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N° 348 : “EMPATIA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 24 de Junho de 2018

Você acredita na boa fé desses programas de televisão que realizam sonhos de determinadas pessoas, ou famílias? Você já deve ter visto algum: um, proporciona a quitação de uma grande dívida; outro, proporciona uma casa própria; outro, uma reforma completa; outro, um tratamento médico caro; outro, um reencontro familiar após longo tempo…

Alguns cidadãos da população são ‘descobertos’ para o programa, caso dêem uma boa história; entretanto, alguém já viu algum programa desses que não mostrasse uma marca patrocinadora da benesse? Sempre há um negócio “benfeitor” por trás do sonho realizado. Querendo ou não, há uma publicidade implícita; e, da maneira mais eficiente: associada com a “bondade”, com a “generosidade”. Não duvido de que, no decorrer do enredo da produção com as pessoas, sentimentos aflorem; mas, crer que o projeto nasceu, primordialmente, sob o sentimento da empatia, de aliviar a dor alheia? Acredite quem quiser…

Enquanto isso, milhões têm seu sonho acalentado por anos a fio, sem ver a chance de realizá-lo. Por exemplo, o José, que eu conheci em São Paulo. Trabalha na zeladoria de um prédio da zona sul da cidade. Veio, do interior nordestino, ainda jovem, há mais de trinta anos, para a capital paulista; sempre morou no subúrbio. Seis vezes por semana, pega os múltiplos transportes coletivos, incluindo o metrô, para ir e voltar, entre trabalho e moradia. Casou-se com outra migrante nordestina, mas não tiveram a felicidade de ter filhos; na “cidade grande”, são eles dois, sós.

Nesse ínterim muitas vezes já quis voltar à sua terra, rever familiares; e quem disse que conseguem ajuntar algum dinheirinho para a jornada? Passaram-se mais de trinta anos, sem ver mais ninguém da família. São como exilados. O pai faleceu, ele não viu; a mãe faleceu, ele não viu. Outros membros da família já se foram, por lá… Saudades? Muitas!… Sentimento que corrói o coração partido, de um 'exilado'… E, quem se importa? Assistem, vez por outra, os pórticos de esperança dos sonhos na tevê, sonhando, um dia, estar no lugar de um daqueles felizardos…

Para sentir a dor alheia, para avaliar a necessidade ou a angústia do semelhante humano, é preciso um sentimento profundo e altruísta, um tanto raro hoje em dia: chama-se “empatia”. Os manuais de psicologia costumam definir empatia como um exercício de capacidade, que envolve afetos, cognições e controles emocionais que levam alguém a identificar-se com o sentimento que outra pessoa tem, em determinada circunstância. Pela empatia, eu consigo sentir a dor emocional, o regozijo, a angústia, a sensação de vitória (seja qual for o sentimento) que outra pessoa sente.

A empatia na dor, no ser humano, pode variar em intensidade, e também em duração. Mas, há um fato indiscutível: só consegue cultivá-la adequadamente quem também já sofreu, já se angustiou. Quem nunca passou pelas procelas típicas da miséria humana, pouca empatia tende a ter. Só conheço um exemplar da humanidade que atingiu o topo, tanto na intensidade quanto na duração. Ele assumiu a humanidade, mas era, antes, divindade (sem deixar de ser, quando encarnou).

Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hebreus 2.17,18, ARA).

Jesus foi, e é, o máximo inigualável em empatia. É o único que pode mensurar precisamente o nosso sentimento de carência, de desalento, de fraqueza, de desilusão, e ter verdadeira compaixão de nós. “Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hebreus 4.15,16, NVI).

Nestes registros da Palavra de Deus, encontramos que esta foi a razão de fazer-se, ele próprio – divino que era – humano como nós: empatia! A razão de ele interceder ao Pai Celeste por nós, como ele intercedeu? Empatia! A razão de haver assumido, só e desamparado, a cruz mortal, em lugar dos que ele veio salvar da perdição eterna? Empatia! A razão pela qual ele se dispõe a nos socorrer, a nós, desvalidos e combalidos pelas lutas da vida? Empatia! E ele o faz com poder e graça!

Se empatia é aquela capacidade, exercitada (e não incubada, ou falseada) de compadecer do semelhante em fraquezas, tentações, insucessos, apreensões, tormentas e tempestades, ninguém melhor do que Jesus! Somente nele podemos depositar todas as apreensões e esperanças! Sua empatia é inigualável!

O autor do hino que hoje encerra nossa reflexão o compôs numa fase difícil. Passava ele por dupla provação. A dupla provação atingiu, a um só tempo, sua saúde e seu trabalho, o ministério. As tentações que vieram junto com as provações (sempre é assim) lhe atingiram em cheio a alma, com profundos questionamentos. Podemos quase adivinhar que tipos de questionamentos – normalmente os "por que's" interrogativos, reflexivos… Seu conforto e seu escape veio com um bálsamo: viu empatia em Jesus! Quem canta em solo é Doug Oldham (tio de Joni Eareckson Tada), com companhia de Ben Speer e coro de Gaither Homecoming. Depois da transcrição da letra, o nosso AudioPlayer Online… 

 

DOES JESUS CARE? (1900)
JESUS SE IMPORTA?
Frank E. Graeff (1860-1919) & Joseph Lincoln Hall (1866-1930)

I – (Doug Oldham) Does, does he [Jesus] care when my heart is pained
Será que Jesus se importa, quando meu coração está dolorido
Too deeply for mirth or even a song? …
Profundamente sequioso por um pouco de alegria, ou mesmo uma canção
When the burdens press, when the cares press down and distress,
[Se importa ele] Quando as aflições oprimem, e as preocupações sobrecarregam e atormentam 
And my way grows weary and long?
Quando o caminho se torna enfadonho e longo? 

CORO (RESPOSTA PARA TODAS AS PERGUNTAS)
Oh yes, He cares, I know He cares,
Oh, sim, Ele se importa, eu sei que ele se importa
His heart is touched with my grief;
Seu coração é tangido por meus pesares
When the days are weary, the long night's dreary,
Quando os dias são fatigantes e a longa noite é sombria
I know my Savior cares.
Eu sei que o meu Salvador se importa! 

II – (Ben Speer) Does Jesus care when my way is dark
Será que Jesus se importa, quando meu caminho se escurece, 
With a nameless dread and fear?
Com um inominável temor e tremor?
As the daylight fades into deep night shades,
Quando a luz do dia se tolda, adentrando as negras sombras noturnas
Does He care enough to be near? 
Será que se importa o bastante para estar por perto? 

CORO …

III – (Doug Oldham) Well, about it: Does he care when I've tried and I failed
Bem, [ainda] sobre isto: Importa-se ele quando eu sou tentado, e falho
To resist some temptations so strong?
Em resistir a algumas tentações que são tão potentes?
And when, for my deep grief, I find no relief,
E, quando, para minha profunda tristeza, parece não haver alento, 
Though my tears flow all the night long?
Ainda que minhas lágrimas fluam noite a dentro?
Here’s the good news:…
Eis a melhor notícia:… 

AudioPlayer online (controle de volume à direita)

Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional