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N° 73 : “INDEPENDÊNCIA OU MORTE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 de Setembro de 2012

O nome completo daquele rapaz era "Pedro de Alcântara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon ". Contou?  São 18… Acredite se quiser…  Era príncipe filho de Dom João VI, o monarca de Portugal e colônias ultramarinas, inclusive Brasil.  Em 7 de Setembro de 1822, quando contava 23 anos de idade, e subia com a cavalaria de Santos para São Paulo, estando às margens do rio Ipiranga, bradou a expressão emulativa que dá nome à mensagem de hoje.  Ao fazê-lo, Dom Pedro I estava sob circunstâncias que o induziram: havia, na colônia, rejeição ao seu pai e à soberania colonizadora; havia simpatia e popularidade em torno de sua figura; havia a ameaça de invasão militar portuguesa no Brasil, se o príncipe Pedro de Alcântara não voltasse de imediato a Portugal; e havia algumas importantes forças de bastidores que já alimentavam o espírito de independência. E o "brado do Ipiranga" marcou a data do nascimento da nossa nação, fato comemorado na última sexta-feira. 

As duas alternativas de escolha, colocadas na frase, deflagraram brio nos soldados de colônia que o acompanhavam…  Continuar sob jugo não mais seria aceito… Seria resistido até à morte, se preciso.  Se a morte não fosse desejada, uma só saída: proclamação e aceitação de independência! E, assim se deu a redenção brasileira. 

Sob vários aspectos, essa declaração heróica permite alguns paralelos antagônicos com a história da redenção humana. Se pensamos ser possível nos manter independentes de Cristo, com autonomia do exercício da nossa vontade, do nosso (pre) juízo, a morte não é uma alternativa antagônica; pelo contrário, é consequência inevitável. 
"Para o sábio, há o caminho da vida, que o leva para cima, a fim de evitar o inferno (=~morte), embaixo" (Provérbios 15.24)
"Volta, minha alma, ao teu sossego, pois o SENHOR tem sido generoso para contigo; pois livraste da morte a minha alma, das lágrimas, os meus olhos, da queda, os meus pés. Andarei na presença do SENHOR, na terra dos viventes." (Salmo 116.7-9)

Se não usufruirmos independência, isto é, libertação da natureza típica de uma humanidade caída pelo pecado, pela revolta contra Deus, independência (libertação) de suas funestas consequências, certamente isso nos significará morte, outra morte, "segunda morte". "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos." (Apocalipse 20.6)
O texto bíblico do Apocalipse, com amparo em outros textos da Escritura, esclarece que a "primeira ressurreição" está diretamente relacionada com a obra expiatória e redentiva de Cristo; por outro lado, esclarece que a "segunda morte" é o "lago que arde com fogo e enxofre", figura literária simbólica da condenação eterna.  Isto mesmo: eterna!!!

Ou nos valemos de Cristo, com sua potência libertadora, ou somos fadados à morte eterna. Ou nos valemos de Cristo, para plena vivificação de nossas vidas, ou nossas vidas ostentarão um cenário de morte, tal qual jardim onde um raio destruidor atingiu a árvore central, incendiando tudo ao redor, e deixando um cenário desolador. Dependência ou independência, é uma questão de escolha e ponto de vista; morte ou vida, é também uma questão de escolha e ponto de vista : Em Cristo, independência da natureza condenada implica, necessariamente, em dependência da sua graça vivificadora;  Em Cristo, independência e libertação quanto à sina da morte e todos os seus reflexos nefandos implica, necessariamente, na "morte do velho homem", manchado, enlodaçado, corrompido. 

Dom Pedro I é alcunhado de  "o libertador do Brasil", porque nos libertou do reino de Portugal, inaugurando-nos o primeiro império, com o famoso brado – "Independência ou Morte!"…  Pois bem: São incomparavelmente mais colossais as palavras do 'brado' do apóstolo, referindo-se àqueles que, em todas as eras, antes ou depois de Cristo, alcançaram o impagável e gracioso favor de verem-se livres da morte, por independência de seus 'tentáculos' letais, através do precioso sangue remidor do Cordeiro:
"E ele nos libertou do império das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor " (Colossenses 1.13) E eu tenho o gozo de me encontrar entre esses… 
Espero que, para vc, que me lê, isto também seja uma realidade…       

Na véspera do Natal de 1871, a senhora Bliss procurava um presente para seu marido, que estava com 33 anos de idade. 
Era ele Philip Paul Bliss, hinólogo de tantas campanhas de Dwight Lyman Moody. 
Uma curiosidade: "bliss", no inglês, significa "felicidade radiante".  A partir de uma sugestão de um amigo comum, comprou ela uma coleção encadernada do periódico inglês chamado "Coisas Novas e Coisas Velhas".  Tratava-se de uma produção literária que, entre outras coisas, continha material de estudos e interpretação bíblica. Um dos estudos elucidava a questão de que, em Cristo, somos remidos de uma vez por todas, como fala o profeta do livro de Hebreus;  nessa elucidação, teceu-se em Bliss um cristalino entendimento de que, mediante a obra única, de-uma-vez-por-todas de Cristo Jesus, somos libertos, também de uma vez por todas, das consequências pesadas da lei, e da condenação que dela decorre, porque o homem é incapaz de salvar-se por ela, embora deva viver sob sua prescrição.  Ficou claro, para ele, quanto significa dizer que em Cristo e por Cristo, a "lei" se cumpre, dupla e cabalmente: 
:-: ele a cumpriu no seu aspecto ativo, assumindo em nosso lugar a perfeição da humanidade requerida por Deus desde o Éden… 
:-: ele a cumpriu no seu aspecto passivo, assumindo a pesada sentença condenatória – a morte – decretada por Deus desde o Éden,  e isto também em nosso lugar. 

Para Bliss, isto robusteceu o vislumbre da "independência da morte" que, ocasionada pelo pecado, com sua maldição, liberta-nos mediante a obra graciosa de Cristo. 
Dessa leitura, surgiu um hino, que compartilho hoje.  Um fato marcante: quis a providência divina que Ph P Bliss e esposa fossem transportados à presença do Cordeiro juntos, no mesmo dia, e precisamente 5 anos depois da composição deste hino: o trem em que ambos viajavam, vindo da Pensilvânia para Chicago,  teve uma colisão com o ruir de uma ponte no estado norte-americano de Ohio… Bliss parecia escapar do choque mas, enquanto empenhava esforços para libertar a esposa do vagão deformado, um súbito incêndio ceifou a vida de ambos. 
Abaixo, a letra original, para os que conseguem lê-la, intrepretando… O áudio vai em português… 
Para os que quiserem no Cantor Cristão, é o n° 376… 
Para os que quiserem cantá-lo no Hinário Novo Cântico, é o n° 150…

Free From The Law (1872)
PERFEITA SALVAÇÃO
Philip Paul Bliss (1838-1876)

Free from the law, O happy condition,
Jesus has bled and there is remission,
Cursed by the law and bruised by the fall,
Grace hath redeemed us once for all.

    Once for all, O sinner, receive it,
    Once for all, O brother, believe it;
    Cling to the cross, the burden will fall,
    Christ hath redeemed us once for all.

Now we are free, there’s no condemnation,
Jesus provides a perfect salvation.
Come unto Me, O hear His sweet call,
Come, and He saves us once for all.
Children of God, O glorious calling,
Surely His grace will keep us from falling;
Passing from death to life at His call;
Blessed salvation once for all.

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Abraços, boa semana !
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional