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N° 62 : “TANTO LÁ… QUANTO CÁ…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Junho de 2012

Quão cheia de altos e baixos é a vida. Alguns olham para a sua, comparam com a de outros, e pensam consigo mesmos – A minha tem mais 'baixos' que 'altos' !
Logo fazem lembrar do Salmo 73, quem sabe, o qual relata (do verso 3 ao verso 12) o diagnóstico produzido por um homem justo acerca dos arrogantes e dos iníquos.
"Como eles vão bem…" – é o resumo de sua inveja;  "e olhem como vou eu…" – é o resumo de sua queixa.
A conclusão (temporária) desse salmista é chocante: 
"Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência" (Salmo 73.12).
Não há como negar – é um pensamento que por vezes nos assalta a mente. Pode até variar na forma, mas vem.

Outro dia, um irmão e amigo compartilhou comigo um fato que, por certo, o deixou abatido (será que pensou no salmo ?).
Ele estava na estrada, a trabalho, e de vez em quando fazia uma parada, para tentar falar com a esposa pelo celular; era uma questão de necessidade e preocupação.

Estava num carro que não era dele. Isso já estava durando algumas horas. Já estava ficando preocupado, pois sempre resultava o insucesso nas tentativas. 
Lá pelas tantas, parou no meio de um congestionamento – todo o trânsito parado, já na chegada de sua cidade.

O celular tocou – finalmente, era sua esposa, para dar alguma notícia.
Já que o trânsito estava mesmo parado, e já com a ansiedade de horas se conseguir o contato, atendeu.
Foram poucos segundos, provavelmente, o tempo que durou o que vou tentar reproduzir, de suas palavras :

"Pastor, vc sabe que não costumo falar ao celular dirigindo, e sou um tanto rigoroso nisto; naquela circunstância, trânsito parado, finalmente minha esposa dá sinal, e atendi. Foi o tempo exato para o trânsito começar a se mexer, a caminhonete à minha frente se deslocar para a lateral, e me deixar de frente com um guarda…
Ele só me disse assim : você já está multado!  Parece que, por mais que a gente se cuide, Deus está sempre no caminho para dizer – não descuide ! "

Bem! Talvez, para a maioria de nós outros, o que é uma multazinha por falar ao celular ? E uns pontinhos 'bestas' no prontuário da carteira?
Mas, por todas as circunstâncias envolvidas na vida daquele irmão, inclusive financeiras, eu digo a vocês o que senti que significou o fato:
Talvez, alguma das teses imaginárias abaixo :
– Por mais que eu tente andar certo na presença de Deus, quantos vales ainda há a transpor, para chegar ao alto do monte ?
– Por que logo eu, que já tenho sido muito mais zeloso do que a média, neste assunto ?
– Com efeito, tenho inutilmente tentado conservar puro o coração, tenho procurado lavar minhas mãos na inocência… 
– Será que, depois dos vales, chegarei e andarei pelos altos dos montes ?

Tenho prá mim que o apóstolo Paulo tinha razoáveis motivos (humanos) para pensar, algumas vezes, como o salmista declara.
Ele era um homem respeitável, enquanto fariseu. Quero dizer – socialmente, politicamente, religiosamente, etc…
Quem iria perseguir o homem de posição destacada no meio de sua gente, e também culto como era ?
Mas Deus mudou sua trajetória quando o chamou para ser cristão… e então apóstolo.
Depois disto, vejam como 'cresceu sua honra no meio de seus pares e seu bem-estar', tirando das próprias palavras dele :

"Sou servidor de Deus… em trabalhos (muito mais); muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites, menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágios, três vezes; e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre os patrícios, também entre os gentios, em perigos nas cidades, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns (muitas vezes), em frio e nudez… " (II Coríntios 11.23-27) 
E, enquanto isso, onde estava o Deus que o chamou ?
Quanto rigor… Quanta renúncia necessária… Quantos vales, até chegar ao cimo.
Daí, ter ele afirmado :
"
Porque, quando sou fraco, então é que sou forte ! " (o mesmo apóstolo, no mesmo livro, capítulo 12, verso 10.

Conosco, pode variar, às vezes, mas não muda muito, essencialmente.
Não se trata de proposta para vocação masoquista. Trata-se do tratamento divino.
Uma coisa é certa :
Ele promete (e garante) Sua companhia, sua provisão, sua segurança, tanto nos vales quanto nos montes.
O vale pode ser escuro, com atmosfera carregada, enquanto é claro o topo das alturas, com ar puro.
Mas, Ele está presente, tanto lá quanto cá.
O outro salmista tinha também esta certeza: 
"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam(Salmo 23.4)
E o próprio autor e Senhor da vida e da salvação ratifica : "
E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século " (Mateus 28.20). 
Repito: "estou convosco", disse ele, seja no vale (que parece interminável, às vezes), seja nas alterosas…
Tanto lá… quanto cá… Ali ele está !
Sim, ele está. Não podemos vê-lo; não, ao menos com os olhos da face. Mas com os olhos da alma, onde o Espírito de Deus se faz presente, sim!
Seja nos píncaros … seja no vale – tanto lá… quanto cá!

Nosso hino de hoje foi composto numa situação típica: seu autor estava passando por uma dura prova.
Com a chegada do duro e longo inverno de 1974, os negócios (que dependiam de verão) foram de mal a pior – chegou a acumular uma dívida de não poucos milhares  de dólares. A família sentia a escassez e o racionamento. Perderam a própria casa. Sua esposa se dispôs a inteisificar a oração junto dele, mas tudo parecia um tanto sem solução. Que contraste com dias de outrora.  Noites mal dormidas faziam fila, uma após outra.
Numa delas, lá pelas duas da fria madrugada, veio à sua memória a lembrança de que o Deus da fartura é também Deus na escassez; que o Deus das alturas é também o Deus dos vales, e que Ele promete andar junto, com sua vara e com seu cajado, também nos vales. 
Foi naquela madrugada fria, em meio a lágrimas e oração, que veio à luz esse hino de hoje. 
A despeito dos aplausos, a interpretação de Lynda Randle é tocante.

THE GOD OF THE MOUNTAIN…(1975)
O Deus da Montanha… 
Tracy Dartt (1944-  )

Life is easy when you're up on the mountain
A vida é fácil quando voce está no topo da montanha
And you've got peace of mind like you've never known.
E voce desfruta paz de alma como nunca dantes.
But then things change and you're down in the valley.
Mas, quando a sorte muda, e você desce ao vale
Don't lose faith for you're never alone.
Não perca a fé, porque você nunca está sozinho. 

For the God on the mountain is still God in the valley.
Pois o Deus da montanha é também Deus lá no vale
When things go wrong, He'll make it right.
Quando as coisas não dão certo, Ele há de ajustá-las
And the God of the good times
E o Deus dos tempos bons
is still God in the bad times; 
É também o Deus dos tempos maus;  
The God of the day is still God in the night.
O Deus do dia é também Deus durante a noite. 

You talk of faith when you're up on the mountain.
Você fala de ‘fé’ quando está no topo da montanha
Oh but the talk comes easy when life's at its best.
Oh, mas o falar vem fácil quando a vida está no seu melhor
But it's down in the valley of trials and temptation
Mas é quando descemos ao vale das provas e tentações
That's when faith is really put to the test.
Que a fé é ralmente posta sob teste. 

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Bom final de semana, boa semana a seguir!
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional