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N° 147 : “AMIGO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 23 de Março de 2014

"Amigo é coisa prá se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração; assim falava a canção que na América ouvi… Amigo é coisa prá se guardar do lado esquerdo do peito, ainda que o tempo e a distância digam ‘não…" Qualquer um, mesmo que não conheça muito da música popular brasileira (como é o meu caso), pode se lembrar destas frases, já famosas na voz do mineiro Milton Nascimento. Talvez não tão conhecida, mas caminhando em rumos parecidos, a voz harmoniosa do quarteto MPB4, na poesia de Aldir Blanc e Sílvio da Silva Júnior: “Amigo é prá essas coisas… Amigo, sua amizade basta, o apreço não tem preço…”. Até na arte popular, o valor de uma amizade verdadeira é cantado e decantado. Quem, hoje, não diria que impagável valor tem uma amizade sincera, verdadeira, presente nas horas de necessidade, recíproca nas horas de ansiedade?…

Não muito tempo atrás, fiquei estarrecido ao ouvir da boca de alguém que eu achava ser meu amigo a seguinte declaração: “Ulisses, eu não tenho amigos. Bem, tenho muitos amigos, mas amigos de verdade, daqueles que fazem jus à expressão mais pura da palavra, não tenho, porque eu mesmo os afastei de mim, a todos! “Você não acha estarrecedor, não? Anos atrás, uma campanha religiosa no Brasil criou a vinheta musical com o seguinte mote: “Se uma boa amizade você tem, amizade vem de Deus e é um bem! Uma boa amizade você deve conservar, como é bom quando se sabe amar. Amizade vem de Deus e a Deus deve levar, como é bom quando se sabe amar. Uma boa amizade é mais forte do que morte; mesmo longe, na saudade, a amizade vai ficando até mais forte”… Devo reconhecer que se trata de uma poesia bonita, tocante, verdadeira.

É verdade! Seres humanos são dependentes. Dependentes até de amizades. Pena que a modalidade pós-moderna de amizade supre tão pouco… Refiro-me à amizade virtual. Se, por um lado, ela parece evitar os arranhões naturais do convívio, por outro lado tem um grande déficit – o do afeto mais genuíno. Então, veja: A Bíblia fala de praticamente tudo. Do que ela não fala, é porque não precisa falar. E fala de amizade, de amigos, também.

Por exemplo, quão tangente é o apelo de Jó, em meio aos seus sofrimentos, aos seus amigos, ali circunstantes: “Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso. (Jó 6.14, ARC). É a expressão dessa dependência de que falei. Pode alguém arfar-se e dizer – eu não preciso disto!? Por outro lado, há um personagem bíblico que, com alma lancinada, declara quão infeliz se encontrou pelo seguinte tipo de desapontamento: “Se um inimigo me insultasse, eu poderia suportar; se um adversário se levantasse contra mim, eu poderia defender-me; mas logo você, meu colega, meu companheiro, meu amigo chegado, você, com quem eu partilhava agradável comunhão enquanto íamos com a multidão festiva para a casa de Deus!” (Salmo 55.12-14, BCF). O filho de Davi que assumiu seu lugar no trono de Jerusalém talvez não tivesse tantos amigos na vida; nem por isto escapou-lhe a verdade: “Em todo o tempo ama o amigo; e, na angústia se faz o irmão (Provérbios 17.17, ARA). No entanto, foi também Salomão quem chegou a uma conclusão cristalina, fato que toma parte na experiência de vida de inúmeras pessoas: “Quem tem muitos amigos pode chegar à ruína, mas existe amigo mais apegado que um irmão.“ (Pv 18.24, NVI). Entendo a hipotética possibilidade dessa ruína ante a eventualidade de amizades efêmeras, insinceras. E, se você é um daqueles galardoados em quem a amizade mais chegada é, também, a de um irmão ou irmã, que bem-aventurado você é!  

No entanto, se, no elenco dos que você considera amigos, sente estar faltando um; quem sabe, talvez, aquele mais chegado que todos, tenho um candidato a lhe apresentar. Aliás, ele é candidato até para aqueles que já o incluíram no seu círculo de amizades, mas, que, por dados momentos, o mantêm à borda do círculo. Ele já tem discurso próprio… Já chega dizendo: “Já não chamo vocês de ‘servos’, porque o servo não conhece a vontade do seu senhor. Tenho, porém, chamado vocês de ‘amigos’, porque todo o conhecimento que o Pai celestial partilhou comigo para compartilhar com vocês, em sua totalidade vos tenho dado a conhecer “ (João 15.15, versão livre). Ele se dispõe a ser amigo dos que cometem falhas, em qualquer dimensão (se você não comete falhas, este assunto não te interessa); é o que se depreende de Mateus 11.19…  Ele é o único que faz aquele discurso parecido com o de muitos políticos, mas com a intenção inteiramente sincera: “Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer. “ (Lc 12.4, BCF).  É, também, o único que fez por seus amigos aquilo que nenhum outro amigo jamais faria, na extensão que ele realizou: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. “ (João 15.13, ARA). É, de fato, o amigo melhor.

Se amigos te faltam, se alguns te desapontam, ou se este amigo se encontra meio na periferia do círculo, ou se falta, ainda, aquele vocacionado para ser o maior e o melhor, apresento o único candidato que preenche todos os requisitos (e ainda os supera) – Jesus Cristo! Faz dele seu amigo; ele não desaponta. Jamais! Ainda que, momentaneamente, pareça desapontar, mantém-se dizendo – Aguarde… Sou eu, o teu melhor amigo, que estarei junto aos umbrais dos portais eternos, se você for meu verdadeiro amigo, do jeito que eu defino, para lhe dizer: “Vinde, benditos de meu Pai – entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo!” (Mateus 25.34, ARA). “Amigo é coisa prá se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração…” Principalmente, se for ele este, que elejo o maior e melhor!

Prá finalizar, uma mensagem musical pertinente, interpretada pelo Grupo Prisma.

“O Maior Amigo de Todos”. 

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'