eu mesmo, que escrevo estas linhas, tive um funcionário que teve em Silas um verdadeiro “pai espiritual”, nas palavras do próprio.

Cito Laudezir aqui: “No dia 25 de março de 2009, como fazia todos os dias, Silas se levantou às cinco da manhã, procedeu à sua leitura diária predileta e indispensável – a Palavra de Deus – fez o café da manhã, e levou o Simon à escola. Ia, depois, a uma consulta médica marcada de antemão. Por volta das 9 horas, quando o celular tocou, era Mylena dizendo que informaram do acidente…”. Costuma-se (e não poucas vezes, com razão) censurar muito os motociclistas, por sua imprudência. Naquele dia, não foi isso; até porque, Silas era muito prudente, até para pilotar. A imprudência do condutor de um veículo de quatro rodas acarretou um gravíssimo acidente do Silas, atingido sob um ônibus que vinha atrás. Ele não resistiu à gravidade das lesões, culminadas com severas hemorragias internas.

Bem! Segundo o conhecimento que o Criador-Provedor-Redentor nos deu a conhecer, na Sua Palavra, o que posso dizer do Silas, depois disso, é que sua alma foi recebida por Deus, no céu, na presença do Cordeiro, o Filho de Deus, e entre os louvores dos fiéis e dos anjos que se encontram lá. Descansa, lá, e usufrui da presença do Senhor de sua vida, aqui. Seu corpo foi levado à sepultura, onde aguarda a futura (provavelmente mui breve) ressurreição dos mortos, para o ingresso na Vida Celestial, a Bem Aventurança Eterna. Mas, minha narrativa continua, sobre Lau e seus filhos. Como ela mesma diz – não foram fáceis, os dias subseqüentes. Simon, estava com 17; Mylena, com 13; Joshua, com 12. No dia do acidente, a contínua oração da Laudezir era – “Deus, esteja comigo!”. Este é o tipo de oração que Deus, mesmo com a responsabilidade, divina e soberana, que tem no ocorrido, tem prazer em atender. “Quando me disseram – ‘Olha, fizemos a cirurgia, fizemos o que era possível…’, eu não senti as minhas pernas; era como se elas não existissem em mim…”, disse-me a Lau. Mas, a oração foi atendida… “Foi”, não! Tem sido, sem falhar! Eis uma das passagens bíblicas que se tornou marcante para Lau e seus filhos: “E o meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades. Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória, pelos séculos dos séculos. Amém! ” (Filipenses 4.19, ARA). ‘Lau, tem Deus suprido?”,perguntei-lhe, quase cinco anos depois… ‘Sem dúvidas, sempre!”, foi o que ela me respondeu. Foi nesse contexto, ainda em 2009, que a dona Laudelina fez aquela afirmação, transcrita no topo da mensagem. Perguntei ainda à Laudezir – ‘sua mãe tinha razão? ’ E ela me respondeu: ‘ Tinha, como sempre teve! ‘. Ainda arrisquei uma pergunta, meio perigosa: ‘Lau, você fez, ou tem feito uso de calmantes?’. Sem condenar o uso daqueles que o fazem, quando realmente necessitam, principalmente se não desprezam a verdadeira fonte de consolo, força e conforto, ao mesmo tempo, ainda registro o que ela me disse: ‘Graças a Deus, não… Deus, com a Sua Palavra, com a Sua presença, Sua comunhão, nas orações, nos tem sido suficiente!Muitas vezes, muitas noites, perdi o sono – é normal. Mas, tenho preenchido esse tempo com oração e com a Bíblia! ’. Então, é verdade: “Deus é nosso refúgio e, nossa fortaleza, socorro bem presente na angústia!” (Salmo 46.1, ARC)

Laudezir é uma cristã firme na igreja evangélica onde congrega, junto com seus três filhos. Aliás, todos três têm uma parcela de efetiva participação nos ministérios da igreja. Louvam a Deus com palavras e com vida. Será que a dona Laudelina tinha razão, pergunto, não mais para a Laudezir… Este testemunho vai chegar a muitos lugares; pela internet, não tem limites no planeta. Em cada lugar pode encontrar um outro testemunho que confirma a resposta da Laudezir. Mas, pode também estar chegando diante dos olhos de quem esteja passando por duras provas, no momento em que ler. O mesmo Deus do Silas, da dona Laudelina, da dona Maria Hilária (piedosa mulher, mãe do Silas), da Laudezir, dos seus filhos, dos familiares de ambos, é o Deus que se coloca ao lado daqueles que O buscam, mesmo que na maior aflição.

Último registro: naquele dia, hinos foram cantados… Foram parte de um culto de louvor a Deus, por uma vida de inspiração a muitos. Entre eles, um em especial ficará para sempre na memória da família:

Se paz, a mais doce, me deres gozar… 
Se dor, a mais forte, sofrer…

Oh! Seja o que for, Tu me fazes saber, 
Que feliz, com Jesus, sempre sou!

Sou feliz, com Jesus, sou feliz com Jesus, meu Senhor!”
(“It Is Well With My Soul”, Horatio Spafford, 1873, depois de perder quatro filhas num naufrágio)

Paz? Que paz? Como assim – paz? Numa situação dessa? Como a de Spafford, como a de Laudezir e filhos, como a família de Silas?

Sim! Porque está escrito:
E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus!” (Filipenses 4.7, ARA). 

Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. 

Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida   
Some rain is bound to fall:

Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 148 : “LINGUAGEM OCULTA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 30 de Março de 2014

Morreu ontem, aos 89 anos de idade, Jeremiah Denton. Quem foi ele? Foi um oficial aviador da marinha norte-americana, que combateu na guerra do Vietnam. Seu avião foi abatido no antigo Vietnam do Norte, mas ele ejetou-se, sendo preso pelos vietcongs ao atingir o solo com seu para quedas. Um episódio singular e interessantíssimo de sua vida deu-se na prisão vietcong, onde permaneceu por oito anos, sendo quatro em confinamento solitário. Tal aprisionamento levou-o ao limite da sanidade mental e da fome. Em 1966, foi ‘convocado’ da prisão pelas forças comunistas do governo, para dar um depoimento televisionado. A expectativa era a de aproveitar sua fragilidade para detratar o governo norte-americano. Enquanto respondia as perguntas, anuindo que era tratado adequadamente sob a condição de prisioneiro, Denton passou ao mundo, pela tevê, uma mensagem em linguagem ‘oculta’. A ‘linguagem oculta’ era o Código Morse. Mas, como, sem ter um único instrumento ou transmissor às mãos? Denton soletrou, ante a ignorância dos oficiais vietcongues, a palavra “tortura”, apenas piscando os olhos. Isto mesmo: enquanto respondia às perguntas, Denton ia piscando, em Código Morse, cada letra da palavra “tortura”. Ninguém, entre as pessoas que ignoravam o código de comunicação, desconfiou da sua mensagem em linguagem oculta, isto é, codificada. Mas foi assim que sua mensagem alcançou o mundo fora da prisão. Depois dos oito anos de horrores, quando quase morreu, Jeremiah Denton foi liberto, voltou à sua pátria, elegeu-se senador, e escreveu a autobiografia – “Quando o Inferno Estava em Sessão”. Sua idéia de mandar uma mensagem ‘oculta’ aos seus algozes virou lenda e filme. Ontem, chegou ao fim sua jornada de vida.

Você, leitor, conhece Código Morse? Os radioamadores da “velha guarda” o conhecem bem. Quando, mais de trinta anos atrás, prestei meu exame ao órgão oficial de habilitação entre eles, destreza na linguagem “Morse” era exigida para as categorias mais avançadas. Foi ainda na primeira metade do século XIX que surgiu, pela criatividade do novaiorquino Samuel Morse. Hoje, está um tanto relegada à história, mas foi responsável por significantes eventos que a escreveram, daqueles dias até bem próximo dos nossos. Trata-se de uma linguagem similar à linguagem dos bits e bytes da informática, em que dois tipos de sinal – um de duração três vezes mais longa do que o outro – se combinam para formar todas as letras de um idioma. Comumente, estes dois sinais são graficamente representados por um “.” (ponto) e um “–“ (traço), mas seu uso geral é na forma sonora. Combinando-se as letras, têm-se palavras; combinando-se as palavras, tem-se a mensagem. Foi assim que Jeremiah procedeu: alternando piscadas d’olhos longas e curtas, ‘pronunciou’ T-O-R-T-U-R-E, enquanto respondia perguntas. Quer checar? As ferramentas de busca às fontes de vídeo e áudio armazenadas na internet te mostrarão as imagens históricas, reais. Fantástico, não? Você teria uma idéia assim? Quanto a mim, sei lá!…

Peço sua permissão para usar a menção deste fato tão pitoresco para lembrar algo que se dá na comunicação de Deus para os homens. Posto que Deus nos criou, até quando ocorreu o episódio histórico do Dilúvio universal, nos dias de Noé, o mundo falava uma única linguagem. Todos os ‘terráqueos’ se entendiam sem qualquer embaraço. Mas, foi só a descendência de Noé desafiar a Deus, tentando construir a torre de Babel, que Deus interferiu, multiplicando as matrizes idiomáticas do mundo. Dali prá diante, só se entendiam aqueles da mesma ‘tribo’ filológica. E ali começou a história da diversidade linguística do planeta. Se você quiser conferir como foi, vá ao ‘livro’ de Gênesis, capítulos 6 a 11.

No entanto, por muitos anos, quando Deus queria comunicar-se com alguém da humanidade, Ele arranjava um jeito de produzir um discurso no idioma que esse tal praticava. Por vezes, isto se dava até na forma de diálogos. Ocorre que, um dia, decidiu Deus que era hora de comunicar a um segmento da humanidade, de modo permanente, a primeira parte de todo o conhecimento mais útil que Ele poderia proporcionar ao homem; em que idioma o faria? De que nação? Qual seria a escolhida? Bem! Igualmente pelo Gênesis, tomamos ciência de que essa felizarda nação ainda não existia. Deus a constituiu, num processo que durou séculos, a partir de Abraão, o patriarca da fé. Séculos mais tarde, a segunda parte – a parte final – da comunicação divina para os destaques da Sua criação veio, porém noutro idioma. E, assim, temos o Antigo Testamento, primordialmente em hebraico, e o Novo Testamento, primordialmente em grego. Depois, bastaria providenciar traduções. Tudo resolvido, não?

Nem tanto! Alguém pode ser hábil a ler hebraico, ler todo o Antigo Testamento, e não descortinar o que Deus pretende com tudo que foi escrito. Pode parecer ‘linguagem oculta’ (como o Morse, para os que lhe ignoram os códigos). Igualmente, pode alguém ser versado no grego dos dias de outrora, ler todo o Novo Testamento, e continuar tudo “falando grego”. Mesmo que leia as duas partes no vernáculo, o efeito pode continuar sendo o mesmo.  

Antes que você, talvez lendo estas páginas pela primeira vez, pense que vou detratar a Bíblia, digo logo, de antemão: o problema não está no autor da comunicação (Deus, no caso), nem na linguagem (se original ou traduzida, a Bíblia). O problema está em nós, leitores. Falta-nos, na situação mais típica da natureza humana, o recurso de entendimento mais necessário. Sem ele, tudo fica parecendo “Código Morse” para os profanos daquela requintada linguagem. Refiro-me ao Espírito de Deus. Digo que a Bíblia tem autoridade, consistência e clareza próprias: “Vossa Palavra é facho que ilumina meus passos, é luz em meu caminho” (Salmo 119.105, BCF). Seu conteúdo é todo virtuoso: “A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma. O testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração. O mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido, e permanece para sempre. Os juízos do Senhor são verdadeiros, e todos igualmente justos. (Salmo 19.7-9, ARA). Mas, digo também que a necessidade da atuação do Espírito de Deus é inseparável dela, de modo a conduzir o leitor da Bíblia aos mais elevados significados do texto “Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente.” (I Coríntios 2.14, NVI). A propósito: “discernir espiritualmente” é discernir com e pelo Espírito.

Acontece uma coisa: O Espírito de Deus não está disponível aos que procuram a Palavra de Deus sem passar pela ‘porta da salvação’ em Jesus Cristo. Ele não se prontifica a esclarecer a Escritura aos que não pertencem ao Reino do Filho de Deus. Eis a razão pela qual a rendição a Cristo é de suma importância para conhecer todos os mistérios de Deus revelados na Bíblia. Você quer conhecer a extensão, e a profundidade, e a sublimidade do Livro do Eterno? O Eterno Espírito de Deus, dote de quem tem a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, é indispensável. É o Espírito de Deus quem exerce o papel preponderante naquele em quem se dá o fenômeno descrito aqui – “Ora, sem fé é impossível agradar-Lhe [a Deus], porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11.6, ARC).  Quem não lê a Bíblia, ou lê ocasionalmente, ou lê apenas intelectivamente, se priva do maior tesouro das riquezas eternas: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus… (Rm 11.33, ARA). Quem a lê sem a assistência preceptora, divina, do Espírito de Deus, corre o permanente risco de não desvendar o que Deus efetivamente revela em suas páginas; de não descerrar o valor eterno de seus escritos. A linguagem pode ser familiar, mas a mensagem pode não ser captada. É imprescindível pedir e depender do Espírito de Deus para alcançar suas riquezas sem paralelos.

Por outro lado, a comunicação que se dá entre nós e Deus, nessa ordem de procedência, ainda que idiomática para os casos mais usuais, pode suplantar a necessidade do idioma. Podemos nos dirigir a Deus na mente, isto é, no Espírito, e Ele consegue captar e entender “Porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. " (I Coríntios 2.10, ACRF). Além das palavras, até nossos pensamentos e sentimentos revelam a Ele o que somos, o que queremos, onde erramos, em que falhamos, ou em que acertamos. Ainda que necessária, quando diante de outras pessoas, no encontro solitário com Deus pode estar oculta a linguagem. Mesmo assim, Ele nos desnuda por inteiro, e nos conhece, e sonda, e perscruta. Mas, o mesmo requisito antes apontado, para compreensão da comunicação ‘de lá prá cá’, é também o eficaz meio de fazer com que nossas palavras, mesmo ocultadas sob o código oculto da mente, ou do coração, alcancem a presença do Todo-Poderoso. Como está escrito: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14.6, BCF) e  Porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Romanos 8.26, ARC)

Enfim, não é que a linguagem de Deus nos seja oculta. Ele se comunica conosco em linguagem que está ao nosso alcance entender. Só precisamos do Espírito Santo, assistindo-nos na leitura de Sua Palavra. Muito menos nossa linguagem, por mais pobre que seja, O faz incapaz de identificar o que queremos dizer-Lhe. Só precisamos do “protocolo de comunicação” adequado: buscar-Lhe, em oração sincera, gabaritada pela Sua própria Palavra, conduzida no Espírito, por meio do Seu Filho. Nada mais! Sem complicações !! Nada tão complicado quanto aprender Código Morse!!!

Fique, agora, com a mensagem musical de um cristão que disse como o salmista Davi: “Recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro?” (Salmo 56.8, ARA). Das lágrimas vertidas pelas provas da vida, diante de Deus, transformou-as ele, todas, em palavras de sujeição e busca do Altíssimo.

“TEARS ARE A LANGUAGE GOD UNDERSTANDS” (1971)
LÁGRIMAS SÃO UMA LINGUAGEM QUE DEUS ENTENDE
Gordon Jensen (1951…)

Often you wonder why tears come into your eyes 
Quão freqüente você se surpreende com lágrimas que vêm aos olhos
And burdens seem to be much more than you can stand 
E sobrecargas parecem ser muito mais do que possas suportar
But God is standing near, He sees your falling tears
Mas Deus está por perto, Ele vê tuas lágrimas a cair 
Tears are a language that God understands!
Lágrimas são uma linguagem que Deus entende!

GOD SEES THE TEARS OF A BROKENHEARTED SOUL
Deus vê as lágrimas de uma alma quebrantada 
HE SEES YOUR TEARS AND HEARS THEM WHEN THEY FALL 
Ele vê tuas lágrimas, e ouve quando caem
GOD WEEPS ALONG WITH MAN AND TAKES HIM BY THE HAND 
Deus chora junto com o homem, e o toma pela mão
TEARS ARE A LANGUAGE GOD UNDERSTANDS!
Lágrimas são uma linguagem que Deus entende!

When grief has left you low it causes tears to flow
Quando o pesar te deixa caído, faz caírem as lágrimas 
When things have not turned out the way that you had planned 
Quando as coisas não acontecem do jeito que planejaste
But God won't forget you… His promises are true 
Mas Deus não se esquecerá de ti… Suas promessas são verdadeiras 
Tears are a language that God understands!
Lágrimas são uma linguagem que Deus entende!

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
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N° 147 : “AMIGO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 23 de Março de 2014

"Amigo é coisa prá se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração; assim falava a canção que na América ouvi… Amigo é coisa prá se guardar do lado esquerdo do peito, ainda que o tempo e a distância digam ‘não…" Qualquer um, mesmo que não conheça muito da música popular brasileira (como é o meu caso), pode se lembrar destas frases, já famosas na voz do mineiro Milton Nascimento. Talvez não tão conhecida, mas caminhando em rumos parecidos, a voz harmoniosa do quarteto MPB4, na poesia de Aldir Blanc e Sílvio da Silva Júnior: “Amigo é prá essas coisas… Amigo, sua amizade basta, o apreço não tem preço…”. Até na arte popular, o valor de uma amizade verdadeira é cantado e decantado. Quem, hoje, não diria que impagável valor tem uma amizade sincera, verdadeira, presente nas horas de necessidade, recíproca nas horas de ansiedade?…

Não muito tempo atrás, fiquei estarrecido ao ouvir da boca de alguém que eu achava ser meu amigo a seguinte declaração: “Ulisses, eu não tenho amigos. Bem, tenho muitos amigos, mas amigos de verdade, daqueles que fazem jus à expressão mais pura da palavra, não tenho, porque eu mesmo os afastei de mim, a todos! “Você não acha estarrecedor, não? Anos atrás, uma campanha religiosa no Brasil criou a vinheta musical com o seguinte mote: “Se uma boa amizade você tem, amizade vem de Deus e é um bem! Uma boa amizade você deve conservar, como é bom quando se sabe amar. Amizade vem de Deus e a Deus deve levar, como é bom quando se sabe amar. Uma boa amizade é mais forte do que morte; mesmo longe, na saudade, a amizade vai ficando até mais forte”… Devo reconhecer que se trata de uma poesia bonita, tocante, verdadeira.

É verdade! Seres humanos são dependentes. Dependentes até de amizades. Pena que a modalidade pós-moderna de amizade supre tão pouco… Refiro-me à amizade virtual. Se, por um lado, ela parece evitar os arranhões naturais do convívio, por outro lado tem um grande déficit – o do afeto mais genuíno. Então, veja: A Bíblia fala de praticamente tudo. Do que ela não fala, é porque não precisa falar. E fala de amizade, de amigos, também.

Por exemplo, quão tangente é o apelo de Jó, em meio aos seus sofrimentos, aos seus amigos, ali circunstantes: “Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso. (Jó 6.14, ARC). É a expressão dessa dependência de que falei. Pode alguém arfar-se e dizer – eu não preciso disto!? Por outro lado, há um personagem bíblico que, com alma lancinada, declara quão infeliz se encontrou pelo seguinte tipo de desapontamento: “Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; se um adversário se levantasse contra mim, eu poderia defender-me; mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo chegado, você, com quem eu partilhava agradável comunhão enquanto íamos com a multidão festiva para a casa de Deus!” (Salmo 55.12-14, BCF). O filho de Davi que assumiu seu lugar no trono de Jerusalém talvez não tivesse tantos amigos na vida; nem por isto escapou-lhe a verdade: “Em todo o tempo ama o amigo; e, na angústia se faz o irmão (Provérbios 17.17, ARA). No entanto, foi também Salomão quem chegou a uma conclusão cristalina, fato que toma parte na experiência de vida de inúmeras pessoas: “Quem tem muitos amigos pode chegar à ruína, mas existe amigo mais apegado que um irmão.“ (Pv 18.24, NVI). Entendo a hipotética possibilidade dessa ruína ante a eventualidade de amizades efêmeras, insinceras. E, se você é um daqueles galardoados em quem a amizade mais chegada é, também, a de um irmão ou irmã, que bem-aventurado você é!  

No entanto, se, no elenco dos que você considera amigos, sente estar faltando um; quem sabe, talvez, aquele mais chegado que todos, tenho um candidato a lhe apresentar. Aliás, ele é candidato até para aqueles que já o incluíram no seu círculo de amizades, mas, que, por dados momentos, o mantêm à borda do círculo. Ele já tem discurso próprio… Já chega dizendo: “Já não chamo vocês de ‘servos’, porque o servo não conhece a vontade do seu senhor. Tenho, porém, chamado vocês de ‘amigos’, porque todo o conhecimento que o Pai celestial partilhou comigo para compartilhar com vocês, em sua totalidade vos tenho dado a conhecer “ (João 15.15, versão livre). Ele se dispõe a ser amigo dos que cometem falhas, em qualquer dimensão (se você não comete falhas, este assunto não te interessa); é o que se depreende de Mateus 11.19…  Ele é o único que faz aquele discurso parecido com o de muitos políticos, mas com a intenção inteiramente sincera: “Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer. “ (Lc 12.4, BCF).  É, também, o único que fez por seus amigos aquilo que nenhum outro amigo jamais faria, na extensão que ele realizou: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. “ (João 15.13, ARA). É, de fato, o amigo melhor.

Se amigos te faltam, se alguns te desapontam, ou se este amigo se encontra meio na periferia do círculo, ou se falta, ainda, aquele vocacionado para ser o maior e o melhor, apresento o único candidato que preenche todos os requisitos (e ainda os supera) – Jesus Cristo! Faz dele seu amigo; ele não desaponta. Jamais! Ainda que, momentaneamente, pareça desapontar, mantém-se dizendo – Aguarde… Sou eu, o teu melhor amigo, que estarei junto aos umbrais dos portais eternos, se você for meu verdadeiro amigo, do jeito que eu defino, para lhe dizer: “Vinde, benditos de meu Pai – entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo!” (Mateus 25.34, ARA). “Amigo é coisa prá se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração…” Principalmente, se for ele este, que elejo o maior e melhor!

Prá finalizar, uma mensagem musical pertinente, interpretada pelo Grupo Prisma.

“O Maior Amigo de Todos”. 

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 146 : “PRAZO DE VALIDADE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 16 de Março de 2014

"O prazo de validade está vencendo para todo mundo!" Quem disse esta frase não foi um personagem famoso, nem tampouco um geriatra renomado. Foi um colega de trabalho, que desde 2003 é um dos meus colaboradores na consecução da edificação do campus institucional onde trabalhamos. Não tem curso superior, mas isto não lhe obsta ser um bom observador dos fatos da vida. Ambos de nós chegamos, diariamente, muito cedo ao local. Ainda escuro, na maioria dos dias dos anos, ao longo dos mais recentes observamos dois casais que passam em frente, também cedinho, fazendo sua caminhada matinal. O primeiro casal é pitoresco: aparentando acima de 65 anos, sempre vinha a senhora na frente, e o marido andando uns 4 a 6 metros atrás, como que puxado a reboque. Isto, todos os dias… Ultimamente, não mais os temos visto; que terá acontecido a um deles? Ou, pior, a ambos? O outro casal nos tem chamado atenção de um modo diferente, ainda que mais trivial. Sempre andando juntos, lado a lado, ve-mo-los hoje com um andar bem mais lento do que nos anos anteriores. O varão, já anda com uma postura menos ereta, mais arqueada do que outrora. A varoa não 'puxa' à frente (como no caso do primeiro casal); pelo contrário, parece depender cada vez mais do braço do esposo para cumprir a jornada diária em busca da parcela de saúde que os andarilhos buscam, com seu hábito. E assim é – disse o companheiro: o 'prazo de validade' está vencendo para todos… E eu acrescento, confabulando com meus botões: quer queiramos, quer não… 

"Terceira idade" é uma expressão que alguns consideram eufemismo. É interessante: pressupõe que há uma 'primeira' (até a juventude?), uma 'segunda' (toda a fase da maturidade?)… Não sou eu quem vai propor a substituição da nomenclatura empírica. Até porque, penso eu que foi cunhada para promover maior valorização da fase da vida que, cá em nosso contexto ocidental, continua sendo um tanto desvalorizada. Meritoriamente, devo acrescentar. Sim, porque no contexto em que o existencialismo tem sido tão cultivado, a fase da existência a se aproximar do seu crepúsculo tende a ser menosprezada. Costumo suscitar este assunto em algumas de minhas rodas de conversas. Será que há interesse pessoal nisto? Hummm! Sei lá! Acho que, preponderantemente, não. Mas não consigo evitar que a reflexão povoe, com mais freqüência, a minha mente, de uns tempos para cá…

As regras consuetudinárias de boas maneiras mandam que revistamos de honra as cãs. Também algumas que não são compelidas por meros costumes, como as primeiras. Por exemplo, nos livros de religião. No hemisfério oriental do planeta, tais oráculos são mais freqüentes (e também mais respeitados). Cá na banda ocidental do globo, é preciso ter mais atenção sobre isto. Vamos, venhamos e convenhamos: não é um assunto muito freqüente com que os jovens se presenteiam uns aos outros, com suas reflexões e propostas de redes sociais. Menos ainda o é, se considerarmos a faixa etária precedente – a adolescência.

Pois é! Também a Bíblia fala disto. E com maior propriedade ainda… Aliás, com a propriedade de ser o registro das palavras e prescrições do próprio Criador. Fala ela da situação comum aos que chegam aos dias avançados, como Isaque, cujos olhos “se escureceram” pela idade (Gn 35.29); fala ela de Davi, o rei (I Cr 23.1) e de Jó, o homem que tantas provas enfrentou (Jó 42.17), os quais chegaram ao tempo em que se encontraram “velhos e fartos de dias”… O mesmo Davi passou por aquela peculiar fase – “Sendo Davi já velho e entrado em dias, envolviam-no com roupas, mas não se aquecia” (I Rs 1.1, ARA). Entretanto, o idoso pode, com confiança e esperança, fazer a mesma súplica de Davi, face à “feliz idade”: “Não me rejeites na minha velhice; quando me faltarem as forças, não me desampares. Não me desampares, pois, ó Deus, até à minha velhice e às cãs; até que eu tenha declarado à presente geração a tua força e às vindouras o teu poder. “ (Salmo 71. 9,18, ARA). Porque há alento da parte de Deus para quem a faz, com o coração carregado da esperança e do conhecimento do Altíssimo: “Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei. “ (Isaias 46.4, ARA).

Por conta da honra que Deus mesmo reserva ao tempo da idade avançada, faz bem aos moços e moças observar os esquecidos preceitos divinos: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a presença do ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR.“ (Lv 19.32, ARA); “Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são os pais. O ornato dos jovens é a sua força, e a beleza dos velhos, as suas cãs.“ (Pv 17.6 e 20.29, ARA). Não caminhamos todos para lá, segundo a ordem natural dos fatos? Por que menosprezar hoje o que seremos amanhã? Quanto ao trato, é da Escritura que procede o salutar princípio “Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos “ (I Pe 5.5, ARA).

Por fim, convém lembrar, aliás, que a “terceira idade” no caminho da justiça, que é o caminho com Deus, traz um notável diferencial: “Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.“ (Salmo 92.14, 15, ARA). Sim, é fato: “o prazo de validade de cada um de nós vai se esgotando…” Mas há honra reservada para aqueles que sabem honrar as cãs… E há honra ‘em estoque’ para as cãs que honram a Deus!

Agora, uma mensagem musical interessante, na voz de Heritage Singers…

LEARNING TO LIVE LIKE A CHILD OF THE KING (1976) 
APRENDENDO A VIVER COMO UM FILHO DO REI
William J. Gaither (1936), Gloria Gaither (1942)

Learning to live like a child of the King
Aprendendo a viver como um filho do Rei
Learning to lose just to find everything:
Aprendendo a perder só prá encontrar tudo:
Accepting His wealth though I had nothing to bring
Aceitando Sua riqueza mesmo sem nada para trazer 
Learning to live free and happy!
Aprendendo a viver livre e feliz!

Learning to bathe in the warmth of His Love
Aprendendo a imergir no calor de Seu Amor
Spirit-filled calmness in a world I'm not of
Quietude infundida pelo Espírito num mundo ao qual não pertenço 
Making down-payments on my home up above
Pagando o “sinal” de minha morada celeste
Learning to live free and easy!
Aprendendo a viver livre e solto!

Being an heir to all I do not deserve
Sendo herdeiro de tudo que não mereço
Learning to master by the way that I serve
Aprendendo a dirigir pelo caminho em que sirvo
Being dependent on His blessing reserve
Sendo dependente do suprimento de Sua bênção
I gave Him my soul, He's got total control…
Minha alma está entregue a Ele, Ele assumiu controle total… 
And learning to be all He wants me to be
E aprendendo a ser tudo quanto Ele deseja que eu seja
Learning to feel what it means to be free
Aprendendo a sentir o que significa ser livre
And learning to live life with great certainty
E aprendendo a viver a vida com grande certeza
Learning to live free and happy!
Aprendendo a viver livre e feliz!

Being an heir to all I do not deserve
Sendo herdeiro de tudo que não mereço
Learning to master by the way that I serve
Aprendendo a dirigir pelo caminho em que sirvo
Being dependent on His blessing reserve
Sendo dependente do suprimento de Sua bênção
I gave Him my soul, He's got total control…
Minha alma está entregue a Ele, Ele assumiu controle total…

And learning to be all He wants me to be
E aprendendo a ser tudo quanto Ele deseja que eu seja 
‘Grace amazing’ is the new song I sing
‘Maravilhosa graça’ é a nova canção que eu canto 
And sharing my song with all the people I bring
E partilhando minha canção com todo o povo que vem comigo
Learning to live free and happy!
Aprendendo a viver livre e feliz!

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 145 : “NUTRIÇÃO DA ALMA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 de Março de 2014

À beira do Rio Ilissos, em algum século antes do advento de Cristo, fora de Atenas, o jovem discípulo Fedro, talvez imaginário, se encantava com os ensinamentos do mestre Sócrates. E é o verdadeiro discípulo, Platão, quem transmite os diálogos para os pósteros. Num deles, aparece o “Mito da Carruagem”, na qual Platão explica sua teoria de tríplice composição da alma humana. “O ser humano é como uma carruagem, puxada por dois cavalos – um branco, irascível, outro negro, concupiscível…” O cocheiro quer dominar os instintos dos animais, para conduzir seguramente a carruagem… Mas, enquanto o cocheiro conta apenas com a força inteligível, os cavalos têm a força física. Para Platão, assim se afigura o ensinamento socrático sobre a alma: a carruagem é o corpo; os cavalos são os sentimentos e instintos; o cocheiro é a razão, a inteligência.

De que é feita a alma humana? De que substância é constituída? Como é mantida? Muitos estudiosos diriam – ‘seu tolo: não é de substância, é de energia !’. Pensam eles que a alma é essencialmente impulso energético, elétrico talvez… Seria ela o próprio conglomerado nervoso, desde o cérebro até as menores ramificações? Nesta hipótese, até se poderia desconfiar que seja matéria mesmo. Então, é preciso nutri-la, alimentá-la, como também se alimenta o corpo? Vamos parar por aqui!… É melhor perguntar para os psicólogos (até há alguns ilustres entre os leitores, aqui)… Mas, os psicólogos (salvo honrosas exceções) não estão tão preocupados com a constituição da alma, quanto estão com seu comportamento. Então, vamos perguntar para os psiquiatras que, além de certo conhecimento da psyque humana, também têm o conhecimento das ciências de Hipócrates (até há pelo menos um ilustre da classe entre os leitores, aqui)… Mas, igualmente os psiquiatras (também, com honrosas exceções) não tanto se preocupam com a alma e sua nutrição; antes, se preocupam mais com seus sintomas, e seus deficits… Que tal, então, os neurologistas? Ih! Não me prosperam as esperanças de responder às nossas questões, afastadas do campo das enfermidades, objeto principal do interesse médico.

Então, está bem! Vamos perguntar aos pastores, aos teólogos. Afinal, não costumam eles, no intróito de suas mensagens bíblicas, ou até de alguns de seus ritos, dizer em oração – ‘Agora, ó Deus, alimenta a nossa alma…’ ? Ou então, não chegam a anunciar, na vesperal de sua pregação – ‘Vamos, agora, nutrir a nossa alma!’ ? No entanto, se sua prática subsequente frustrar o discurso, aumenta-se a confusão; assim como não se medica, de fato e de verdade, com placebo, tampouco se nutrem almas com arremedos. Pior ainda se, além de frustrar, contrariar – ao oposto de alimentar, sua administração vier a dilacerar, ferir, machucar, ‘arrancar pedaços’, introduzir corpos estranhos, fragilizar ante as invasões viróticas e bacterianas, presentes a mancheias no cardápio das idéias e opiniões…

Lá em Grenoble, ao pé dos Alpes, próximo da fronteira com a Suíça e com a Itália, está por um fio a alma de um homem mundialmente renomado – Michael Schumacher. Pelo menos, é o que dizem vários especialistas. O que se poderia fazer para realimentá-la à vida? Humanamente falando, nada – dizem eles. É um acontecimento lamentável que, mesmo que não tenha relação direta com a intrigante indagação que vou agora recordar, não deixa de trazê-la à memória: “Pois, que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro, e perder a sua alma?” (Mateus 16.26, ARA). Quem lançou esta reflexiva indagação foi Jesus. Merece consideração e resposta. A partir dela, pode-se chegar à conclusão de que alimentar convenientemente a alma é algo que tem valor insuperavelmente mais elevado do que alimentar o corpo, ou mesmo o patrimônio e os celeiros.

A alma é uma substância não material, designada de psyque no idioma dos filhos de Helena, designada nephesh no idioma dos filhos de Abraão. Procede de um ato criativo de Deus quando, ao formar o primeiro da raça humana, soprou sobre aquele um fôlego de vida, e o homem passou a ser “alma vivente” (Gn 2.7). É também designada de pneuma (espírito).  Não se nutre das substâncias da tabela periódica da química (o Oxigênio, o Hidrogênio, o Carbono, o Nitrogênio, os sais, os metais, e assim por diante). Nem por isto deixa de carecer de nutrição.

Que a alma tem ‘fome’ e ‘sede’, isso lá não mais é passível de dúvida: “Rendam graças ao Senhor… pois dessedentou a alma sequiosa, e fartou de bens a alma faminta” (Salmo 107.9, ARA). Sua nutrição é espiritual, e só pode ser encontrada nos suprimentos ricamente vitaminados da Palavra de Deus. Ela pode sofrer superaquecimento… Mas até isto tem jeito: “Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu Nome” (Salmo 23.3, ARC).  Pode abater-se, como se abatem as forças físicas; mas, o tônico da alma é diferente do tônico da carne e do sangue: “Por que te curvas, ó minha alma, gemendo dentro de mim? Espera em Deus, eu ainda o louvarei: "Salvação da minha face e meu Deus!(Salmo 42.11, BCF). Pode-se frequentar as mais aparelhadas academias para cultura física, mas é por meio da alma, que os mais saudáveis exercícios da natureza humana lhe compartilham a inaudita e inefável face de Deus: “Faze-me ouvir, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho por onde devo andar, porque a ti elevo a minha alma. “ (Salmo 143.8, ARA). Até mesmo os danos que vier a sofrer  – quem não os sofre? – têm perfeita restauração nas ‘oficinas’ da Palavra de Deus: “A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos.” (Salmo 19.7,8, NVI).

Não há nenhum mal em cuidar zelosamente do corpo, da saúde e até da aparência.  Mal, há, em descuidar da alma… Deixá-la com fome e sede da Palavra de Deus… Isolá-la de Deus… Isso faz um mal terrível, irreparável!

A mensagem musical de hoje é uma composição de tempos de apelos missiológicos. Seu autor encorajou ninguém menos que o grande Stanley Jones (1884-1973), missionário metodista que permaneceu mais de 50 anos na Índia (onde até morreu), testemunhando ao povo e ao próprio Ghandi. Vale uma palavra de advertência, em decorrência da sugestão da tradução que aqui será interpretada: não se iluda, pensando que compositor prega um modo de Cristo falar à alma à parte da Escritura Sagrada. Ao contrário: é com ela e por ela que ele, em sua poesia, anseia desfrutar dos ricos nutrientes partilhados por Cristo à alma. Ouvi-la, hoje ainda, faz-me lembrar a voz da minha mãe, que já o cantava em ocasiões muito peculiares, quando ainda pequeno eu era.  

Speak To My Soul (1897)
FALA À MINHA'ALMA, Ó CRISTO
Leander Lycurgus Pickett (1859-1928)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'

N° 144 : “TAMBÉM PRECISO DELE…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 de Março de 2014

Espero que não. Espero também que ele, na prisão, pegue a Bíblia, leia, se acerte com Deus direitinho e possa até cuidar melhor da esposa e dos filhos dele. Ele e eu, quando morrermos, vamos nos encontrar com Deus. É bom que a gente tenha coisas boas para poder mostrar a Deus”. Foi esta, segundo entrevista publicada pela imprensa, a resposta do procurador da república Luiz Francisco Fernandes de Souza, à pergunta de um repórter. A hipótese cogitada era a de ser absolvido, pelo júri do tribunal, o personagem objetivo da pergunta. Esse personagem era o ex-deputado e ex-comandante da polícia militar acreana Hildebrando Pascoal. Segundo acusação acatada pelo tribunal, que levou Hildebrando à condenação, foi ele o responsável por diversas mortes no estado; entre elas, a do mecânico apelidado de “Baiano”. Baiano foi fotografado no Instituto Médico Legal de Rio Branco, com braços, pernas e órgão genital amputados por motosserra, olhos vazados, diversos furos de bala na cabeça e um prego cravado na testa. O júri do tribunal foi convencido pela promotoria de que Hildebrando Pascoal era mandante e participante do crime.

O ‘conselho’ do procurador foi proferido publicamente em 2009.  E, o ex-militar-deputado já cumpre a pena que o condenou. Se Hildebrando segue a sugestão de Luiz Francisco, não posso afirmar. Ano passado, foi ele autorizado a sair do presídio e ir ao ‘velório’ de seu próprio pai, que ocorreu numa igreja evangélica. Aliás, nem posso afirmar se a sugestão do procurador – ler a Bíblia na prisão, acertar-se com Deus, preparar-se para o encontro com Ele – teria sido dada pelas motivações que a própria Bíblia aponta, para que se o faça.

O certo é que, de fato, a Bíblia, traz tais conselhos. E, tais conselhos têm seu centro orbital na pessoa de Jesus Cristo. É por causa dele, centralizadamente dele, que a Bíblia foi escrita: ele é o autor da revelação que os seus escritores inspirados registraram; ele é o ser focal dessa mesma revelação; a sua pessoa, a sua obra e sua mensagem são os elementos preponderantes do livro divino, posto que divino-humano é ele; ele é o único ‘interventor’ favorável no acerto de vida, com Deus (que o procurador Luiz Francisco preconizou ao réu); ele é o único cicerone credenciado para a introdução diante de Deus, na existência eterna que se segue à atual, de tal modo que esta apresentação credenciada resulte em vida eterna sem dor, sem condenação, sem penalidades eternas, sem remorso interminável por conta da rejeição do Filho de Deus. Ao contrário, a apresentação favorável que ele – Jesus Cristo – fizer diante de Deus, no último dia da presente ordem existencial, levando-nos pessoalmente à face do Eterno, proporcionará a vida em abundância de que fala a Escritura, no mais alto grau de sua qualidade.
Vede alguns de seus testemunhos:

Vós perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de mim.” (Jesus Cristo, em João 5.39, BCF).

Foi a respeito dessa salvação que os profetas que falaram da graça destinada a vocês investigaram e examinaram, procurando saber o tempo e as circunstâncias para os quais apontava o Espírito de Cristo que neles estava, quando lhes predisse os sofrimentos de Cristo e as glórias que se seguiriam àqueles sofrimentos.” (I Pedro 1.10,11,  NVI).

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14.6, ARA).

Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo(I Timóteo 2.6, ACRF).

Logo, fica atestado, pela Bíblia mesmo, o primeiro e principal benefício que a sua leitura pode proporcionar. Olvidá-lo é grande irresponsabilidade para com a própria alma. No entanto, preciso fazer um registro necessário. Este é para quem, por não estar condenado como Hildebrando, por jamais ter feito coisa alguma parecida com o que os autos afirmam que ele fez, por não ter sofrido críticas semelhantes às que ele vem sofrendo, achar que não precisa de igual conselho; ou seja, de igual providência pessoal.

Acerto de vida com Deus é semelhante ao que, no Direito brasileiro, é denominado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Trata-se de um compromisso, facultado ao poder público tomar de qualquer cidadão (ou instituição) em circunstâncias previstas na lei, no sentido de adequar a conduta deste às exigências da lei, mediante cominações que assumem caráter reparatório. Todo homem e mulher que deseja colocar-se condignamente diante de Deus, no dia aparentemente referido pelo procurador (e todos hão de estar lá) precisam da Bíblia como um TAC, um Termo de Ajustamento de Conduta. A Bíblia avisa a todos que todos estarão diante do “trono branco”, e que a vida de cada um será avaliada em frente àquele trono. Neste caso, as palavras do procurador, endereçadas ao réu, valem também para o próprio procurador, para o repórter que o entrevistou, para todo leitor que testemunhou o conselho, para este articulista principiante, que tomou emprestadas as palavras, para o leitor destas toscas linhas, e para todos os demais das criaturas humanas, não importando quanto do Livro Sagrado lhes venha servindo de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).

A verdade que, neste mundo em que estamos vivendo, de ciclos virtualmente intermináveis de males e bens, a cada dia, passíveis de serem retratados para novos conselhos e ponderações, o que mais precisamos, sim, o que precisamos mais, é de Jesus. Isto pode gerar algumas ‘intromissões’, é verdade. Mas, doutra forma não interessa a ele. Estas ‘intromissões’ ocorrerão em todas as áreas: vida familiar, vida conjugal, vida profissional, vida diversional, vida religiosa, tudo! Em tudo, o maior de todos os modelos, inatacável, vai querer (como quer) ser copiado.  “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.“ (I Coríntios 11.1, ARA); “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; “ (Efésios 5.1, ARA); “Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos “ (I Pedro 2.21, NVI).

Então, não há escapatória: ou fazemos todos como sugeriu o procurador, para ”acertar com Deus direitinho “ (conselho que, aliás, não é originalmente dele; é da Palavra de Deus mesmo), ou nos vemos com ele.  “Quem não é por mim, é contra mim; e, quem comigo não ajunta, espalha“, disse Jesus (Mateus 12.30, ARC). Escolha você!… Eu também preciso dele…

A mensagem musical de hoje é uma composição do início da década de Setenta. Foi muito ouvida (e até cantada) por gerações da época. Tem um ‘tom’ de comunhão verdadeira. Sua tônica é a da dependência de Jesus.

EU PRECISO DE JESUS (1973)
Eddie Smith / Otis Skillings

Eu preciso de Jesus prá do perigo me guardar
Nele eu vou confiar, sim preciso
Quando dele eu precisar, 
Sempre está pronto prá ajudar
Em Jesus vou descansar, sim preciso!

Jesus cristo perto está no temor e na aflição
Consolando o coração com alegria

Meu Jesus é tão fiel e ao meu lado ficará
Ele me concederá vida nova !

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'