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N° 139 : “FORTE AMPARO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 26 de Janeiro de 2014

Dédalo e Ícaro eram pai e filho. Na mitológica estória grega, Dédalo era um grande arquiteto e hábil artífice. Foi ele quem construiu, em Creta, o labirinto, junto ao palácio do Rei Minos, para que este ali aprisionasse o minotauro. Um dia, foi o próprio Dédalo que caiu em desgraça perante o rei Minos; por isto, este o aprisionou em sua própria obra prima, quando já não mais existia o minotauro. Também seu filho, Ícaro, foi ali aprisionado com o pai. Dédalo podia suportar a prisão do labirinto com mais resignação; não era esse o caso, porém, do jovem rapazote. Mais doía a Dédalo o sofrimento do seu filho, do que o seu próprio, naquele labirinto engenhoso e inexpugnável. A única maneira que restou a Dédalo para salvar a vida do seu filho foi a de aproveitar-se das penas que caiam das aves, e da cera das abelhas que ali construíram colméias. Com a cera e com as penas, confeccionou asas, para si e para o filho, com as quais poderiam voar para fora da torre do labirinto, atravessando o Egeu. Dédalo advertiu ao jovem: Não voe muito baixo, para que as asas não venham a pesar demais com a absorção da umidade do mar; também não voe tão alto, para que o calor do sol não derreta a cera, desmontando as asas. Tão somente, fique próximo de mim”. Enquanto fez como o pai orientou, Ícaro singrou os ares sobre o Egeu, em fuga, na companhia de Dédalo. Mas, o encanto de fugir, e de poder voar, levou o jovem Ícaro a subir, afastando-se do pai, malgrado os insistentes apelos deste para que ele contivesse seu ímpeto. O calor do sol mais intenso das alturas derreteu as asas de Ícaro, e ele despencou para o mar, para tristeza do pai que, sozinho, conseguiu chegar a outra ilha.

Trata-se de mera mitologia, eu sei… Mas, lembrei-me desta história, que li quando ainda criança, ante os dias que estamos vivendo. A ordem de Dédalo, mítico personagem, dirigida ao seu filho, é paradigma de um ensinamento – “Tão somente, fique próximo de mim!”.  Cada um de nós – o que escreve, os que lêem, tem experiências diferentes como filhos; e, também, diferentes experiências como pais. Contudo, no Livro de Verdades Eternas de Deus, há um paradigma ainda mais importante do que o de Dédalo para Ícaro. Ao falar dele, minhas lembranças voltam-se para longe, no tempo. Entre tais lembranças, ainda posso ‘ouvir’ aquele meu precioso mestre a repetir, ressaltando as sábias palavras do sábio homem de Deus: “No temor do Senhor tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos” (Provérbios 14.26, ARA). Não só lembrava, repetia, e ensinava, como também cantava. 

Mas, e se, no momento, os filhos não estiverem ‘com cara’ de que estejam usufruindo desse refúgio? Nem por isto a verdade da promessa se desvanece. Aquele que promete é infalível. Há como buscar, cultivar maior nível de temor do Senhor – sempre há. E, com isso, a promessa se revigora. Um dia, quando, talvez, menos esperamos, ela vem e se cumpre. Talvez, por favores, ou agentes inesperados – Deus é quem sabe! Uma coisa é certa: pais que cultivam crescente temor do Senhor, podem esperar que isso se faça forte amparo, “refúgio para os seus filhos”.

E mais: quando pais buscam cultivar, conforme os preceitos de Deus, o temor do Senhor, Deus cuida dos filhos que Ele mesmo lhes deu. Eles podem dizer à semelhança de Dédalo: “Tão somente, ande próximo de mim, filho!”. Porque, a equação espacial é simples: Se ‘A’ é igual a ‘B’, e ‘B’ é igual a ‘C’, segue-se que ‘A’ é igual a ‘C’… Quando pais andam próximos de Deus, e filhos andam próximos dos pais, segue-se que filhos andarão próximos de Deus. Não farão como Ícaro: se o encanto do vôo próprio lhes arrebatar, por certo tempo (e é natural que ocorra), não tardará o dia em que virão, de novo, para junto do Todo-Poderoso. Acho que a fórmula da promessa é compreensível: “No temor do Senhor”… “forte amparo”. Se é amparo, é porque pode o homem cambalear… Se cambalear, o forte amparo, único forte amparo, continua sendo o “temor do Senhor”; sabe o que ele é?  “… é límpido, e permanece para sempre” (Salmo 19.9, ARA). Sabe o que mais é ele? “… é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é a prudência” (Provérbios 9.10, ACRF).

Certamente que, para alguns que lêem, a descrição é matéria de fato. Estão em júbilo, porque Deus, no temor deles, tem sido refúgio para seus filhos (mesmo que estes nem saibam disto, ou não saibam quanto). Certamente que, para outros que lêem, a descrição hoje é desafiadora. Estão, a esta altura, orando como o profeta: “Aviva, ó Senhor, a tua obra, no meio dos anos; no meio dos anos, a notifica; na ira, lembra-te da misericórdia” (Habacuque 11.32-34, ARC). Temos tempos e ocasiões propícias para dizer ao Santo: Senhor, como tu tens sido forte amparo, refúgio para meus filhos! 

Temos, também, ocasiões para dizer ao Santo: Senhor, sê Tu o forte amparo, o refúgio para meus filhos; mas, ajuda-me a cultivar o temor do Senhor!.

E, por fim, digo apenas… AMÉM!   Você também diz? Então, AMÉM!!!

Nossa mensagem musical de hoje é mais uma da talentosa compositora Fanny Jane Crosby. Como diz uma de suas biógrafas: Ela não podia ver com os olhos naturais, mas podia ver com o coração. Ela não podia descrever a face de outro ser humano, mas era capaz, como poucos, de descrever a face de Deus. Veja por causa de um erro médico, no início da vida, sua vida era diferente de muitas, mas não era pior que tantas. Sustentou-se a si própria, ensinando, apesar de cega, tinha muitos amigos e intercessores. Ela mesma disse, de si – ‘Parece ter sido intencional, pela bendita providência divina, que eu ficasse cega por toda a minha vida. Por esta providência, eu agradeço a Deus. Se perfeitos olhos humanos me fossem oferecidos amanhã, eu não os aceitaria. O louvor de minha vida, rendida a Ele, se eu tivesse sido distraída pelas belas e interessantes coisas ao redor de mim’.
 
Isto ela declarou na ocasião da composição do hino de hoje.

Ouça, com nosso reprodutor de áudio online…

Abrigo na Rocha (He Hideth My Soul, 1911)
Fanny Jane Crosby (1820-1915)

Audio Player Online (controle de volume à direita)

Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ACRF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica . com . br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional'