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N° 172 : “JESUS – UMA LENDA?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 05 de Outubro de 2014

“Jesus nunca existiu! Trata-se de uma lenda, urbana ou do deserto. Estudei 126 escritores da época, e nenhum o cita”. Esta é a tese defendida pelo historiador norte-americano Michael Paulkovich, agora publicada sob o título No Meek Messiah (“Nenhum Messias Humilde”), e impulsionada por entrevista ao jornal Daily Mail.  Segundo ele, Jesus Cristo é uma figura de ficção, criada por certos judeus, para atender ao fim de ter um ídolo religioso a quem reverenciar. Paulkovich alega ter estudado extensivamente escritores entre o primeiro e o terceiro século, e só encontrou menção no historiador judeu Flavius Josephus. Mas, julga que pode ter sido um acréscimo intencional em qualquer reedição do livro, depois de escrito no ano 95 do primeiro século.

Procurei dados sobre esse ‘fenômeno’ contemporâneo dos estudos históricos; até agora, só descobri que ele padece do mesmo mal de que acusa a Jesus de Nazaré – um verdadeiro desconhecido. Bem! Pelo menos, até agora; mesmo sem ser vidente, prevejo que a partir de agora, sua assertiva vai conferir-lhe notoriedade. Sim, porque, em certos círculos, propor contundentes teses contra a legitimidade do cristianismo vende rapidamente, encanta multidões. O Amazon Books, que logo passou a vender seu livro, diz que ele é articulista de três revistas de defesa racionalista e ateísta. Esse desconhecido historiador do século XXI aduz, em favor de seu argumento, que a maneira como Jesus foi descrito é como um líder religioso que cria em lendas, tais como “Adão e Eva”, “Noé e o Dilúvio”, a cura de judeus picados por cobras meramente pelo olhar a uma escultura de bronze, “Jonas e o grande peixe” e a estátua de sal na qual foi transformada a mulher de Ló.

As premissas do historiador revolucionário começam, como se pode ver, com a tentativa de descredenciamento dos próprios autores cristãos, Paulo de Tarso o mais pródigo deles (tido como mal-intencionado criador do cristianismo), além de Pedro, João, Lucas, etc.; passeia pelo pressuposto da contestação de um fato bíblico pelo simples motivo de ser entremeado com ação divina sobrenatural (como o próprio nascimento virginal e sobrenatural de Jesus, ou como a sua ressurreição); ousa até desvirtuar historiadores sérios e atestados, como Sêneca (3 a.C.-65d.C), Josephus (37-100 d.C.), Tácito (56-117), Plínio, o Moço (61-113), e Suetônio (69-141). Por último, descarta os escritores cristãos como fontes dignas de crédito, pelo simples fato de serem cristãos.

Ora, se alguém parte para uma pesquisa já almejando contestar um tema, é natural que sua pesquisa desabone, a priori, todos os que sustentam o tema; é o que pode explicar seu repúdio aos escritores bíblicos e aos escritores cristãos, depois deles (Policarpo de Esmirna, Inácio de Antioquia, Justino, o Mártir, Irineu de Lion, Athenágoras de Atenas, entre outros). Além do mais, é preciso lembrar que todos escreveram, majoritariamente, em tempos de severas perseguições; promover a autenticidade cristã poderia acarretar castigos, que só os cristãos desafiariam. Quanto ao desvirtuamento e a desqualificação do que tradicionalmente se lê em clássicos escritores não cristãos (como os citados acima), falta a Paulkovich o respaldo da erudição contemporânea… Ele está falando quase sozinho; fazem-lhe companhia apenas autores que partem das mesmas premissas, e buscam os mesmos fins. É o caso de certo contingente de autores dos tempos modernos, que buscam convencer a geração de que o cristianismo é uma farsa, e que Jesus Cristo é o elemento central dessa farsa – um charlatão, ou uma caricatura criada por interessados.

É previsível essa empreitada. Previsível, aliás, já por séculos. Paulo de Tarso, a quem Paulkovich tenta descredenciar, seria um perfeito idiota se, gozando de todas as regalias do farisaísmo judeu, que era subvencionado pelo império romano, trocasse todas essas regalias para ter, pelo resto da vida, a cabeça a prêmio, a partir de quando se tornou cristão. E, foi o que aconteceu, tanto pela parte de compatriotas judeus quanto por romanos. Aos coríntios, lugar de orgulho pela cultura grega da época, escreve: Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo.(I Coríntios 15.1-8, ARA).  Pedro já previa dias futuros em que o escárnio de pessoas quanto à palavra de Cristo andaria solta nas suas bocas (II Pedro 3. 1-7).

Com respeito a gerações de pessoas que cultivavam a esperança da promessa de Cristo, o escritor de Hebreus relembra as ‘regalias’ que receberam, pelo que trocaram a vida cômoda: uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito…(Hebreus 11.35-40, ARC). Estas coisas, informe-se ao senhor Paulkovich, foram escritas nos dias de Jesus Cristo, a respeito de cristãos que supostamente criaram uma lenda para depois sofrer e morrer por causa dela. Que troca! Assemelha-se à troca que alguém venha a fazer, nos nossos dias, das palavras ricas de salvação e de vida eterna, as quais estão na Escritura (que o historiador quer desmentir), e que estão na pessoa singular, divino-humana de Jesus Cristo (que o historiador quer ridicularizar), por palavras tão néscias, de gente cuja autoridade é visivelmente questionável. Diante de tal dilema, pergunto eu – com quem você fica? Com a Palavra de Deus, palavra do Verbo divino, ou com a pregação do anti-cristo? Não se enganem: Se algum de vocês pensa que é sábio segundo os padrões desta era, deve tornar-se "louco" para que se torne sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura aos olhos de Deus. Pois está escrito: ‘Ele apanha os sábios na astúcia deles’; e também: ‘O Senhor conhece os pensamentos dos sábios e sabe como são fúteis’. (I Coríntios 3:18-20, NVI). Por favor, não erre na escolha…

No nosso hino de hoje, o autor fala de como é sua percepção pessoal acerca do Jesus da história, que é o Jesus da fé. A composição lhe ocorreu depois de um dia, ao chegar de viagem, esperando encontrar em casa a esposa, nada dela encontrou senão um bilhete, em que revelava o seu abandono. Diz o autor, em seu idioma original:
 

No One Ever Care For Me Like Jesus (1932)
Ninguém Se Importou Comigo Como Jesus

Charles Frederick Weigle (1871-1966) 

No one ever cared for me like Jesus
(Ninguém jamais se importou comigo como Jesus)
There’s no other friend so kind as He
(Não há outro amigo, terno como Ele)
No one else could take the sin and darkness from me
(Nenhum outro poderia tirar de mim o pecado e as trevas)
Oh! How much He cared for me!
(Oh! Quanto Ele se importou comigo!)
Ouça, mediante nosso audioplayer online… 

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Abraços, até à próxima
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, w w w . bibliacatolica . com . br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'