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Author Archives: Ulisses Horta

Nº 023 – “NO BARCO, SOB TEMPORAL…”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Dezembro de 2015

Ficamos conhecendo o Marcos, e sua esposa Valéria, não muito tempo atrás, por encontros casuais na hora do almoço, os quais têm ocorrido no restaurante da Nélia. Nesses encontros, a atitude do Marcos para com nosso filho, que é autista, chamou atenção. Aliás, não só a nossa, e a do próprio Ulissinho, mas também a de qualquer um que estivesse no restaurante. Há certas pessoas que têm capacidades incomuns, proporcionadas pela ‘graduação’ da experiência da vida, e aprimoradas pela ‘pós-graduação’ do andar com Cristo.

Marcos Antonio é casado há 32 anos com Valéria. Já por mais de 25 anos assiste a esposa em sua enfermidade e dependência com esmero incomum. Com essas poucas palavras aqui, você, que me lê, certamente não tem o visual que nós temos, ‘ao vivo e a cores’. Nesse cuidado, parece visível a constatação prática do que ele diz ser um dos elementos norteadores de sua vida: o amor! Marcos faz questão de lembrar: “O que diz Primeira Coríntios 13, a respeito do amor? Não é que ele jamais acaba? E por que jamais acaba? Vamos a I João 4.8, e o que vemos? Que Deus é amor! Por isto, jamais acaba – porque procede dEle!”

Desde a primeira vez que ocorreu aquele encontro fortuito, e que o Marcos percebeu a deficiência do nosso filho, mas percebeu também que ele sempre anda com um tecladinho ‘chinês’ nas mãos, conseguiu um jeitinho todo especial de interagir com nosso adulto-criança. Diga-se de passagem: um dos grandes e mais comuns déficits de um autista é o a interatividade: autistas têm uma síndrome com espécie própria de barreira de interação social. Mas, para certas pessoas, essa barreira não é intransponível. Para o Marcos, não foi. Com duas ou três abordagens diretas, apenas, conseguiu que o Ulissinho chegasse a dedilhar uma ou outra tecla do tecladinho… “Vamos lá, Ulisses, toca aí: ‘Com Cristo no barco tudo vai muito bem, vai muito bem, vai muito bem; com Cristo no barco tudo vai muito bem, e passa o temporal!”.

É lógico que quem estiver no restaurante, no mesmo horário da cena, não tem a mínima chance de ignorá-la (ainda que queira). Nem o Marcos, nem o Ulissinho se inibem com os olhares. Fiquei pensando: não é fato mesmo? Com Cristo no barco, tudo vai muito bem [mas, é durante o temporal; não é livre dele, não], e passa o temporal. Quanta gente tem seus ‘temporais’ na vida? Quantos ‘temporais’, quantos ‘dilúvios’, até… Os discípulos enfrentaram o seu, literalmente (veja o relato, no capítulo 4 do evangelho de Marcos). Mas, passa o temporal… O dilúvio não será para sempre…

Hoje, conversei novamente com o Marcos. Entre as coisas que ele me disse, dois destaques:

– “Ah! A Palavra de Deus é o meu pão, o meu alimento, meu tudo. Sem ela, não seria possível viver…” (Pensei, cá comigo, me lembrando ainda das cenas: sem ela, não há temporal que passe…).

– “É como diz Lutero: ‘já li Sócrates, Platão, Aristóteles, muitos filósofos ricos de conhecimento; mas em nenhum deles leio o que leio no evangelho de Jesus Cristo!” (sic). 

Uma curiosidade que, penso eu, merece ser notada: gente como o Marcos, que elegi como um “Arauto de Vida”, têm a marca visível de estar com Jesus, andar com Jesus. Quando autoridades confrontaram os discípulos de Cristo, conhecidos como gente iletrada, a maioria simples pescadores, por causa do testemunho do evangelho destes, ouviram um memorável depoimento por parte de Pedro e João; daí, um registro, também memorável: Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus” (Atos 4.13, ACF). Acredito ser este o caso do meu personagem de hoje. É um “arauto de vida”. Qual vida? Aquela, diferente, especial, sublime, que marca os que andam com Cristo. E, os que andam com Cristo, enfrentam temporais e dilúvios com a certeza de que passam, de que passarão. Por que?  Porque têm, no barco, aquEle que tem os ventos, as tempestades, os temporais e os dilúvios sob o controle de Suas poderosas e também amorosas mãos!   

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

 Mais abaixo, letra e tradução, se quiser acompanhar…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

N° 230 : “POR POUCO…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 29 de Novembro de 2015
 

“Meu anjo da guarda é forte. Ele não pode bobear não… Ele tá sempre ativo!” O autor dessa frase foi exibido em imagens de tevê, há poucos dias. No dia 09 de novembro último, na cidade de Barra do Piraí (RJ), o vídeo gravou Sebastião Caldas, 67 anos, atravessando a via férrea. As cancelas de nível para pedestres estavam fechadas; mesmo assim, ele atravessou a linha e, por pouco – pouquíssimo mesmo – não é atingido em cheio pela composição.  Quando lhe mostraram as imagens da sua ‘sorte’, ele desdenhou do risco que correu com essa afirmação. Disse, ainda, que não sentiu nem o vento.

Por pouco, também, o acidente que sofri por estes dias não me acarreta conseqüências bem mais graves. Seguindo, como de costume, bem cedo do dia, para meu local de trabalho, fui atingido por um veículo cujo motorista resolveu, subitamente, tomar a contramão para uma ultrapassagem, em pleno cruzamento de vias. Quem viu a cena do acidente disse que eu nasci de novo; que, por pouco, fiquei livre de conseqüências mais graves: ‘apenas’ fêmur direito fraturado, na altura do colo da bacia. Já operado, vou superando os dias da recuperação. 

Também por pouco, certa autoridade governamental se renderia às verdades proclamadas por um determinado presidiário incomum. A autoridade era o rei Herodes Agripa II (27 d.C.-100 d.C.); o presidiário era o apóstolo Paulo que, pouco depois, seguiria ainda preso para Roma. O rei Agripa, depois de ouvir um magistral testemunho discursado por Paulo em Cesaréia, disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão. O que Paulo redarguiu foi ainda mais memorável: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias” (Atos 26.29, ARC).  

Por pouco ou por muito! Que quis dizer Paulo, com “se tornassem tais qual eu sou”? Um pequeno resumo do seu discurso esclarece: fui religioso, e muito; no rigor da minha religião, pensava que Jesus, o Nazareno, era um estorvo à religião e eu tinha que combater esse estorvo; numa das minhas jornadas com esse fim, Ele veio a mim, e tirou a cegueira dos meus olhos; a minha religião falava da esperança da promessa eterna; mas, somente quando me encontrei com Jesus, foi que consegui tomar posse daquela esperança, do que eu sou, hoje, testemunha. Paulo queria dizer – quisera eu, ó rei, que você conhecesse a Jesus e a esperança da promessa, tal como hoje eu conheço.  

O rei Agripa também era religioso. Talvez pensasse conhecer a esperança. Entretanto, por pouco, deixou passar a oportunidade de conhecê-la. Por pouco, teria sido persuadido. Que pena! Quanta coisa deixa de acontecer, por pouco. Por pouco, ‘seu’ Sebastião deixa de ser esmagado pelo trem, em Barra do Piraí; por pouco, meu acidente deixa de me causar uma lesão mais grave, ou a própria morte; por pouco, o rei Agripa poderia ter sido persuadido sobre a verdadeira esperança da glória eterna, que a sua religião não lhe era capaz de suprir. Quem sabe, por pouco o meu leitor de hoje também deixa de usufruir os maiores e mais ricos benefícios dessa esperança em Jesus, porque alguma coisa, em sua vida (quem sabe, a própria religião) é seu obstáculo… Se é assim – por pouco ou por muito, como disse Paulo – que tal superar, muito ou pouco, o obstáculo que seja? Nada é mais glorioso, mais confortador, mais compensador, do que viver sob essa esperança. Mas, por pouco, muitos hão de perder sua glória, conforto e recompensa!    
 

"Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel" (Hebreus 10.23, NVI)
Aqui, em cima desta cama, recuperando-me, um hino especial vem à minha mente, e eu o compartilho.

O seu autor viveu uma experiência profunda de reflexão sobre o assunto, com a qual chegou à conclusão do poema composto.
A voz, é a inesquecível voz de Jake Hess (1927-2004), figura também inesquecível. Após a letra (traduzida), nosso Audio Player Online

SO MANY REASONS (1964)
TANTAS RAZÕES
David Reece (1928-1999) & Jimmie Davis (1899-2000)

Grupo:
So many reasons why I love the Lord,
Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra 
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las. 

Jake Hess:
One is how He saved me at an old-time altar,

Uma [delas] é como Ele me salvou diante de um altar daqueles, dos antigos 
He placed within my heart this joy I know
Ele pôs dentro em meu coração este gozo que [agora] eu conheço 
He changed my life completely,
Ele mudou minha vida completamente 
Gave me hope for tomorrow,
Deu-me esperança face ao amanhã 
That's the reason why I love Him so !
Eis a razão porque eu tanto O amo !
(Lágrimas rolam da face daquele que canta)

So many reasons why I love the Lord,
Há tantas razões pelas quais eu amo ao Senhor
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, eu nem posso enumerá-las
So many reasons why I trust His word,
Há tantas razões pelas quais eu confio em Sua Palavra 
So many reasons I can't count them.
Há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las; 
There's just so many reasons I can't count them.
Simplesmente há tantas razões, que eu nem posso enumerá-las. 

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br

N° 229 : “DOCE… E MORTO!”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 15 de Novembro de 2015

"Aqui jaz um rio, outrora doce, e vivo!” Eu me transporto, metaforicamente, no tempo, para aqueles anos, um tanto lá atrás, em que residia bem defronte do Rio Doce: apenas a avenida separava minha casa da margem, em Governador Valadares. Bagres, lambaris e piaus eu ali pesquei… Ainda metaforicamente, tento me imaginar lá, naquela margem, onde também ‘visualizo’ essa lápide imaginária. Não é invenção minha: importantes veículos de imprensa especializada noticiaram: “É oficial: o Rio Doce está morto!”

Leio a notícia: diretora de um educandário, no sub-distrito de Bento Rodrigues (Mariana), salva 58 crianças da escola que logo seria coberta por 20 metros de onda de lama; e saúdo essa professora. No mesmo lugarejo, talvez haja corpos que jamais venham a ser localizados, debaixo da lama que endurece, transformando a topografia e o solo. Leio outra notícia: centenas de pescadores, no médio Rio Doce espiritossantense desencadeiam a “Operação Arca de Noé”, capturando do rio espécies, antes que chegue o tsunami lamacento, com o fim de repovoá-lo no futuro. Saúdo esses pescadores também. “Futuro?” Qual futuro? Vejo as imagens do presente, e me solidarizo com aquela gente, também minha gente, enfrentando o que estão a enfrentar, em vários municípios: águas turvas barrentas, carregadas de ferro e outros metais pesados, segundo se afirma; escassez para uso e consumo; peixes, e outras espécies, mortos aos milhares, exalando intensos ‘aromas’, atraentes ao olfato dos urubús; pessoas, pais de famílias, jovens, mulheres, crianças, literalmente a chorar a destruição do seu doce rio. É de chorar também à distância!… Gente que padece, à espera de um mísero quinhão de água numa enorme fila; às vezes, nem chega a receber…

Que lições se pode tirar de um episódio tão grotesco como esse? Quanto a você, que ainda se dá ao trabalho de ler-me, não sei… Só posso falar por mim; falarei, então. Sem querer estabelecer uma ordem de importância, cito…

Primeira: cada vez que se anuncia um desastre ecológico, ou um atentado terrorista, ou os efeitos insuportáveis de uma seca que ferve o nosso clima, vejo a oportunidade para o ‘dever-de-casa’ do princípio fraterno de solidariedade. Somos todos uma só espécie! A dor dos meus semelhantes é também a minha dor!… Até a água que, há poucos minutos, fui buscar em minha geladeira, me pareceu a água que Davi derramou em libação solidária (se você quer entender, leia todo o episódio em  II Sm 23.13-17). Agradeço a Deus por tê-la, condoendo-me com os que não a têm… Como eu disse no tempo do tsunami asiático de 2004: ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO! Hoje, é ali, lá ou acolá. E amanhã?

Segunda:  Deus, a cada dia que vejo as notícias que se mostram, o tempo em que estamos vivendo, aprendo mais a ter temor de Ti! Eu sei que todas as coisas estão debaixo do controle das Tuas mãos, e nada ocorre por acaso! Como eu disse no tempo do tsunami asiático de 2004: O TIMONEIRO DO BARCO NÃO É SÁDICO! Ele sabe o que faz!… E, porque faz!… Não duvide! “Ele mesmo é o que dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; por que nEle mesmo vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17. 25,28, BCF).

Terceira: Deus, ó Deus! Jamais direi como o brilhante poeta baiano: “Deus, ó Deus, onde estás, que não respondes? Em que mundo, em que estrela tu te escondes, embuçado nos céus?” (Castro Alves, 1847-1871, em Vozes d’África, 1864). Não, eu sei que Tu estás ali, aqui, sempre por perto, sempre presente, e em breve todo olho verá aquEle em quem Tu te manifestas, e que há de se manifestar no Juízo Final… “Se subo ao céu, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também…” (Salmo 139.8, ARA).

Quarta: a cada dia, repriso a lição da responsabilidade… Se há um futuro, no qual ainda devem viver meus filhos, quiçá meus netos, ou os filhos deles, preciso ser, hoje, responsável para com o chão, o ar e as águas das quais eles dependerão!… Nada disto me pertence, como também não pertenceu aos meus antepassados, e não pertencerá, tampouco, aos meus sucessores – tudo pertence a Ti, e deve glória e tributos a Ti, somente!

Quinta: pode parecer que não é hora de dizer isto, mas, como estou falando de mim, posso: cada acontecimento alarmante desses me põe, mais e mais, em estado de alerta, de que o fim está próximo. “Haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; na terra, angústia das nações… homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo… E então verão vir o   Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória… porque a vossa redenção está próxima” (Lucas 21.25-28, ACF). Como disse, ainda na minha reflexão sobre o tsunami: “OS ACIDENTES DO PERCURSO SÃO SINAIS DA CHEGADA!”  Ouço muitos dizerem: o mundo está em caos! Pois, então, é hora de reconhecer seriamente: o caos tem próximo o seu fim, porque se aproxima o fim que inicia a eternidade. Se os sinais do presente não te forem suficientes para reconhecer isto, talvez o sejam os que poderão vir, no futuro próximo…  

Também ‘choro’ o rio, outrora doce e cheio de vida. Mas, não posso me esquecer de minhas lições. Antes que venham outros lembretes… 

Use o nosso Audio Player online, e ouça mais um dos hinos do ex-piloto da Força Aérea Americana, que eu tanto aprecio…  

BREVE VIRÁ
COMING AGAIN (1957)
John Willard Peterson (1921-2006) 

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 228 : “SEM BARREIRA LINGUÍSTICA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 8 de Novembro de 2015 

A história que vou contar é de pescador, sim! Mas, é verdadeira. De um pescador que ficou à deriva por mais de um ano, sozinho, no Oceano Pacífico, e sobreviveu… Sim, sobreviveu. Saga que dá um bom livro. Tudo começou assim: no natal de 2012, o salvadorenho José Salvador Alvarenga zarpou do sul do México, em companhia de um jovem chamado Ezequiel, para pescar no Pacífico. Seu barco tinha sete metros de extensão. Entretanto, o motor do barco ‘quebrou’ antes que pudessem voltar, e o barco começou a ser carregado pelas temíveis correntes marítimas do Pacífico. Para qual rumo? Bem que eles prefeririam que fosse para o leste – assim, chegariam de volta ao continente americano. Mas, não: as correntes do Pacífico levam para oeste, rumo à Ásia e à Oceania.

Dentro dos primeiros quatro meses, Ezequiel morreu, porque se recusou a continuar fazendo uso do ‘cardápio’ disponível (ao contrário de Alvarenga). Eles precisaram pegar aves e pescar peixes e tartarugas com as próprias mãos, bebendo-lhes até o sangue (além da própria micção), para não se desidratarem, quando não chovia. Alvarenga manteve o corpo de Ezequiel por alguns dias dentro do barco: em parte, pelo remorso de ter levado o jovem à tragédia; em parte, pelo pavor de passar noites e dias sozinho num vasto oceano, à deriva. Alvarenga continuou ‘conversando’ com o amigo por alguns dias. Depois, sendo-lhe insuportável continuar mantendo o cadáver dentro do barco, teve que se desfazer dele. Foram 13 meses, quando, finalmente, o barco, já um tanto avariado, foi dar numa pequena ilha. Onde estava? No desabitado atol de Ebon, pertencente às Ilhas Marshall, região da Micronésia, mais de 4 mil quilômetros a sudoeste do Havaí. Dali, foi ele resgatado, em avançado estado de desidratação, fome e fraqueza, por um casal da ilha mais próxima, onde havia algumas dezenas de moradores. Mas, como se comunicar? Alvarenga sabia apenas o espanhol, idioma ignorado pelos habitantes da ilha.  E foi mais uma longa saga, dependendo da busca remota de intérpretes, de atendimento médico, até chegar de volta à sua terra, à sua família, em El Salvador.

A variedade de idiomas que há no planeta é uma riqueza da variedade cultural; mas, é também uma barreira. Para o náufrago Alvarenga, foi. Esse fenômeno começou, segundo a Bíblia, após o Dilúvio de Noé (ver Gênesis 11). Mas, tem fim já previsto. E não será com a unificação dos idiomas humanos, como alguns já sonharam (a exemplo do famoso filólogo polonês Zamenhoff – 1859-1917). Paulo anuncia que uma das finalidades da exaltação de Jesus Cristo, que começou em sua ressurreição, é para que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai(Filipenses 2.11, NVI). No entanto, é certo que essa diversidade idiomática ali apontada se limita ao tempo da era presente. Assim, em inglês, alguém proclama: Jesus Christ is the Lord!  Em alemão, diz: “Jesus Christus ist der Herr!  Em espanhol, diz: “Jesucristo es el Señor!”. E assim por diante…

Naquele dia, porém, quando Ele reunir, de todas as tribos e nações, um só povo para Si, não haverá mais diversidade étnica – haverá um só povo! Quando Ele ajuntar, para Si, praticantes de todas as linguagens do mundo, não haverá mais diversidade linguística – haverá uma só voz, a entoar, diante do Cordeiro de Deus. E o canto que os milhares de milhares, milhões de milhões entoarão, a uma só voz, está já previsto: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Apocalipse 5. 12). E, haverá um responso: “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém! (Apocalipse 5. 13, 14, ARA). Não haverá mais a barreira que Alvarenga enfrentou. Haverá uma só voz, um só louvor! Eu eu, estarei lá… 

A propósito, é isto que vamos ouvir, hoje, em desfecho desta reflexão. O autor da composição musical tomou o texto de João, no Apocalipse, que forte impressão exerceu sobre ele numa campanha evangelística na América do Sul, e pôs-lhe a música, que seu coral aqui interpreta. Use o nosso Audio Player online… 


WORTHY IS THE LAMB THAT WAS SLAIN (1970)
DIGNO É O CORDEIRO QUE FOI MORTO
Don Wyrtzen (1942…) 

[A tradução é precisamente o texto de Apocalipse 5.12, acima] 
Worthy is the Lamb that was slain (3x)
To receive power, and riches, and wisdom, and strength, honour, and glory, and blessing.
Worthy is the Lamb (3x) that was slain…Worthy is the Lamb!

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

Nº 022 – “LUZ NAS TREVAS”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Dezembro de 2015

No final da década de Setenta tive, como aluna de uma das classes de curso técnico, uma garota surda. Foi uma experiência marcante: a cada dia, esforçar-me por pronunciar todo o conteúdo da aula em boa gesticulação labial, numa posição frontal, para que ela pudesse “ler” meus lábios. Nunca vou esquecer… Os demais alunos, sem qualquer restrição auditiva ou visual, poderiam usufruir todo o ensino facilmente; para ela, era um enorme esforço, mas ela dava conta.

Imagine você, professor, ou professora. Bem, talvez não precise imaginar, se já for… Imagine, agora, tendo um aluno ou uma aluna surda… Como acha que se sairia? Imagine, num passo a mais, que sua aluna, além de surda, é também muda. Aumentou o desafio, não? Imagine mais um pouquinho: que sua aluna, além de surda e muda, é também cega. Como seria possível ensinar-lhe? Quase impossível! Mas, quero convidar sua imaginação a um patamar ainda mais desafiador: já que sua aluna é surda, muda e cega, imagine agora que  você é cego (ou cega). Inimaginável? Que escola vai querer um professor ou uma professora com cegueira? Pois, aí estão os ingredientes da história verídica da professora Anne Sullivan, com sua aluna Helen Keller.

Helen Adams Keller (1880-1968) nasceu saudável, no lar de Arthur Keller e Kate Adams. Entretanto, uma escarlatina que a atingiu na idade de dezenove meses a deixou definitivamente surda e cega; a mudez veio como conseqüência. Quando chegou à idade de seis anos, já tinha um comportamento instável e agressivo. Seus pais foram à procura de ajuda. Um médico, em Baltimore, os encaminhou ao hoje famoso Alexander Graham Bell, que, naquele tempo, ajudava crianças surdas. Graham Bell os encaminhou ao Perkins Institute for the Blind (Instituto Perkins para Cegos). Ali, foi encaminhada ao casal a professora que faria parte da vida de Helen pelos próximos 49 anos: Anne Sullivan Macy (1866-1936). Ler uma das duas biografias, ou assistir o filme (The Miracle Worker, 2000 – O Milagre de Anne Sullivan) dá uma dimensão mais profunda de como tudo se deu…

Com muito custo (e tempo), Anne Sullivan, então aos vinte anos de idade, e sem jamais ter ensinado alguém, foi conquistando pequenas vitórias: primeiro, a confiança de Helen; depois, sua submissão; depois, o início de uma forma de comunicação singular. Anne passou a se comunicar com Helen, ensinando-a, por linguagem tátil. O braille é uma de suas formas. Anne ‘escrevia’ com os dedos na palma da mão de Helen, e esta foi aprendendo a linguagem. Além disto, Anne ensinou Helen a ‘ouvir’, através da captação das vibrações de seus lábios e laringe; para tanto, Helen posicionava seus dedos, simultaneamente, sobre lábios, nariz e garganta de Anne. E, assim, a vida antes amargurada da menina assumiu um novo horizonte. Uma das inquietantes perguntas que Helen fez a Anne foi: Qual o nome daquEle que está lá em cima? Anne ‘soletrou’ na palma de sua mão: G-O-D  (D-E-U-S). Então, Helen sorriu, e ‘digitou’ na mão de Anne: Eu sempre soube quem Ele é; queria saber Seu nome!

Certa ocasião, Anne apresentou Helen ao pastor Phillips Brooks (1835-1893). Foi este quem começou a descortinar-lhe uma nova percepção de Deus. Brooks é o autor do hino “Pequena Vila de Belém” (O Little Town of Bethlehem). Numa das cartas que Helen escreveu a Brooks, afirmou que, ainda que não pudesse ver ou ouvir, ela sabia sobre Deus; nas suas trevas, Ele era a sua luz. Já adulta, mesmo cega, surda e muda, Helen Keller escreveu doze livros, e entregou a muitos a sua mensagem.    

"Os únicos que são realmente cegos são aqueles que não enxergam a verdade – aqueles que não miram seus olhos na visão espiritual. Pessoas cegas que têm olhos [espirituais] sabem que pertencem a um mundo incomparavelmente mais maravilhoso do que este mundo material que está diante deles. As flores que eles contemplam são as flores imortais que desabrocham no jardim de Deus”!  

Depois de certo tempo, Helen Keller passou a ser muito influenciada pelos ensinos de um cristão sueco, chamado Sweedenborg. Ela o lia em braille. Não obstannte as distorções de alguns de seus ensinos, o mais importante foi o  que se pode saber do seu testemunho:

Pouco a pouco eu comecei a descobrir que poderia lançar mão da Bíblia, a qual tantas coisas reverberava em mim, como uma ferramenta para garimpar preciosas verdades, na medida em que eu poderia usar meu corpo, entravado e vacilante, para  levar a níveis mais elevados  o meu espírito…

Anne Sullivan foi uma pessoa muito especial na vida de Helen Keller; dedicou sua vida a ela. Foi considerada um modelo de professora. Quando morreu, tinha sua pupila apegada às suas mãos. Helen, que chegou a dizer que não saberia viver sem ela, viveu ainda 32 anos, pela graça de Deus. Ao todo, faltaram poucos dias para alcançar a idade de 88. Por onde passava, inspirava vidas. Seu legado biográfico é invejável, e mostra como a posse de uma esperança gloriosa na eternidade pode fazer diferença no meio da adversidade. Anne e Helen, gente como Abel – mesmo depois de finda a jornada de aqui, ainda têm muito a falar (Hebreus 11.4). Por que são “arautos de vida”? Porque, mesmo no meio de uma situação de vida tão adversa, aparentemente tão sem esperança, mostram que há luz nas trevas, a vida renasce em meio ao dilúvio, o arco-íris reaparece com esperança.

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

 Mais abaixo, letra e tradução, se quiser acompanhar…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida 
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:

As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:

E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

Nº 021 – “ILUMINADO, CONTENTAMENTO”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Outubro de 2015

A história dos “arautos de vida” de hoje não será tão breve; definitivamente, não pode ser, não merece ser. Aliás, se você está começando esta leitura à espera de uma historinha breve, te aconselho a ir logo desistindo, porque será impossível contar esta história assim, a galope. Mas, se não ler, em algum momento há de se arrepender – disto estou certo…

Marco Antonio e Isabel Cristina são amigos meus. São daqueles amigos dos quais tenho um lamento: o de não poder usufruir, mais amiúde, a convivência que eu gostaria de ter; se tivesse, o maior beneficiado seria eu, com certeza. Após oito anos de casados, queriam ter filhos; entretanto, aquEle que é o único que pode prove-los a um casal não queria (como não quis, do jeito que eles queriam). O que havia de errado? Para os médicos, nada havia de errado; logo, o único diagnóstico razoável foi – Deus não o quis! É certo que Marco e Cristina conhecem a Deus, de longa data. Mas, não duvidem de que houve um “vulcão de sentimentos”, em decorrência da impossibilidade que se mantinha, não obstante as providências para debelar a frustração. Chegou o dia em que o Marco Antonio declarou à esposa o desejo de adotar; para ele, seria como se fosse um filho biológico, segundo declarou a ela. No entanto, Isabel Cristina nem quis saber de falar-se nisto (“Nunca!”).  

Durante quatro anos, Marco Antonio orou a Deus a respeito, sem forçar a barra junto à esposa. Já se ultrapassavam onze anos de matrimônio, a dois; a dois, não: a três, porque Deus sempre fez parte do lar deles. Um dia de Domingo, Marquinho voltava para casa com um livro debaixo do braço, junto com sua Bíblia, mas sem nada falar à esposa. A curiosidade dela se aguçou para saber o título do livro – mais do que a curiosidade de quem agora está lendo… “Como Adotar uma Criança”, era o título, suficiente para elevar a temperatura das reações indignadas de uma aspirante à maternidade, de longa data ‘frustrada’.

– Onde você arrumou isso? Perguntou ela.

– Ganhei de presente…

Adivinha quem primeiro leu o livro? Adivinhou: a Isabel Cristina! Simplesmente devorou o livro naquela tarde de Domingo. À noite, após o culto, disse ao marido que estava pronta para a adoção, se Deus assim quisesse… Amanhã mesmo, respondeu ele.

Isabel Cristina e Marco Antonio entraram num grupo de sessenta casais, à espera da adoção. Meses e meses de palestras, entrevistas, longo processo. Como diz ela: “Fiquei dois anos ‘grávida’! E é muito ruim ficar grávida por mais de um ano”… Chegou o dia, mas tinha que ser decisão rápida, porque a mãe biológica de um menino que estava para nascer nem queria levá-lo para casa. O casal, que já havia decidido não exercer direitos de escolha sobre cor, cabelos, condição, ou características outras (mesmo que não fossem com a letra “c”), recebeu aquele menino bem na véspera dos dias de carnaval de fevereiro de 2002. Quando a nova 'mãe' o viu, pressentiu que havia algo de “imprevisto” (meu primeiro ímpeto foi redigir “algo de errado”, mas corrigi esse ímpeto imaturo a tempo). O garoto, na primeira noite no novo lar, não conseguiu ingerir uma gota sequer de leite… Pela manhã, a primeira consulta com a pediatra trouxe o diagnóstico: Síndrome de Down. Para ampliar o desafio, também uma estenose duodenal, a prejudicar a nutrição, demandando cirurgia.

Marco Antonio e Isabel Cristina, naquele dia, fizeram mais duas coisas importantes e relacionadas: choraram, choraram muito pelo seu filhinho; e decidiram que seria a primeira e última vez que iriam chorar, diante do Deus que conhecem, pela situação daquela criancinha que estava em seus braços. Para a cirurgia, a necessidade documental. A assistente social do hospital tinha deixado a questão documental para depois, por ser véspera de carnaval. Mas, no sábado de carnaval já era necessária a intervenção. Precisavam, então, ao menos de um termo de doação da mãe biológica, preferencialmente redigido à mão. E lá foram eles, até o município de Ribeirão das Neves, procurar aquela menina, levando junto o recém-nascido, todo arrumadinho. Memórias da Bíblia vieram à mente da mãe adotiva: memórias de Abraão, indo com seu filho, Isaque, a Moriá (Gênesis 22, para quem precisa de socorro)… Ao chegar em Neves, um senhor vem à porta:

– É aqui que mora a fulana, que teve um bebê recentemente? – perguntou a Cristina, enquanto o Marco ficava com a criança no carro, metros de distância.

– É sim, mas o bebê morreu na maternidade, respondeu o avô da criança.

A conversa com a mãe biológica foi, então, reservada. Isabel Cristina chegou a colocar a criança nos braços da verdadeira (?) mãe, que o rejeitou, preferindo que a nova 'mãe' ficasse com ele. Assim, o termo de doação foi obtido. Cristina orou ao Senhor ali mesmo, oração compartilhada entre as duas, à frente da criança, ainda tão pequena; também, perante o Altíssimo. A menina havia confirmado que sua família pensava que o garoto tinha morrido na maternidade. A oração da nova 'mãe' com a mãe biológica, diante de Deus, afirmou:

– Senhor Deus, ela não quer o filho, então eu o quero. Ele não morreu: está vivo e viverá para a glória do Senhor, viverá para que a luz de Jesus brilhe através dele; por isto, seu nome será Lucas, que significa ‘iluminado’.

A cirurgia correu bem, mas houve septicemia no pós-cirúrgico. O médico chamou os ‘pais’ para se despedirem da criança, porque não passaria daquela noite. Mais outra oração, pedindo ao Dono da Vida que resgatasse seu filhinho, mas assumindo logo que a vontade de Deus fosse feita, porque ela é boa, agradável e perfeita. Lucas sobreviveu, miraculosamente, aos olhos dos que o assistiam no hospital. Foram trinta dias com o casal se revezando em sua companhia, no restabelecimento. Tal foi seu desvelo que, com a ajuda da assistente social do hospital, testemunhando em favor do carinho daqueles pais, o juiz já lhes deu a certidão de nascimento definitiva do processo de adoção; em situação normal, demoraria cerca de um ano.

Logo que saíram os três do hospital, levando para casa o Lucas, adivinhem o que o casal combinou, sob iniciativa de voz do Marco Antonio?

– Já que o processo do Lucas demorou dois anos, que tal começarmos um processo de adoção de uma segunda criança logo?

Naquela noite, Isabel Cristina orou ao que habita nos Céus e controla o Universo:

– Senhor Deus, sei que não sou digna de pedir nada, mas, em nome do meu salvador Jesus Cristo, peço a permissão para tomar conta de mais uma criança. Gostaria que ela viesse a nós com dois meses de idade, porque, neste período já passaram as cólicas, ocasião em que ficamos sem dormir, e o Senhor sabe o quanto o sono é importante pra mim.  

Pedido um tanto inviável, quase impossível, não? Mas, foi assim que preencheram a ficha de proposta no Juizado, pretendendo uma menina. Todo mundo que milita nesse âmbito sabe quão mais difícil é a adoção de meninas, mais preferidas, em geral. Lucas tinha onze meses de idade, e toca o telefone da casa. Do Juizado, foi dado a Isabel Cristina e Marco Antonio o prazo de exatas duas horas para decidir por uma menina que lhes era destinada. Na verdade, o casal foi escolhido pelo juizado. Qual a idade da menina? Dois meses de idade! São os ‘impossíveis’ que se tornam ‘possíveis’, quando o Deus dos ‘impossíveis’ assim queira. Lá chegando, a assistente social começa a falar das características, no que foi interrompida pelo Marquinho:

– Não precisa dizer nada dela, porque a menina que está aí dentro é a menina que Deus enviou para nós; não precisamos saber sobre cor, se é saudável ou não, porque se não for, vamos cuidar dela assim como cuidamos do nosso outro filho.
– Vocês não poderão levá-la, sem antes saberem alguns detalhes sobre ela:  A mãe nos procurou para entregá-la assim que nasceu. Uma escrevente deste juízo a recebeu, e como a criança chamou atenção por ser tão graciosa, a escrevente achou que a mãe poderia se arrepender e fez uma proposta, diante do juiz. A proposta foi que ela (escrevente) iria cuidar da criança em sua casa, até a menina completar dois meses de idade, prazo para a mãe se arrepender, e que, após esse dia a escrevente iria entregar a criança ao juiz para tomar as providências para adoção. A mãe e o juiz acataram
– esclareceu a assistente. Dois meses depois, a mãe biológica confirma a doação, e a escrevente a traz ao juiz. Marco Antonio e Isabel Cristina foram escolhidos: primeiro, porque Deus assim o quis; segundo, por causa do histórico com o Lucas, e da ficha preenchida. Alguém ainda tem dúvidas de que Deus responde orações, se assim quiser? Agora, seria a segunda filha de Isabel Cristina e Marco Antonio. O histórico com o Lucas e a ficha pesaram na decisão judicial, que estava prestes a se confirmar.  O nome da menina seria Letícia, que significa “contentamento”, razão da escolha do casal. 

Lucas (“iluminado”) veio ao mundo em 05 de Fevereiro de 2002, e veio ao casal logo que nasceu; Letícia (“contentamento”) veio ao mundo em 18 de Março de 2003, e veio ao casal com dois meses de idade, do jeito que pediram ao Senhor. Lucas encanta pelos aspectos mais peculiares e surpreendentes de seu dia a dia. Tem uma vitalidade quase inesgotável. Letícia gosta de jogar vôlei, e ama as gincanas bíblicas, nas quais, invariavelmente fica em primeiro ou em segundo lugar. Ambos amam acampamentos da igreja, bem como a Escola Bíblica Dominical. Letícia, ainda que mais nova, tem sido estímulo para o Lucas: para  falar, para andar, para cantar, e assim por diante. Afinal, ela é a sua querida “rimã”! Aos sete anos de idade, Letícia já queria se tornar membro da igreja, mediante profissão de fé pública, habilitando-se a receber o sacramento eucarístico da Ceia. Aos nove anos, cobrou da própria mãe, quando esta participava da Ceia na igreja:

– Mãe, você está me privando dessa bênção! Foi o suficiente para a mãe encaminhar a filha à profissão de sua fé, através de um dos pastores. 

O casal decidiu falar a verdade aos filhos. Letícia tinha quatro e Lucas tinha cinco, quando já ouviam as histórias de um livro, chamado “Filhos do Coração”. Eram as histórias de um casal que não podia ter filhos e queria adotar; do outro lado, uma mãe que podia ter (e teve) um filho, mas não tinha como criá-lo, levando-o àquele casal. O Lucas, naquela noite, já dormia; mas Letícia, não. A lágrima que rolou dos olhos daquela menina, aos quatro anos de idade, escorreu nos ombros de sua mãe.   

– Mãe, por que ela não me quis? Imagina o aperto no coração e na laringe da Cristina, que apenas respondeu (um tanto sem ar para respirar) não saber, nem ter como explicar, antes de romper em choro quase incontrolável…   

– Mãe – disse a pequena Letícia, acariciando os cabelos de sua mãe – não se preocupe: eu vou te amar para sempre! A esta altura, é oportuno registrar uma declaração significativa desse casal da nossa história de hoje:– Em todos os momentos de nossas vidas, devemos contar com a graça de Deus. Somente a graça nos faz caminhar… [“A tua graça é melhor do que a vida; meus lábios te louvam” (Salmo 63.3, ACF)]. 

Mas, havia, também, outro livro, de leitura diária – um livro de "capa preta", já conhecido dos pais! Esse casal tem ensinado Lucas e Letícia os caminhos de Deus, nos caminhos de Deus! Um dos ensinos tem sido o de ter coração generoso para repartir, doar, dividir. E, não apenas doar o resto e o inservível: doar até o melhor. No Natal de 2005, Letícia havia ganho de sua mãe, de presente, uma grande e linda boneca. Por volta de seus quatro anos de idade, num dia de ajuntar doações para levar para a escola, lá vem a Letícia com sua boneca nova.

– Letícia, essa boneca é nova, comprei com tanta dificuldade, você ganhou no Natal; nem acredito que você vai incluí-la na doação…

– Mãe, eu adoro esta boneca; mas, não foi você quem me ensinou que devemos doar o melhor que temos?   Ooops! Lição ministrada, lição praticada, lição reaprendida! 

Em Letícia, é claro o fruto da salvação; em Lucas, é clara a alegria de andar com Jesus! O amor de ambos, um pelo outro, pelos pais, pela família (que também os ama) e por Deus (que os ama mais que qualquer outro) é visível a todos. O Lucas apresenta a “rimã” com orgulho onde quer que esteja. Letícia leva comidinha na cama do Lucas, quando ele está doente. A Letícia já aprendeu a contar histórias para o irmãozinho; está treinando para ensinar a Bíblia (o "livro da capa preta") a outras crianças. Um cuida do outro, um ora pelo outro. Marco Antonio, Isabel Cristina, Lucas e Letícia formam, não o lar que o casal sonhou, logo que se casou: formam o lar que Deus idealizou para eles, no qual têm muito mais realizações e gratificações do que naquele, anteriormente sonhado.

Sabe o que eu digo? Eu digo que, de uma maneira inalcançável pela via da razão, inexplicável pela via das palavras, “Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que Ele nos concedeu” (Romanos 5.5, NVI), fazendo uso das palavras do apóstolo. Marco Antonio, Isabel Cristina, Lucas (“iluminado”) e Letícia (“contentamento”), numa história que compreende anos de lutas, mas também de vitórias, de abandonos, e também de amor praticado, porquanto derramado do céu, são “arautos de vida”. E, como são!  

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

 Mais abaixo, letra e tradução, se quiser acompanhar…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida 
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:

As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:

E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

Nº 020 – “AJUDANDO A NATUREZA”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Setembro de 2015

Você sabe o que é um guapuruvu? Não, não sabe? Então, você sabe o que é uma bandarra? Também não sabe? Então, ao menos um paricá, você sabe o que é? Tampouco sabe? Última chance: você sabe o que é uma birosa? Piorou? Bem! É tudo a mesma coisa: estes são alguns dos nomes pelos quais é conhecida uma frondosa e belíssima árvore, tipicamente nativa no Brasil, cujo nome científico é Schizolobium Parahybae. Alcança até cerca de trinta metros de altura. Seu tronco produz casca lisa e sua copa é ampla, altaneira e magnífica, conferindo-lhe um porte garboso. Suas flores são amarelas, e seus frutos produzem uma semente chapada que parece um olho de tigre em tonalidade bronze.

Em novembro de 2014, a Esther viu uma cena desoladora: um incêndio na vegetação quase à porta de onde mora. Esse incêndio foi de pequena proporção, comparado ao imenso incêndio na serra do curral, em Belo Horizonte, que Esther também testemunhou; Esther mora, com sua família, bem próximo às fraldas da serra. Foi preciso mobilizar o corpo de bombeiros, com viaturas e até helicópteros. Esther, que, até antes de seus seis anos de idade, já tinha determinação de espírito para cuidar da natureza que o Pai Celeste criou, ficou inconsolável: e os passarinhos? E os seus ninhos? E os seus filhotes? E os animais que não conseguem nem voar, para fugir? A Esther está corretamente convencida de que, se o Pai Celeste criou, para que pudéssemos usufruir, também incumbiu de que devêssemos cuidar…

A Esther é filha de um amigo meu; um dia, fui presenteado com a companhia dela, em pessoa, ajudando-me a preparar algumas mudinhas.  Passados alguns dias, depois dos incêndios, chegou o da viagem à terra de Ibatiba, no estado do Espírito Santo. É um lugar onde ainda resta um pouco da mata Atlântica original. Na propriedade rural de um tio de seu pai Gilmar, este e a Viviane, mãe da Esther, viram-na catar um punhado de sementes…

Para que essas sementes, Esther?

– Eu vou plantar, para ajudar a natureza que Deus criou, e que o homem está destruindo; Deus está muito triste… Me ajudem a catar?…

E vieram, para Belo Horizonte, duas garrafas pet cheias de sementes, que Esther plantou em copinhos descartáveis.

– Isso não vai dar coisa alguma, alguém pensou.

No entanto, quando a primeira brotou, foi uma festa… A lembrança de Ibatiba indicava ser uma árvores de grande porte. E agora, onde a Esther vai querer plantar? A lembrança dela era vívida: a serra do curral precisava de replantio, de retratação, diante de Deus e da natureza sofrida. Só haveria um jeito: e procuraram a regional da prefeitura, contando toda a história, para oferecer as mudas. O pessoal da prefeitura ficou impressionado. Pediram uma muda para analisar, e descobriram que se tratava de uma bandarra (ou Guapuruvu, ou Paricá, ou birosa, como preferirem). Fizeram o seguinte com a Esther:

– Cuide das mudas para nós; quando estiverem na época do plantio, nós vamos te chamar, e você vai plantar a primeira muda, por onde a gente começar.

É o que se denomina, em direito, "fiel depósito mediante custódia".

Depois que o dilúvio destruiu a superfície da terra, e todos os seres humanos (exceto oito), e os animais (exceto os da arca de Noé), Ele mesmo se incumbiu de fazer brotar a terra, trazer prole aos animais, descendência aos filhos de Noé. Mas, incumbiu o ser humano de cuidar de tudo. Mais que isso, permitiu que toda a criação (inclusive seres humanos, claro) usufruir de toda a criação, mas também a incumbiu de zelar por ela. Deixou, entre o implícito e o explícito, que o homem até poderia investigar os recônditos dos continentes, garimpar seu subsolo, prospectar seus rios e oceanos, explorar as alturas até onde Ele permitir chegar (da lua pra lá). Só uma coisa: precisaria reconhecer que é tudo bem alheio, é propriedade divina, ainda que com prazo de validade. Na verdade, "pela mesma palavra [a Palavra de Deus] os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo, e para a destruição dos ímpios" (IIPedro 3.7, NVI). O fogo de que se fala aqui é o do Juízo Final, mesmo. Entretanto, até que esse inexorável dia chegue, dia esse que a Ele pertence, por que não zelar melhor pela natureza, como Deus espera? Ah, se tivéssemos mais crianças e também adultos como a Esther… Por isto, ela também é “arauto de vida”…

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson.

 Mais abaixo, letra e tradução, se quiser acompanhar…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida 
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:

As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:

E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
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Nº 019 – “PERSEVERANÇA, ESPERANÇA” E TRIUNFO

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Agosto de 2015

“Estás vendo isto, Deus? Eu sei que estás assistindo tudo. Eu sei que estás nisto, mas nós estamos num beco sem saída. Nossos problemas não têm soluções. Tenho tentado cada intervenção, e Max continua severamente inabilitado pelo autismo… Deus, eu não entendo. Por que nos trazes tão longe, sustentando, provendo, carregando-nos através de uma zona de guerra, para tão somente acabar aqui – num lugar sem esperança? Nem mesmo sei mais o que pedir em oração”.  Aqui está parte de uma oração real, não fictícia. Tirei-a do testemunho escrito em Dancing With Max, texto de Emily Colson, que me veio por empréstimo de um nobre casal amigo. 

Emily é filha de Charles Wendell “Chuck” Colson (1931-2012), o qual ficou famoso por seu alto envolvimento no chamado escândalo de Watergate. Colson atuou como conselheiro do então presidente Richard Nixon, entre 1969 e 1973. Julgado e condenado pelo seu envolvimento, Chuck Colson teve um encontro de busca da face de Deus às vésperas de ser encarcerado, aos 43 anos de idade. Na prisão, rendeu-se completamente a Jesus Cristo. Frustrando aqueles que insinuaram que tratava-se de jogo de cena, para aliviar a condenação, Colson dedicou-se pelo resto de sua vida a um trabalho de assistência a presidiários, o Prison Fellowship  (inclusive aplicando seus ganhos pessoais nisto). Emily é a sua filha mais nova, nascida em 1958. Ela própria só conheceu de fato o poder transformador da Palavra de Deus depois de seu pai.   

Em 1991, estando seu casamento em crise, Emily deu à luz um menino. Depois que nasceu, soube-se do diagnóstico: era um dos portadores do TEA -Transtorno do Espetro Autista. Três dias depois, seu marido a deixou. Emily, como qualquer dos pais de autistas daquele gênero, passou vários momentos e episódios que somente pais de portadores dessa síndrome (ou similares) conseguem aquilatar. Como no dia em que ela tentou ir a um cinema com seu filho; a inquietude dele suscitou reações (e manifestações) adversas no restante dos espectadores que feriram profundamente o coração da mãe. Retirando-se com ele do recinto, ainda teve que ouvir uma declaração altissonante, de um educado e polido dentre eles – Ele é um retardado!  

Foram anos tentando evitar e se livrar das ‘desconfortáveis’ situações públicas causadas pelo filho, e ela pensou: desse jeito não dá pra viver…  Até um e meio ano de idade, Max não andava, não engatinhava e nem balbuciava coisa alguma inteligível. As explosões de insatisfação e ingênua ignorância quanto a limites eram parte do dia-a-dia. A vida, na verdade, chegou a um nível tão insuportável, que ensejou aquela espécie de oração, que abre esta mensagem. Mas, para Emily, conhecer também aquEle que garantiu ao seu pai superar os dias de prisão trouxe respostas positivas.

Emily conta que, um dia, colocou-se ao pé da cama de seu filho, e orou a Deus assim: “Senhor, se Max não tiver a habilidade de expressar sua própria fé, eu te peço que o tenha como um escolhido teu, como se ele a tivesse. Mas, se ele for capaz de entender, eu te pelo que ele Te aceite, mesmo que ele nunca venha a ser capaz de manifestar isto com sua voz”.  Emily consegue dizer: "Max, para mim, não é um peso (alguns diriam “cruz”); na verdade, é o meu melhor presente!"  Mas, o que proporcionou diferença para Emily, para encarar tal situação? Uma coisa, uma única coisa: conhecer o Deus da Bíblia, o mesmo a quem seu pai se rendeu, já na prisão. Para Emily, conforme ela mesma testemunha, Max se tornou, na sua vida, um grande desafio, mas também uma grande “escola”: uma escola de perseverança, de esperança, mas também de triunfo, como ela mesma atesta. Eis o que ela afirma: "Cada um de nós tem algum desafio; se você não tem, terá… Nem posso imaginar-me enfrentando o meu, sem Deus."  

De  fato: não há barreira tão grande que Deus não possa ajudar a transpor; não há vale tão profundo que Deus não possa ajudar a atravessar; não há tempestade tão intensa que Deus não consiga acalmar, ou que não possa ajudar a superar. Deus, somente Deus, por meio de Jesus Cristo, somente por Jesus Cristo, e pelo fundamento de Sua palavra, somente Sua Palavra, pode proporcionar Perseverança, Esperança e Triunfo. “Mas, graças a Deus, que, em Cristo Jesus, sempre nos conduz em triunfo…” (II Coríntios 2.14, ARC). É disto que fala a história de Emily Colson, com seu filho Max, que hoje está com 24 anos de idade, e se esforça por repetir versos da Bíblia, por cantar hinos e cânticos. Por isto, e por muito mais que estas linhas não comportaram, Emily Colson é mais uma “Arauto de Vida”, entre os nossos arautos.

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida   
Some rain is bound to fall:

Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:

E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional