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Nº 291 : “QUEM CORROMPE O HOMEM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 19 de Março de 2017

   “O homem nasce bom; a sociedade é que o corrompe”. Certamente já ouvimos (ou lemos) isto em algum lugar, em algum momento. Alguns atribuem esta afirmação ao filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Por ela, dissemina-se que a grande infelicidade do homem está ao seu redor, porque no meio em que ele vive, a sua pureza natural se contamina, se deteriora, se corrompe.

   Na verdade, o que Rousseau disse foi um pouco diferente. Segundo ele, a natureza do homem, quando nasce, é dotada de liberdade, mas correntes de supressão da liberdade o cercam; é dotado de singeleza de espírito, de simplicidade, e depende de educação, para impedir que as forças corruptoras da sociedade o prejudiquem. É como se ele nascesse neutro e isento, piorando quando em contato com o meio em que vive.  Por causa disso é que se associa a frase lá do início com Rousseau.

   Se for assim, não se pode atribuir a uma espécie de maldade inerente do homem vender salsichas e linguiças, por melhor que seja o rótulo, embutidas com uma de quantidade de papelão, a preencher-lhe certa porcentagem; não se pode julgar o homem, quando mistura produtos químicos com a carne já em decomposição, de modo a mascarar sua decomposição; não é culpa da própria natureza do ser humano, quando alguns profissionais do alimento, com a concordância (ou, quem sabe, ordem) dos seus superiores da hierarquia da empresa, reprocessam parte de uma carne moída, ou  de mortadela, ou de presunto, já além do prazo de validade, para aproveitar a parte que está a se perder.

   Quando um grupo de operários, cumprindo ordens de seus superiores, mistura cabeças de porco junto à carne a ser processada e vendida, ou mistura resíduos em decomposição de aves, para aumentar a quantidade da embalagem, ou adiciona ácido ascórbico para restaurar aspecto sanitário à carne putrefata, não é isto um vício decorrente da natureza própria do homem. Quem assim procede foi induzido pela corrupção da própria sociedade. É assim que pensam – e defendem – os seguidores dessa concepção, em toda a sua extensão.

   Sinto muito desapontá-los, todos. Amparado na autoridade e no conhecimento de quem conhece o homem, tanto por fora quanto por dentro, direi que não é assim. Essa autoridade, na qual me amparo, pertence a ninguém menos do que quem fez o homem, viu a sua derrocada moral, mas também providenciou sua recuperação, a seu modo.

   De fato, podemos começar aqui: “Vede, isto tão somente achei: que Deus fez ao homem reto, mas ele foi em busca de muitas invenções” (Eclesiastes 7.29, ARC). Algo lhe aconteceu, ainda no começo, que mudou toda a trajetória – sua e de seus descendentes: “Portanto, assim como por um homem entrou o pecado neste mundo, e pelo pecado a morte, assim passou também a morte a todos os homens por um homem, no qual todos pecaram” (Romanos 5.12, BCF).   Então, veja como Deus descreve os fatos, em Sua Palavra inerrante: Deus primeiro fez o homem bom, mas o pecado o corrompeu.

   Você há de convir que parece com o que os seguidores de Rousseau (e até ele próprio) defendem. O diagnóstico derivado do conceito de Rousseau é verdadeiro; porém, somente para um homem, não para todos: o primeiro, Adão. Depois dele, não há um justo, nem um sequer (Romanos 3.10, ARA). Assim, depois de haver-se corrompido o primeiro, todos que dele procedem também nasceram corrompidos, e não são naturalmente bons. Não é a sociedade que o corrompe, na verdade…

      O procurador federal Deltan Dallagnol disse, poucos dias atrás, que a corrupção, no Brasil, é sistêmica; o ministro do STF Luis Roberto Barroso disse que a corrupção, no Brasil, é sistêmica e estrutural; o jornalista Marco Antonio Villa disse que a corrupção, neste país, é sistêmica e arraigada. Entendo que eles estão certos, e estão falando de um conceito específico de corrupção. Eu, que não sou procurador, não sou ministro, nem sou jornalista, digo até mais do que eles: todos nós – o procurador, o ministro, o jornalista e eu também, como meras amostras de toda a humanidade (“toda”, mesmo) já nascemos com uma tal inclinação pecaminosa (a Bíblia chama de corrupção), que só um poder efetivo pode mudar isso: o evangelho remidor e resgatador de Jesus Cristo!

   Que fique bem claro, e que ninguém se iluda: “Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, da parte de Deus, nosso Salvador, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tito 3.4-6, NVI).  Amém! Graças a Deus!  

   Bill e Gloria Gaither contam que a vida de um homem lhes ‘inspirou’ a compor um hino: Pecador Salvo Pela Graça! Esse homem foi George Younce (1930-2005). George tinha 17 anos, quando deixou seu lar, alistando-se entre os paraquedistas. Lá, o que se esperava durar três meses de aprendizado de uma arte, tornou-se uma ‘escola’, por três anos, de tudo de que deve um jovem se afastar: fumo, maconha, álcool, vida de bar, e assim por diante. Dali, já um tanto esquecido dos valores espirituais que antes aprendera, seguiu para o Alasca, em busca de aventuras. Foi lá, longe de casa, que Deus lhe mostrou, numa noite de sono inconciliado, quão corrompida estava sua vida, quão apodrecido se tornara seu coração. E a esperança, onde fora parar? George reconheceu quão sem esperança estaria, sem Jesus…

 Voltando, dedicou seu coração ao Senhor, e sua vida ao seu Mestre. Quando contou sua história ao casal Gaither, encomendou-lhes: Que tal vocês comporem uma canção que fala da minha história? Vocês já sabem o que sou – não passo de um pecador, resgatado pela graça de Deus!… Não tardou surgir o hino, cujo estribilho diz:

Sou apenas um pecador, salvo pela graça de Deus
Quando eu caminhava para a morte, Ele tomou o meu lugar
Agora, eu vivo e respiro sob liberdade
Com cada fôlego de vida que eu tenho
Amado e perdoado, de volta à vida
Sou, tão somente, um pecador, salvo pela graça!

Ouça o hino, sob a interpretação de Heritage Singers.

SINNER SAVED BY GRACE (1986)
PECADOR SALVO PELA GRAÇA
Bill (1936-…) and Gloria Gaither (1942-…)

If you could see what I was once
Se você pudesse ver o que fui, um dia
If you could go with me
Se você pudesse ir comigo
Back to where I started from
Lá atrás, de onde comecei
Then I know you would see
Então eu sei que você veria
A miracle of love that took me
Um milagre de amor que me arrebatou
In its sweet embrace
Em seu terno abraço
And made me what I am today:
E me fêz o que hoje sou:
An old sinner, saved by grace!
Um velho pecador, salvo pela graça!

CORO
I’m just a sinner saved by grace!
Sou apenas um pecador, salvo pela graça!
When I stood condemned to death,
Quando caminhava condenado à morte
He took my place
Ele tomou o meu lugar
Now I live and breathe in freedom
Agora eu vivo e respiro em liberdade
With each breath of life I take
Com cada fôlego de vida que tenho
Loved and forgiven
Amado e perdoado
Back with the living
De volta com vida
I’m just a sinner saved by grace!
Sou, tão somente, um pecador salvo pela graça!

How could I boast of anything
Como eu poderia me vangloriar de qualquer coisa
I’ve ever seen or done?
Que eu jamais tivesse visto ou feito?
How could I dare to claim as mine
Como eu ousaria reivindicar como minhas
The victories God has won?
As vitórias que Deus conquistou?
Where would I be, had God not brought me
Onde eu estaria, não me tivesse o Senhor
Safely to this place?
Trazido a salvo até onde me encontro?
I’m here to say I’m nothing but
Estou aqui para dizer que nada mais sou, senão
A sinner saved by grace!
Um pecador salvo pela graça!

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Abraços, até à próxima (Tiago 4.15)
Ulisses

NOTAS (versões bíblicas):
ACF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Soc. Bíblica Trinitariana
ARA – Almeida Revista e Atualizada, Soc. Bíblica do Brasil
ARC – Almeida Revisada e Corrigida, Soc. Bíblica do Brasil
BCF – Versão Católica do Pe. Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional