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N° 229 : “DOCE… E MORTO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Novembro de 2015

"Aqui jaz um rio, outrora doce, e vivo!” Eu me transporto, metaforicamente, no tempo, para aqueles anos, um tanto lá atrás, em que residia bem defronte do Rio Doce: apenas a avenida separava minha casa da margem, em Governador Valadares. Bagres, lambaris e piaus eu ali pesquei… Ainda metaforicamente, tento me imaginar lá, naquela margem, onde também ‘visualizo’ essa lápide imaginária. Não é invenção minha: importantes veículos de imprensa especializada noticiaram: “É oficial: o Rio Doce está morto!”

Leio a notícia: diretora de um educandário, no sub-distrito de Bento Rodrigues (Mariana), salva 58 crianças da escola que logo seria coberta por 20 metros de onda de lama; e saúdo essa professora. No mesmo lugarejo, talvez haja corpos que jamais venham a ser localizados, debaixo da lama que endurece, transformando a topografia e o solo. Leio outra notícia: centenas de pescadores, no médio Rio Doce espiritossantense desencadeiam a “Operação Arca de Noé”, capturando do rio espécies, antes que chegue o tsunami lamacento, com o fim de repovoá-lo no futuro. Saúdo esses pescadores também. “Futuro?” Qual futuro? Vejo as imagens do presente, e me solidarizo com aquela gente, também minha gente, enfrentando o que estão a enfrentar, em vários municípios: águas turvas barrentas, carregadas de ferro e outros metais pesados, segundo se afirma; escassez para uso e consumo; peixes, e outras espécies, mortos aos milhares, exalando intensos ‘aromas’, atraentes ao olfato dos urubús; pessoas, pais de famílias, jovens, mulheres, crianças, literalmente a chorar a destruição do seu doce rio. É de chorar também à distância!… Gente que padece, à espera de um mísero quinhão de água numa enorme fila; às vezes, nem chega a receber…

Que lições se pode tirar de um episódio tão grotesco como esse? Quanto a você, que ainda se dá ao trabalho de ler-me, não sei… Só posso falar por mim; falarei, então. Sem querer estabelecer uma ordem de importância, cito…

Primeira: cada vez que se anuncia um desastre ecológico, ou um atentado terrorista, ou os efeitos insuportáveis de uma seca que ferve o nosso clima, vejo a oportunidade para o ‘dever-de-casa’ do princípio fraterno de solidariedade. Somos todos uma só espécie! A dor dos meus semelhantes é também a minha dor!… Até a água que, há poucos minutos, fui buscar em minha geladeira, me pareceu a água que Davi derramou em libação solidária (se você quer entender, leia todo o episódio em  II Sm 23.13-17). Agradeço a Deus por tê-la, condoendo-me com os que não a têm… Como eu disse no tempo do tsunami asiático de 2004: ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO! Hoje, é ali, lá ou acolá. E amanhã?

Segunda:  Deus, a cada dia que vejo as notícias que se mostram, o tempo em que estamos vivendo, aprendo mais a ter temor de Ti! Eu sei que todas as coisas estão debaixo do controle das Tuas mãos, e nada ocorre por acaso! Como eu disse no tempo do tsunami asiático de 2004: O TIMONEIRO DO BARCO NÃO É SÁDICO! Ele sabe o que faz!… E, porque faz!… Não duvide! “Ele mesmo é o que dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; por que nEle mesmo vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17. 25,28, BCF).

Terceira: Deus, ó Deus! Jamais direi como o brilhante poeta baiano: “Deus, ó Deus, onde estás, que não respondes? Em que mundo, em que estrela tu te escondes, embuçado nos céus?” (Castro Alves, 1847-1871, em Vozes d’África, 1864). Não, eu sei que Tu estás ali, aqui, sempre por perto, sempre presente, e em breve todo olho verá aquEle em quem Tu te manifestas, e que há de se manifestar no Juízo Final… “Se subo ao céu, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também…” (Salmo 139.8, ARA).

Quarta: a cada dia, repriso a lição da responsabilidade… Se há um futuro, no qual ainda devem viver meus filhos, quiçá meus netos, ou os filhos deles, preciso ser, hoje, responsável para com o chão, o ar e as águas das quais eles dependerão!… Nada disto me pertence, como também não pertenceu aos meus antepassados, e não pertencerá, tampouco, aos meus sucessores – tudo pertence a Ti, e deve glória e tributos a Ti, somente!

Quinta: pode parecer que não é hora de dizer isto, mas, como estou falando de mim, posso: cada acontecimento alarmante desses me põe, mais e mais, em estado de alerta, de que o fim está próximo. “Haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; na terra, angústia das nações… homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo… E então verão vir o   Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória… porque a vossa redenção está próxima” (Lucas 21.25-28, ACF). Como disse, ainda na minha reflexão sobre o tsunami: “OS ACIDENTES DO PERCURSO SÃO SINAIS DA CHEGADA!”  Ouço muitos dizerem: o mundo está em caos! Pois, então, é hora de reconhecer seriamente: o caos tem próximo o seu fim, porque se aproxima o fim que inicia a eternidade. Se os sinais do presente não te forem suficientes para reconhecer isto, talvez o sejam os que poderão vir, no futuro próximo…  

Também ‘choro’ o rio, outrora doce e cheio de vida. Mas, não posso me esquecer de minhas lições. Antes que venham outros lembretes… 

Use o nosso Audio Player online, e ouça mais um dos hinos do ex-piloto da Força Aérea Americana, que eu tanto aprecio…  

BREVE VIRÁ
COMING AGAIN (1957)
John Willard Peterson (1921-2006) 

AudioPlayer online  (controle de volume à direita)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br 
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional