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N° 156 : “MURMÚRIOS DA TERRA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Maio de 2014

Sabe onde foi parar o disco mais eclético do planeta? A propósito: eclético, por que? Porque, além de mensagens de voz, une gravações tais como a Quinta Sinfonia, de Beethoven, o primeiro movimento do Concerto Bradenburgo, de Bach, ou mesmo execuções de rock, tais como uma peça na frenética guitarra de Chuck Berry (1926…). Sim: sabe onde foi parar essa raridade, que ninguém adquiriu no planeta, para sua coleção? Na verdade, não é apenas um disco, mas mais de um. Bem, a esta altura dos tempos, estão simplesmente a mais de dezenove bilhões de quilômetros de seu ponto de partida. Mais precisamente, no interior da sonda Voyager 1, da NASA, já fora dos limites do nosso sistema solar, como se fora um presentinho ao primeiro ser extraterrestre que encontrar. A Voyager foi lançada ao espaço em 1977. E, deve continuar viajando por mais uns 15 anos, supõe-se. Os ‘discos’ de que estou falando constituem o famoso Golden Record, inspirado pelo astrônomo Carl Sagan (1934-1996). Além das gravações musicais, há fotos e diversas mensagens, em 55 idiomas terreais (até em Português). Muitas delas foram publicadas na obra de Sagan – Murmúrios da Terra (Murmurs of the Earth).

Algumas dessas mensagens são solenes, como a do então secretário-geral da ONU, Kurt Waldheim (1918-2007): “Eu lhes saúdo em nome do povo de nosso planeta. Estamos pisando fora de nosso sistema solar, adentrando o universo, em busca apenas de paz e amizade, para ensinar, se nos for solicitado, ou para aprender, se nos for concedido”. Mas, há outras parecendo bastante pueris: “Amigos do espaço, como estão vocês? Já se alimentaram, hoje? Venham e nos visitem, se tiverem um tempinho!”. Só que estão lá, no Golden Record, discos feitos em cobre e recobertos de ouro. É verdade mesmo. Quem sabe, quando uma das sondas Voyager atingisse um planeta com uma civilização distante e evoluída, teríamos nós, enfim, entrado em contato com os seres extraterrestres que deram origem à civilização humana… Não seria estupendo? Seria como se encontrássemos ancestrais distantes muito famosos. Já imaginou, uma nova descoberta da investigação do espaço, desbancando a expectativa de que, dentro em pouco, nossos destemidos astronautas estariam frente a frente com os marcianos? Seria fantástico!

Pergunto eu: até onde vai a presunção humana? Até onde vai essa sensação de que está ao alcance do homem investigar e descobrir fatos e lugares, por exemplo, do nosso espaço interestelar, simplesmente ignorando o que Deus mesmo tem dito sobre estes fatos e lugares? Até onde pode chegar a presunção humana de fazer o papel de Deus? De colocar-se no lugar de Deus? Quando a ocorrência do dilúvio universal, aquele, dos dias de Gênesis, trouxe Noé e sua família de volta à terra firme, bastou passar certo tempo de gerações de sua prole para ouvir-se a conclamação: “Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.” (Gênesis 11.4, ARA). Que aspiração: tornemos célebre o nosso nome… elevemo-nos até o céu… Presunção mais presunção… Jactância soberba de quem mal mal consegue subir uns metros – chegar até o céu!

Quando Jesus Cristo confrontou a arrogância das cidades de Israel, que deveriam ter tido a humildade de acolher o Filho de Deus, manifesto em sua humildade, chegou a imprecar contra uma das cidades – berço de sua criação como homem na terra: “E tu, Cafarnaum: serás levantada até o céu? Até o inferno, serás abatida…” (Lucas 10.15, ARC). Na advertência contra a arrogância e a presunção de certo reino, fala o profeta em nome de Deus: “Sua soberba foi lançada na sepultura, junto com o som das suas liras; sua cama é de larvas, sua coberta, de vermes. Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à terra, você, que derrubava as nações! Você que dizia no seu coração: ‘Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo’. Mas às profundezas do Sheol [inferno] você será levado, irá ao fundo do abismo! Os que olham para você admiram-se da sua situação, e a seu respeito ponderam: ‘É esse o homem que fazia tremer a terra e abalava os reinos, e fez do mundo um deserto, conquistou cidades e não deixou que os seus prisioneiros voltassem para casa? ” (Isaias 14.11-17, NVI).

Nota-se que a presunção humana vem de longa data. Não é só no ambiente da NASA, onde se tenta, há mais de vinte e cinco anos, descobrir pelo espaço sideral origens humanas, já tão claramente conhecidas pela Bíblia. Também em várias outras áreas da existência. O ser humano é presunçoso por natureza. Por isto tem tanta objeção em reconhecer a Deus a glória que a Ele pertence, e prestar-lhE a glória que lhE é devida.

Presunção é um veneno mortal que circula pelo sangue humano. A Bíblia denuncia que seria marca saliente da humanidade, nos tempos em que estamos vivendo: Romanos 1.30 e II Timóteo 3.2. Querer alcançar o espaço e os planetas, sob a suposição de que ali estariam os genitores dos habitantes deste planeta em que vivemos, dando conhecer a eles a nossa música, os sons e imagens das nossas culturas variadas, as mensagens de saudação, paz e boa-vontade, supondo-lhes ancestrais da nossa existência é, não apenas funda ignorância travestida de inteligência; é grosseira presunção, travestida de curiosidade científica. Assim somos nós, no geral. Por tal razão, a Palavra de Deus chega a classificar o homem de indesculpável: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar. Porque, conhecendo a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, extraviaram-se em seus vãos pensamentos, e se lhes obscureceu o coração insensato. Pretendendo-se sábios, tornaram-se estultos…” (Romanos 1:20-22, BCF).  

Não sou contra a investigação dos fatos e da verdade, a investigação científica. Pelo contrário, até. Mas, sou contra o elevado gasto de bilhões em dinheiro e riquezas da humanidade para a obstinada busca de respostas inalcançáveis por vias tão dispendiosas. Essas, podem ser obtidas com poucos recursos financeiros, em boas promoções, na aquisição do “velho livro da capa preta”; prá quem já o tem, fica, sem embargo, de graça.  Muito melhor, muito mais sensato é o homem recolher-se em sua insignificância, comparada à magnitude divina; é reconhecer como confiável e suficiente a revelação divina sobre si mesmo; é identificar os seus limites, os limites da sua investigação; é tributar louvor a Deus pelas fantásticas descobertas que, longe de desmentir o conhecimento que provém de Deus, o confirmam. E, por fim, policiar seu coração e sua mente presunçosos. “Pois, quem é que te faz sobressair? E, que tens tu, que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (I Coríntios 4.7, ARA).

Carl Sagan compilou as pretensas mensagens, em 55 idiomas, aos "extraterrestres", em "Murmúrios da Terra". Mas a terra não murmura: ela proclama, em alto e bom som, seu Criador. Assim proclamam também os astros, e todo o universo! 

Prá finalizar, que tal uma mensagem musical pertinente? Gary Smith executa, ao piano. A letra, numa de suas traduções, segue abaixo…

How Great Thou Art (1886)
Quão Grande És Tu
Carl Boberg (1859-1940), com melodia sueca tradicional

Senhor meu Deus, quando eu, maravilhado, Contemplo a Tua imensa criação,
A terra e o mar e o céu todo estrelado, me vêm falar da Tua perfeição.
Então minha alma canta a Ti, Senhor: Grandioso és Tu! Grandioso és Tu
Então minha alma canta a Ti, Senhor: Grandioso és Tu! Grandioso és Tu!
Quando as estrelas, tão de mim distantes, vejo a brilhar com vívido esplendor,
Relembro, ó Deus, as glórias cintilantes, que meu Jesus deixou, por seu amor.
Olho as florestas murmurando ao vento, e ao ver que Tu plantaste cada pé,
Recordo a cruz, o lenho tão cruento, e no Teu Filho afirmo a minha fé.
E quando Cristo, o amado meu, voltando, vier dos céus o povo Seu buscar,
No lar eterno quero, jubilando, a Tua santa face contemplar.

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses


Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'