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Author Archives: Ulisses Horta

N° 271 : “VOTE PELO SEU FUTURO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 09 de Outubro de 2016

“Será este alguém que queiramos para presidente? Acho que não. O que me importa é o rumo deste país, e estou muito, muito preocupado que esteja caminhando na direção errada com alguém como Donald Trump. Se você se importa com seu futuro, vote por seu futuro”… Quando o premiado ator de Hollywood, Robert De Niro (Robert Anthony De Niro, Jr, 1943-…), disse estas palavras recentemente, a imprensa havia  acabado de noticiar um diálogo lastimável do candidato à presidência dos Estados Unidos, ao qual se refere. Nesse diálogo, com um apresentador de mídia, Trump faz comentários desclassificados sobre mulheres, usando até palavras de baixo calão.

Certamente que De Niro estava se referindo a um futuro próximo. Embora militante publicamente declarado do partido Democrata, em seu país, o vídeo de Trump que lhe provocou ira, decepção e vergonha, provocou sentimentos idênticos até mesmo em correligionários republicanos do candidato. Por conta do que Trump disse, De Niro chegou a declarar que gostaria de esmurrar-lhe a face.

Sua advertência final me chamou atenção: “Se você se importa com seu futuro, vote por seu futuro!” Isso mesmo, Robert. Até eu diria isto. Em duas dimensões, inclusive. Na primeira dimensão, diria isto em face do exercício cívico, como cidadãos deste mundo. Reconheço, deste modo, que é um grande desserviço, não só ao próprio eleitor, mas também à sua família, à sua comunidade (pense, por exemplo, na comunidade da fé), e ao seu povo (município, estado, nação) votar motivado por fatores tais como paixão (como se política fosse como futebol); ou por aparências (sem pesquisar e conhecer os pressupostos e compromissos ideológicos que movem os candidatos e seus “programas”, sem conhecer um mínimo do seu passado ainda presente).

A segunda dimensão me parece mais urgente e preocupante. Está num futuro além daquele que me parece estar no centro da preocupação do artista. Preste atenção na forma como o apóstolo se refere ao assunto: Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (II Coríntios 4.18, NVI). A primeira dimensão de futuro, a que se refere ao dia de amanhã e o que vem depois, o que entendemos ser coisa certa, interessou mais ao Robert De Niro. A segunda dimensão, isto é, a que vem depois do depois, é ainda mais importante.

“Depois do depois”, para mim, significa depois que os dias a serem aqui vividos se acabarem. Eu preciso dizer que “votar nesse futuro” é muito mais importante do que qualquer outra maneira de votar. Pena que essa realidade, para a maioria das pessoas, parece não ser lá muito interessante; por isto, não ‘dão muita bola’ para o assunto. Mas, a revelação divina diz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácu­la, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1Pe 1.3-5, ARA).

O futuro que corresponde ao “depois do depois” está bem perto. Para alguns, bem mais perto do que imaginam. Ouvi um amigo dizer, recentemente, referindo-se à pessoa de sua família que partiu para a eternidade: um ano atrás, estava aqui, entre nós, conversando e brincando normalmente; quem diria, um ano depois, estaria debaixo de terra?  É verdade: quem diria?… Vale a pena colocar uma atenção mais séria neste assunto.  Eu até tomo emprestada a frase do cineasta: se você se importa com seu futuro, vote pelo seu futuro! Chego a pensar que, se você não fizer isso, é porque não se importa com seu futuro; pelo menos, por enquanto. Sei lá se, quando quiser se importar, quanto isso lhe adiantará…

Vote bem! Vote pelo seu futuro: Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.  Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.  E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também(João 14.1-3, ARC).

O autor das palavras originais do hino de hoje era cristão, compositor, poeta e militar. Acostumado à rotina diária do clarim no toque de alvorada, passou a associar, diariamente, àquele toque, a expectativa da chegada do “futuro depois do depois” a que me refiro. Ouça, na versão vernácula, cantada pelo Quarteto Templo.

CHRIST RETURNETH (1877)
Cristo Volta (Cristo Voltou, originalmente)
Henry Lathrop Turner (1845-1915)
Música de James McGranaham (1840-1907)

Ouça, com nosso 

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 270 : “MINHA PESQUISA ELEITORAL”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 02 de Outubro de 2016

 

“Isso não dá IBOPE!”… “Este é um palestrante que dá IBOPE!”… Essas frases mostram a penetração social e cultural que o instituto de pesquisa brasileiro atingiu neste nosso país. “Dar IBOPE” se tornou sinônimo de alcançar repercussão de maioria entre a população. Não obstante estar envolto em muitas controvérsias, e sob várias acusações, Carlos Augusto Saade Montenegro (1954-…), que foi presidente daquele instituto fundado em 1942, disse, recentemente, pela aproximação destas eleições municipais, algumas coisas dignas de reflexão.

De acordo com um importante veículo de imprensa nacional, Montenegro (1954-…) “ainda é a cara do IBOPE, o mais importante instituto de pesquisas do Brasil”.  Eis o que ele disse, traduzindo com minhas palavras e sintaxe:

1.     A coisa mais rica no mundo, atualmente, chama-se informação.
2.   Na sua maioria, o eleitor brasileiro decide seu voto nas últimas 48 horas antes das eleições.
3.   Em decorrência disto, pesquisas devem ser vistas com muito cuidado: é em cima da hora que um candidato será ‘eleito’.

Embora eu mesmo não seja dono de um instituto de pesquisas, costumo fazer as minhas próprias. Com base nelas, posso dizer que tenho algumas concordâncias e algumas discordâncias do Carlos Augusto Montenegro.
Ok! Vamos, por partes:
Sob certo aspecto (ou discriminação), concordo que a coisa mais valiosa no mundo, hoje, seja a informação. Mas, acredito que não concorde com ele quanto ao tipo de informação a valorizar assim. O maior provedor de ricas informações para o mundo, hoje, chama-se “Deus”; e suas informações não provêm de pesquisas – provêm de revelação. Estão na Escritura, mas a maioria ignora, ou menospreza esse valioso acervo. Talvez, até você que me esteja lendo. Seja honesto para com Deus, se quiser discutir isso…

Pois bem! Eu digo que na Escritura Sagrada há valiosíssimas informações sobre nossas origens (mas imensuráveis fortunas são gastas para buscar “informações” que conflitam com a verdadeira). Ali há valiosíssimas informações sobre o nosso passado, nosso estado presente e nosso futuro (mas são consideradas fora de moda, irrelevantes). “Pois que eles aborreceram as instruções, e não abraçaram o temor do Senhor, nem se submeteram ao meu conselho, e desacreditaram toda a minha repreensão; comerão, pois, os frutos do seu caminho…” (Provérbios 1.29-31, BCF).  

Quanto ao eleitor, concordo que o brasileiro é, majoritariamente, assim: decide na última hora. Mas, tenho a assinalar que o mais importante eleitor de todos os tempos, aquEle que elege uma alma ao céu ou ao  inferno, nunca decide em cima da hora. Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (Efésios 1.4-6). Que coisa maravilhosa é quando o propósito prévio do Eleitor Celeste se encontra com a realidade das “urnas da nossa alma”! Quando a eterna escolha divina converge com a abertura do coração de um ser humano!

Concordo que é preciso ter muito cuidado com escolhas “em cima da hora”. No tocante à realidade eterna, olhando do prisma meramente horizontal, digo o mesmo: é muito arriscado. Pode não dar tempo; pode um fato novo fazer mudar de idéia. No tocante à realidade espiritual, mais séria ainda é a advertência: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Isaias 55.6, ARC).

Minha ‘pesquisa eleitoral’ mostra que há muita gente deixando coisas de suma importância para cima da hora. Deixando a decisão de andar com Deus… Deixando a escolha de seguir, de verdade, Jesus… Deixando a necessidade de ‘mergulhar’ na Sua Palavra, onde as palavras são de vida eterna… Perigoso. Está dito, e repetido! Ouve, quem tiver juízo acima do pescoço!   

Há um autor desconhecido, que o meio musical evangélico contemporâneo só pôde conhecer por suas iniciais. Sua poesia, porém, é magistral. Sua base foi esse relato do evangelista Lucas. Ela segue abaixo, certamente composta no terceiro quadrante do século XIX. A música foi composta por seu contemporâneo, Asa Hull, nascido em New York em 1828, e falecido por volta da virada do século. Ouça, com nosso AudioPlayer online, clicando logo após a transcrição da letra (com tradução "simultânea")

SITTING AT THE FEET OF JESUS- 1970
PERMANECENDO AOS PÉS DE JESUS
J. H. T. &  Asa Hull (alguma data no terceiro quadrante do séc XIX)

Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus
Oh, what words I hear Him say!
Oh, que palavras ouço-lhe dizer
Happy place! So near, so precious…
Que feliz lugar! Tão íntimo, tão precioso…
May it find me there each day;

Que possa eu ser lá achado, a cada dia;
Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus,
I would look upon the past,
Olharia eu para o passado,
For His love has been so gracious;
[Reconhecendo que] seu amor tem sido tão gracioso;
It has won my heart at last.
Afinal, conquistou meu coração.

Wesley Pritchard + Joy Gardner + Stephen Hill
Sitting at the feet of Jesus,

Permanecendo sentado aos pés de Jesus
Where can mortal be more blest?
Onde pode, um mortal, ser mais abençoado?
There I lay my sins and sorrows,
Ali deponho meus pecados e minhas tristezas
And, when weary, find sweet rest;
E, quando fragilizado, [ali] encontro doce descanso;
Sitting at the feet of Jesus,
Permanecendo sentado aos pés de Jesus,
There I love to weep and pray
É onde eu amo colocar-me em contrição e oração
While I from His fullness gather
Enquanto eu obtenho, de Sua plenitude,  
Grace and comfort every day.

Graça e conforto a cada dia.

Bless me, O my Savior, bless me,
Abençoa-me, oh meu Salvador, abençoa-me
As I sit low at Thy feet
Ao assentar-me quedado aos teus pés
Oh, look down in love upon me,
Oh, deriva [dos céus] o teu olhar de amor sobre mim
Let me see Thy face so sweet;
Permita-me contemplar tua tão doce face 
Give me, Lord, the mind of Jesus,
Dá-me, Senhor, a mente de Cristo
Take me holy as He is;
Faz-me santo como Ele é;
May I prove I’ve been with Jesus,
Que eu possa estar convicto de estar com Jesus 
Who is all my righteousness!
O qual é toda a Justiça para mim!
(Repete-se)

Sitting at the feet of Jesus  … !!!

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 269 : “FESTA DO PIJAMA”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 25 de Setembro de 2016

“Nunca cinco letras cortaram tão profundamente, e nem mesmo a mim foram elas dirigidas; foram, apenas, uma declaração simplista que pronunciou muitos volumes”. Com esta declaração, Bob Cornelius, um descendente de holandeses que mora no pequeno distrito de Rockaway, em New Jersey (Estados Unidos), se referiu a algo que seu filho escreveu.

Christopher Cornelius tem apenas 11 anos de idade. Frequenta uma escola do distrito. Ao fim de uma tarde, Bob foi buscar seu filho na escola. Viu que havia um painel com os trabalhinhos das crianças, tirou o celular do bolso rapidamente e fotografou o do seu filho; não deu muita atenção na hora, por causa da pressa. Só mais tarde foi ler o trabalhinho. Chocou-se! Em breve relance, perguntas da professora e respostas do aluno (fora da ordem original num detalhe):
– Idade? 11…     – Série? Sexta…      – Professor(a)? Miss Feid (sic). 
– Demais membros da família? Papai, mamãe, Michael, Ana e Stephen…
– Profissão que quer exercer, quando crescer? Professor.

Alguns dos seus amigos? Nenhum!

Em ingles, cinco letras: “NO ONE”. Antes de prosseguir, devo dizer que li o post completo do pai de Chris. Este, seu filho caçula, é destinatário de uma das formas do espectro autista. Agora, a resposta no trabalhinho é mais sonora, não? Cinco letras – NO ONE – foi a resposta que fez o corte profundo no coração do pai.

Bob logo se lembrou que seu filho, pouco tempo antes, perguntara se ele também poderia ter uma “festa do pijama”. Seus três irmãos, mais velhos, já tinham tido. Bob prontamente disse ao filho “é claro que sim”. E perguntou, de volta: “Com quem”? O menino ficou em silêncio, encruzou os braços, e depois abraçou o pescoço do pai. Como fazer uma “festa do pijama”? Com quais amigos? Chris tinha o pai como seu melhor amigo; os irmãos eram seus amigos. Mas, à semelhança dos seus irmãos, tinha que pensar em amigos de fora de casa. NO ONE! Por isto, Chris não tinha tido ainda, aos 11 de idade, sua própria festa do pijama. Sua vida, como a de muitos, especialmente os de quadro  idêntico, era solitária, de exclusão!

Bem! O restante desta história eu poderia contar… Poderia falar ainda, por exemplo, de um outro autista que conheço: ainda longe de chegar seu aniversário, pergunta quando vai ser… Pergunta se vai ter bolinho… E que mais vai ter… Se provocado, diz que seus convidados serão três ou quatro pessoas da igreja (um diácono, um presbítero em disponibilidade, e mais uma ou duas pessoas), como também o mecânico de automóvel do seu pai (igualmente por sempre lhe dar atenção). Mas vou mudar de rumo, sem desperdiçar a estrada por onde comecei. Vou mencionar que, ao vir ao mundo, o Filho de Deus também veio ao encontro de vários “excluídos”, vários “solitários”, vários “sem amigos”, aspirando por sua própria “festa do pijama”.

E Jesus lhes prometeu que nos daria uma “festa do pijama”, e que já começariam os ensaios. Bem, não foi realmente essa a expressão que ele usou, eu sei. Mas, tomo por metáfora, quase uma sinédoque. Certa feita, ao falar da festa prometida, Jesus viu os que gostavam de lugares privilegiados no banquete, e recomendou ao anfitrião: “Quando deres um jantar ou ceia, não chame amigos, parentes, vizinhos que forem ricos; para não suceder que eles também te convidem e te paguem, com isso. Chame os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás bem-aventurado, porque eles não têm com que te retribuir; mas, ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos” (Lucas 14.12-14, BCF). Sugiro que você leia todo o relato do evangelho, clicando AQUI.

Aliás, foi isso mesmo que Ele veio aqui fazer. Deixe-me lembrar algumas de suas palavras:
“O Reino dos Céus é semelhante ao rei que celebrou as bodas do  seu filho…” (Mateus 22.2, ARA).
“Digo-vos que, assim, que haverá mais júbilo [festa] no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lucas 15.7, ARA).
“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10, ARA);

Sabe o que digo? Digo que, com licença literária da sinédoque, está prestes a chegar o dia em que haverá uma grande “festa do pijama” no céu; muito júbilo, alegria e celebração… Estamos, agora, em ensaios… E, naquele diz, todos os que são, hoje, solitários, excluídos, desvalidos, sem amigos, porém, que sejam portadores da esperança de vida eterna, portadores da senha de acesso do Redentor, vão se alegrar com Ele. Prá sempre! Você leu até aqui? Está convidado!

Ira Stanphill foi um dos mais prolíficos compositores sacros da América; e está entre os que muito aprecio. Suas composições, invariavelmente, recebiam títulos derivados de ideias que os próprios cristãos lhe sugeriam, sem querer; situações de vida, que levavam sua mente criativa às Escrituras. Uma delas, típica da época em que, no oeste americano, residia com a família em casa com grande quintal. Ouça o hino, na voz singular de George Younce (1930-2005), clicando nosso áudio player que está após a letra.

SUPPERTIME (1950)
Ceia (Jantar)
Ira Forest Stanphill (1914-1994) 

1ª estrofe:
When I  was but a boy in days of childhood
Quando eu era menino em minha infância
I used to play till evening shadows come
Tinha o hábito de brincar até o pôr do sol
Then winding down that old familiar pathway
Relembrando aquela trajetória familiar 
I “heard” my mother call at set of sun:
“Ouvi” minha mãe chamar, ao pôr do sol:

Coro:
Come home, come home, it’s suppertime
Vem prá casa, está na hora do jantar
The shadows lengthen fast
As sombras chegam depressa
Come home, come home, it’s suppertime
Vem prá casa, está na hora do jantar
We’re going home, at last!
Já vamos prá casa, afinal!

[Na elocução, George Younce repete o que, originalmente, Stanphill dizia: suas doces lembranças do tempo em que sua mãe chamava para o jantar, da saudade de ouvir, de novo, aquela voz chamando; da verdade que esta lembrança cristalizou, sobre o dia vindouro em que o Senhor se postaria junto aos portais da Glória, chamando para a Ceia do Cordeiro, a maior de todos os tempos:
– Vem já, filho: é chegado o tempo da Ceia aqui no céu!

2ª estrofe:
In visions now I see her standing yonder
Em visões de agora, vejo-a lá adiante 
And her familiar voice I hear once more.
E mais uma vez ouço sua voz familiar
The banquet table's ready up in heaven,
A mesa do banquete está pronta lá no céu
It's Supper time upon that golden shore!
É hora da Ceia lá naquela praia dourada!

Coro (segunda vez):
Come home, come home, it’s suppertime
Vem prá casa, está na hora do jantar
The shadows lengthen fast
As sombras chegam depressa
Come home, come home, it’s suppertime
Vem prá casa, está na hora do jantar
We’re going home, at last!
Já vamos prá casa, afinal!
We’re going home…
Já vamos prá casa…

[Noutra elocução, George, na altura de seus mais de oitenta de idade, diz aos seus ouvintes que tinha muitos dias de vida decorridos, e sabia não ter muitos dias de vida pela frente; mas afirma que, se o Senhor viesse naquela noite, ele estaria pronto para partir; tinha sua casa em ordem!]

I’m going home, someday!… 
Já vamos prá casa, um dia!…

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Bom Domingo, boa semana,
Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
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N° 268 : “HOJE”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 18 de Setembro de 2016

Alan Coren (1938-2007) foi um aclamado escritor britânico. Seu refinado estilo cômico, até satírico, o colocou em destaque na famosa BBC de Londres – tanto no rádio quanto na tevê. Foi também jornalista, colunista e editor de revista. Em 2008, o jornal The Daily Mail publicou, a seu respeito, que milhões de britânicos o consideravam o homem mais engraçado do Reino Unido. Mas, não só engraçado: também sábio, culto, versátil, amigo.

Coren deixou, como marcas suas, várias tiradas curiosas, que fizeram rir muita gente que o assistia. Houve, também, outras não tanto, porém muito reflexivas. Por exemplo, é dele o que segue (em inglês e em português): “Enjoy your life today: yesterday has gone, and tomorrow may never come!” – Aproveite sua vida hoje: o ontem já se foi, e o amanhã talvez nunca chegue!”. Em língua inglesa existe uma rima que a tradução literal não proporciona.

De fato: o tempo que nos pertence é o HOJE. Ou, pelo menos, parece que nos pertence. O ‘ontem’, se já pertenceu, muitas vezes escapou… O ‘amanhã’, ainda que a cada dia pensemos ser certo, ser nosso, é uma verdadeira incógnita; está fora do nosso domínio. Até a Palavra de Deus cuida bem de advertir quanto à administração correta do HOJE.

Por exemplo: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do  Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama HOJE, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hebreus 3.12,13, ARA). As gerações passadas deixaram muitos maus exemplos de coração de incredulidade. O tempo de cuidar do cuidar do coração é HOJE; o tempo de exortar contra incredulidade, contra o pecado é HOJE!

Outro exemplo: “…[Deus] determina, outra vez, um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito:  Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hebreus 4.7, ARC). Por que deixar para assumir a genuína fé no Senhor amanhã? O tempo oportuno é HOJE! Por que ajustar a verdadeira comunhão com Deus amanhã? O tempo que Ele almeja é HOJE!

Um último exemplo: “Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador; pois Ele é o nosso Deus, e nós somos o povo do seu pastoreio, o rebanho que Ele conduz. Hoje, se vocês ouvirem a Sua voz,não endureçam o coração, como em Meribá, como aquele dia em Massá, no deserto, onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova, apesar de terem visto o que eu fiz” (Salmo 95.6-9, NVI). Fique atento: no passado, houve pessoas que ouviram a voz de Deus audivelmente, embora não muitos. Não espere isto acontecer de novo… Você só vai ouvir a Sua voz por meio do instrumento que é Palavra Sua: a Escritura. Portanto, isto significa: Ouça a voz de Deus, falando na Sua palavra. E faça isto HOJE! Não desperdice seu dia. O ontem já se foi, e o amanhã, quem pode garantir?

O tempo de cuidar do que importa mais é HOJE! O tempo de cultivar os melhores valores, as melhores amizades, assim como as mais belas flores, ou as mais promissoras esperanças, é HOJE! O tempo de valorizar quem merece ser valorizado é HOJE! O tempo de amar que é para ser amado, ou amada, é HOJE! O tempo de fazer faxina na alma, no espírito, no coração, é HOJE! O tempo de buscar o Criador, de adorar a Deus o mais próximo possível do que Ele merece, de ser grato pelo muito que ele tem feito, sem merecermos, É HOJE!

Quanto ao ‘ontem’, restam as lições do que deve ser evitado, ou do que deve ser cultivado. Quanto ao ‘amanhã’, bastam as sãs esperanças que desperta, as legítimas aspirações que enseja… Mas, pertencem ao amanhã, se ele vier. O que importa observar, administrar, nutrir, lapidar, é o HOJE. Parafraseando Alan Coren, eu diria: Aproveite a vida, diante dos olhos de Deus, no dia de HOJE! O ontem se foi, o amanhã pode nem vir. Aliás, além deste acréscimo, faria apenas mais um; e é de alguém mais culto e mais sábio, porque inspirado pelas palavras do Espírito de Deus – Salomão: “Em todo o tempo, seja alvas as tuas vestes [pureza, integridade, deixando de fora a contaminação do pecado], e jamais falte óleo sobre a tua cabeça [unção do Espírito, andando no Espírito]” (Eclesiastes 9.8, ARA).  

Fica, por fim, uma mensagem cantada de um casal crente, composta quando nasceu o seu primeiro neto, colocando-os a olhar e rever a vida…   Depois da transcrição da letra (com tradução), nosso player…  


WE HAVE THIS MOMENT TODAY (1975)
Nós Temos Hoje Este Momento
Poesia: Gloria Gaither; Música: Bill Gaither

Hold tight to the sounds of the music of living,
Segure-se firme ante os sons da música do viver

Happy songs from the laughter of children at play
Alegres canções que vêm da risada das crianças brincando

Hold my hand as we run through
Segure minha mão à medida que corremos

The sweet fragrant meadows,
Pelos prados de doces fragrâncias

Making memories of what was today.
Construindo memórias sobre o que foi o HOJE.

 

For we have this moment to hold in our hands
Pois temos este momento para segurar nas mãos

And to touch as it slips
E para tocar, enquanto desliza

Through our fingers like sand
Entre os dedos como areia

Yesterday's gone and tomorrow may never come
O ontem se foi, e o amanhã pode nunca vir

But we have this moment today!
Mas temos HOJE este momento!

 

Hear that tiny voice: that’s my little girl
Ouça aquela frágil voz: é minha garotinha

She’s calling for mommy
Ela chama por sua mamãe

Just listen what she has to say
Ouça o que ela tem a dizer

And my little son running there down the hillside
E meu filhinho correndo abaixo a encosta

May never be quite like today…
Talvez nunca mais veja tanto, como HOJE…   

 

Tender words
Ternas palavras

Gentle touch and a good cup of coffee
Toque gentil, e um bom copo de café

And someone who loves me
E alguém que me ama

And wants me to stay
E que deseja que eu fique

Hold them near while they're here
Segure-os por perto, enquanto estão por aqui

Don't wait for tomorrow
Não espere pelo amanhã

And look back and wish for today
Para olhar para trás e aspirer pelo HOJE

Take the blue of the skies
Contemple o azul dos céus

And the green of the forest
E o verde da floresta

And the gold and the browns
E o dourado e marrom

Of the freshly mown hay
Do feno recém-cortado

Add the pale shades of spring
E os tons pálidos da primavera

And the circus of autumn
E o circo do outono

And, my fiend, just go out and weave you a lovely today!
E, amigo, vá, e teça para ti um adorável HOJE!

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Bom Domingo, boa semana,
Ulisses 

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N° 267 : “11 DE SETEMBRO”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 11 de Setembro de 2016

Quinze anos se passaram. Primeiro, foi a Torre Norte do imenso World Trade Center, em Nova Iorque; depois, foi a Torre Sul. Uma hora e quarenta e dois minutos depois, vieram ao chão, abalando diversos outros edifícios à volta. Depois que as duas aeronaves de grande porte, sob o controle de terroristas, foram atiradas às duas torres, outras duas foram ainda dirigidas a mais alvos estratégicos: uma atingiu o Pentágono, e outra tentou atingir o Capitólio, em Washington D.C. Resultado: 2996 seres humanos mortos; milhares de outros atingidos, e uma cultura de medo, terror e apreensão que mudou a vida no planeta.

No dia de hoje, a população do grande país da América do Norte vai vivendo um clima de assombro. A Al-Qaeda prometeu comemorar os 15 anos com outras investidas terroristas. Não só na América do Norte: a Europa também vive um clima de preocupação e apreensão, vinte e quatro horas por dia. Do outro lado do mundo, o ditador de um pequeno país insiste em ameaçar a estabilidade, não só à sua volta, mas até distante, com seus ensaios de poderio nuclear. A China, sua vizinha, já declarou que ele está provocando a desestabilização do continente asiático.

Há uma impressão que percorre o planeta, de que o homem chegou a um tal poder que pode ditar os rumos do mundo, espalhando medo e terror por todos os lados. A humanidade está agindo tal como filhos que vão testando até onde vai a paciência e a tolerância de um pai, fazendo todo tipo de arte à sua frente; se o pai tolerar, é só avançar um pouco mais na libertinagem. Às vezes, o pai se cansa, e acaba deixando os filhos ultrapassarem todos os limites. Assim o ser humano está fazendo, diante do Seu Criador.

Está Ele meramente tolerando? Está Ele descuidado? Está Ele cansado das traquinagens da humanidade? Que ninguém se iluda. Deus, não só  está atento, como está no pleno comando de todas as coisas que acontecem, ou que deixam de acontecer: “O caminho do Senhor é perfeito, a palavra do Senhor é provada; Ele é escudo para todos os que nele se refugiam. Pois, quem é Deus, senão o Senhor? E quem é rochedo, senão nosso Deus? (Salmo 18.30,31, ARA). E a confiança que a Sua Palavra ensina a cultivar a Seu respeito é esta: “O Senhor é a minha luz, e a minha salvação; de quem terei temor? O Senhor é o meu forte refúgio; de quem terei medo? (Salmo 27.1, NVI).

Os soberanos das nações podem esnobar seu poderio… Podem ameaçar seus vizinhos, ou os países mais distantes. Não darão um passo, sem o consentimento do Altíssimo: “O Senhor frustra os desígnios das nações, e anula os intentos dos povos” (Salmo 33.10, ARA). Quer saber como Deus vê o poderio das grandes potências do mundo, ou a ameaça dos mais despóticos governantes? Eis que as nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças; eis que lança por aí as ilhas como a uma coisa pequeníssima. Nem todo o Líbano basta para o fogo, nem os seus animais bastam para holocaustos. Todas as nações são como nada perante ele;  ele considera-as menos do que nada e como uma coisa vã.  A quem, pois, fareis semelhante a Deus ou com que o comparareis?” (Isaias 40.15-18, ARC).

Que era o Egito, nos dias dos grandes faraós, nos dias de Moisés? Simplesmente, era a grande potência mundial de então. E Deus livrou a Israel das mãos dos egípcios, envergonhando as tropas de faraó. Que era a Assíria, nos dias do profeta Isaías, nos dias de Ezequias? Era, simplesmente, a potência que colocou o mundo de joelhos, diante de si. E Deus humilhou os exércitos da Assíria de Senaqueribe, em favor do rei Ezequias. Babilônia era o terror de todas as nações, ao seu tempo. Mas Deus encurvou a espinha dorsal da Babilônia, perante Ciro, rei dos persas. Os persas, dominadores do mundo, caíram diante dos greco-macedônicos, forças de Filipe e Alexandre. Os greco-macedônicos caíram, diante dos romanos. E os romanos, que alcançaram pujança mundial, também já caíram.

O mundo parece estremecer, diante do terrorismo, diante das alucinações de certos governantes, que ameaçam a paz mundial. Mas, é outro a quem devemos temer… Reina o SENHOR; tremam os povos. Ele está entronizado acima dos querubins; abale-se a terra. O SENHOR é grande em Sião e sobremodo elevado acima de todos os povos. Celebrem eles o teu nome grande e tremendo, porque é santo” (Salmo 99.1-3, ARA). Os que a Deus celebram confiam na Sua justiça e no Seu poder. Portanto, O temem de um modo esperançoso e sereno. 

Nosso hino de hoje brota de uma profunda reflexão do compositor sobre o Salmo 23: 

HE LEADETH ME
JESUS ME GUIA (1862, Letra; 1864, Música)
Joseph Henry Gilmore (1834-1918) & William Batchelder Bradbury (1816-1868 )

Ouça, com nosso

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Bom Domingo, boa semana,
 Ulisses 

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil

ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

 

Nº 028 – “SAUDADES”

Ministérios EFRATA – Arautos de Vida
Setembro de 2016

Indo para a igreja, num destes últimos domingos, coloquei, mais uma vez, um precioso CD para tocar no carro, durante o trajeto. Fazia algum tempo que não o ouvia. Numa das faixas, a saudade do amigo bateu forte. Escuta-lo cantando, especialmente aquela faixa, foi emoção subida. Falo da composição “The Homeland Shore” (1890), letra original de Fanny Jane Crosby (1820-1915), com música de Stephen Collins Foster (1826-1864) e Ira Sankey (1840-1908); com a versão para o vernáculo de Justus Henry Nelson (1849-1931), ficou sendo “Da Linda Pátria Estou Bem Longe’. Quantas vezes ouvi o virtuoso  amigo  executa-la ao piano? O que diz a faixa?

Da linda pátria estou bem longe, cansado estou
Eu tenho de Jesus saudades, oh! Quando é que vou…

A voz que cantava no meu CD era a voz de Sebastião Guimarães Costa Filho (1945-2015). Pastor, evangelista, poeta, músico, compositor, professor – várias virtudes. Pernambucano de Garanhuns, adotou, temporariamente, os solos fluminense, paulista e baiano para exercer seus dotes em Nome daquEle que o conquistou para Si. Mas, foi no solo mineiro que o ‘empréstimo geográfico’ o reteve, por duas distintas ocasiões, até a que lhe findou a jornada.

Quando eu o sucedi (sem qualquer mérito), à frente da centenária Igreja Presbiteriana da Bahia, em 1987, fiz algo que lhe marcou a despedida para as terras paulistas: pus toda a congregação a cantar “No tempo em que meu trabalho acabar, e enfim de Deus a presença eu gozar, e quando a Cristo eu puder contemplar, oh! Quanta glória haverá com Jesus!”. Com esse cântico, partiu para a capital de São Paulo, a suceder o saudoso Rev. Denoel Nicodemos Eller.

Seus últimos anos, em Minas, permitiram-nos o reencontro. E encontrávamos-nos toda semana, posto que ensinando na mesma instituição. A amizade antes cultivada reavivou-se. No ano de 2013, uma cirurgia incomum, mas, aparentemente inofensiva, lhe tirou setenta por cento do rim direito. A sequência do tratamento veio a revelar algo mais sério no abdome. Por conta disso, lhe retiraram a vesícula, parte do estômago, parte do duodeno e parte do pâncreas. Era sério mesmo.

Em 2014, começaram as sessões de quimioterapia. Disse-lhe o oncologista que era apenas precaução profilática. Os hospitais criaram um rito, inspirado na tradição da marinha e das ferrovias, para marcar fim de tratamento oncológico: um sino, instalado no setor, tocado pelo paciente, marca o fim do tratamento. Depois de sucessivas sessões, Guimarães chegou a tocar o sino. Então, não havia dito o médico que era só profilaxia? Qual o que! Entre altos e baixos, entremeados com palavras de esperança alternadas com outras preocupantes, viu-se que o caso não era pura profilaxia.

O câncer, em 2014 tido como “encapsulado”, venceu a “cápsula” e atingiu o organismo, em 2015. A metástase se foi alastrando. Visitei-o em casa, visitei-o no hospital. É claro que, lá por dentro, o meu amigo sentia o pesar da possível separação. Não, propriamente, desta vida… Da família, sim; dos demais queridos, certamente… Dos empreendimentos, aparentemente inacabados, também. Afinal, acabara de chegar aos setenta de idade, apenas.

A enfermidade, impiedosa como é, conseguiu extinguir-lhe os fios na cabeça; conseguiu empalidecer-lhe a tez; conseguiu consumir-lhe a pouca gordura e até da própria carne; conseguiu abafar-lhe o apetite. Mas, não conseguiu tirar-lhe o brilho nos olhos, aquele brilho próprio e exclusivo daqueles que, mesmo lutando pela vida, estão seguros e tranquilos se ela findar. Por que seguros? Guimarães, em resposta, me citou, entre lágrimas, sobre o leito:

– Porque eu sei em quem tenho crido, e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o meu tesouro até àquele dia, ao final (II Timóteo 1.12).

Como pode, alguém que pressente chegar o seu momento, as forças se esvaindo completamente, o cancro consumindo por dentro, e ainda dizer como disse o apóstolo Paulo? Que outra explicação, senão o fato da gloriosa esperança que provém da promessa do encontro com o glorioso Senhor? Por isto, ao lembrar-me, todo vez que ouço a sua magnífica voz cantar no meu CD, perfilando as palavras do hino – Da linda pátria estou bem longe, cansado estou; eu tenho de Jesus saudades, oh! Quando é que vou; ou, ainda: Jesus me deu a sua promessa, me vem buscar, meu coração está com pressa, eu quero já voar faz-me pensar: Deus o ouviu! Deus respondeu a ele, num sussurro particular, consolador, repleto de graça, tal qual imagino:

– Guimarães, meu servo bom e fiel, ouvi a tua oração; chegou a tua hora, acabou o  tempo da saudade do que tu ainda não vislumbraste com os próprios olhos, senão, apenas, com os olhos da fé. Vem para aqui; entra no gozo do teu Senhor!

Acabou, em 23 de novembro de 2015, a saudade do Mestre, para ele! Criou-se outra, para nós. Um Arauto de Vida, em vida, que continua sendo arauto de vida, mesmo deixando saudade, depois da partida! Encontrou-se com o Filho  de Deus, mas ainda prega, com o que deixou! 

Quando Noé soltou a pomba na janela da arca, depois de todo aquele dilúvio que cobriu (e destruiu) a terra (está lá, em Gênesis, entre os capítulos 6 e 9, inclusive), e a pomba trouxe a Noé o raminho de  oliveira no bico, a mensagem era clara, do jeito que Deus tinha dito: o dilúvio não será para sempre… Haverá vida, outra vez, e ainda há esperança! Confira, especialmente em Gênesis, capítulo 8. Concordemente com a nossa mensagem, nosso hino-tema é também mensagem de arautos de vida. Mesmo que o 'dilúvio' seja longo e hostil, não vai chover para sempre; há vida, depois dele… 

Nosso hino temático também fala disto. Na voz suave de Cynthia Clawson, ouça a mensagem, com o nosso player online…

IT   WON’T    RAIN   ALWAYS…  (1981)
NÃO VAI CHOVER PARA SEMPRE…
Letra : Gloria Gaither (1942…)
Música : Bill Gaither (1936…) & Aaron Wilburn (1950…)

Someone said that in each life:
Alguém disse que em cada vida 
Some rain is bound to fall:
Alguma chuva é fadada a cair
And each one sheds his share of tears:
E cada um entorna seu tanto de lágrimas
And trouble troubles us all:
E problemas afetam a todos nós
But, the hurt can't hurt forever:
Mas, a dor não pode ferir para sempre
And the tears are sure to dry…:
E as lágrimas por certo hão de se estancar… 

And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
The clouds will soon be gone:
As nuvens logo se dissiparão
The sun that they've been hiding:
O sol que elas têm ocultado
Has been there all along…:
Tem estado lá, em todo o tempo…
And it won't rain always:
E não há de chover para sempre
God's promises are true!:
As promessas de Deus são reais
The sun's gonna shine in His own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He’s gonna see you through!…:
E Ele vela por ti…
The sun's gonna shine in God's own good time:
O sol há de brilhar no tempo próprio Dele [Deus]
And He will see you through!…:
E Ele há de velar por ti! …

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Abraços
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
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NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional

N° 266 : “CANONIZADOS TAMBÉM?”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 04 deSetembro de 2016

 

 

Na data  de hoje, lá na Cidade do Vaticano, o bispo romano chamado de “Papa” canoniza Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), às vésperas de seu aniversário póstumo. Nascida na cidade macedônica de Escópio, que então pertencia ao estado do Kosovo dominado pelos turcos, sob o nome de Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, tinha ela pais albaneses. Sua fama se propagou a partir do trabalho de caridade na índia, país onde se naturalizou. Sob a alegação de que houve curas miraculosas em enfermos graves, curas estas ocorridas pelo suposto concurso de suas graças medianeiras, após a morte da freira, Jorge Mario Bergoglio (Francisco I) declarou “canonizada” a religiosa.

A canonização é um instrumento previsto no Código de Direito Canônico da Igreja Católica Apostólica Romana, que dá poderes ao Papa para declarar e certificar alguém como “santo”. “Santo”, nessa linguagem, é alguém que passa a merecer culto na forma de veneração (dulia) dos fiéis da igreja, sendo capaz de interceder junto a Deus (postumamente), obtendo graças aos seus devotos. A palavra canonização vem da palavra grega cânon, que significa regra.

Segundo o processo concluído no Vaticano, Madre Teresa é responsável pela cura miraculosa de uma indiana, em 2003, e de um brasileiro, em 2008. Chegando perto do quinto centenário da Reforma, é bom que se ressalte que parte do cristianismo, a ala reformada, se afastou de tal dogma e prática (dentre outros), por identifica-lo como altamente conflitante com o ensino da Escritura. No sentido estrito, portanto, canonização ‘promove’ alguém à condição de intercessor e intermediário de graças junto ao trono divino. No sentido amplo, porém, significa atribuir a alguém o caráter de “santo”. Pelo catálogo do Vaticano, já são mais de oito centenas.  

E o que diz a Escritura Sagrada sobre os “santos”? Excetuando as citações sobre Deus, que é santo no caráter absoluto, referências aos santos são muito numerosas. Mesmo no Antigo Testamento, já são identificados com todos os que cultuam a Deus na terra (Salmo 16.3), com os que cantam salmos a Deus e oferecem graças ao Seu Nome (Salmo 30.4), com os que temem ao Senhor antes que morram (Salmo 34.9), com os que recebem o  favor e o amparo divino (Salmo 37.28), com os que herdarão o reino eterno de Deus (Daniel 7.18), com todos os que retornarão com Cristo para o Dia do Juízo Final (Zacarias 14.5). Excetuando os livros apócrifos, que o Romanismo converteu, de “deutero-canônicos” (“supostamente canônicos”) em canônicos no Concílio de Trento (1546-1563), não há um único texto bíblico no Antigo Testamento que autorize a identificação especial que leva à canonização similar à de Madre Teresa.

No Novo Testamento, a fartura de textos que identificam os “santos” com todos os fiéis crentes em Cristo é ainda maior. O apóstolo Paulo chama de “santos” aqueles cristãos aos quais perseguiu e levou à prisão (Atos 26.10); chama também de “santos” os irmãos que receberiam a oferta beneficente que ele levaria a Jerusalém (Romanos 15.25). Aos coríntios, esclarece que os “santos” são aqueles, remidos em Cristo, chamados para viver de um modo diferente (repito – DIFERENTE!): “Paulo… apóstolo… aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor em qualquer lugar deles e nosso” (I Coríntios 1.2, BCF).

Aí está uma indicação, uma identificação, distintiva e comprometedora. Distintiva, porque identifica quem são os santos, os quais o são por serem separados e chamados para a comunhão santificadora de Deus. Comprometedora, porque são santificados para se santificarem… Chamados para ser santos. Por isto, “modo diferente”.

Não há muitos cristãos, hoje, aspirando ser santos, aspirando andar em santificação. Não há muitos cristãos, hoje, aspirando viver de modo diferente – diferente do mundo, diferente dos ‘iguais’, diferente de quem antes eram; antes de conhecerem a Cristo. Cristo chama cristãos, não à canonização, mas à santificação: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente, na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquEle que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento; porque está escrito: ‘Sede santos, porque Eu sou santo” (I  Pedro 1.14-16, ARA).        

Canonizados também? Naquele sentido, do Direito Canônico romano, estaríamos fora! E, de fato, estamos… Porém, no sentido bíblico, se alguém estiver fora, é porque não pertence a Cristo; se pertence a Cristo, é “santo”, chamado para santificação, para nova vida, em Cristo!  Qual o padrão de comparação, de referência? Ninguém menos do que o Santo: Deus! Ser santo, no sentido bíblico, é procurar, tenazmente, diariamente, ser imitador de Deus! Sem outra escolha!

Convido seus ouvidos a ouvir a mensagem cantada sobre o Santo, na antiga interpretação a cappela dos Arautos do Rei, com a memorável composição do grande Franz Schubert (1797-1928).

Ouça, com nosso

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
 

Ulisses

Notas das citações bíblicas:
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N° 265 : “IMPEACHMENT, JAMAIS”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 28 deAgosto de 2016

 

Em Brasília, o processo de impeachment da presidente Dilma promete aquecer a temperatura no Senado Federal. Ainda incerto o número, a ala que se alinha com o relator do processo está convencida de que houve crime de responsabilidade da presidente afastada. Já a ala a ela fiel, prega que o afastamento definitivo sem constatação de crime será golpe. Essa última ala, já convencida de que não houve crime, parece sustentar que a verdade, neste caso, necessariamente pode estar com a minoria, esquecendo de que, pelo princípio constitucional, é o voto majoritário que responde à pergunta: houve crime?   

Uma das mais combativas aliadas da presidente sob processo de julgamento é a senadora Vanessa Grazziotin. Catarinense de nascimento, representa o estado onde se instalou profissionalmente, o Amazonas, pelo Partido Comunista do Brasil. Às vésperas do pronunciamento de defesa oral da presidente Dilma, Vanessa está entre os defensores de que tal pronunciamento seja duro, contundente, denunciando a injustiça que acha que está para acontecer. Nisso, dentre os aliados, ela se posiciona contrária aos que sugerem que Dilma adote um tom mais ameno, conciliador, apelando ao coração dos senadores. Para tanto, questiona Vanessa: “Gente, alguém vai para o abatedouro como um cordeiro que é mansinho?

Cá entre nós, tem razão a senadora, ao menos no seu questionamento. Ninguém vai para o abatedouro mansinho como cordeiro. Ninguém vai humilde para o cadafalso com senso de resignação.Qual ser humano se contenta em se apresentar diante dos seus acusadores, de seus algozes, com a atitude do silêncio subalterno? Bem! Ninguém, vírgula! Não sei se a senadora amazonense conhece… Há muito tempo atrás, certo homem, a quem ninguém poderia imputar um único dolo ou crime, recebeu a pior, a  mais detestável, a mais humilhante, a mais vexatória, a mais execrável forma de condenação à morte, por conta de crimes que não cometeu. Morreu, mas marcou a história inteira. E foi desse jeito…

Sim, a história é pública. Perante uma corte popular de julgamento, inquestionavelmente patrocinada pelos ‘imperialistas’ da época, Jesus Cristo foi preso, acusado, julgado, condenado e executado. Quando de seu julgamento, ele não disse a verdade que poderia ter sido dita. Não disse, por exemplo – metade dessa gente não tem moral para me julgar (até porque, nem seria metade: seria cem por cento. Não disse, por exemplo – se vocês me condenarem, estarão levando a cabo o maior golpe da história. De fato, foi coerente com o que já tinha antes afirmado: “Ninguém a [minha vida] tira de mim: mas eu, de mim mesmo, a ponho [na cruz], e tenho o poder de a por; e tenho o poder de a reassumir; este mandato eu recebi de meu Pai” (João 10.18, BCF).  

O povo de Israel berrou, perante Pôncio Pilatos, por uma espécie de impeachment contra Jesus. Não queria, mais, ouvir sua voz, incitado pelas autoridades religiosas orgulhosas. Eis como o profeta previu a atitude que Jesus assumiu: Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca” (Isaias 53.7, NVI). Assim, morreu; por suas marcas profundas, sangrentas, iniqüidades (como o as de quem escreve estas módicas linhas) puderam ser saradas. O castigo sobre ele imposto, ainda que injusto, serviu para trazer-nos paz, reconciliação com Deus. Ele foi, de fato, cordeiro mudo e manso, perante seus tosquiadores.

A esta hora que escrevo, não sei se prevalecerá o impeachment sobre Dilma Roussef. Mas, a esta hora que escrevo, sei que não prevaleceu nenhum impeachment contra Jesus Cristo, o Rei dos Reis. Jamais prevaleceria. Pelo contrário: ressuscitado, está mais vivo e poderoso do que nunca, aguardando o momento de vir, soberano e triunfante, julgar a terra. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2.9-11, ARA). De ‘cordeiro manso’ para juiz supremo, não só de seus algozes, mas de todos, diante de Sua presença. Aguarde… Em breve!

Ouça, agora, a mensagem musical de hoje. Seu autor, um pastor, certa feita, teve que reassumir o seu pastorado, de vez que seu sucessor de antes, seu próprio filho, sofrera um aneurisma cerebral, do qual veio a incapacidade que o levou à morte. Ainda assim, o autor declarou pessoalmente a mensagem que incorporou sua composição, como se ouve em nossa mensagem musical. Abaixo, uma partezinha da sua letra  original…  

MAJESTY
Jack Williams Hayford (1934…) 

Majesty, worship his majesty;
Unto Jesus be all glory, honor, and praise.
Majesty, kingdom authority,
Flow from his throne unto his own, his anthem raise.
So exalt, lift up on high the name of Jesus.
Magnify, and glorify Christ Jesus, the King.
Majesty, worship his majesty,
Jesus who died, now glorified, King of all kings.

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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses

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Nº 264 : “PARA SER [O] MELHOR”

O BEM & O MAL, A CADA DIA – Nº 264 
Domingo, 21 de Agosto de 2016

   “Não devemos nos orgulhar de ser melhores do que os outros; antes, devemos nos orgulhar de sermos melhores do que já fomos!”. A carreira vitoriosa do técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardo Rocha de Rezende (1959-…), o Bernardinho, dá um colorido especial a essa sua frase de efeito. Como jogador, chegou à seleção brasileira na década de Oitenta; depois de alguns anos como técnico da seleção feminina, assumiu a seleção masculina em 2001, acumulando quinze anos à frente dela, e vários títulos. A esses títulos, acaba de adicionar a medalha de outro nas Olimpíadas do Rio. Como disse o seu filho, também jogador e capitão da equipe: “O nosso desafio era muito grande; foram alguns anos batendo na trave… Mas, o ponto mais importante foi não desistir!”.

   Bernardinho é conhecido pelo seu lado exigente, rigoroso, determinado, incansável; nas quadras, a imagem forte de cobrança sobre seus comandados impressiona. Tem uma verdadeira fixação pelo esforço de superação, de melhorar, melhorar e melhorar sempre. Como treinador, tem levado ao pódio as equipes que dirige nos últimos seis jogos olímpicos. Este feito fez dele o treinador mais vitorioso dessa modalidade de esporte. Por conta disso, há alguns anos que tem sido um palestrante altamente requisitado.

   Voltando à sua afirmação, dá pra se notar algo de virtuoso. Quem tem obstinação por ser melhor do que seu semelhante acaba gastando muito tempo e esforço olhando para os lados. Quem tem obstinação por ser melhor do que já foi concentra seu esforço em suas próprias falhas, e na superação delas. Há menos desgaste pelas comparações pouco honrosas. E a motivação é mais qualificada, mais nobre.

   Bernardinho, em seu livro “Transformando Suor em Ouro”, cita muitos livros e autores no lastro de influência que tem recebido. Não tenho conhecimento se, alguma vez, tenha recorrido ao Maior de Todos os Livros – a Bíblia. Neste, os preceitos alcançam sua expressão mais sublime. Inclusive no tema de sua frase. A partir da Escritura, podemos enumerar algumas regras de ouro (sem trocadilho) para a busca pessoal de padrão de excelência. Vejamos sete delas :

1.  Reconhecer as limitações pessoais – Jesus advertiu que deixássemos de nos preocupar com pequenos ciscos nos olhos alheios, enquanto temos verdadeiras traves nos próprios olhos (Mateus 7.1-5). O apóstolo nos lembra que nenhum dote, nenhuma realização, nenhum atributo podem ser tidos como méritos próprios, senão, méritos recebidos do Alto (I Coríntios 4.7).

2.   Escolher a melhor trilha – A sabedoria divina ensina que se andarmos na trilha onde Deus nos conduz, Ele próprio endireitará a nossa caminhada (Provérbios 3.6)

3.   Buscar a ajuda diária eficaz – A promessa profética nos assegura que podemos buscar a Deus, porque Ele tem poder para nos fortalecer, nos ajudar, nos sustentar com Sua mão direita fiel (Isaias 41.10).

4.  Evitar ser conformado – Uma disciplina estratégica para que sejamos melhores a cada dia, segundo a avaliação divina, depende de não nos conformarmos com o mundo do nosso tempo, exercitando sempre a transformação da mente segundo a vontade de Deus (Romanos 12.1,2).

5.  Reabastecer todos os dias – A oração modelo que o salmista nos inspira declara a busca diária pela graça divina; não só a graça, mas também a Sua instrução (Salmo 143.8).

6.   Imitar o melhor modelo – O melhor modelo é também o único válido – “Portanto, sejam perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial” (Mateus 5.48).

7.   Seguir sempre o manual – Qual o manual que, inspirado por Deus, se faz imprescindível para o homem que confia em Deus seja perfeito, e perfeitamente habilitado para toda boa obra? É a Escritura, a Palavra de Deus (II Timóteo 3.16,17).

Ser “o melhor” é um alvo vaidoso. Deus não nos chama para competir quem é melhor, comparando-nos aos outros; Deus nos chama para sermos melhores, comparando nós mesmos a Ele, o referencial maior. As regras acima são simples, mas infalíveis; ajudam-nos, não a sermos “os melhores”, mas a sermos melhores.

A mensagem musical de hoje foi composta pela nora de Jack Wyrtzen (1913-1996), o fundador de Palavra da Vida (Word of Life International), esposa de Ron e cunhada de Don Wyrtzen. Como toda a família Wyrtzen, recebeu a fortíssima influência de uma vida apaixonada pelo evangelho, como foi Jack. Abaixo da transcrição da letra (traduzida), nosso  AudioPlayer Online…

TO BE WHAT YOU WANT ME TO BE, DEAR LORD (2003)
PARA SER O QUE QUERES QUE EU SEJA, QUERIDO SENHOR
Christine Wyrtzen (1954-…)

To be what you want me to be, dear Lord
Para ser o que queres que eu seja, querido Senhor
I'll live for eternity
Viverei pela eternidade
To be more like your Son, dear Lord
Para ser mais como Teu Filho, querido Senhor
I've only just begun
Eu apenas tenho começado
To be what you want me to be, dear Lord
Para ser o que queres que eu seja, querido Senhor
I'll live for eternity
Viverei pela eternidade
To be more like your Son, dear Lord
Para ser mais como Teu Filho, querido Senhor
Until the race is won…
Até que a jornada seja vencida…

Have your own way, Lord, have your own way
Faça-se a Tua vontade, Senhor, faça-se…
You are the potter, I am the clay
Tu és o oleiro, eu sou o barro
Mold me and make me after your will
Molda-me e faze-me conforme Tua vontade
While I am waiting, yielded and still.
Enquanto espero, rendido e submisso.

To be what you want me to be, dear Lord
Para ser o que queres que eu seja, querido Senhor
I'll live so the world can see
Viverei de modo que o mundo possa ver
The image of your Son, dear Lord
Unite our hearts as one
Una nossos corações, com um só
To be what you want me to be, dear Lord
Para ser o que queres que eu seja, querido Senhor
I'll live for eternity
Viverei pela eternidade
To be more like your Son, dear Lord
Para ser mais como Teu Filho, querido Senhor
Until the race is won…
Até que a jornada seja vencida…

Lord, have your own way!
Senhor, faça-se a Tua vontade!

AudioPlayer online (Controle de volume à direita)

Até à próxima… (Tg 4.15)
Ulisses
 

NOTAS (versões bíblicas):
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ARA – Almeida Revista e Atualizada
ARC – Almeida Revista e Corrigida
BCF – Versão Católica de Antonio de Figueiredo
NVI – Nova Versão Internacional

N° 263: “AGORA É TARDE – II…”

Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 14 de Agosto de 2016

Eu não sei explicar; eu estava fora de mim, quando fiz isso. Fiquei desesperado, e não sabia o que fazer… Me arrependo, mas, agora, nem consigo dormir à noite”. Foi assim que o goiano Fábio José dos Reis se explicou, quando foi preso. Ele admitiu ter sido o ator da narrativa que a polícia publicou: Fábio asfixiou a jovem Ana Paula Ferreira da Silva; depois, pegou o corpo inerte, colocou-o num saco de lixo grande, e ‘desovou-o’ na rua. Por último, ateou fogo, sem êxito. O maior problema é que Ana estava grávida de cinco meses – e Fábio sabia. Logo que percebeu Ana inerte em suas mãos, Fábio tentou reanima-la; mas, era tarde demais. As câmeras pela rua mostraram tudo em detalhes.

Que sina é esta, de nós, seres humanos, sempre arrependendo tarde demais? Não vou dizer que somos, no geral, como o Fábio, a ponto de cometer uma insanidade desta. Ele  mesmo reconheceu a insanidade, e procurou justificar-se, dizendo – eu estava fora de mim. Há muita gente que se desculpa pelo que faz, ou pelo que fala, dizendo algo parecido: não está em mim, isso! Como assim, não está em mim?

Mas, posso dizer que, no geral, somos como o Fábio, buscando arrependimento tardio, quando  deveríamos aproveitar melhor o tempo e as oportunidades para refletir, dosar e moderar o que fazer e o que falar. Deus assim adverte, pelas palavras de Salomão: Você já viu alguém que se precipita no falar? Há mais esperança para o insensato do que para ele” (Provérbios 29.20, NVI).

Certa feita, falava com uma pessoa muito conhecida pelo telefone celular. Quando terminei a ligação, fiz alguns comentários com minha esposa sobre a situação daquela pessoa; aqueles comentários, usando as palavras que usei, com a liberdade que usei, eu só faria com minha esposa. E, estava “crente” que somente minha esposa tinha ouvido meus comentários. Se tivesse que dize-los à própria pessoa envolvida, certamente escolheria com todo  cuidado as minas palavras, para não causar qualquer mal  estar.

Acontece que, depois de alguns minutos, passei a mão no celular para fazer outra ligação, e me espantei… Um frio gélido subiu pela minha coluna, quase paralisou meu coração, e ainda subiu até o cérebro (ou, o que poderia estar restando dele): a conexão telefônica ainda estava aberta! Pensei, apenas pensei, que tinha apertadο corretamente o botãozinho vermelho, que desliga o aparelho… Não tinha! Já tinha falado muito… Tarde demais…

Dizemos “agora é tarde” para o que fazemos… Dizemos, também, para o que falamos… E pode acontecer o contrário: agora é tarde pode se referir ao que não dizemos (pois, deveríamos ter dito) ou ao que não fazemos (pois, deveríamos ter feito). É pertinente o conselho bíblico: “A vossa moderação seja conhecida de todos os homens; o Senhor está perto!” (Filipenses 4,5, BCF). Como nos ensina a instrutiva revelação divina: “Não é bom proceder sem refletir; peca quem é precipitado” (Provérbios 19.2, ARA).

Quem segue o ensinamento bíblico da temperança, da moderação, corre menos risco de sofrer, dizendo – agora é tarde! Quem pensa antes de falar, antes de agir, quem busca andar no conselho de Deus, quem se refreia ante os ímpetos carnais, anda ao lado da virtude. Suas chances de aborrecer-se, dizendo – agora é tarde! – são menos freqüentes.

Moderação, temperança, lembram aquele ditado popular, que diz: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Faz mal é, depois do leite derramado, chorar pelo leite. Para muitas dessas situações, aquel’outro ditado nenhum consolo trará.Refiro-me ao que prega: “antes tarde do que nunca!”. De jeito nenhum! Esse vale apenas para outras situações.

Faço uma oração sincera, cujo prazo de validade corresponde ao tempo enquanto eu esteja “por aqui”: Senhor, que eu fique livre, diariamente, de exclamar, por culpa de mim mesmo – agora é tarde!   

Trazemmos de volta uma mensagem musical clássica, presente em vários hinários cristãos. O seu autor  estava em plena série de pregações em Ngaruawahia, na Nova Zelândia, quando, compelido pela atmosfera das pregações, e preparando-se para falar sobre o Salmo 139, compôs sua poesia. Ele, que era irlandês de nascimento, o fez em curtíssimo tempo, usando o lado limpo de um envelope postal que tinha às mãos, quando contava apenas 24 anos de idade.  A composição serviu de oração pessoal de contrição e dedicação a Deus, mas também de intercessão pelo povo aborígene neozelandês, e por todo aquele país. Posteriormente, tornou-se um antema vertido em vários idiomas, usual nas campanhas evangelísticas do próprio autor, e de vários outros pregadores.

SEARCH ME, O GOD (CLEANSE ME, 1936)
Sonda-me, ó Deus (Purifica-me)
James Edwin Orr (1912-1987)

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Abraços, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15)
Ulisses

Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional