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N° 346 : “Deus é Testemunha!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 10 de Junho de 2018

A primeira vez que eu tive contato com o Livro de Mórmon, ainda não estava no ministério ordenado do Senhor. Livro de Mórmon é o livro da religião mórmon, cuja autoria é alegada a Joseph Smith Jr. (1805-1844), mediante alegadas revelações angelicais por ele recebidas; é assim que o escrito é apresentado.

Já no ministério, incorporei o livro à minha biblioteca pessoal por necessidade: irmãos da minha igreja receberam a visita dos mórmons em sua casa, os quais deixaram o Livro de Mórmon com várias indicações de roteiro de leitura; eles o deixaram “emprestado”, prometendo voltar em uma semana, para dar tempo à leitura. Os irmãos me pediram para estar na casa deles, quando os missionários mórmons voltassem… Assim fiz, depois de estudar mais profundamente o conteúdo.

Ao tomar o livro, que teria surgido em 1830, vi, nas primeiras páginas, dois registros de testemunhos: o registro das [primeiras] três testemunhas, e o registro das oito testemunhas, posteriores. De acordo com o que Smith Jr. pregou, tanto o primeiro grupo quanto o segundo constituem testemunhas oculares das placas de ouro, com registros sagrados, que um anjo lhe mostrou no estado de Nova Yorque. Esses registros são anotados em linguagem típica dos testemunhos registrados para apresentação perante juízes.

A minha reação inicial foi aquela, a mais comum: papel aceita tudo! E, embora eu tenha uma imensidade de razões de convicção para não dar amparo nem credibilidade aos ensinos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, não posso firmar essa rejeição de modo simples pelo fato de que há dois testemunhos, que totalizam 12 pessoas (incluindo o próprio Smith Jr.), dando sustentação à obra, os quais nem conheço. Juízes julgam vários contratos com o aval de duas testemunhas por escrito e, em geral, não refugam a veracidade das testemunhas. As minhas razões estão noutro campo: naquilo que entendo contrariarem o ensino da Escritura Bíblica – a verdadeira e única Palavra de Deus!

Quando examino minha Bíblia, também vejo vários tipos de testemunhos sendo evocados em favor de um fato ou verdade: o apóstolo Paulo, por exemplo, reivindica ante os coríntios o testemunho de centenas de pessoas, inclusive ele próprio, da ressurreição de Jesus (I Coríntios 15.3-8). Como disse um estudioso cristão da atualidade: Paulo seria um louco, suscitando esses testemunhos perante uma gente como os coríntios, se aquilo não fosse verdade.

Há papel de testemunhas cumprido por objetos (quantas pedras e monumentos…), por pessoas, e assim por diante. O tipo de testemunha de fatos que mais me impressiona na Bíblia é Deus mesmo! Há diversas ocorrências, na Escritura, com Deus atuando como testemunha. Se a credibilidade de uma testemunha que convive ou conviveu conosco em pessoa pode ser questionada, que dizer, então, de alguém a quem não vemos, ou tocamos pessoalmente?

Na Escritura, Deus se faz testemunha…:
– Em compromissos mútuos de lealdade pessoal: Gn 31.50; I Sm 20.12,23,42; Ml 2.14.
– Em compromissos da Sua Aliança: Jz 11.10; Sl 78.5; Jr 42.5; Mq 1.2; I Jo 5.9,10.
– Como Aquele que tudo vê: Jr 29.23; Sf 3.8; Ml 3.5. 
– Como defensor de um servo Seu: I Sm 12.5; Jó 16.19; Jo 5.32; At 13.22; II Co 1.23; Rm 1.9; Fp 1.8; I Ts 2.5; Hb 11.4. 
– Em sinais de Sua graça: Mc 16.20; At 14.3,17; 15.8; Hb 2.4.

Isto impressiona mesmo! Deus, a quem não vemos, a quem não podemos tocar, é testemunha, nossa testemunha verdadeira, fiel e juridicamente eficaz, quando nos comprometemos mutuamente, como no casamento, ou numa instituição, tal como a igreja. Também, no compromisso de pertinência recíproca que com Ele estabelecemos, na Aliança: “Vós, porém, sois… povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquEle que vos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz” (I Pedro 2.9, ARA).

E quando pensamos que ninguém viu, ninguém vê, ninguém verá onde estamos, o que fazemos, o que falamos? Deus é testemunha! Invisível, mas mais atenta e perspicaz do que qualquer outra testemunha. Deus é testemunha, também, quando sofremos uma injúria injusta, uma tribulação dolorosa, contra os opressores, contra os governantes corruptos, contra os que defraudam direitos alheios, contra adúlteros…

E Deus é testemunha, também por pródigos e generosos sinais da Sua graça, seja ela a graça comum, com os favores que sustentam a nossa vida dia a dia, seja ela a graça salvadora. Sim, Deus é testemunha! É sempre atento! É Verdadeiro! É Fiel! “E eles disseram: Deus é testemunha! (I Samuel 12.5)

Em 1541, Lutero estava angustiado; a Alemanha era premida pelos turcos, pelo leste; os cristãos luteranos eram premidos pelos turcos e pelos romanos… Lutero se lembro do Salmo 121 – De onde me virá o socorro? E logo, também do 139: Deus ainda é onisciente, onipresente e onipotente! Ele compôs um hino. Um século e meio depois, Johann Sebastian Bach transformou  o hino numa cantata sacra. Ouça-o, com nosso

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses  

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

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